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domingo, 27 de maio de 2012

Quanto custa conhecer o Cangaço?

Por:Wescley Rodrigues

Wescley Rodrigues

Nos últimos anos estamos assistindo um profícuo aumento nas publicações com referência a temática do cangaço. São obras que revisitam fatos, reconstroem conjecturas, questionam hipóteses e “verdades” que há muito estavam cristalizadas. Podemos encarar isso como algo extremamente enriquecedor para os estudos do cangaço e para o conhecimento como um todo, pois demonstra que o saber sempre deve ser questionado e revisitado para não se tornar dogma absoluto. 

No entanto, outros problemas estão sendo gerados com tais publicações. Muitas dessas obras são livros sem leitores. Explico-me. Quando publicamos um livro partimos do prisma que queremos que nos leiam, degustem as nossas ideias, questione-as, abram novos rumos através de debates. Isso é salutar para qualquer escritor. Mas para que o livro seja lido, logicamente, o leitor tem que ter acesso a essa publicação. Em um país que o índice de leitores é extremamente baixo, no qual quase 70% da população nunca leu um livro de uma capa a outra, fico extremamente indignado quando sondando a industria editorial vejo livros que tem preços extremamente aberrantes. O conhecimento não tem preço, isso é fato, mas ele deve ser ao máximo popularizado, só assim teremos um país de leitores e mudaremos a realidade vivenciada por todos nós.
           
Estamos na década do modismo das publicações sobre o cangaço com preços aberrantes. São capas bonitas, fotografias extremamente detalhistas, papel sofisticado, mas livros sem leitores. Estamos aburguesando os estudos do cangaço. São os livros dos “centos”, cento e tantos reais. Só queria que me respondessem, esses livros encontram leitores fora aqueles colecionadores do cangaço e estudiosos da temática? E a população? Será se as pessoas da classe pobre e média baixa não têm o direito de conhecerem o cangaço? Os alunos de escolas públicas não são leitores dignos de livros de tão nobres escritores? A popularização do livro é uma luta que tem que ser travada na sociedade brasileira. Esses livros luxuosos do cangaço estão se tornando obras para burgueses ver. O que me surpreende é que, quando se abre o livro, depara-se com uma série de patrocinadores, empresas estatais ou privadas, que, até onde meu pequeno conhecimento alcança, patrocinam para ter isenção fiscal, e para que a obra venha a ter um valor mais acessível ao público.
            
Só queria através dessas palavras despertar a reflexão se realmente estamos escrevendo e pesquisando para o público, ou apenas para uma pequena parcela seleta da sociedade, para os nossos pares intelectuais. Penso que temas históricos devem ser popularizados, quanto mais leitores, mais rumos se abrirão para enriquecer o nosso campo de estudo.Livros são guardiões de memórias, são tesouros extremamente valiosos, mas tesouros que só tem sentido de existir se tiverem leitores, se todos os interessados puderem ter acesso a eles, porque se não, não significará nada mais do que um entulho de papel empoeirado em uma estante. Parafraseando aquela ideia que está se tornando senso comum, Lampião é uma marca que vende, é cultura, é história, e é dinheiro!

Saudações cangaceiras!
Prof. Ms. Wescley Rodrigues
Catolé do Rocha – PB

ALGUNS DE NÓS SAIMOS DE MOSSORÓ, MAS MOSSORÓ NUNCA SAIU DE NÓS!

Por: Honório de Medeiros

Da esquerda para a direita, no sentido horário:
 Anchieta Medeiros, Fernando Negreiros, Segundo Paula, Honório de Medeiros e Benjamin Jr.


Clique no link abaixo para você conhecer a minha prima que se suicidou sexta-feita (dia 25).

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/05/direito-que-anathalia-cristina-queiroga.html

Direito que Anathália Cristina Queiroga não teve, o direito de usufruí-lo

Por José Mendes Pereira
Anathália Cristina Queiroga iria cncluir o curso de Direito este ano de 2012

O que é que pensa uma pessoa, prestes a se formar em Direito  exterminar a sua própria vida? Nós, pecadores não sabemos. Dizem que a pior vida do mundo é melhor do que morrer. Mas será que é mesmo?  Eu acho que sim. Ou apenas imaginamos que a pior vida do mundo é melhor do que morrer? Quando isto acontece uma coisa não natural está acontecendo com a vítima.


Anathália Cristina Queiroga (22 anos), tinha tudo para ser feliz. Natural de Pau dos Ferros. Iria receber o seu canudo de papel (Advogada), este ano de 2012; filha única e nascida também, no meio de um único irmão, o Jefferson Queiroga, de 27 anos, Engenheiro, formado recentemente em Natal, pela  Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Anathália tinha um namorado que muito a amava, e além do mais, carinhoso e cuidadoso com os seus pais, amigo de todos que lhe rodeavam.

Anathália e seu pai Júlio Batista

Na sexta-feira (25 de Maio), deste ano de 2012, em Pau dos Ferros, à tarde, Anathália Cristina Queiroga fez bolo, comprou refrigerantes, ornamentou a casa, dizendo a Edilza, sua mãe, que iria lhe fazer uma surpresa. Cuidou de se arrumar para ficar mais linda ainda; fez unhas, cuidou dos longos cabelos, e elegantemente se vestiu. Agora, sim, Anathália se era bela, mais bela ficou.


Edilza esperava que Anathália Queiroga iria lhe fazer uma homenagem, como de mãe, de mãe que muito soube criá-la com carinho... Mas se enganara. Anathália estava com outros planos, planos que ninguém soube explicar o porquê.


Mais ou menos às 8;15, (25) da sexta-feira, Anathália Cristina ligou para o namorado, dizendo-lhe que naquele momento iria se despedir do mundo, pois não queria mais viver.

Anathália colada ao seu irmão Jefferson Queiroga

O namorado apavorou-se, dizendo-lhe que não fizesse aquilo, o esperasse, pois estava chegando em casa e muito  a amava, não o deixasse sozinho, e que muito precisava da sua companhia.


Mas Anathália Cristina estava decidida. O mundo que talvez para ela não representasse mais nada, tinha chegado o fim.


O namorado sabia que se encontrava um pouco distante da residência e seria muito difícil encontrá-la ainda com vida. Ligou para Edilza, mãe da Anathália, que também se encontrava distante de casa, apressasse os passos, Anathália Cristina Queiroga, pelo o que havia ouvido dela, através da ligação, tinha planejado um suicídio.


Se o namorado estava apavorado, muito mais estava Edilza. Chegaram em casa ao mesmo tempo, mas quando arrombaram a porta da cozinha, Edilza e o namorado viram a linda Anathália dependurada por uns fracos punhos de rede. Anathália Queiroga que antes Deus estava em sua companhia, aqui na terra, agora Anathália está no céu em companhia de Deus.

Anathália e sua mãe Edilza Queiroga

Adeus, Anathália!  Você se foi para junto de Deus, mas aqui na terra, nós que somos seus familiares e  continuamos vivos, jamais esqueceremos os bons momentos que passamos juntinhos de você.


Não tive a honra de ser teu padrinho, como sou do Jefferson, teu irmão, mas eu, meus filhos e esposa, sempre a recebemos com carinho, e que a primeira casa que você e seus pais passavam quando vinham de Pau dos Ferros para Mossoró, com certeza era a nossa.


Diz a canção feita pelo poeta Roberto Carlos, que: “morrer não é o fim”. E se não é o fim, você, com certeza, está bem juntinho de Deus.

Clique para assisti-lo

Recebi a triste notícia no sábado, (26), bem cedinho, e ainda dormia, quando Rita, minha esposa me chamou, chorando e sem poder me explicar o que havia acontecido com você. Isto para mim foi tão triste, em saber que você resolveu dar fim a sua estimada vida.


Adeus, Anathália Queiroga! Um dia, todos nós, parentes e amigos, estaremos juntinhos de você. Poderá demorar, mas não teremos outro caminho. A estrada poderá ser outra, mas o caminho será o mesmo que você seguiu para se encontrar com Deus.


No momento do sepultamento, Cemitério Novo de Pau dos Ferros, bem próximo a cidade de Encanto-RN uma jovem, sua amiga e da família, relatou o caso de outra amiga que há poucos meses morrera, lá na UnP de Natal. As três colegas formavam uma trempe que onde uma estava, com certeza, ao seu redor, as outras duas ali se encontravam.

Jefferson -  irmão e Edilza, sua mãe.

Adeus, Anathália Cristina Queiroga! Adeus! Até o dia em que Deus nos chamarmos para participarmos da sua casa.

Se você está com pensamentos negativos não lhe custa nada imprimir coisas boas na sua mente. Ajoelhe-se diante de Deus, ele te encaminhará  para viver feliz. Não faça jamais o que fez a minha linda e estimada prima, Anathália Cristina Queiroga.
José Mendes Pereira 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com