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terça-feira, 8 de maio de 2012

Pertences e Relíquias do Rei do Cangaço - Lampião

Por: Guilherme Machado
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Objetos do nomânde e célebre cangaceiro. Repare no luxo e requinte da época, com muitos detalhes e muita estética, no cangaço do nordeste brasileiro. Fotos retiradas do livro estrelas de couro do escritor: Frederico Pernambucano de Melo



Chapéu de couro com abas viradas para o alto. No centro 4 medalhas de ouro e prata, e 2 símbolos de flores de lírio, para mal olhados, Testeiras em medalhas de ouro, barbicachos em couro ornamentados com cravos de prata.


Anéis em ouro maciço, com gravuras do nome do rei do cangaço e sua mulher Maria Bonita. Ver gravura no anel central (vfs)  "Virgulino Ferreira da Silva" em ouro maciço 18 kilates e lapidado.


Caneca em cobre macassita bordada em ferro quente, onde Lampião degustava docChá de folha de cassutinga a Wisky White House... Esta caneca era de estimação do Capitão Lampião, Não saía do Seu coldre traseiro.


Cantil bordado a mão.  Um presente para o Capitão Lampião, da sua comadre a cangaceira Dadá.


Binóculo tipo luneta, instrumento de virgília de guerra do Capitão Lampião. Da mesma que era usada por piratas dos sete mares.


Cartucheira de ombro, toda cravejada de couro branco. Lampião usava em seu ombro direito.


2 cartucheiras uma de balas de revólver e a outra para balas de fuzil... Na medida do Capitão Virgulino.


Embornais bordados em ponto cruz. Mais um presente da comadre Dadá para o Compadre Lampião.


Alpercatas Modelo Xô Boi de numero 42. A medida do Capitão Virgulino.


Lenço de pescoço quadriculado. Um presente de Maria Bonita pra o seu  amado Capitão.


Perneira de couro em sola natural, cravejadas de Ilhós branco.  Uma bela arte feita pelo Capitão Virgulino, em seu oficio de seleiro de Nazaré dos Picos.


Facão com o cabo com a cabeça de uma águia de ouro.  Este, o capitão usava em baixo do sovaco deixando o cabo exuberante avista dos invejosos cangaceiros.


Punhal de ouro e cravejado de prata com folha de aço, medindo 80 cm. Lampião afirmava que era arma abençoada pelo rei Salomão com as estrelas de Davi.


Pistolas lugger calibre 380 mm.  9 tiros...  Uma de cano curto e outra longa pistolas de uso do comandante das caatingas: Lampião.



Dois rifles Winchester de fabicação americana, calibre 440mm. Conhecidos como papo amarelo pela sua placa amarela, na parte inferior da coronha, de manuseio do Capitão Virgulino da Silva... Observar os cravejamentos do primeiro rifle.


Extraído do blog Portal do cangaço de Serrinha - Bahia.

CORISCO, O FILHO E NÓS

Por Clerisvaldo B. Chagas.

No sábado passado fomos visitar o nosso amigo Silvio Bulhões, o filho de Corisco e um dos apresentadores do nosso livro "Lampião em Alagoas". Foi aquele papo gostoso que o Silvio sempre nos proporciona. Conversar com o ex-professor de Matemática, ex-funcionário do antigo DNER e economista Silvio Bulhões, é privilégio de poucos. O homem viera de Maceió para conhecer o lugar onde havia nascido em época chuvosa e de tiroteio entre o bando de Corisco e a polícia. Convidado que fui pelo professor Marcello Fausto e confirmado por Silvio, seguimos com os familiares de Bulhões ao lugar do seu nascimento, no dia seguinte. Ontem saímos em caravana até o povoado Piau, onde o deputado Inácio Loiola nos aguardava. Grande pesquisador do cangaço e conhecedor profundo da história do baixo São Francisco seria Inácio quem nos conduziria ao destino procurado pelo Silvio. Fiquei logo impressionado com o povoado Piau, distrito de Piranhas, pelo seu extraordinário crescimento que parece uma cidade, limpa e bonita. Como fazia anos que não viajava para a região fui ficando deslumbrado com a beleza dos lugares, que se implantam num belo raso de caatinga onde estão, além do Piau, os povoados Candunda e Caboclo, tudo palco de andanças e aventuras de Lampião e sua gente.

Logo a caravana ganhou mais adeptos e seguimos rumo à "fazenda Beleza", guiados por Inácio Loiola. Situada num alto com visão panorâmica, a fazenda Beleza está situada em um tipo de terreno semelhante a outros lugares de proximidades do rio São Francisco como Petrolina e Delmiro Gouveia, por exemplo. Vegetação com amplo domínio de catingueiras pequenas em terreno tipo piçarra, semeado de pedregulhos. Foi ali na fazenda Beleza onde Dadá deu à luz ao filho Silvio Bulhões. A fazenda na época pertencia ao senhor João Machado e está situada no município de Pão de Açúcar. A casa do proprietário João Machado não mais existia, mas conservava uma antiga tamarineira e várias árvores frondosas, onde o bando se arranchava e passava semanas descansando, dançando e fazendo farras. A fazenda Beleza fora dividida e os novos donos se emocionaram com a presença do filho de Corisco. Infelizmente o Sol estava muito alto para seguirmos a pé até o lugar exato onde Silvio nascera, apontado pelo senhor Benedito, o novo dono, como a "Pia de Corisco".

Pia é um lugar onde um lageiro acumula água da chuva ou água de minação no terreno vizinho. Aqui na minha região de Santana do Ipanema, ninguém chama pia, mas sim caldeirão, pedra d"água, caldeirão de pedra. Após muita conversa entre Silvio e o casal proprietário da fazenda Beleza, permeada de histórias de Corisco, Lampião e volantes, despedimo-nos e descemos rumo a Piranhas. Ali perto ficava a célebre "fazenda Emendadas", ponto de encontro entre Lampião e o tenente Bezerra, mas não houve tempo de visitá-la.

CORISCO, O FILHO E PIRANHAS

Estrada boa, agradável e bem sinalizada, deixava o passeio mais seguro. Logo chegamos ao entroncamento de Olho d"Água do Casado, mas não entramos na cidade. Deixamos à direita, que leva a Delmiro Gouveia, entramos à esquerda em busca de Piranhas. Vi de longe o bairro Xingó, passamos pelo novo bairro de Piranhas, localizado na chã, bonito e cheio de belos prédios e, descemos a escarpa do desfiladeiro avistando a cidade encantada se banhando no azul paradisíaco do Velho Chico. O nosso anfitrião Inácio Loiola, foi indicando para visitas a casa da cultura e o museu do lugar. De palestra em palestra, de informações a informações, íamos apontando os lugares que faziam parte da história da cidade e dos episódios cangaceiros. Piranhas estava cada vez mais ornada e atraía turistas de vários municípios, como outrora atraiu, cativou e amarrou o célebre Altemar Dutra em suas ruas enluaradas. Em breve o trenzinho estará matando saudades dos tempos áureos de Piranhas, levando e trazendo turistas numa extensão de 12 quilômetros, margeando o filé da Natureza.

Por fim, foi marcada uma segunda viagem entre Silvio Bulhões e Inácio Loiola, para a cidade de Gararu (Sergipe), onde está localizado importante documento que interessa a Bulhões. Dando a boa nova sobre a recuperação do escritor do cangaço, Alcino, Inácio convida o Silvio para a terceira viagem a serra da Jurema, município de Água Branca (Al) local de nascimento de Corisco. Negócio fechado. Foi, então, que fomos conduzidos para um restaurante no cimo do despenhadeiro, onde a famigerada peixada se fez presente. Dali do alto é que o indivíduo tem melhor ideia do que seja o paraíso.

A comitiva era composta pela estrela Silvio Bulhões, sua esposa dona Lourdes e familiares: Sérgia, Cristino, Karine e Zé Luiz; diretora de Cultura de Santana do Ipanema, Vera Malta; pesquisador e professor Marcello Fausto; escritor Clerisvaldo B. Chagas; deputado e pesquisador Inácio Loiola e seus três amigos também da região. Voltando satisfeito Silvio Bulhões, a comitiva vai pensando nos banhos de Gararu.

Para completar, recebo foto e notícias de Alcino, através de E-mail do escritor Archimedes Marques. Deus levante aquele exímio escritor do cangaço. Quanto ao convite sobre o lançamento do livro "Lampião o Mata Sete", em breve confirmarei ou não, Archimedes, a minha presença em sua honrosa festa sergipana. 
Autor:  Clerisvaldo B. Chagas.