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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

História do Cangaço: entrevista com a filha e com a neta de Lampião

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Noite Cariri Cangaço - GECC na Saraiva do Iguatemi



E nesta terça-feira, dia 04, mais um sensacional encontro na Noite Cariri Cangaço-GECC no espaço Raquel de Queiroz da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi em Fortaleza.

Noite Cariri Cangaço-GECC
Dia 04 de Setembro de 2012
Terça-Feira - 19 horas
Saraiva Mega Store
Shopping Iguatemi

ANGELO OSMIRO
Presidente do GECC

MANOEL SEVERO
Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com 

Gervásio: O Soldado Rastejador do Grupo de Zé Rufino.

Por: João de Sousa Lima

Encontrado em Jeremoabo o soldado rastejador do grupo de Zé Rufino. José Silva Lima é o verdadeiro nome de Gervásio. 

Gervásio além de rastejador era o degolador de cangaceiros e participou da morte de diversos deles.

Antes de entrar na policia esteve com Lampião na casa de Antonio Martins, na margem do Rio Vaza Barris e por |Lampião foi convidado para ser cangaceiro e não aceitou. Entrou na volante em 1931 com 15 anos de idade. Foi muito amigo dos soldados Murundú e Marancó. Gervásio confirma como sendo coiteiros de Lampião os dois irmãos João Maria e Liberato de Carvalho.

Foi Gervásio quem degolou Zepellin, Pai Véio, Gorgulho e Patativa. No momento Gervásio encontra-se na casa de um dos filhos em Araci, Bahia. É um homem reservado e só nos recebeu em sua residência por que fomos até ele com um dos filhos mais velho.

Gervásio tem na memória as marcas desse passado ainda recente, guarda lembranças dos momentos dificeis e de terror que passou nas caatingas nordestinas. Daquele tempo ainda guarda o facão da marca jacaré que degolava os cangaceiros.


Gervásio conta e gesticula como atirou em um dos cangaceiros que depois degolou.


Em um dos combates foi atingido por uma bala que deixou marcas eternas.


Gervásio mostrando a mão e o braço danificados em tiroteio com os cangaceiros.


Certidão de casamento de Gervásio.


Gervásio e o escritor João de Sousa Lima.


Um neto, um filho, Gervásio e João de Sousa Lima

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço: 
João de Sousa Lima

História Cangaceira


Por: Enéas Athanázio

É curioso observar como o cangaço continua a despertar o interesse dos pesquisadores em geral. No momento em que escrevo tenho conhecimento de que pelo menos dois livros importantes acabam de ser publicados sobre o tema, existe um filme em andamento e são várias as matérias de jornal abordando o assunto. Isso se justifica, em parte, pelo fato incontroverso de que o cangaço foi um fenômeno brasileiro por excelência, com características próprias, sem similar na história ou no mundo, o que talvez explique a razão de tal interesse, inclusive de investigadores estrangeiros de várias áreas. E falando em cangaço, uma figura emerge da história e se alteia sobre as demais, qual seja Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, cognominado o Rei do Cangaço. Tido como modelo da coragem, inteligência e liderança do homem sertanejo, enfrentou por quase duas décadas a vida errante de bandoleiro, à frente de seus homens, desafiando a perseguição das volantes de sete estados nordestinos e só foi eliminado graças a uma traição, enquanto dormia, no interior da chamada Grota do Angico, em Sergipe.

Acrílico, de J. Batista

Homem duro, implacável com os inimigos, ninguém jamais se atreveria a colocar em dúvida sua hombridade e nunca pairou a menor sombra a respeito de sua condição de homem-macho. Mas eis que de repente, quando menos se esperava, e, ao que parece, inspirado pelo antropólogo Luís Mott, surge o livro “Lampião, o Mata Sete”, de autoria do magistrado aposentado Pedro de Morais, onde o autor sustenta que Lampião foi afeminado desde mocinho e teria sido homossexual, além de manter uma “ménage a trois” com Maria Bonita, sua mulher, e Luís Pedro, integrante de seu grupo, em plena caatinga. Não bastasse isso, sustenta que Maria Bonita manteve relações com outros homens na vigência do casamento. As teses do autor se baseiam em indícios e informações que, segundo ele, comprovariam os fatos, ainda que contrariando a imensa bibliografia sobre o assunto, a opinião dos estudiosos e o testemunho de incontáveis pessoas em diversas épocas. O livro vem provocando verdadeiro terremoto, uma vez que, na opinião geral, Lampião pode ter sido tudo, ou quase tudo, exceto um homossexual.


A reação não tardou e começaram a surgir manifestações em contrário, avultando entre elas o livro-contestação “Lampião contra o Mata Sete”, de autoria de Archimedes Marques (Info Graphics Gráfica e Editora – Aracaju – 2012). Estudioso do assunto de muito tempo, leitor aficionado da bibliografia existente e com pesquisas realizadas in loco, o autor se debruçou sobre a obra de Pedro de Morais, examinando-a capítulo a capítulo, página a página, parágrafo a parágrafo em cotejo com as opiniões de numerosos outros autores para concluir que as teses nele defendidas são improcedentes e não encontram qualquer amparo em provas, mesmo indiciárias, tudo não passando de verdadeira ficção. Para tanto, buscou subsídios em numerosos autores de várias épocas, desde aqueles que foram contemporâneos de Lampião até os mais modernos, sem esquecer os ensaístas consagrados cujas obras constituem referências. Numa espécie de operação desmonte, tudo foi submetendo a uma análise crítica implacável, muitas vezes contundente, rebatendo as afirmações com cerrada argumentação. Ao longo de 550 páginas densas e pensadas, esmiuçou a obra em questão de tal forma a não deixar pedra sobre pedra, recolocando tudo nos devidos lugares e devolvendo a Lampião a masculinidade que jamais lhe fora negada.

Embora não seja especialista no assunto, tenho lido bastante sobre o cangaço e Lampião e até escrito a respeito. Nessas leituras nunca deparei com qualquer insinuação sobre a homossexualidade do chamado Rei do Cangaço, suas relações com outros homens ou a triangulação com  Maria Bonita e o cangaceiro Luís Pedro. Em livro recente, denominado “De olho em Lampião: violência e esperteza”, de autoria de Isabel Lustosa, pesquisadora titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, não encontrei qualquer referência ao assunto. Como se trata de obra visivelmente contrária ao cangaceiro, não creio que silenciasse sobre o fato caso houvesse sustentação para tanto. Também na obra “Lampião – Entre a espada e a lei”, de autoria do magistrado potiguar Sérgio Augusto de Souza Dantas, trabalho criterioso e exaustivo sobre a vida e os feitos de Lampião, nada encontrei a respeito. Como não seria possível esconder essa pretensa homossexualidade de todos e por tão dilatado espaço de tempo, ainda mais em se tratando de personagem histórico tão estudado, acredito que tudo não vai além do terreno da mera suposição.

A par do debate sobre o tema em todas suas minúcias, o autor Archimedes Marques fornece inúmeras informações a respeito de Lampião, seu grupo, o cangaço em geral e o meio sócio-econômico onde se desenvolveu. Apenas esse conjunto de elementos paralelos já faria do livro “Lampião contra o Mata Sete” uma grande obra.

Enéas Athanázio; Contista, crítico, biógrafo com extensa bibliografia, é um dos escritores mais publicados e conhecidos de Santa Catarina. Reside em Balneário Camboriú e é dos fundadores de Literatura – Revista do Escritor Brasileiro, na qual tem colaborado assiduamente.






Tu já tem o teu?

Por: Ivanildo Silveira

Lampião As mulheres e o Cangaço de Antonio Amaury.


Nos últimos anos, é grande a produção literária sobre o ciclo do cangaço. Alguns, classificamos como medíocres, outros como indispensáveis, que procuram retratar a verdadeira história do cangaço e de seus personagens... É  o caso desse livro...


O Dr. Antônio Amaury, maior pesquisador  do cangaço no Brasil, com mais de 60 anos de estudos sobre o tema, e autor de mais de 10 obras e   de dezenas de artigos publicados em jornais/revistas, além de prestar consultoria em filmes, etc.. nos brinda com a  reedição de uma de suas principais obras.

Um abraço e, parabéns ao mestre por mais essa obra reeditada...Sucesso..!!

Ivanildo Alves da Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC e Cariri -Cangaço

Quem já leu, recomenda!


Pessoal, pra quem não conhece a obra eu a indico de olhos fechados ...Um dos melhores livros que já li sobre o tema. Eu já pedi a minha nova edição...(tenho a 1ª e consegui a muito custo, porém a obra já está bastante deteriorada pelo tempo... Mais uma vez, vos digo, vale a pena!!!

Grande abraço ; ) Felipe Passos, Macaé, RJ.
 
Serviço 

Livro Lampião: as Mulheres e o Cangaço, de Antônio Amaury Corrêa de Araújo, 2ª Edição, 2012 Editora Traço - 400 Páginas.  Preço R$ 50,00 (Cinquenta reais) "Com frete incluso".  Adquira com o próprio autor pelo email: aamaurycangaceiro@gmail.com ou fones: (11) 2979 7757/ 2979 24824.


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O respeitado Lampião


Os pais de Maria Bonita gostavam muito do “Rei do Cangaço”. Ele era visto com respeito e admiração pelos fazendeiros, incluindo Maria. Sem querer a mãe da moça serviu de cupido entre ela e Lampião. Como? Contando ao rapaz a admiração da filha por ele. Dias depois, Lampião estava passando pela fazenda e viu Maria. Foi amor à primeira vista. Com um tipo físico bem brasileiro: baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos Maria Bonita era considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca. A partir daí, começou uma grande história de companheirismo e (por que não!) amor.

Um ano depois de conhecer Maria, Lampião chamou a “mulher” para integrar o bando. Nesse momento, Maria Bonita entrou para a história. Ela foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo do Cangaço. Depois dela, outras mulheres passaram a integrar os bandos.

Maria Bonita conviveu durante oito anos com Lampião. Teve uma filha, Expedita, e três abortos. Como seguidora do bando, Maria foi ferida apenas uma vez. No dia 28 de julho de 1938, durante um ataque ao bando um dos casais mais famosos do País foi brutalmente assassinado. Segundo depoimento dos médicos que fizeram a autópsia do casal, Maria Bonita foi degolada viva.