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domingo, 29 de abril de 2012

Poesia de Edimar Monteiro

 
AGRADEÇO AO MEU DEUS
Edimar Monteiro


Agradeço ao meu Deus
Por minha mulher dizer
Meu querido no jantar
Pouco temos pra comer
Eu olho pra ela e digo
Só em você está comigo
Muito tenho a agradecer


Agradeço ao meu Deus
Por minha filha falar
Não quero lavar a louça
Nem a roupa engomar
Isto me deixa contente
Pois a filha adolescente
Ao meu lado sempre está


Agradeço ao meu Deus
Pelas broncas do gerente
A maioria das vezes
Magoa demais a gente
Isso é coisa do passado
Ainda estou empregado
De Deus isto é um presente


Agradeço ao meu Deus
Pelo estrago que ficou
Depois daquela festinha
Que muito me alegrou
Pois sei que estou rodeado
De amigo por todo lado
Honras que Deus ofertou


Agradeço ao meu Deus
Por muito ter engordado
Porque isto quer dizer
Que estou bem alimentado
Não me falta suprimento
Isto é um lenimento
Neste mundo flagelado


Agradeço ao meu Deus
Por ser justo e fiel
E por ter o meu espaço
Nesta torre de Babel
Louvo-te de coração
Por me dar a permissão
De fazer este cordel


Marcos Mairton
http://mundocordel.blogspot.com.br/2012/04/poesia-de-edimar-monteiro.html

ZEN & MIDIA com CPI - Por: Marcos Costa

HQ                                                                                                     MESTRE ZEN
CHARGE
CPI da MÍDIA. 

EU APOIO !

Enviado por Marcos Costa do blog da Costa

O cangaceiro Balão enfeitou as suas respostas mais do que devia

Por: José Mendes Pereira

Em 1973, o cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era necessário tanta fantasia.

O cangaceiro Balão

“-Estávamos acampados perto do Rio São Francisco. Lampião acordou às 5 horas da manhã e mandou um dos homens reunir o grupo para fazer o ofício de Nossa Senhora. Enquanto lia a missa em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das barracas, respondendo amém e batendo no peito na hora do Senhor Deus".
 Continua: "-Terminado o ofício Lampião mandou Amoroso buscar água para o café. Mas quando ele se abaixou no córrego veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras, a 20 metros da barraca de Lampião. Pedro de Cândido, um dos nossos, havia nos traído, e acho que tinha dado ao sargento Zé Procópio até a posição das camas."

"-Numa rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca..."

E continua o cangaceiro Balão: "-Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto, mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado, e com jeito coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo, calcei uma alpargata. A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha perna e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar. O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada.

"-Então vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."
Continua  Balão: "-Moeda, Tempo Duro (este não aparece na lista oficial dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcino Alves Costa); Quinta-feira, todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas mulheres. Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas foi encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam nas pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um inferno. Luiz Pedro ainda gritou: -Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".

Em minha opinião esta afirmação do cangaceiro Balão contraria o que disse Mané Veio, pois nas declarações que deu aos repórteres, o policial  levou um bom tempo para assassinar Luiz Pedro.
Continua: "-Uma vez me perdi do bando e fiquei um ano nas caatingas de Bebedouro, Jeremoabo, Cipó de Leite, sem ver uma alma viva. No começo eu estava com ANJO ROQUE e sua mulher".
Continua o depoente: "-Corri até ele, peguei seu mosquetão e com Zé Sereno conseguimos furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".
Minhas inquietações:

1 - Será mesmo que depois da missa ele voltou a se deitar?

2 - Como foi que ele viu que a bala que atingiu o rei foi mesmo no meio da testa, quando ele diz que Lampião estava de costas?

3 - Como foi que no meio de um cerrado tiroteio ele teve coragem de ir pegar o mosquetão de Luiz Pedro que já estava morto?

4 - Como foi que ainda deu tempo para ele contar os mortos, pois no meio de um tiroteio, qualquer ser humano não espera por nada, muito menos para contar quem lá morreu?

5 - Como foi que ainda deu tempo para ele calçar as alpargatas?

6 - Por que Balão caiu quando ele e o policial ambos atiraram, se ele não sofreu nenhum impacto para ser derrubado?

7 - Balão disse que após o massacre ao grupo de cangaceiros passou um ano nas caatingas sem ver um pé de pessoa, comendo carne de bode. Onde ele arranjava fósforos para fazer fogo e cozinhar a carne? 

O amigo Balão fantasiou algumas respostas. Muitas verdades, é claro, mas outras, fantasiadas. Gostaria muito que as suas respostas fossem verdades. Mas pelo que ele disse, não há como eu acreditar em todas.

Este artigo foi também publicado no blog Cariri Cangaço, com o título:
 Um pouco mais Angico, só para não perder o ritmo.... Por: Mendes e Mendes

http:/cariricangaco.blogspot.com

Clique neste link para você ler com mais detalhes a entrevista que o cangaceiro Balão cedeu à "Revista Realidade"

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/06/cangaceiro-balaosensacional-entrevista.html

Se você não o leu, clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/04/o-cangaceiro-balao-enfeitou-as-suas.html

“VÁ NÃO ZEZIM!...” – “EU VOU, EU VOU!” (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

A linda sertanejinha entrou em casa correndo, assustando sua mãe. Jogou-se na cama aos prantos e ali ficou em tempo de se acabar. Cruel destino esse de amar alguém que agora decidia arrumar o embornal e cortar as estradas sangrentas dos sertões, saber que cada momento não era garantia de um só instante amanhã.
Ser amigo das catingueiras, dos bichos do mato, mas também inimigo das tocaiais e das emboscadas; ser amigo do sol e da lua, de cada poço d’água encontrado, mas também inimigo da curva da estrada, do morro adiante, da mataria silenciosa demais; ser amigo da sorte e do perigo, da vida aventureira e da luta contra as injustiças dos poderosos, mas também inimigo das forças governamentais, das armas da volante, dos coronéis mancomunados.
A mãe implorou de joelhos, pediu por tudo na vida e por todos os santos que o seu menino deixasse pra trás aquela decisão tomada. Não suportava imaginar ter o seu filho único, tendo deixado o cheiro de mijo há tão pouco tempo, sendo cangaceiro do bando de Lampião, arriscando a vida em que cada passo que desse. Tinha só coisa de quinze anos, portanto molecote ainda pra seguir destino tão arriscado.
Seu pai, o vaqueiro ainda novo e tão já envelhecido pelas lutas na vaqueirama, preferia não dizer nada sobre a decisão ostentada pelo filho. Verdade é que era tomado por uma sensação estranha por dentro. De um lado o orgulho pela valentia e destemor do seu menino, mas de outra banda o medo pelo desconhecido, pela entrega sem volta do seu a um mundo cercado por confrontos sangrentos, fugas desesperadas, ataques morticidas.
Enquanto a mãe chorava e fazia orações pelos cantos do velho casebre, o pai se punha de cabeça baixa sentado num tronco derrubado lá fora. Era uma agonia danada, uma dor no peito de não querer passar mais. Ele já tinha chamado o menino num canto e perguntado por que de repente havia decidido entregar sua vida e seu destino ao mundo cangaceiro.
O menino ficou de cabeça baixa e demorou a responder. Mas depois disse que sentia sangue de homem valente e que gente nessa qualidade não suporta ficar sem fazer nada a não ser ficar dia e noite olhando pra cima pra ver se tem alguma nuvem de chuva se formando, sofrendo junto com os bichinhos que não tinham nem o de comer nem o de beber, naquele desvão da vida que não trazia esperança alguma.
O pai sofria ainda mais ouvindo cada palavra do filho, mas também sabia que era coisa de sertanejo verdadeiro tomar a decisão que quisesse sobre sua vida. E sem querer entrar em outros detalhes, apenas apelou para algo que talvez amolecesse o seu coração e o fizesse desistir da partida, daquela viagem de difícil volta. Então perguntou por que ele ia abandonar Mariazinha que demonstrava gostar tanto dele.
E fui a vez de o mundo parecer se abrir aos pés do menino Zezim. Virou as costas pro pai, deu uns passos à frente, olhou para o mundo ao redor, percebeu tudo anuviado pelos olhos marejados e disse:
“Mai foi pru causo dela mermo que tumei essa decisão. Gosto tanto de Mariazinha que bem sei qui ela merece muito mais do qui um simple rapaiz sertanejo. Já dixe a ela qui vou ficá uns tempo no bando de Lampião e adespoi que já tivé famoso vou vortá e casá cum ela de veiz. E quano eu vortá ninguém vai mai me oiá cuma oia agora, quasi cuma um zé ninguém. Mai tomem tem outa coisa, pai. E vou tumem qui é pá o pai dela nunca mai dizê que num aceita ela cum eu. Se é caba macho, homi valente, vai ter...”.
Ainda de costas, agora limpando os olhos com as costas da mão, nem percebeu a visitante que havia chegado e silenciosamente se colocado ao lado de seu pai. Ainda sem ele perceber, Mariazinha se aproximou um pouco mais e disse: “Vá não Zezim! Vá não que agora já sei qui vosmicê é o homi da minha vida...”. Ele se voltou espantado, envolvido de um sentimento profundo ao ouvir aquela voz tão doce e conhecida, mas preferiu dizer: “Eu vou, eu vou. Mai vorto, mai vorto...”.
Não havia mais o que fazer, pensou ela enquanto o abraçava apaixonadamente. Foi quando lhe segredou alguma coisa ao ouvido. E no outro dia os dias tomavam o rumo das caatingas, de mãos dadas pelos caminhos cangaceiros dos sertões nordestinos.

Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Fotos inseridas sem autorização

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

Inseri nesta página várias fotos de cangaceirólogos sem autorização. Mas se algum estudioso do cangaço não quiser que a sua foto permaneça nesta página, ou mesmo da sua esposa, basta enviar-me e-mail: josemendesp58@hotmail.com, pois será excluída sem nenhum constrangimento, já que nenhuma delas foi autorizada pelo seu dono.

José Mendes Pereira

A Revolta da chibata-Guerra dos cangaceiros


A Revolta da Chibata
Local: A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país
Causas: Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República (1889), foram restabelecidos no ano seguinte (1890) por um decreto nunca publicado no Diário Oficial, o qual, mesmo assim, foi tomado por base pela Marinha de Guerra, estando nele previstas:
“Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX.
Objetivos: O objetivo dos revoltosos era acabar com as chicotadas ou chibatadas, que ainda faziam parte do código de disciplina da marinha.... além disso, as condições de trabalho eram terríveis, a comida, de péssima qualidade... foi contra isso que os revoltosos tomaram o controle dos navios e ameaçaram bombardear a capital brasileira.
Reação do governo: O governo manda prender João Cândido e seus companheiros. Dois anos depois, eles são julgados e absolvidos.
Curiosidades: De acordo com Marco Morel, uma das curiosidades dessa história é que tanto o autor do livro quanto o personagem principal foram perseguidos por seus feitos. Após a vitória do movimento, o gaúcho João Cândido foi preso por um tempo, sofreu torturas e foi expulso da Marinha.
Guerra dos cangaceiros
Local: Ocorreu no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX.
Causas: As causas do surgimento do cangaço foram de natureza variada. A pobreza, a falta de esperanças e a revolta não foram as únicas. Isso é mais que certo. Mas foram estas circunstâncias as mais importantes para que começassem a surgir os cangaceiros. Muitos, como dissemos, eram pequenos proprietários, mas mesmo assim tinham que se sujeitar aos coronéis. Do meio do povo sertanejo rude e maltratado surgiram os cangaceiros mais convictos de que lutavam pela sobrevivência.
Objetivos: Era simples, conforme declarou o cabo Gregório do Nascimento, que assumiu o comando do navio São Paulo: conseguir o fim do castigo corporal e melhorar a alimentação.
Curiosidades: O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", denominado o "Senhor do Sertão" e também "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.
Por parte das autoridades Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.
Postado por Carlos

Uma moeda de cangaceiro à venda

Por: Rubens Antonio
 
Esta moeda pertenceu à bandoleira de um cangaceiro, estando, atualmente, em posse do estudioso Orlins Santana. Este divulga, neste site, o seu interesse em negociá-la.

Para contatos, estes devem se dar pelo email
orlins@hotmail.com

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio

Sempre eterno (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

Sempre eterno


Li da garrafa
jogada ao mar
que o amor não é
nem o amor será
senão a eternidade
de cada instante
construído na feição
para se eternizar
para apaixonar
para ter o durar
do amor enquanto
quiser se eterno
feito garrafa ao mar
amor navegante
até um dia repousar
no leito da saudade
que só é permitida
ao que pode lembrar
do amor de um dia
e do seu continuar.



Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com