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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jornal de Passos

Matuto no Futebol

 

BEM-VINDOS AO MUSEU DA FAMÍLIA!

Por: Lusa Vilar
 
Eu já havia feito esta postagem há algum tempo atrás, mas o slide estava dando problema e eu resolvi excluir. Havia esquecido de voltar a postá-la. No entanto, hoje, recebi um e-mail da minha amiga Carlinda com o seguinte teor: 
"Lusa, desta vez me assustei! Não me lembro se já vi tanta criatividade.
Usastes realmente tua capacidade de resgatar imparcialmente, com as fotos reais da tua história de vida, um tema tão esquecido e desacreditado nos dias de hoje como a família.
O museu da família apresentado por ti, mostra mais uma vez o amor que tens pela tua família primeira na casa de seu Toinho e Dona Rita e vais passando para a família que formaste com Carlos e com certeza esse processo vai se estendendo pelo teu exemplo a teus "princesos" ...
Parabéns pelo exemplo que deixaste neste escrito para os corações capazes de entender.
Beijo de Carlinda"
Museu da Família
More PowerPoint presentations from Lusa Vilar
 
Em agradecimento a sua mensagem, dedico esta republicação a minha amiga Carlinda, que tem dado provas incontestáveis do seu amor pelos seus familiares e, sobretudo, por ser ainda uma das pessoas que, como eu, acredita ser essa instituição a base para uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária.
Muito obrigada, amiga, pelas sua mensagem. Beijos.
Lusa Vilar
Comentário da
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Lila Piancó sobre o artigo acima, escrito por Lusa Vilar
Anteriormente, mesmo sem o hábito de sentar em família e buscarem os Sagrados ensinamentos de Deus. Os ensinamentos e orientações eram passados aos filhos: O amor ao próximo, o respeito aos mais velhos, enfim havia a preocupação de transmitir aos filhos, direta ou indiretamente, as Verdades Divinas.
Hoje, o lar vivencia pura e simplesmente as necessidades materiais, a luta por essa conquista é infindável. Esquecendo que elas são passageiras, que nós filhos de Deus vamos ter que voltar um dia e precisamos levar uma bagagem bem diferenciada da que levaríamos para uma excursão em outro País, ou em outra cidade.
A própria LUZ do Evangelho nos esclarece que, um lar sem Deus, é uma casa para as trevas. Não existe felicidade sem o CRIADOR de todos nós. A preocupação da Espiritualidade Iluminada é constante com relação à situação das famílias, dos lares que no momento preocupam-se em amontoar tesouro na terra.
Sabemos que a nós, pais, um dia será perguntado: “O que fizestes ecônomo infiel dos bens que te confiei”? Se tivermos a misericórdia de direcioná-los ao bom caminho veremos as suas felicidades, caso contrário, veremos na vida de dor e sofrimento. Tudo isso que foi colocado no museu da família, era uma realidade de vida, as galinhas apresentadas eram mostradas com carinho e muito amor. Era uma recepção realizada com muita alegria a família recém-chegada.
Hoje, moramos perto uns dos outros, mas geralmente verbalizamos: Não tenho tempo! Verdade, mas por quê? As coisas supérfluas foram sendo valorizadas na nossa vida, deixando para trás as únicas coisas e oportunidades de nos tornarmos uma verdadeira família ligada pelos Laços do Amor. Visite e analise como seria bem mais fácil encontrarmos o caminho de volta a nossa própria felicidade.
http://boadonadecasa.blogspot.com/.
Está muito linda nesta foto! belíssima...
Adendo
A autora deste artigo é prima legítima do escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima
Extraído do blog: Raízes"

DE BULLYING.


Quando eu era criança, há milhões de anos, o termo Bullying não havia sido criado, creio eu. Se  o politicamente correto já tivesse em voga eu seria milionário por tantos processos ganhos. Para começar os apelidos eram as coisas mais comuns, não só comigo, era tudo recíproco. Era Bullying pra lá, e Bullying pra cá, sem contar as famosas brigas no final da aula(Vou te pegar na saída!!). Hoje é tudo muito complicado, os pais não podem mais dar uma tapa no atrevimento dos filhos, que já são levados pro conselho tutelar.Com certeza meus pais teriam pegado prisão perpétua(Risos...). A consequência desses "super direitos adquiridos" é a proliferação dos "psicopatas mirins". Um pouco de provocação e um tapinha na hora certa não matam ninguém.... e os politicamente corretos....Me desculpem se quiserem. 
Vianney

DE BULLYING II


No excelente livro recém lançado "Vivendo em voz alta", o showman Miguel Falabella diz:"Não há como fugir do Bullying. Ele vem de todos os lados, e quase nunca temos tempo de identificar o agressor antes que ele possa atacar. Há entretanto, uma atitude comum para aqueles que sofrem de Bullying e que deve ser adotada. O agressor faz o que faz em busca de atenção. Geralmente são medíocres urrando sua total incapacidade de relacionar-se com a espécie."  Disse tudo!

O Cartão-de-Natal do Príncipe Dom Luiz -- 2

 
“Na mensagem natalina deste ano de 2011, meu olhar volta-se já saudoso para a figura de minha querida Mãe, a quem Deus Nosso Senhor aprouve chamar a Si, no dia 13 de maio último. Os limites naturais destas breves linhas não comportam quanto afeto filial teria para externar.
Mamãe integrou o limitado número daquelas Princesas a quem o casamento conduziu a terras distantes. Não imaginava ela, por certo, em sua juventude na Baviera, passar a maior parte da vida, que muito longa seria, do outro lado do Atlântico.
Assim ocorreu pelo feliz consórcio com meu Pai, o Príncipe D.Pedro Henrique, numa união que atendeu judiciosamente aos interesses das duas Casas – Orleans e Bragança e Wittelsbach – e aos ditames de coração dos dois jovens Dinastas. Casando-se com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Mamãe passava a ter seu destino indissociavelmente ligado ao deste grande País, tornando-se Mãe dedicada e extremosa de doze príncipes brasileiros.
Chegada do exílio a Família, ao fim da II Guerra Mundial, o primeiro contato de Mamãe com seu “Novo Mundo” foi em Petrópolis, por breve tempo, seguindo de alguns anos no Rio de Janeiro, na placidez de uma casa na Urca. Em 1950 meu Pai estabeleceu-se como fazenderio no Norte do Paraná, então verdadeira terra da promissão que atraía brasileiros de todas as partes. Foi esse certamente o período mais marcante de nossa vida como família, aquele em que a identificação com o Brasil, definida pelo berço, mais se imprimiu em todos nós. Na metade dos anos sessenta, quando a maior parte dos filhos buscava o ensino superior, veio a mudança para Vassouras. Com a morte de meu Pai, em 1981, Mamãe passou a ser a alma do convívio familiar, que se ia dilatando pela chegada de muitos netos.
Na fotografia que escolhi para ilustrar este cartão, reluzem os predicados que tanto a caracterizavam: dignidade, grande distinção, brilho natural, sensibilidade, firmeza de caráter; atributos estes que se manifestavam nas mais variadas situações, desde a simplicidade da vida doméstica ao luzimento de salões do Rio ou de São Paulo. Sempre igual a si mesma, Mamãe deixou por todo o Brasil, em quantos a conheceram, funda impressão de afabilidade e autenticidade como Princesa.
Mas foi a fé, recebida de seus maiores, o dom mais precioso que transmitiu e inculcou em nós, seus filhos. Naturalmente bondosa, era igualmente firme quando estavam em jogo os princípios cristãos que constituem o fundamento da existência e do lar, bem como o cumprimento do dever.
Nas numerosíssimas mensagens recebidas por ocasião de seu falecimento, o pensamento mais presente – e que muito nos consolou – foi o de ter ele coincidido com o aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, como a indicar o beneplácito de Deus Nosso Senhor em sua acolhida.
Recordando a figura afável, dedicada e piedosa de minha querida Mãe, neste Natal deposito confiante aos pés da Sagrada Família, uma prece filial por ela, bem como uma prece particular por toda a Família Imperial, por este Brasil que tão carinhosamente acolheu minha Mãe e por todos os brasileiros, especialmente os que aspiram à restauração das fibras mais autênticas da nacionalidade, nas vias da civilização cristã.
Luiz de Orleans e Bragança”
Postado por Armando Rafael

Arte, muita arte

Desenho com lápis e papel do escocês Paul Cadden. Geniais, não são?

 
Você conhece alguma coisa parecida? Vamos publicar aqui? Aguardo sua mensagem.
 
 

O Cangaceiro Potiguar Jesuíno Brilhante

Ficheiro:Caruaru-Fazenda-Nova-Cangaceiro.jpg
Jesuíno Alves de Melo Calado nasceu no sítio Tuiuiú, no município de Patu, Rio Grande do Norte, em 1844. Filho de José Alves de Melo Calado e D. Alexandrina Brilhante de Alencar.
Para Câmara Cascudo, ele "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos velhos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas (...) Baixo, espadaúdo, ruivo, de olhos azuis, meio fanhoso, ficava tartamudo quando zangado. Homem claro, desempenado, cavaleiro maravilhoso, atirador incomparável de pistola e clavinote, jogava bem a faca e sua força física garantia-lhe sucesso na hora do "corpo a corpo". Era ainda bom nadador, vaqueiro afamado, derrubador e laçador de gado.
Sua pontaria infalível causava assombro, especialmente porque Jesuíno, ambidestro, atirava com qualquer das mãos.
Casou com D. Maria, tendo cinco filhos dessa união.
Envolvido com uma questão de família, Jesuíno matou o negro Honorato Limão, no dia 25 de dezembro de 1871. Foi sua primeira vítima.
Como lembra Tarcísio Medeiros, era "irredutível em questão de honra". O autor, em seguida, cita um texto de Raimundo Nonato, que narra um episódio, onde Jesuíno Brilhante se hospedou em uma casa. O marido estava ausente. Um bandido, de nome Montezuma, procurou se aproveitar da situação para perseguir a proprietária da casa. Jesuíno, revoltado, matou o malfeitor. Outro caso: assassinou um escravo, José, porque tentou violentar uma mulher.
Segundo Cascudo, "ficaram famosos os assaltos à cadeia de Pombal(PE) para libertar seu irmão Lucas (1874) e, no ano de 1876, à cidade de Martins (RN). Cercado pela polícia local, Jesuíno e seus dez companheiros abriram passagem através de casas, rompendo as paredes, cantando a antiga "Curujinha".
Câmara Cascudo afirma ainda que Jesuíno "nunca exigiu dinheiro ou matou para roubar".
A imaginação popular acrescentou à biografia do cangaceiro centenas de batalhas, das quais Jesuíno Brilhante teria participado sem que tivesse levado um só tiro...
Em dezembro de 1879, na região das Águas do Riacho de Porcos, Brejos da Cruz, na Paraíba, Jesuíno foi atingido no braço e no peito, sendo levado, agonizante, por seus amigos. Morreu no lugar chamado "Palha", onde foi sepultado.
Em 1883, o Dr. Francisco Pinheiro de Almeida visitou o túmulo do bandido e levou a caveira do cangaceiro para sua casa, em Mossoró. Após sua morte, a caveira de Jesuíno foi levada para o Grupo Escolar "30 de Setembro". No ano de 1924, a caveira foi transferida para a Escola Normal.
tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_9g.htm

Antonio Silvino: O Cangaço Presente em Campina Grande


Nascido no dia 02 de Setembro de 1875, em Afogados da Ingazeira-PE, filho de Francisco Batista de Morais e Balbina Pereira de Morais, Manoel Batista de Morais, mais conhecido como "Né Batista", era irmão de Higino, Zeferino e Francisco Batista de Morais.
Foi a partir da morte do seu pai, conhecido como "Batistão do Pajeú" que, em companhia do irmão Zeferino, enveredou pelos caminhos do cangaço, no ano de 1896.
Movido pelo sentimento de vingança, mata Desidério, o assassino do seu pai, adota o nome de Antonio Silvino e se torna um dos mais temidos cangaceiros que precederam Lampião, liderando o bando do seu finado tio Silvino Ayres.
No auge da sua vida como bandoleiro, atuou em cidades do Compartimento da Borborema. Agiu em cidades como Fagundes, Esperança, Monteiro, Alagoa Grande e, tendo Campina Grande como centro das suas investidas, haja visto a presença de coiteiros na região e pela amizade que detinha com fazendeiros locais, dentre ele, o Coronel Eufrásio Câmara, adversário do prefeito Cristiano Lauritzen.
No ano de 1907, a sociedade de Campina Grande vivia a expectativa da chegada do trem da Great Western pela primeira vez, em meio a ansiedade gerada com a promessa de Antonio Silvino de tombar o trem no dia da sua inauguração. Silvino já havia arrancado trilhos, prendido funcionários e sequestrado engenheiros da compahia ao longo da implantação do sistema ferroviário no Estado da Paraíba.
Antonio Silvino (foto da prisão)

Segundo o 'fac-simile' da reportagem da chegada do trem em Campina Grande, publicado no Diário de Pernambuco em 06 de Outubro de 1907, "[...]No dia da inauguração da estrada de Campina, Antonio Silvino, esteve no Alto Branco, onde soltou diversas girândolas, naturalmente festejando aquelle dia. Nesse logar declarou que o trem de Campina correria sómente três vezes, o numero necessário para as moças da referida cidade conhecerem-no. Ainda esteve no Geraldo e no Areial de Alagoa Nova, a 15 kilometros de Campina Grande, roubando, trucidando, matando animais e comettendo os maiores desatinos. Ante-hontem, à noite, chegou em Campina Grande uma força federal que anda em perseguição do bandido."


Na Paraíba teve no Major Joaquim Henriques seu principal perseguidor. Porém, fora preso em Pernambuco no ano de 1914, pelo delegado do município de Taquaritinga, o Alferes Teófanes Ferraz Torres. Nesta época, o governador do vizinho estado era o General Dantas Barreto, ex-Ministro da Guerra do governo Hermes da Fonseca.
Levado para cumprir pena, era o preso 1122, ocupando a cela 35 da antiga Casa de Detenção do Recife.
Dotando-se de comportamento exemplar, após 22 anos de pena, foi libertado em 1937 após receber um indulto do então presidente Getúlio Vargas.
Como homem livre, adota a residência da prima Teodolina Aires Cavalcanti, localizada na esquina da Rua João Pessoa com a Arrojado Lisboa, onde hoje se localiza uma agência de veículos, em frente à Praça Félix Araújo.
Em Campina Grande viveu de 1937 a 1944, quando enterrou sua alcunha, e dividia a vida caseira com a frequência à Igreja Congregacional da Rua 13 de Maio; embaixo do braço, não mais o rifle e, sim, a Bíblia Sagrada.


Teodulina Cavalcante (Prima) - Fonte (*)
Casa de Teodulina Cavalcante, era localizada na Rua Arrojado Lisboa, em Campina Grande - Fonte (*)
Fontes
Pesquisadas: Diário da Borborema
(http://www.diariodaborborema.com.br/2010/08/01/cotidiano2_0.php)
Diário de Pernambuco
(http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/08/01/brasil2_0.asp)
Jornal O Norte
(http://www.jornalonorte.com.br/2010/08/01/diaadia5_2.php)
Blog Lampião Aceso (http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/11/um-cangaceiro-na-detencao.html)
Vitrine do Cariri (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Silvino)
Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Silvino)
(*) BARBOSA, Severino. "Antonio Silvino: O Rifle de Ouro - Vidas, Combates, Prisão e Morte do
Mais Famoso Cangaceiro do Sertão". 2ª Edição - CEPE, Recife. 1979.

Agradecimentos ao professor Mario Vinicius Carneiro Medeiros pela foto do túmulo de Antônio Silvino

INEVITÁVEL (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

INEVITÁVEL


E de repente o espanto, o susto, a alegria, o enternecimento, a dor, a tristeza, algo que inesperadamente acontece. Mas por que reações assim, se isso ou aquilo haveria de acontecer um dia?

Eis que o ser humano, apenas caminhando pela estrada, com a costumeira pressa de chegar, sentirá estranheza ou desconforto se pisa numa ponta de pedra ou se um espinho lhe fere. Sabia da normalidade desse acontecer, mas insiste em não aceitar a ocorrência.
Verdade é que parece que ninguém aceita ou está preparado para o inevitável, o que mais cedo ou mais tarde irá ocorrer. Ninguém se espelha no tempo, ninguém mira a natureza. O que existe agora, de repente já tomou outra feição.
Evitável é a ação premeditada, o forjar acontecimentos, o passo que se dá pelo caminho conhecido e mais perigoso que exista; mas o inevitável refoge ao querer imediato, bastando-se simplesmente na expectativa de que algo chegará.
Inevitável é tudo aquilo que o ser humano não pode mudar. Inevitável é tudo aquilo que nasce para ser de tal modo e se findar um dia. Inevitável é o que existe porque tem de existir, o que é porque não poderia ser diferente. Inevitável é o passo, o percurso do homem sobre a terra, e mais ainda o fim de sua estrada.
Evitável talvez seja a vida, pois muitos pretendem assim; inevitável é a morte, pois ninguém pode pretender diferente. Evitável talvez seja viver, vez que muitos se negam a aproveitar as possibilidades; inevitável será o seu fim, e ainda mais rapidamente perante aqueles que procuram evitar a vida.
Muitos pretendem evitar, mas é inevitável que o ser humano tenha nascido para viver em comunhão social, pacificamente, amando e compartilhando. Alguns procuram evitar, mas inevitavelmente nasceram para ter bom instinto, boa conduta, agir dentro de princípios morais e éticos. Fazem tudo para evitar, porém é inevitável que viver em constante transformação.
Por que colocar venda sobre os olhos se é inevitável que o ser e o coração se encantem com as manhãs, as ondas do mar brincando na areia, o encantamento do orvalho ao amanhecer, a natureza florescendo no jardim, a revoada que passa ao entardecer, a lua cheia sem nuvem, o pássaro que pousa solenemente na janela. Mesmo que finja não ter admiração, mas é inevitável que um sentimento bom vá surgindo.
Sim, inevitável é o amor, é amar, querer ser amado. Assim como aprende a apreciar e gostar do que encontra no cotidiano, o ser humano vai sendo instigado a satisfazer sentimentos íntimos, desejos nascidos no coração e que aos poucos vão reclamando realização.
Daí inevitável olhar o outro e encontrar beleza, qualquer coisa que lhe atraia, e por consequencia sentir desejo, querer estar próximo, dizer qualquer coisa que fixe uma relação diferenciada, buscar meios para o olhar mais próximo, para o calor da proximidade, o toque, o abraço, o beijo.
Até mesmo o que se permite viver na solidão, abdicando do outro e do seu amor, age assim porque sabe os limites do amar e seus inevitáveis encantos e aborrecimentos. Daí ser inevitável amar, ao outro ou a si mesmo amar, pois igualmente é inevitável nascer com sentimentos que vão sendo aperfeiçoados ao longo da vida.
Mesmo com o tempo chuvoso, com as nuvens negras tomando conta de tudo, inevitável é a presença do sol durante o dia. Está escondido, mas existindo, e voltará a brilhar assim que a tempestade passar, e assim continuará até seu momento de partir novamente chegar. E todo dia é assim, o sol nasce e morre, vem e vai embora, surge mansamente, se agiganta, para depois ir murchando avermelhado lá no horizonte.
E que sol é a vida. E que nascer e morrer é a vida. Quando o sol vai sumindo para a noite chegar paira no ar uma inexplicável tristeza, uma imensa vontade de chorar. E quando a vida avança, o sol em cada um vai perdendo seu brilho e força, no horizonte da alma é tudo tristeza e dor.
Porque a vida também se põe. E vai embora. Inevitavelmente.

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Mito e magia (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*
Mito e magia

Quando o amor
ainda não existia
o sol não amava o dia
a lua era de feição sombria
o desejo escondido permanecia
e a fonte do prazer era vazia
uma deusa triste encontrou
um deus que desconhecia
belo mas cheio de melancolia
querendo sorrir e viver
mas sem dizer o que queria
então a bela e doce mulher
sentindo no peito agonia
foi perguntar ao oráculo
como encontrar alegria
tornar feliz o coração
sonhar com doce magia
então a vidente do templo
desceu da alta escadaria
fez um desenho no chão
e perguntou se ela sabia
qual o significado
de dois pontos separados
se a mesma terra os unia
e fosse buscar resposta
no olhar daquele deus
dizer a ele o que sentia
falar do misterioso clamor
um grito chamado amor.