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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cangaceiros em Brasília!

Por: Cariri Cangaço

Por toda esta semana estaremos em Brasília - DF; por aqui teremos duas reuniões no Ministério da Cultura e uma no Ministério do Turismo, quando apresentaremos o Cariri Cangaço ao Governo Federal. O Portfólio com as três últimas edições de nosso evento mostra o evento em toda sua magnitude e grandeza.

Cariri Cangaço, evento com uma temática genuinamente nordestina que conquistou o país e em apenas sua última edição recebeu participantes de 16 Estados do Brasil; 125 pesquisadores e estudiosos de temáticas nordestinas e 2.023 expectadores nos 7 municípios anfitriões. 

De Brasília mais uma parada: São Paulo, quando também iremos fazer uma apresentação do Cariri Cangaço a potenciais parceiros realizadores e patrocinadores. 

E que venha o Cariri Cangaço 2013!

Manoel Severo 
Cariri Cangaço - Conselho

http://cariricangaco.blogspot.com.br

Mané Garrincha: Trinta anos sem a alegria do povo

Por: José Romero Araújo Cardoso

“Ergue os seus braços e corre outra vez no gramado,
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado,
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração,
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho.
Que o craque do tempo chutou.” (Balada Número 7 – Alberto Luiz)

Mané Garrincha

Manuel Francisco dos Santos nasceu no dia vinte e oito de outubro de 1933 na pequena localidade de Pau Grande (RJ) e faleceu no dia vinte de janeiro de 1983, data dedicada a São Sebastião.

Foi ele quem se tornou responsável pela volta do sorriso no Maracanã, depois da trágica partida entre Brasil e Uruguai na final da copa de 1950, quando acreditando que o jogo estava ganho, os brasileiros perderam inacreditavelmente o que seria a primeira conquista da taça Jules Rimet.

As pernas tortas e os dribles desconcertantes tornaram-se marcas registradas do habilidoso ponta direita do Botafogo. A torcida da estrela solitária do futebol carioca enriqueceu-se consideravelmente depois da contratação do homem que entrou para a história como Mané Garrincha.
          
Convocado para a seleção brasileira, em parceira com Pelé responsabilizaram-se pelo desequilíbrio nos esquemas táticos das poderosas seleções européias quando da copa de 1958. O Brasil sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Garrincha e Pelé tornaram-se heróis nacionais.
          
Na copa de 1962, em gramados chilenos, Garrincha deu verdadeiros shows de bola, levando ao delírio torcidas inteiras, independentes de nacionalidade, com magnífico futebol-arte que encantou o planeta.
          
A habilidade de Garrincha com a bola levou certo jornalista inglês a indagar a Aymoré Moreira, técnico da seleção brasileira, se aquele atleta realmente era desse planeta. A final da copa de 1962 contra a Tchecoslováquia foi marcada pelos estonteantes dribles e passes do humilde jogador com nome de passarinho.
          
A copa de 1966 marcou o ocaso da estrela do futebol brasileiro, pois em razão da opção nefanda pelo consumo desenfreado de bebidas alcoólicas, aliada às muitas contusões sofridas, fizeram com que Garrincha não rendesse nada. O Brasil foi desclassificado na primeira fase.
          
Garrincha, então, intensificou sua destruição dia após dia, despedindo-se do futebol no ano de 1973. Dez anos depois falecia vítima de cirrose hepática aguda. Morreu pobre e esquecido de muitos daqueles que em épocas pretéritas fez a felicidade em dias de glórias marcadas pelo sucesso de suas jogadas sensacionais.
          
Garrincha marcou época, tornou-se ícone do esporte nacional, foi a alegria do povo, responsável por momentos gloriosos do Botafogo carioca, fez vibrar estádios com seus dribles mágicos que pareciam ter saídos de contos mirabolantes envoltos na mais pura ficção, mas eram reais, notáveis, verdadeiras pinturas do talento que ele não soube aproveitar.
          
A opção pelo álcool destruiu um mito brasileiro, homem simples que levou multidões à euforia em razão da forma caprichosa como sabia lidar com a bola. Garrincha realmente foi a alegria do povo, pois fez brotar sorrisos em rostos sofridos que enxergavam no anjo das pernas tortas alento para aflições de vidas marcadas pelas desditas alimentadas pela ausência de esperança.
          
Há trinta anos falecia um dos maiores jogadores do planeta, cujas jogadas inacreditáveis imortalizaram-no por séculos infinitos, enquanto houver espaço para o futebol enquanto esporte.

 Enviado pelo autor

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto da UERN.

E que venha o Cariri Cangaço 2013...


Amigo Severo,  Excelente! Viva o Cariri Cangaço 2013!Conte com nossa ajuda, qualquer que seja ela.

Um grande abraço, 
Honório de Medeiros
Mossoró - RN


Valeu Severo, tô dentro! Qualquer coisa é só falar.

Abraços
Wilson Seraine
Teresina-PI


Coroné Manoel Severo, estamos prontos para veicular as preliminares. emporquei-me e afirmo que é super aprovada a possibilidade de novas cidades agregadas ao evento.

Kiko Monteiro
Lagarto-Sergipe

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 


Caraúbas - Lançamento do livro 63 Verões Depois = Cassiano Hipólito

Por: Kydelmir Dantas(*)

63 Verões de Cassiano
Kydelmir Dantas 

Após morar tanto tempo fora de sua terra natal, ele voltou pra contar e deixar história. Nos rastros de RAIBRITO e Câmara Cascudo, Cassiano Fernandes passa ser mais um daqueles abnegados que se envolvem na pesquisa e não pára. Ao visitar as terras onde nasceu cresceu e viveu, até o início da fase adulta, redescobriu e desencantou-se com o que viu:
Indeciso sem saída
Pra minha terra voltei.
Retornei a Caraúbas
E aqui chegando, fiquei.
Envolto em desenganos,
Amargurei abandonos,
De muitas propriedades.
O aposentado voltou,
A carcaça não o privou
De mostrar cumplicidades. (CF).

Foram quase 2 mil km nos caminhos do município; visitando fazendas tradicionais e encontrando-as abandonadas ou ‘tomadas’ pelos projetos de assentamentos... Muitos deles sem perspectivas de vida honrosa. A maioria sem produzir sequer o de comer. Famílias dependentes de bolsas assistenciais.
Que nem na musica SERROTE AGUDO (José Marcolino – Luiz Gonzaga), encontrou-as iguais, como se fosse uma premonição escrita a tanto tempo – gravada no LP Ô VÉIO MACHO; 1962; RCA victor - e hoje tão real:
Serrote Agudo
(José Marcolino - Luiz Gonzaga)

Passando em Serrote Agudo
Em viagem incontinente
Vendo a sua solidão
Sai pesando na mente

Eu vou fazer um estudo
Prá contar a miúdo
Quem já foi Serrote Agudo
Quem está sendo no presente

Já foi um reino encantado
Foi berço considerado
Quem conheceu seu passado
Acha muito diferente

Aonde o touro em manada
Berrava cavando o chão
Fazendo revolução
Nos tempos de trovoada

Dando berros enraivado
Por achar-se enciumado
Do seu rebanho afastado
Vacas que lhe pertenciam.

A sombra do Juazeiro
Já lhe esperando o vaqueiro
Com seu cachorro trigueiro
Como seu grande vigia.

Vaqueiros e moradores
Encantos, belezas mil
Onde reinavam os fulgores
De um major forte e viril.

Rico, porém animado
Fazia festa de gado
Onde o vaqueiro afamado
Campeava todo dia,

Hoje sem Major sem nada
Só se ver porta fechada
Não se vê mais vaquejada
Não reina mais alegria.

Vai Cassiano trilhando os caminhos do passado, para que as futuras gerações conheçam a história de seus ancestrais da terra das caraubeiras... Também quase desaparecida naquelas paragens. E segue o ICOP sendo bem representado na terra de Delby, Raibrito e companhia.
Mossoró, RN – janeiro de 2013.
(*) Pesquisador e escritor. Sócio do Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP.


Sócio do ICOP lançará seu mais novo livro no próximo sábado ((19/01/13).

63 Verões Depois de Cassiano Hipólito Fernandes  será lançado na
Festa de São Sebastião de Caraúbas - RN.
data: 19 janeiro de 2013
Local: Feirinha de São Sebastião
Hora: 10:00h da manhã.

Participações especiais: Caçula Benevides - Gianini Alencar - Dorgival Dantas


Enviado pelo autor: Kydelmir Dantas
(*) Pesquisador e escritor. Sócio do Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP.

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A morte de Josué de Castro no exílio


(*) José Romero Araújo Cardoso

“Não se morre apenas de infarto agudo do miocárdio ou de glomeronefrite crônica, se morre também de saudades” (Josué de Castro)

Quando o calendário marcar o dia vinte e quatro de setembro de 2013 assinalar-se-á a triste cronologia referente aos quarenta anos de falecimento no exílio na França do médico, geógrafo, sociólogo e cidadão do mundo Dr. Josué Apolônio de Castro.
          
Josué de Castro - elfikurten.com.br

O célebre autor de Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951) integrou a lista dos cassados políticos pela Ditadura Militar quando da publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1), o qual, além de Josué de Castro, trazia ainda nomes que também foram banidos do país e que tiveram grande importância política, social e intelectual no Brasil antes do advento do militarismo, a exemplo de Leonel Brizola, Juscelino Kubtchevsky de Oliveira, Jânio Quadros, João Goulart, Neiva Moreira, Pelópidas Silveira, Miguel Arraes, entre outros.
          
Josué de Castro recebeu convites de diversos países para que cumprisse o exílio de dez anos imposto arbitrariamente pela junta militar que assumiu o poder em primeiro de abril de 1964 em nosso país. Escolheu a França para vivenciar sua desdita, tendo em vista que era muito apegado às raízes, ao solo pátrio, ao nordeste brasileiro e ao Estado de Pernambuco.
          
O grande cientista que presidiu o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em duas oportunidades (1952-1954 e 1954-1956), tendo sido laureado com significativas honrarias, como o Prêmio Internacional da Paz e o Prêmio Roosevelt da Academia de Ciências dos Estados Unidos, pela publicação do clássico livro Geografia da Fome, além de indicado duas vezes para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz, considerava-se injustiçado pelos militares quando de sua cassação e exílio.
          
Josué de Castro passou a sofrer graves crises depressivas em seu ostracismo em terras estrangeiras, não obstante ter intensificado a luta humanista e voltado a lecionar em renomadas Instituições de Ensino Superior Francesas, como a Sorbonne e Vincennes.
          
No Brasil, suas obras estavam censuradas, seu nome proibido e vítima de espetacular processo de exclusão da memória nacional, a qual ainda, infelizmente, perdura como resquício das imposições ditatoriais dos militares, cuja visão reacionária vislumbrava Josué de Castro como “inimigo da pátria”, um verdadeiro “traidor” dos ideais alicerçados na Ordem e no progresso, tendo em vista a forma incisiva como meteu o dedo na ferida das desigualdades, denunciando a fome como um flagelo fabricado pelos homens contra seus próprios semelhantes e não resultado de “causas naturais” como era pensado pela Ciência distorcida que orientava a construção social em sua época.
          
Mesmo no exílio, Josué de Castro era monitorado pela Ditadura Militar, a qual o enxergava como “notório comunista”, pois suas idéias, independência e ousadia eram vistas como ameaças ao sistema instituído em abril de 1964, cuja ideologia desenvolvimentista primava pelo privilégio de uma minoria historicamente beneficiada em detrimento das necessidades da imensa maioria deserdada ao longo da evolução Histórica e Social Brasileira.
          
As crises depressivas da maior inteligência brotada em solo brasileiro intensificaram-se em razão das constantes negativas da Embaixada Brasileira em dar visto em seu passaporte, o que garantiria retorno à sua terra natal. O Embaixador Brasileiro na França que se notabilizou pela intransigência de não permitir o retorno de Josué de Castro ao Brasil era o General Aurélio Lyra Tavares.
          
Faltando menos de sete meses para que se cumprisse o tempo de exílio determinado pelo AI-1, no caso dez longos anos, falhava irremediavelmente o coração do velho batalhador pelas justas causas da humanidade.
          
Josué de Castro faleceu em seu apartamento na capital francesa. Mesmo morto, os militares ainda viam em Josué de Castro ameaça à ordem estabelecida, pois houve uma série de exigências, como a proibição de fotografias, para que se efetivasse a permissão dos militares para que seu corpo fosse enterrado no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.
          
A atualidade do pensamento de Josué de Castro ainda assusta a elite dominante, tendo em vista que ainda permanece desconhecido de grande parte da população brasileira pela qual tanto batalhou e empenhou sua vida a fim de lutar por melhores condições de vida para um povo sofrido que, mais do que nunca, espera por melhores dias que possam permitir usufruto de existência digna dentro dos padrões humanitários que foram intensamente pregados pelo valente pernambucano que nas décadas de cinqüenta e sessenta do século passado tornou-se uma das mais importantes personalidades do planeta graças a defesa célebre da valorização do gênero humano em todas as dimensões.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto do Departamento de Geografia do Campus Central da UERN. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Enviado pelo autor: José Romero Araújo Cardoso

http://blogdomendesemednes.blogspot.com