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sábado, 10 de novembro de 2012

CORISCO, O DIABO LOURO

Publicado por Luiz Berto em BAÚ DE ESTÓRIAS - Paulo Moura

Cristino Gomes da Silva Cleto. Este é foi o nome de uma das figuras mais legendárias do cangaço, o terrível Corisco. Ou, Diabo Louro.

Figura atormentada pelo destino nasceu em 10/08/1907, num dia de sábado, na Serra da Jurema, no município de Matinha de Água Branca, em Alagoas. Filho de Manoel Gomes da Silva e de Firmina Cleto, teve seis irmãos: Vicente, Francisco, Maria, Jovita, Teodora e Rosinha.

Seu pai morreu muito jovem deixando a viúva com a obrigação de criar sozinha, os filhos ainda pequenos. Dona Firmina, austera e moralista tratava os filhos com pulsos de ferro, surrando-os freqüentemente por motivos nem sempre justificáveis. Cristino, de temperamento rebelde desde cedo, fugiu de casa ainda aos 14 anos de idade após uma destas memoráveis surras. Naquele tempo a família já morava na vila de Pedra de Delmiro/Alagoas.

Foi parar em laranjeiras, Sergipe, onde passou cerca de três anos trabalhando como entregador de leite. Em fins de 1923, volta para casa muito doente e é recebido pela mãe, saudosa e muito arrependida.

Em 1924 é convocado para o serviço militar, indo destacar em Aracajú/Sergipe. Alto, olhos azuis, loiro, bem parecido, inteligente e disposto, destaca-se entre os demais recrutas, atraindo para si a admiração dos superiores. Afeiçoa-se às armas, que aprende a manejar com precisão.

Em julho daquele ano o tenente Maynard participa de uma revolta contra o governo, ao qual mostra-se infrutífera devido à reação do presidente, apoiado pelos “coronéis” do interior com suas milícias de jagunços. Tendo sido um dos mais exaltados no momento da sublevação, Cristino é também um dos mais perseguidos. Foge então para Pedra de Delmiro para esconder-se ao lado da família, mas em pouco tempo chega uma precatória solicitando sua prisão. Foge então para mais longe, Paraíba. Até então não imaginaria que passaria, a partir dali, a viver fugindo até o fim dos seus dias.

Na Paraíba, homiziou-se em Lagoa do Monteiro, terra do célebre bacharel-cangaceiro Santa Cruz, habitat dos valentões. Naquele tempo o sertão fervilhava de cangaceiros. A mudança não lhe foi benéfica.

Cristino por algum tempo foi trabalhar na roça e no trato com o gado, mas como nem sempre de trabalho vive o homem tornou-se frequentador assíduo dos forrós de fim de semana. Certa feita tira uma moça para dançar e recebe um “não”. Insiste, e é esbofeteado por um parente da moça. Apanhar na cara é uma desmoralização que o sertanejo não perdoa. Vai à casa do patrão, arma-se e despeja toda a carga de um rifle sobre o agressor, matando-o. Consegue fugir, indo ocultar-se em uma das fazendas do patrão. Estávamos nos fins de 1925.

É orientado pelo patrão a entregar-se às autoridades. Ele providenciaria que a pena lhe fosse branda. Confiante, Cristino se entrega e é levado a júri. O tiro lhe sai pela culatra e Pega 15 anos de prisão. O Estado naquela época, não tinha condições de manter prisioneiros encarcerados por tão longo período e normalmente resolvia o problema da maneira mais simples.

Escoltava-se um grupo de prisioneiros com penas iguais ou superiores a 15 anos, até um local deserto na caatinga, mandava que os infelizes cavassem suas próprias covas e fuzilava-os à queima roupa. Às vezes, para economizar munição ou não fazer barulho, optava-se pelo processo da sangria lenta: “Ferro na taba do queixo… feito bode”.

Por sorte, Cristino ficou numa cela com oito companheiros, e um deles era protegido pelo prefeito do lugar. Poucos dias depois recebe uma sacola com alimentos, contendo ainda ferramentas para a fuga e um bilhete avisando que no dia seguinte todos seriam fuzilados e que por isso tratassem de fugir enquanto era tempo. No dia seguinte, quando o sol nascia na Paraíba, Cristino era novamente um homem livre.

Vai parar em Villa Bela (atual Serra Talhada), refugiando-se na fazenda Carnaúba, reduto da família Pereira, celebres no Pajeú devido aos aguerridos combates contra as famílias Nogueiras e Carvalhos. Né da Carnaúba precisava de homens valentes na sua terra para utilizá-los quando necessário, colocando-o entre seus moradores. Novamente Cristino volta pra a vida normal de cuidar do gado e da roça. Estávamos no inverno de 1926. Certo dia, o filho do prefeito de Villa Bela, em visita à fazenda Carnaúba, reconhece Cristino e avisa a seu Né que seu pai recebera uma precatória para sua prisão, e que se fosse levado para a Paraíba seria certamente executado no caminho.

O conhecido fazendeiro explica a situação para Cristino e o aconselha que a única solução seria ingressar no bando de Virgulino Ferreira, Lampião, celebre cangaceiro que à época já chefiava cerca de 100 homens em armas, travando uma guerra de vinditas contra a família Nogueira, esta, ligada aos Carvalhos, inimiga dos Pereiras. Lampião, nesta época já ostentava a patente de Capitão das forças legalistas, dada meio à força pelo Padre Cícero do Juazeiro do Norte, após um convite firmado para que o cangaceiro combatesse a coluna prestes que, em formação de caravana, invadia o sertão.

Lampião, ao ouvir as razões que o fizeram virar um foragido da justiça, resolve admiti-lo no bando, colocando-o sob a chefia de Jararaca, um valente cangaceiro natural de Buíque PE. Jararaca, ao conhecer o alagoano Cristino, vai logo dizendo que o mesmo tem que mudar de nome, pois cangaceiro tinha que ter um vulgo que impusesse medo. Seu primeiro tiroteio foi logo no dia seguinte na fazenda Tapera, quando fora chacinada a família Gilo (este, um assunto guardado para páginas seguintes, devido à gravidade dos fatos e a um grande mal que assolava o sertão na época. O Boato). A partir daquele dia, diante da bravura, agilidade e intrepidez do louro Cristino, este ganhou o apelido de Corisco.

Corisco ficou no bando até maio de 1927. Tanto isso é verdade que não se vê a sua presença no grande ataque à cidade de Mossoró/RN em 13/06/1927. O mesmo tentara deixar o cangaço e mostrara a Lampião que queria começar vida nova. Viver sem ser perseguido. Tinha muita vontade de ir para a Bahia, terra dos seus pais e onde ainda tinha muitos parentes. Queria montar um comercio ou entrar na polícia. Queria levar uma vida sossegada, pacata. Lampião ouviu suas razões e disse que não tinha problema, poderia ir quando quisesse, mas que tivesse cuidado, pois se descobrissem que ele havia participado do bando de Lampião seria morte certa. Disse-lhe ainda que no dia em que quisesse voltar seria bem recebido.

Corisco, agora com o nome de Cristino de novo, vai para Salgado do Melão e fica no meio dos parentes. Era cidadão comum de novo e nova vida iria recomeçar. Um homem valente não passa despercebido e em pouco tempo Cristino foi convidado para ser guarda costas do Coronel Alfredo Barbosa  em Vila Nova da Rainha. O serviço não exigia tempo integral e o ex cangaceiro, agora regenerado, dedicava-se também ao comercio de pequenos animais, abatendo-os e vendendo a carne nas feiras semanais.

 Data desta época o desentendimento do jovem feirante com o delegado Herculano Borges, quando Cristino reclama da cobrança abusiva de um imposto na feira, é brutalmente agredido pelo delegado e seus ajudantes. Com mais esta desmoralização Cristino opta por não se vingar imediatamente, pois caíra nas graças do coronel e até noivo estava de uma sobrinha sua, a Marieta, e já tinha também a promessa de montar uma mercearia quando desposasse a donzela.

Novamente o destino lhe é cruel. Cristino tinha uns primos envolvidos em questões, coisa comum naquele sertão sem lei, e ele termina arrastado naquele desmantelo de desavenças e intrigas. São emitidas precatórias para a prisão dele e dos primos. Este, com o sonho do casamento desfeito, passa a viver escondido no mato, enquanto seus parentes passam a sofrer todo tipo de perseguição.

Herculano Borges, antes indisposto com ele, agora não lhe dá sossego. Vários de seus parentes são torturados, castrados, violentados, assassinados pelas volantes e, acreditem, alguns até enterrados vivos.

Cristino perde tudo. Comercio, noiva, emprego, família, e volta novamente para a clandestinidade. Agora, com o coração ardendo em ódio, une-se a Ferrugem, Hortêncio, vulgo Arvoredo, Emílio Ribeiro, vulgo Beija Flor e Manoel Cirilo, vulgo Jurema, quase todos primos seu. E ele… De novo, e agora para sempre: Corisco, o Diabo Louro!

É nesta época que Corisco se apaixona por uma jovem de 12 a 13 anos de idade, sequestrando-a, leva a donzela para casa de parentes seus. Não sem antes violentá-la e fazê-la, mesmo à força, sua mulher. A moça se chamava Sérgia, e quando Corisco consegue enfim trazê-la para perto de si, passa a tratá-la com desvelo e delicadeza tamanha que a mesma se apaixona pelo facínora. Sérgia seria futuramente a Dadá, mulher valente, perversa e considerada a princesa do Cangaço. Corisco passa a atuar com grupo próprio nos meados de Agosto de 1928. Já em Dezembro do mesmo ano vamos vê-lo incorporado ao bando de Lampião quando este viajava em rota batida, fugindo dos desafetos de Pernambuco, indo se homiziar em terras baianas. No dia 17/12/1928, o grupo do cangaceiro Lampião é fotografado na vila de Pombal (ver foto abaixo), com um contingente reduzidíssimo, devido as perseguições, mortes, prisões e debandadas de alguns cangaceiros.


Ao lado do Capitão Lampião está o que restou dos seus melhores homens: Ponto fino (Ezequiel, seu irmão), Moderno (Virgínio, seu cunhado), Luiz Pedro (seu lugar tenente), Antonio de Engracia, Jurema, Mergulhão e por ultimo, Corisco.

A partir deste ano de 1928 até maio de 1940 muitos crimes foram perpetrados pela horda assassina. A maioria era crime de vingança, como o assassinato do Delegado Herculano Borges, assunto que brevemente iremos postar. Contudo, no dia 03 de Maio de 1940, Corisco já considerado o novo Rei do Cangaço, devido à morte do seu Chefe e amigo Lampião em 28 de junho de 1938, – dois anos antes da sua – resolve fugir com a mulher Dadá e apenas uma criança de 10 anos que os acompanhava. Corisco planejava fugir para Mato Grosso ou Goiás, pois tinha muito ouro guardado e negava-se se entregar à volante, pois sabia que com certeza seria morto, pois ali a única coisa que interessava à polícia era o seu dinheiro.

E foi no que se deu. O tenente Zé Rufino, policial pernambucano que prestava serviço à Bahia, estava no seu encalço. Corisco, devido às diversas escaramuças e fugas da volante, estava debilitado e seus dois braços ficaram inutilizados por força de ferimentos à bala em tiroteio recente. Dadá, sua mulher, passara a usar o fuzil no seu lugar. A volante alcança-o em Barra do Mendes, município de Brotas de Macaúbas, na fazenda Pulgas, onde se escondia.

A volante toma posição, cercando a tapera em que o cangaceiro se escondia. O tenente Rufino grita:

- Aqui é o Tenente Zé Rufino! Se entreguem que eu agaranto a vida de voceis!

Na saída do casal de dentro da casa o que se ouve é uma fuzilaria infernal. Era Dadá, que atirava com o fuzil por sobre o ombro do marido aleijado e impotente. A resposta é imediata. Corisco, metralhado na barriga, tomba desfalecido, com as vísceras expostas. Dadá, ao seu lado urra de dor com um dos pés dependurado nos tendões.

A volante se aproxima. Um soldado coloca para dentro os intestinos do velho cangaceiro, dizendo:

- Tenente, esse aqui já era! Tá fedendo a merda, e fedeu a merda é morte certa, não é?

Zé Rufino se apresenta para Corisco e pergunta:

- Pru quê num si intregô, Rapaiz?

- Tô sastifeito. Sô homi pra morrê, não pra sê preso! Respondeu Corisco.

Corisco, após este episódio, veio a falecer algumas horas depois. Dadá, levada presa, teve a perna amputada. O tenente Zé Rufino, se transformou num herói, por ter sido o responsável pelo fim do cangaço no sertão nordestino, fechando assim um ciclo terrível que lavou o sertão de sangue e desgraça. Ciclo este só comparado às entradas dos Bandeirantes, que chacinavam índios indefesos dentro de suas próprias terras, em nome do processo de colonização. Mas esta já é outra estória!

http://www.luizberto.com

Passarinho: Um ex-cangaceiro de Lampião

Por: Eudes Donato
O cangaceiro Passarinho

Marcos de Lima (Passarinho) nasceu em Santa Cruz, antes distrito de Triunfo-PE, em 22 de setembro de 1903. Começou cedo no cangaço com idade de 16 anos em 1919, ainda no comando do cangaceiro Sinhô Pereira (Lampião ainda não havia formado o seu bando).

O cangaceiro Sinhô Pereira

Posteriormente, Sinhô Pereira confia entregar o comando a Lampião e vai embora para Goiás onde seus familiares tinham propriedades, isso mais ou menos por volta de 1921. Logo em seguida, são formados novos grupos de cangaceiros para dar sustentação ao grupo de Lampião.

Passarinho entra num desses grupos comandado por Cícero Costa, ou Ciço Costa (um Paraibano) que agia na região de Conceição de Piancó PB. Eles e Ciço Costa participaram do bando de Lampião em várias ocasiões. Esse seu chefe imediato era um grande conhecedor de farmácia natural, o médico do bando.

Muitas pessoas acham que Passarinho conviveu diretamente com Lampião. Não, ele teve vários encontros com o rei do cangaço, inclusive participando de alguns ataques como na propriedade de José Trajano, localizada no município de Conceição PB, com o seu chefe tomando-lhe rifle e dinheiro em 06 de Julho de 1921.

Existiram dois Passarinhos no cangaço, por isso que algumas publicações citam: Passarinho l e Passarinho 2, (era costume quando algum morria ou era preso, se colocar o nome de outro que estava chegando e com semelhança ao mesmo, batizar de fulano l e fulano 2, e este Passarinho é claro e evidente foi o nº l.

Nessa vida tirana, Passarinho viveu 3 anos e 7 meses no cangaço, até quando foi preso em 24 de dezembro de 1923. Foi recolhido a cadeia de *Princesa e sendo condenado pelo júri local a 29 anos e 9 meses de prisão.

Fora preso e condenado por haver assassinado naquele ano, mais precisamente no dia 17 de dezembro do corrente ano, num local chamado Caracol do município de Conceição do Piancó PB, Raimundo Nogueira a quem roubara-lhe sua roupa e algum dinheiro. Seis dias após o acontecido, o irmão de Raimundo surpreende Passarinho nas adjacências da povoação de Patos, município de Princesa.

Passarinho estava justamente com as roupas do seu irmão Raimundo, este saca de uma arma e atinge Passarinho. O seu companheiro Juriti, num vacilo de Raimundo, por trás dá-lhe uma pancada na cabeça e termina o ato dando-lhe várias facadas. Passarinho, ferido, entra na povoação gritando: - Acabam de matar um homem e me feriram também, (pra ver se enganava os soldados). Banhado de sangue dos ferimentos, recebe voz de prisão, não por obediência a lei, pois era valente, mas pelos disparos recebido.

Recebendo ameaças de morte é transferido para João Pessoa onde cumpriu 7 anos e 9 meses de prisão. Vem pra Campina Grande, depois Pocinhos (é quando conhece sua futura esposa dona Petronilha, mais conhecida por dona Pitu.

Casa-se em Campina Grande e vem morar em Areial, pois dona Pitu tinha familiares residindo aqui. Não teve filhos, mas criou um filho adotivo (Arinaldo) do qual ganhou três netos (uma mulher e dois homens).


Em Areial, viveu por mais de sessenta anos. Faleceu no dia 15 de agosto de l998, aos 95 anos, e seus restos mortais estão no cemitério local. Sua esposa dona Petronilha Maria de Araújo, nasceu no dia 23 de setembro de 1917 e faleceu em 19 de Agosto de 2004 em Areial, aos 86 anos e onze meses, e seu sepultamento também foi no cemitério local.

- São vários livros e jornais que citam o nome ou fizeram manchete com o nome de Passarinho.
- Trecho extraído do livro: “Passarinho: um ex-cangaceiro de Lampião em Areial” (ainda em acabamento de autoria do pesquisador, Eudes Donato)

- Eudes Donato é Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.

- Desculpem por alguma parte do texto. Para compreender melhor faço adendos:

- 1º. Como a biografia está em grande resumo da história, vamos adiantar apenas que existiram vários sub-grupos ao comando de sinhô Pereira. Um desses sub-grupos era comandado por Ciço Costa, mas sempre cumprindo ordem de seu chefe sinhô Pereira, do qual Passarinho também fazia parte, ora com Ciço, ora com sinhô Pereira.

- 2º. Sinhô Pereira já conhecia a trajetória de Lampião e por isso lhe tinha muita confiança.

- 3º. Sinhô Pereira ao deixar definitivamente o cangaço em 1922 (antes a pedido de Padre Cícero, deixou o cangaço), mas logo voltou atrás.

- 4º. No começo do ano de 1921 não havia cangaceiro nenhum com esse pseudônimo de Lampião. Surge o apelido em maio de 1921.

- 5º. No texto, falo "mais ou menos" sinhô Pereira deixa o cangaço em 1921 (primeira vez). Na segunda vez, mais precisamente em março de 1922 e imediatamente Virgulino Ferreira da Silva, já com a alcunha de Lampião, assume o cangaço no mesmo mês.

- 6º. O irmão de Raimundo era o boiadeiro Amaro Nogueira do qual vinha acompanhado de um comparsa.

- 7º. Passarinho ao ser surpreendido, estava acompanhado também do cangaceiro Juriti (este Juriti I, irmão do cangaceiro Batista, o outro Juriti II chamava-se João Soares, em outra época mais a frente).

- 8º. No encontro, Passarinho ainda estava com as vestes de Raimundo, irmão de Amaro.

- 9º. Amaro dispara três tiros em Passarinho o atingindo (Passarinho ao falecer em 1998 ainda continha uma bala alojada em seu corpo, proveniente deste acontecido).

- 10º. Juriti ao bater na cabeça de Amaro, este ao cair fica preso aos estribos da sela e Juriti saca do punhal e lhe desfere 36 punhaladas.

- 11º. O comparsa que estava com Amaro sai em disparada carreira e logo atrás Passarinho, mesmo ferido também corre e nesse momento usa sua astúcia e grita que era o indivíduo que tinha matado um homem e também ferido ele. Foi aí que se descobriu a farsa e Passarinho foi preso.


Areial Virtual
Adendo Lampião Aceso:

- Santa Cruz... da Baixa Verde.
- Areial e Princesa... Isabel, ambas cidades da Paraíba.
* A segunda foto compõe a iconografia do livro "Histórias do Cangaço, pag 106 do saudoso Hilário Lucetti. Gentilmente enviada pelo reverendo Ivanildo Silveira.

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Zé de Manu e a surpresa de Luiz Gonzaga

Por: Giovani Costa
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Há uns seis anos atrás eu assisti um documentário sobre a vida do Rei do Baião na TV Jangadeiro em que Zé de Manu, que tocou com ele durante seis anos, conta um caso de um festival de sanfoneiros que houve em Fortaleza, em que ele participou e 


Luiz Gonzaga foi convidado só para fazer a entrega dos prêmios.

Na hora da premiação, Zé tinha ficado em terceiro lugar, mas quando foi anunciado o primeiro colocado, Seu Luiz partiu para Zé de Manu e disse: 

"Pega, Zé, que este troféu é seu, você foi quem ganhou."

Diante da plateia e de um jurado surpreso, Zé de Manu que pensava fosse uma brincadeira, disse:

"Não, Seu Luiz, eu tirei foi o terceiro lugar!" 

Aí Luiz Gonzaga disse: 

"Porque roubaram, mas este troféu é seu!"

E assim teve que ser... Coisas de Rei.


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Lampião e a baronesa de Água Branca, Dona Joana Vieira Sandes de Siqueira Torres

Por: Tiago Jucá
Lampião com uma garrafa de bebida em uma das mãos 

Água Branca é uma pequena localidade do Estado de Alagoas, situada perto do rio Moxotó. A principal moradora do município, no ano de 1928, era a 

Dona Joana Vieira

Dona Joana Vieira Sandes de Siqueira Torres, a Baronesa de Água Branca. Virgulino Lampião há tempos vivia pedindo dinheiro à Baronesa, e esta de pronto respondia: "Tenho vinte contos, mas é para comprar de munição para o couro dele!". 

Diante da negativa da Baronesa, Lampião planejou um assalto à cidade de Água Branca. Claro, ele esperou um ano depois da resposta da Baronesa, pois ela havia enchido as ruas de policiais, temendo alguma ação do cangaceiro. Desfeita a tensão, Virgulino enviou um espião à feira de Água Branca, a fim de verificar as forças policiais. Enquanto isso, Lampião esperava as notícias em Bom Conselho de Papacaça. Depois de ficar informado sobre a situação de Água Branca, Lampião rumou em direção ao município. Foram quatro noites de viagem, sendo que os dias serviam para o descanso de Lampião. Na tarde do dia 27 de junho de 1928, o cangaceiro tomou um sítio não muito longe de Água Branca e obrigou o dono a fazer compras na cidade.

Deu-lhe dinheiro e uma lista, que continha cigarros, fósforos, esteiras de pipiri, duas redes brancas e uma lata de tinta vermelha. Para ter certeza que o dono do sítio ficasse em silêncio, Lampião manteve a família dele como refém. Caso abrisse o bico, Lampião prometeu judiar e até mesmo matar todos os familiares. 

Lampião dividiu seu bando estrategicamente. Quatro duplas se formaram para fazer o bloqueio das entradas da cidade e ali ficarem até o término do assalto. Os outros dez cangaceiros encheram as duas redes compradas no comércio com armas e munições. 

A lata de tinta vermelha serviu para pintar as redes, dando assim a impressão de sangue de morto. Ao amanhecer do dia 28, os dez cangaceiros entraram em Água Branca, carregando as redes com os dois 'defuntos'. Estacionaram em frente ao quartel da cidade e avisaram ao soldado de vigia: "isto foi dois que nós achou morto e truxemo para fazer o corpo delito". O vigia os convidou para entrar e esperar, enquanto ele iria acordar um outro soldado numa casa vizinha. Quando o vigia saiu atrás de ajuda, os cangaceiros trataram de pegar as armas escondidas dentro das redes e esperam a volta para dar o bote.

Quando os guardas voltaram, Lampião mostrou as armas e disse: "o defunto é esse, visse?". Lampião soltou vinte presos e no lugar deles prendeu todos os guardas. Obrigou ainda ao corneteiro dar toque de reunir. Ao todo, Lampião enjaulou mais de trinta soldados e roubou todas as armas e munições, que logo foram distribuídas entre os ex-prisioneiros. 

Agora Lampião contava com trinta homens armados prontos para o assalto. Os cangaceiros tomaram as ruas e acordaram os moradores com tiros. As casas e as lojas dos mais ricos foram sendo saqueadas uma por uma. A Baronesa foi a que sofreu o maior prejuízo: trinta contos de réis em dinheiro, ouro, jóias, roupas e vinte e cinco cabras leiteiras. Após o saque, a Baronesa ainda seria humilhada a passear de braço dado com Lampião pelo meio das ruas da cidade. Água Branca foi a primeira vez em que os cangaceiros, vibrantes e entusiasmados pela vitória, cantaram o hino de guerra "Mulher Rendeira", um xaxado ritmado pela batida forte dos rifles batendo no chão: "Olê mulé rendeira/ olê mulé rendá/ tu me ensina a fazer renda/ que eu te ensino a namorar".

O autor do texto é o jornalista Tiago Jucá, formado na Fabico (Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS). O Jucá, para escrever a monografia de conclusão do curso, leu tudo que podia sobre Lampião - como se fosse escrever aqueles calhamaços das teses de doutorado e que ninguém lê - mas ao contrário, o texto final ficou enxuto e agradável de ser lido pela quantidade de informações.


Para ler mais: Lampião, seu tempo e seu reinado, volume II -A guerra de guerrilhas (fase de vinditas), de Frederico Bezerra Maciel, Editora Vozes.
* Tiago Jucá, 26, é editor chefe da revista O Dilúvio


http://www.pontodevista.jor.br/historia/lampiao.htm

Fotos de cangaceiros - Acervo Ivanildo Alves da Silveira

Por: Ivanildo Alves da Silveira

Aproveitamos o ensejo para postarmos algumas "fotos” do cangaceiro "português”, devidamente identificado no livro " cangaceiros", da escritora Élise Jasmin, cujo acervo pertence ao renomado escritor Frederico Pernambucano de Melo.


Conforme se pode constatar, o cangaceiro "Português" apresenta fisionomia/tipo físico diferente, daquele outro, postado logo acima. Mas, dentro do princípio democrático, respeitamos quem pensa diferente com relação à presente identificação. O nosso intuito é apenas esclarecer.


Um abraço a todos
IVANILDO SILVEIRA
Natal - RN

Informação: 
Ivanildo Alves da Silveira é promotor de justiça, colecionador e pesquisador do cangaço.

http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?na=3&nid=35283564-5470692457022439080-5476692552104754856&nst=21&tid=5470692457022439080&cmm=35283564&hl=pt-BR