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sábado, 31 de agosto de 2013

Casa de Menores Mário Negócio - Uma instituição extinta - Parte VII

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Naquelas décadas de sessenta e início dos anos setenta não era tão fácil para se comprar objetos quando se desejava, como instrumentos musicais, bicicletas..., devido à malvada inflação que não dava chance a ninguém, principalmente para quem não trabalhava, assim como nós, que vivíamos ali naquela instituição sem a mínima preocupação, exceto o estudo, passávamos o dia inteiro sem fazer nada, e à noite nós desmanchávamos o que não tínhamos feito durante o dia. 

O governo Estadual mais malandro ainda, que sustentava uma porção de gente preguiçosa, desocupada e ainda tinha muitos que reclamavam da boa vida que levavam.

Eu havia me esquecido daquela noite em que saímos da Casa de Menores, “as escondidas” apenas com autorização do monitor, para fazermos uma serenata no bairro Boa Vista, não me recordo bem a Rua, mas era na casa de uma das suas namoradas.

 
trilhasdeluz.blogspot.com

Naquele tempo quem delegava Mossoró era o carrasco Tenente Clodoaldo, digo carrasco porque ele mantinha a cidade com autoridade, não dava chance a certos bagunceiros, malandros que tentavam tirar a tranquilidade da população. Querendo colocar ordem na cidade, distribuía rondas pelos bairros de Mossoró, na intenção de proteger toda população.

Nessa noite fomos surpreendidos pela ronda noturna do então tenente, e que por sorte, não fomos obrigados pelos policiais para voltarmos às pressas para casa. As ordens do tenente Clodoaldo eram para serem cumpridas.

 

Quando você percebeu que a ronda se dirigia à nossa direção, de pressa colocou o violão em um tonel que estava em uma calçada. Mas você não tinha a mínima ideia o que teria dentro daquele tonel.

Ali, ficamos fingindo que estávamos conversando, e a ronda passou vagarosamente nos observando, mas felizmente ela não disse nenhuma palavra, acelerou o jeep e tomou rumo para outras ruas.

 
acordesdeviolao.com.br

Após os nossos disfarces, foi retirado o violão de dentro do tonel. Mas por pouca sorte, você havia o mergulhado  em uma porção de água de cal virgem, que com certeza havia sido preparada para ser usada no dia seguinte por pintores.   

No dia seguinte, o violão que era bom de som, amanheceu todo descolado e empenadíssimo. Mas o único culpado e prejudicado foi você, que ficou sem o seu estimado pinho.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com

http://sednemmendes.blogspot.com
http://mendespereira.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

Foto premiada


O fotógrafo Mossoroense Fred Veras teve uma foto Premiada no Concurso de Fotografias do SENAD (Secretaria Nacional de Combate às Drogas). 

A foto foi feita na Feira do Livro de Mossoró em 2012, e o fotógrafo Fred Veras está à procura destas duas crianças que aparecem na foto, para comunicá-las acerca do concurso, como também dividir o prêmio.

Parabéns ao fotógrafo pela Premiação Nacional. Quem conhecer essas crianças, favor entrar em Contato pelo telefone: 84 8854 6144

Adendo: 
José Mendes Pereira

As duas crianças que aparecem nesta foto já foram identificadas. A criança que está em pé é o Paulo Ricardo que morava no conjunto Walfredo Gurgel, mas atualmente está residindo em Parnamirim.

A outra que está sentada na cadeira de rodas é o João Victor, e reside em Mossoró, à Rua Raimundo Firmino de Oliveira, 133, no bairro Costa e Silva, e é neto do administrador deste blog.

Os pais destas crianças já entraram em contato com o fotógrafo Fred Veras, que foi premiado com um valor em dinheiro, e as crianças irão receber uma quantia doada por ele, o qual mostrou que dinheiro não é o tudo, não querendo só para si.

Parabém ao fotógrafo Fred Veras pela sua iniciativa de colaborar com as crianças citadas

http://www.ocamera.com.br/site
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

JUNTO COM A TV BRASIL NAS TRILHAS DE LAMPIÃO EM PERNAMBUCO II

Publicado em 29/08/2013 por Rostand Medeiros
Contando a história da Fazenda Colônia, onde nasceu o cangaceiro Antônio Silvino
 Contando a história da Fazenda Colônia, onde nasceu o cangaceiro Antônio Silvino.

No próximo dia 5 de setembro, pela TV Brasil, ás 10 horas da noite, vai ser transmitido um programa específico sobre o tema cangaço, ao qual tive o grande honra e privilégio de participar.
O programa Caminhos da Reportagem é bem interessante, são jornalistas que viajam pelo país e pelo mundo atrás de grandes histórias, trazendo ao telespectador uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos. Os jornalistas a quem tive a oportunidade de conhecer e que tive oportunidade de acompanhar por estes caminhos do cangaço foram a Carina Dourado, Osvaldo Santos e Alexandre Souza.
Em julho último publiquei em nosso blog, um primeiro material sobre esta viagem com o pessoal da TV Brasil a Pernambuco, onde os amigos do nosso Tok de História 
(http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/07/18/junto-com-a-tv-brasil-nos-caminhos-de-lampiao-em-pernambuco/)

Agora trago uma segunda mostra de fotos desta ação maravilhosa, com fotos cedidas pelos amigos Osvaldo Santos e Alexandre Souza.

Este é o grande amigo Braz de Buíque, da Serra da Colônia. Uma grande figura. Neste dia ele estava seguindo montado para uma missa de vaqueiros na vizinha Paraíba, mas deu um ótimo depoimento.

Este é o grande amigo Braz de Buíque, da Serra da Colônia. Uma grande figura. Neste dia ele estava seguindo montado para uma missa de vaqueiros na vizinha Paraíba e deu um ótimo depoimento

Uma panorâmica da região da Fazenda Colônia. Um ótimo local para um filme de época.

Uma panorâmica da região da Fazenda Colônia. Um ótimo local para um filme de época. É só esconder o poste que está um visual original e bem característico das fazendas do passado do Nordeste.

Esta é a Casa Grande das Almas, propriedade que está situada na área rural de Triunfo (PE), na divisa dos estados de Pernambuco com a Paraíba. Sobre este local podemos comentar que é que parte da casa está em Pernambuco, do outro lado é a Paraíba. Dizem que Lampião, era amigo dos proprietários e gostava de jogar cartas neste local. Afirma-se que quando perseguido na região abrigava-se nas Almas, daí,quando a polícia de pernambuco chegava ali, o rei do cangaço passava para o lado paraibano da casa , onde a policia pernambucana não podia atuar, e quando era perseguido pelos paraibanos, fazia o contrário

Esta é a Casa Grande das Almas, propriedade que está situada na área rural de Triunfo (PE), na divisa dos estados de Pernambuco com a Paraíba. Sobre este local podemos comentar que é que parte da casa está em Pernambuco, do outro lado é a Paraíba. Dizem que Lampião era amigo dos proprietários e gostava de jogar cartas neste local. Afirma-se que quando perseguido na região abrigava-se nas Almas, daí, quando a polícia de Pernambuco chegava ali, o rei do cangaço passava para o lado paraibano da casa, onde a policia pernambucana não podia atuar, e quando era perseguido pelos paraibanos, fazia o contrário.

Osvaldo filmando as Almas

Osvaldo filmando as Almas

Na bela cidade serrana de Triunfo. O grande prédio antigo na foto é o cine teatro Guarany, cujo administrador é nosso amigo André Vasconcelos

Na bela cidade serrana de Triunfo. O grande prédio antigo na foto é o cine teatro Guarany, cujo administrador é nosso amigo André Vasconcelos. Outra grande figura.

Aqui a Carina, Osvaldo estão juntos ao grupo de Xaxado de Triunfo e a nossa amiga Diana, grande batalhadora pela cultura de sua região.

Aqui a Carina, Osvaldo estão juntos ao grupo de Xaxado de Triunfo e a nossa amiga Diana, grande batalhadora pela cultura de sua região. Diana é uma grande incentivadora da participação dos jovens de sua cidade neste grupo de Xaxado, a dança dos cangaceiros.

Pelos caminhos do sertão, só não sei o que a Carina estava procurando.

Pelos caminhos do sertão, junto aos amigos André Vasconcelos e Carina Dourado. Só não sei o que a Carina estava procurando!

Na Fazenda Barreiros, de propriedade do amigo Alvaro Severo, na zona rural de Serra Talhada, próximo da Serra Grande, onde ocorreu um dos mais importantes e maior combate da história do cangaço


Na Fazenda Barreiros, de propriedade do amigo Álvaro Severo, na zona rural de Serra Talhada, próximo da Serra Grande, onde ocorreu um dos mais importantes e maior combate da história do cangaço

Pelos caminhos da Serra Grande, tendo a frente o Seu Luiz, sertanejo de grande coração, que conhece tudo da fauna e flora da caatinga.

Pelos caminhos da Serra Grande, tendo a frente o Seu Luiz, sertanejo de grande coração, que conhece tudo da fauna e flora da caatinga. Estando com ele o turista não passa fome nesta região

Seu Luiz mostrando os segredos da flora do sertão, úteis a sobrevivência em uma região seca

Seu Luiz mostrando os segredos da flora do sertão, úteis a sobrevivência em uma região seca

Panorâmica da Serra Grande. Quase sete horas de caminhada, entre subidas e descidas.

Panorâmica da Serra Grande. Quase sete horas de caminhada, entre subidas e descidas.

Outro visual da serra

Outro visual da serra

Outra parada para conhecer a flora da caatinga

Outra parada para conhecer a flora da caatinga

Deu para aprender bastante

Deu para aprender bastante

No alto da serra, junto com nosso animal de estimação, o pequinês que a tudo escutava. Era um microfone na mão do Fred, outro grande companheiro de viagem.

No alto da serra, junto com nosso animal de estimação, o pequinês que a tudo escutava. Era um microfone na mão do Fred, outro grande companheiro de viagem.

O amigo Alvaro Severo, que desenvolve um maravilhoso projeto de aproveitamento ecoturístico na região, com intensa participação do pessoal do local, comentado sobre a grande luta no alto da serra

O amigo Álvaro Severo, que desenvolve um maravilhoso projeto de aproveitamento ecoturístico na região, com intensa participação do pessoal do local, comentado sobre a grande luta no alto da serra

Toda a galera reunida no alto da serra

Toda a galera reunida no alto da serra

Bem, depois da Serra Grande eu voltei para casa, mas a galera da TV Brasil seguiu viagem. Estiveram na cidade baiana de Paulo Afonso, onde nosso amigo João de Souza Lima, grande pesquisador do cangaço, autor de livros, apresentou a região aos jornalistas. João é uma grande figura, a quem tenho extremo respeito

Bem, depois da Serra Grande eu voltei para casa, mas a galera da TV Brasil seguiu viagem. Estiveram na cidade baiana de Paulo Afonso, onde nosso amigo João de Souza Lima, grande pesquisador do cangaço, autor de livros, apresentou a região aos jornalistas. João é uma grande figura, a quem tenho extremo respeito pela pessoa e seu trabalho. João mostra a cruz que marca o local da morte de Antônio Curvina. Para saber mais, assista o programa dia 5 de setembro, na TV Brasil, ás 10 da noite.

Osvaldo em frente a casa de Maria Bonita, que foi fielmente restaurada e hoje é local de visitação

Osvaldo em frente a casa de Maria Bonita, que foi fielmente restaurada e hoje é local de visitação

Os amigos Osvaldo e Alexandre Souza entrevistando Seu Coquinho. Ele contou ótimas histórias sobre Lampião e seu bando Ele reside no povoado Brejo do Burgo, Bahia


Os amigos Osvaldo e Alexandre Souza entrevistando Seu Coquinho. Ele contou ótimas histórias sobre Lampião e seu bando Ele reside no povoado Brejo do Burgo, Bahia.

Local próximo da casa onde Lampião costumava fazer seus bailes

Local próximo da casa onde Lampião costumava fazer seus bailes

No próximo dia 5 de setembro, ás 10 da noite, na TV Brasil, vamos ver o resultado deste trabalho. Um abração a todos

No próximo dia 5 de setembro, às 10 da noite, na TV Brasil, vamos ver o resultado deste trabalho. Um abração a todos

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/07/18/junto-com-a-tv-brasil-nos-caminhos-de-lampiao-em-pernambuco

http://blogdsomendesemendes.blogspot.com

UM COITO DE ACHADOS TANTOS

Por: Rangel Alves da Costa(*)
AS FACES PELA VIDA

Como acontecia nos tempos cangaceiros, onde o coito era o local de descanso dos homea do sol para a jornada seguinte, também tenho meu coito, ambiente de repouso do pensamento e de enveredamento nas trilhas da escrita. E muito mais.

É coito e escritório, é baú e folha seca, é memória e página em branco, é vereda e alcance do mundo mágico dos rabiscados pulsantes ou já adormecidos pelo tempo. No meu coito é onde me encontro e viajo, onde permaneço e de repente já estou dialogando com a justiça ou com os cabras de Lampião.


Do meu coito, um pequeno escritório de três também pequeninos ambientes e junto à moradia, avisto o passado e encontro o presente, proseio com o existente e a fantasia, saio catando restos daquilo que esqueceram pelos caminhos. Encontro o mandacaru e o xiquexique, a cabaça e a enxada, o tamborete e a moringa, o sol ardente e a lua plangente de romantismo e solidão.


No meu coito me divido entre as leis e a história, entre os brocardos e os proseados matutos, entre petições e textos de amorimorte. Num instante, requeiro a absolvição de um e no outro já estou trilhando as veredas escaldantes do meu sertão ou de outro rincão qualquer. Num instante me dirijo aos tribunais, no outro já estou correndo atrás do destemido calango sertanejo.

Às vezes estendo o olhar até a balança da justiça na estante e ali avisto as tantas injustiças pendendo de lado a outro, num mundo onde as leis são interpretadas pelas conveniências. Acabo sendo uma exegese do poder corrompendo tudo. Assim foi num tempo distante e também no dia de ontem, e inevitavelmente assim será amanhã. Tudo isso me interessa como objeto de escrita.

Sento diante do birô como o sertanejo faz no tronco de pau diante de seu casebre. O matuto, mesmo amargurado e cheio de desesperança, aprecia e se encanta com o seu mundo, com a natureza ao redor, com tudo aquilo que possui - que é quase nada. E faço o mesmo, me sinto do mesmo jeito, também fico extasiado com as pequenas coisas que tenho e posso dispor no dia a dia do meu coito.


De um lado, bem defronte aonde me sento, um grande mostruário envidraçado contendo os meus livros e os de meu pai. São mais de vinte, sendo seis escritos por ele. Um armário com documentos e material de escritório, tendo por cima uma cabeça-de-frade que continua verdejante como no sertão. Ao lado do birô uma parede com desenhos emoldurados de minha autoria. Todos com motivos sertanejos.

Na mesma parede há ainda dois quadros com textos jornalísticos de minha autoria. O primeiro é sobre o filme Sargento Getúlio como patrimônio cultural de Poço Redondo (pois filmado por lá na década de 80); o segundo acerca de Zé de Julião, ou cangaceiro Cajazeira, o mais valente de todos os meus conterrâneos poço-redondenses. Os textos são ladeados por fotografias de igual dimensão.

Zé de Julião

No outro lado, acima da parte azulejada da parede outros desenhos emoldurados, também com cenas e motivos sertanejos, e uma pintura a óleo, todos de minha lavra e dos meus instantes de aprendiz. Mais duas pinturas fazem parte de outro pavimento do coito. E já estou providenciando outros desenhos, dessa vez reproduções a verniz e guache de xilogravuras, para dar maior vivacidade ao ambiente, que numa estante já conta com objetos de barro e madeira retratando figuras do meu sertão. Ali Lampião e Maria Bonita, cactos, animais de cargas, utensílios da cozinha sertaneja e outros objetos do meu mundo interiorano.


Ainda na parte central do meu coito, dessa vez na estante principal, alguns livros que sempre coloco ao meu alcance. Códigos, doutrinas e outras publicações jurídicas, mas também obras sobre o cangaço, poesias e romances famosos. E duas Bíblias, uma pequenina, aberta num Salmo qualquer, e outra maior, sempre à espera que eu releia suas lições. E ainda pequenos objetos artesanais, fotografias e uma igrejinha de madeira adornada por rosários e fitas. Dois cavalinhos de barro acima da estante, e um pouco mais alto, na parede, um quadro com fotografia e texto sobre o legado cultural de Alcino Alves Costa.

E eu no meio disso tudo. Pensando, rememorando, escrevendo. É capital, mas é como estivesse noutro lugar, nas distâncias sertanejas, pois ladeado por um mundo muito diferente do portão da frente em diante. Assim é que desperto ainda nas madrugadas para encontrar esse coito, encontrar a natureza e a história que ali dispus, e depois colher as flores e os espinhos dos escritos cheirando a chão, a terra sertaneja.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com