Seguidores

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Extra - Boa notícia para os nossos leitores

Banco do Brasil abre concurso em 15 estados de quatro regiões do país

Estados são AC, AP, AM, CE, MA, MT, PB, PR, PE, PI, RN, RO, RR, SC, SE. Cargo é de escriturário; salário é de R$ 1.892,00.

O Banco do Brasil abriu concurso para formação de cadastro de reserva para o cargo de escriturário, nos estados do:

Acre, 
Amapá, 
Amazonas (parte do estado),
Ceará, 
Maranhão, 
Mato Grosso, 
Paraíba, 
Paraná, 
Pernambuco, 
Piauí, 
Rio Grande do Norte, 
Rondônia, 
Roraima, 
Santa Catarina (parte do estado) 
e Sergipe. 

O salário é de R$ 1.892,00 para jornada de trabalho de 30 horas semanais. O provimento das vagas está sujeito ao planejamento estratégico e às necessidades do Banco do Brasil.

O candidato deve ter ensino médio e idade mínima de 18 anos completos até a data da contratação.

De acordo com o edital, ficam asseguradas as admissões, conforme necessidade de provimento, dos candidatos classificados nas seleções externas 2011/001, 2011/002 e 2011/003 até o término de suas vigências (04/03/2013, 29/04/2013 e 28/09/2013, respectivamente).

O concurso 2011/001 abrangeu 36 cidades do Norte, Nordeste e Sul, nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Paraíba e Paraná. O concurso 2011/002 englobou 48 cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste nos estados do Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe. O concurso 2011/003 engloba 51 cidades no Norte, Sul e Sudeste, nos estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Os candidatos poderão realizar a inscrição por meio do endereço eletrônicowww.concursosfcc.com.br das 10h do dia 19 de outubro às 14h do dia 5 de novembro, e nos postos credenciados pela Fundação Carlos Chagas, constantes do Anexo III do edital. Os postos de inscrição estarão em funcionamento no período das inscrições, em dias úteis, das 9 às 12h e das 13h às 17h. A taxa é de R$ 40.

Ao se inscrever o candidato deverá indicar no formulário de inscrição o código da opção de  macrorregião/microrregião de classificação para a qual pretende concorrer e a cidade de realização da prova, conforme tabela constante do anexo I do edital.

As atividades do escriturário são comercialização de produtos e serviços do Banco, atendimento ao público, atuação no caixa (quando necessário), contatos com clientes, prestação de informações aos clientes e usuários; redação de correspondências em geral; conferência de relatórios e documentos; controles estatísticos; atualização/manutenção de dados em sistemas operacionais informatizados; execução de outras tarefas inerentes ao conteúdo ocupacional do cargo.

O candidato será classificado por macrorregião e por microrregião, de acordo com a sua opção no ato da inscrição. O candidato classificado será convocado, em função das necessidades do banco, a assinar contrato individual de trabalho com o banco, que se regerá pelos preceitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O candidato poderá ser convocado, uma única vez, para microrregião diferente daquela em que se inscreveu desde que exista vaga e não haja candidato classificado para preenchê-la. Nesse caso, o Banco do Brasil utilizará a ordem de classificação da macrorregião. Se o candidato não aceitar tomar posse na dependência fora da microrregião em que se inscreveu, será excluído da classificação por macrorregião, mantendo, porém, a classificação na microrregião em que se inscreveu.

A seleção terá provas objetivas e prova discursiva-redação. Os procedimentos pré-admissionais, exames médicos e complementares serão de competência do Banco do Brasil.

A aplicação das provas objetivas e da prova discursiva-redação está prevista para o dia 13 de janeiro de 2013, no período matutino, e serão realizadas nas cidades indicadas no anexo I do edital.

A prova de conhecimentos básicos terá português, raciocínio lógico-matemático e atualidades do mercado financeiro. A prova de conhecimentos específicos terá cultura organizacional, técnicas de vendas, atendimento (focado em vendas), domínio produtivo da informática e conhecimentos bancários.

Fonte G1
 luzdefifo.blogspot.com
http://blogdojuazeiro.blogspot.com.br/

Mais 50 contos pela cabeça de Lampião

Por: Rostand Medeiros
Rostand Medeiros e Drª. Francisquinha

Quando uma conceituada perfumaria carioca ofereceu muito dinheiro pelo fim do "Rei do Cangaço"

Um oferecimento para corajosos

Quem lê e se debruça sobre o tema cangaço, certamente já teve oportunidade de visualizar um famoso anúncio onde o governo do estado da Bahia oferecia 50 contos de réis pela captura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também conhecido como “O Rei do Cangaço”.

Mas aquele anúncio de captura não foi o único. Em 1932 houve outro, que oferecia o mesmo valor, cuja iniciativa partiu de uma perfumaria que tinha sede na carioquíssima Praça Tiradentes, em pleno centro do Rio de Janeiro, então Capital Federal.

 Muito dinheiro.

Creio que quem primeiro comentou sobre este interessante fato foi o pesquisador e escritor baiano Oleone Coelho Fontes, no seu livro “Lampião na Bahia”. Nas páginas 198 a 207 (4ª edição) desta interessante obra, o autor lista inúmeros casos de pessoas, alguns destes antigos militares, que através de jornais cariocas informavam que estavam a disposição de seguirem para o longínquo sertão, na intenção de capturar, ou matar, o mais temido bandido brasileiro. Percebemos que estas pessoas procuravam muito mais a promoção midiática, do que tentar realmente resolver o caso Lampião.

Entre outras iniciativas de captura apontadas por Oleone, se encontrava uma feita por uma empresa, a Perfumaria Lopes. Esta conceituada casa comercial, inaugurada no início da década de 1920, informava através de um anúncio publicado na imprensa carioca (reproduzido no jornal soteropolitano “A Tarde”, edição de 12 de junho de 1931), que oferecia 50 contos de réis pela captura do famoso cangaceiro.

A empresa anunciava que o prêmio poderia ser conquistado por qualquer pessoa, civil ou militar, desde que provasse ter alcançado seu êxito através da apresentação de documentação autenticada por autoridade competente (Ver Fontes, O. C. Pág. 207, nota nº 272).

O jornal em que a nota foi publicada em Natal, RN.

Aparentemente a Perfumaria Lopes gostou da iniciativa, pois no ano seguinte, na mesma época, renovava a publicação do anúncio de 50 contos pela captura do “Rei do Cangaço”. Consegui encontrar este anúncio na edição de 13 de junho de 1932, do jornal natalense “A Republica”.

Mas enfim, isso era a sério? Ou seria apenas uma ação de marketing?

No meu entendimento, toda esta movimentação era puramente uma ação de propaganda. Não sei o que o operoso proprietário da empresa pensava sobre Lampião e suas ações, mas morando no distante Rio de Janeiro, certamente ele deve ter percebido que dificilmente alguém da sua região ganharia a premiação.

Mas se aparecesse um cidadão queimado do sol nordestino, trazendo a cabeça de Lampião em uma lata de querosene da marca “Jacaré”, em meio a uma grande quantidade de cal virgem para não apodrecer tão rápido, certamente o proprietário desta conceituada casa lhe pagaria, pois dinheiro não lhe faltava.

 Fonte - Revista Careta, número 935, 22 de maio de 1926.

A perfumaria Lopes pertencia ao Comendador José Gomes Lopes, que também era proprietário da Fábrica de Cosméticos Beija-Flor, era um imigrante português que enriqueceu no Rio de Janeiro. A sede principal da Perfumaria Lopes S. A. se situava na Praça Tiradentes, em um grande ponto comercial que ia do número 34 ao 38 e ainda possuía uma filial na Rua Uruguaiana, igualmente no Rio de Janeiro.

Mas havia sucursais por todo o Brasil e seu produtos tinham refino e qualidade.

Nas memórias de José Bento Faria Ferraz, que foi secretário particular do escritor Mário de Andrade por 11 anos, lembra que um dos mais importantes intelectuais da cultura brasileira era um homem “muito refinado”, mas tinha sérios apertos financeiros. “Apesar de sua pobreza”, como dizia José Bento, o escritor sempre solicitava que o colaborador fosse a Perfumaria Lopes, situada à Rua José Bonifácio, para comprar uma loção “para passar na careca”.

O Comendador Lopes tinha uma visão muito positiva em relação à propaganda. Vamos encontrar a sua casa comercial como o primeiro anunciante da famosa Rádio Nacional, transmitidas em ondas médias, enquanto o tradicional “Leite de Colônia” patrocinava em ondas curtas. A perfumaria foi também um dos patrocinadores do igualmente famoso “Repórter Esso”.

 Fonte - paniscumovum.blogspot.com

Não encontrei mais nenhuma informação sobre esta iniciativa e o destino dos 50 contos de réis. Não tenho certeza, mas tudo indica que o sargento Bezerra, o homem que comandou os policiais que exterminaram Lampião em 1938, não foi ao Rio solicitar o prêmio.

Mas a simples existência deste tipo de anúncio em jornais de grande circulação da Capital Federal mostra o quanto a figura de Lampião era conhecido nacionalmente. Mas foi também esta fama, principalmente após a divulgação do famoso filme do libanês Benjamim Abrahão, que indubitavelmente chamou a atenção das autoridades federais do período do Estado Novo.

Os poderosos do Rio passaram a cobrar uma ação mais efetiva das autoridades estaduais nordestinas e para concretizar a derrocada deste cangaceiro. E assim foi feito.

O já conhecido anúncio de recompensa por Lampião, pretensamente oferecido pelo governo baiano. In  www.anovademocracia.com.br

Em Natal, a Perfumaria Lopes era representada pela firma César Comércio e Representações Ltda. Empresa criada pelo empresário Júlio César de Andrade em 07 de Março de 1932, com sede na travessa México, 85, no tradicional bairro da Ribeira.

Pescado no sempre essencial "Tok de História"

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/

“EU NÃO SOU HERÓI-A HISTÓRIA DE EMIL PETR”

Por: Rostand Medeiros

Biografia resgata a história de um simpático norte-americano, veterano da II Guerra Mundial e a sua relação com a terra potiguar.


A trajetória de Emil Petr é uma das tantas histórias que, de tão ricas, fascinantes e extraordinárias, precisam ser contadas em livro, divididas com todos aqueles que não têm o privilégio de conhecê-lo ou de ouvir falar deste homem.

Descendente de Tchecoslovacos, católico, nasceu em uma pequena cidade do Meio Oeste dos Estados Unidos e foi testemunha da crise econômica de 1929. Durante a II Guerra Mundial saiu de seu rincão para ser navegador de um bombardeiro B-24 da Força Aérea Norte-americana. Antes de chegar a sua base no sul da Itália, esteve no Nordeste do Brasil, tendo um primeiro contato com a terra que um dia seria seu lar. Na Europa participou de inúmeras e perigosas ações de combate. Em setembro de 1944 seu avião foi derrubado, mas ele sobreviveu e tornou-se prisioneiro dos nazistas.

Após os episódios envolvendo a guerra retornou ao seu país natal, onde se tornou empresário do ramo da construção civil. Mas depois de todas as experiências como prisioneiro, desejou dar uma radical guinada na sua vida e se tornou voluntário da Igreja Católica junto a comunidades campesinas na América Latina. Isso acabou trazendo Emil Petr para o Rio Grande do Norte em 1963.

Aqui trabalhou junto a Dom Eugênio Sales no chamado Movimento de Natal. Logo conheceu a caicoense Célia Vale Xavier, com quem se casou e conheceu o sertão potiguar e sua gente.

Nestes quase cinquenta anos de convivência de Emil Petr com o Rio Grande do Norte, ele se integrou plenamente a nossa sociedade e onde vive até hoje, aos 94 anos.

Todos esses acontecimentos, com riqueza de detalhes são divididos conosco, em mais de 300 páginas e 250 fotos, pelo pesquisador Rostand Medeiros, que iniciou este trabalho em setembro de 2009, entrevistando longamente Emil, familiares, reunindo relatos e material para a enorme pesquisa que desencadearam na escrita de “Eu não sou herói – A história de Emil Petr”.

Os prefácios são da socióloga Safira Bezerra Amman e do publicitário João Daniel Vale de Araujo.

Maiores detalhes sobre este livro acesse 
http://tokdehistoria.wordpress.com/

Rostand Medeiros:

Autor das biografias “João Rufino, um visionário de fé” (2011) sobre o criador do grupo industrial Santa Clara e “Fernando Leitão de Moraes – Da serra dos canaviais à cidade do sol” (2012). Coautor do livro “A saga do voo de Ferrarim e Del Prete” (2009), trabalho apoiado pela Embaixada da Itália no Brasil, Força Aérea Brasileira e Universidade Potiguar. Fascinado pela história da Segunda Guerra Mundial, Rostand realizou uma ampla pesquisa e reuniu extenso material para trazer a nós este “Eu não sou herói”, um importante registro de uma interessante figura histórica.

Jovens Escribas / Bons Costumes

Este é mais um lançamento do “Bons Costumes”, selo da “Jovens Escribas” para livros produzidos por encomenda. A família Vale e o autor, Rostand Medeiros, confiaram a nobre tarefa de materializar o trabalho que já vinham realizando há vários anos. Trata-se do segundo lançamento com a marca “Bons Costumes” só neste mês de outubro. O primeiro será “Otto Guerra – Traços e reflexos de uma vida” de Zélia Maria Guerra Seabra, no próximo dia 25.

Lançamento de “Eu não sou herói – A história de Emil Petr” (Rostand Medeiros):


Local: Iate Clube de Natal
Data: 31 de outubro de 2012 (quarta-feira)
Hora: A partir das 19h 
Informamos que a partir do dia 31 de outubro o livro estará a disposição do público nas livrarias......, pelo valor de R$ 50,00.

Contatos do autor:
Rostand Medeiros – rostandmedeiros@gmail.com
(84) 9904-3153 / 9140-6202

Enviado pelo autor deste livro
http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

Quintais - (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

QUINTAIS

Já tive quintais, já senti o prazer de abrir a porta dos fundos e encontrar mato e bicho bem ali pertinho. Hoje não, pois os autênticos quintais, aqueles de fogo de chão e varais de revoadas, só restam nas cidadezinhas interioranas e dolorosamente tenho de me contentar com a área dos fundos, murada, cimentada, sem uma planta sequer.

Por aqui - na cidade que nem adormece tranquila e sossegada e nem deixa ninguém sonhar com o berço interiorano de nascimento -, é preciso tornar o quintal uma parte da própria casa, com a máxima proteção, de muro alto e sem nada que possa lembrar as áreas descampadas que faziam extensão da porta dos fundos. Porta que muitas vezes ficava aberta para facilitar o encantamento com a lua lá em cima.


Aqui é tudo diferente, tudo frio, feio, desumano, cimento e cinza e demais. Pelo muro não se avista o vizinho, não há passagem para lugar algum, não há cancela que se abra adiante e leve às veredas dos espinhos e dos passarinhos. Há, talvez, uma planta de plástico, um cercado de ferro, um piso tão duro que a semente jogada esturrica por cima. E nada mais do que a saudade e a tristeza no olhar.

Os quintais, esses terrenos de terra nua nos fundos das casas, possuem uma utilidade ao mesmo tempo sentimental e histórico-geográfica. Sentimental porque muito do preservado ali remonta a um tempo mais distante, do afazer cotidiano da família; histórico-geográfico porque sua manutenção diz muito das transformações ocorridas ao redor, além de ser ambiente geralmente interligado ao mundo lá fora.

 Nos quintais são jogadas casualmente as sementes que vão brotando ao léu; são plantadas pequenas hortas ou árvores frutíferas; locais por onde cisca a galinha, passeia o galo velho; ali está colocado o velho pilão de bater café, herança da escravidão; onde o tanque de cimento espera a roupa pra ser lavada e os varais se estendem de canto a outro. Ali há também uma cobertura pra não deixar molhar o fogo de lenha.

Nos quintais existem mangueiras, goiabeiras, mamoeiros, e trepadas nelas as gaiolas dos passarinhos que o menino insiste em criar. Num canto, cuidadosamente cercada por pedaços de ripas está a farmácia do sertanejo, a botica matuta contendo a hortelã, os mastruço, a erva cidreira, o boldo, e todo tipo de plantinha que, na infusão ou no maceramento, faz mais efeito do que a medicação do doutor.

Lá por detrás, quase na embocadura do mataria, o garoto faz um cercadinho, limpa ao redor, coloca algumas pontas de vaca e diz que é fazendeiro, um rico sertanejo em meio ao seu imenso rebanho. Brinca o tempo todo ali, mas com muito cuidado, pois quintal também lugar de passeio e até moradia de serpente venenosa, de aranha de queimação e de piolho de cobra. Por isso mesmo o pai vive gritando pra ter cuidado com tudo ao redor.

Como que pregado ao chão, vez que sempre ali debaixo do sol e da chuva, todo quintal que se preze possui um tronco de madeira deitado no chão ou mesmo um banquinho esperando que alguém chegue para o seu instante de nada fazer. Então por ali chega o dono da casa de cigarro de palha no canto da boca e começa a olhar pelos cantos, a dona da casa de pano enrolado na cabeça e uma vasilha para pinicar quiabo, a velha solitária para conversar sozinha.

Nos quintais escurecidos, aqueles cujos arvoredos formam muralhas que escondem mistérios e outras realidades, pessoas se encontram, namorados saciam suas sedes, pequenos ilícitos são praticados costumeiramente. A galinha gorda some do galinheiro, levam uma ponta de vaca da fazenda do menino, pé ante pé afanam a planta medicinal.


E logo cedinho, ainda de madrugada, sobem na goiabeira para fazer a festança no que é dos outros. Se fosse só isso, mas some mamão e também sapoti. Mas não adianta, o traquina do molecote da rua debaixo parece que não tem outra coisa para comer na manhã. E balançando a cabeça como a dizer que não tem jeito mesmo, vai a dona de casa de cesto na mão colher a fruta que restou, um punhado de folhas para fazer um chá, os ovos da galinhada.

E é nesse momento que percebe o sumiço da galinha gorda. E um grito raivoso invade a manhã, pula as cercas, alcança os outros quintais. E assim vai a vida pela porta dos fundos, pelos maravilhosos quintais.
  
(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos eguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Bulamarqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE. 

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

ATRAVESSANDO O RASO DA CATARINA NOS RASTROS DOS CANGACEIROS

Por: João de Sousa Lima

Dia 17 de outubro de 2012 eu, Felipe Marques e Marcos Passos (dois Macaenses quase nordestinos) saímos de Paulo Afonso, Bahia, para cruzarmos o Raso da Catarina nas trilhas dos Cangaceiros.

No momento o Raso da Catarina atravessa mais de dois anos de seca e as dificuldades dos criadores de fundo de pasto aumentam a cada dia, a seca desfolhou completamente a vegetação que dependendo de apenas poucos pingos de chuva volta a enverdecer.

Cruzamos os povoados Juá, Serrota, Brejo do Burgo e chegamos ao Salgado do Melão onde entrevistamos dona Joana Ribeiro, irmã mais nova da cangaceira Dadá. Dona Joana hoje com 96 anos de idade ainda é lúcida e lembra das passagens dos cangaceiros e das violências sofridas por parte das volantes policiais.

Do Salgado do Melão seguimos pra cidade de Macururé e de lá até o povoado São José, em Chorrochó, para visitarmos o soldado da volante de Zé Soares, o senhor Teófilo Pires do Nascimento. Teófilo foi o matador do cangaceiro Pedro "Calais". Ainda no povoado São José fomos entrevistar Zé de Helena, um dos possíveis filhos de Lampião.

Com o cair da tarde retornamos e já escuro atolamos o carro na areia só conseguindo sair com a ajuda dos nativos. A aventura estava completa, chegamos a Paulo Afonso exaustos porém com uma grande aventura na bagagem e muitas histórias pra contar.


Felipe Marques, senhor Filomeno (com um jumento carregado de mandacaru pra alimentar seus animais que penam com a seca) e Marcos Passos, próximo a Baixa do Ribeiro (onde nasceu a cangaceira Dadá), centro do Raso da Catarina.


Filomeno parou por alguns minutos para conversarmos e depois seguiu sua sina, sertão à dentro, luta constante, batalha sem fim.


Marcos Passos, Joana Ribeiro (irmã de Dadá), Abel e João, no povoado Salgado do Melão.


Baixa do Ribeiro, lugar onde nasceu a cangaceira Dadá e passagem  dos cangaceiros.


Marcos e Felipe começando a empurrar o carro que ficou presa nas terras do Raso da Catarina.


João e Teófilo Pires do Nascimento, o soldado de Volante que matou o cangaceiro Calais.


Felipe, Teófilo e Marcos, um encontro emocionante.


No povoado São José uma casa construída pelo pedreiro José, o depois cangaceiro Zé baiano, Zé de Helena, filho de lampião com uma das moças da família dos "Engrácias", João e o filho de Zé de Helena que também chama-se João.


Macururé, no alto sertão baiano essa é uma das cidades onde as histórias do cangaço deixaram marcas profundas.


No centro de Macururé Marcos Passos e João saboreiam um churrasquinho de carneiro.


No Brejo do Burgo uma parada para agradecer os nativos que nos surpreenderam pela disponibilidade onde homens e crianças nos ajudaram a desenterrar o carro de um imenso areal.

Uma aventura que nos fez compreender a dimensão dos caminhos trilhados pelos cangaceiros, tudo acontecido nesse enigmático deserto baiano, o Raso da Catarina.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima