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segunda-feira, 26 de março de 2012

A Academia de Letras de Ilhéus convida...


CONVITE
Dia 27 de Março, nesta terça-feira, Leitura Dinâmica da peça "A Casa de Santinha" de Pawlo Cidade,
as 19 horas na
Academia de Letras de Ilhéus,
Ilhéus - Bahia

Corisco: "o cangaceiro que era um diabo"

Corisco: "o cangaceiro que era um diabo"

Fillho de Manuel Gomes da Silva e de Firmina Cleto, Cristino Gomes da Silva Cleto - conhecido depois como Corisco - nasceu em 1907, na localidade de Matinha de Água Branca, no Estado de Alagoas. Com o passar dos anos, ficou belo como um galã de cinema: possuía boa estatura, ombros largos, pele alva e cabelos louros e longos. Além desses atributos, ele era dotado de grande força física e de uma coragem extraordinária. Em agosto de 1926, entrou para o bando de Lampião, recebendo o apelido de Diabo Louro.

Corisco seqüestrou Sérgia Ribeiro da Silva - cujo apelido era Dadá - quando ela tinha, apenas, treze anos de idade. À força, colocou-a na sela do seu cavalo e fugiu pela caatinga. Dadá era morena, tinha cabelos pretos e 1,70 m de altura. Quando foi desvirginada brutalmente pelo Diabo Louro, a adolescente sofreu uma hemorragia tão intensa que quase morreu. Com o passar do tempo, porém, Corisco se tornou mais delicado, e o ódio sentido por ela se transformou, primeiro, em simpatia e, depois, em imenso amor.

Da mesma forma que a treinou para o uso de diversos armamentos, Corisco ensinou Dadá a ler, a escrever e a contar. Por sua grande coragem, ela era tão admirada pelos bandidos que certos chefes de bandos ressaltavam:Dadá vale mais do que muito cangaceiro! Com o Diabo Louro, ela teve sete filhos, mas apenas três deles conseguiram sobreviver.

De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita Brava,
Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Para o rei do cangaço, entretanto, o de Corisco sempre foi o bando mais importante de todos. Além de comparsas, os dois eram, ainda, grandes amigos.

Certa ocasião, em relação à defesa da honra masculina, o Diabo Louro adotou uma postura que, muitos anos depois, se tornou bastante conhecida no país: tratou-se do desfecho do relacionamento amoroso entre Cristina e Português. Ela o havia traído com um integrante do bando de Corisco - o cangaceiro Gitirana - e Português contratara Catingueira para limpar sua honra maculada
.

Quando Catingueira chegou ao acampamento de Corisco, chamou logo Gitirana para uma conversa particular. Naquele momento, Maria Bonita e Lampião estavam no mesmo acampamento e, por acaso, se aproximaram deles. Maria Bonita adiantou-se, sugerindo a Catingueira que a pessoa a ser eliminada deveria ser Cristina (a verdadeira culpada, segundo ela) e, não, Gitirana. Naquela hora, Corisco retrucou: Ela deu o que era dela! Ninguém tem nada com isso! Insatisfeita com a resposta, Maria Bonita continuou defendendo a contrapartida masculina: É, mas Português vai ficar desmoralizado! Já impaciente com aquele confronto, o Diabo Louro deu um basta à discussão:

Ele que cuide da mulher dele! Do meu rapaz, cuido eu!

Desde esse dia, tais palavras ficaram célebres e essa expressão vem sendo utilizada até o
presente, inclusive, por muitos políticos brasileiros. Parafraseando Corisco, os parlamentares costumam dizer: Cuidem do que é seu porque, do que é meu, cuido eu!

Em relação àquele desenlace amoroso, Lampião deu total apoio a Corisco. Cristina permaneceu com o bando, escondida durante alguns meses. Todavia, como era de se esperar, ela foi morta quando ia para a casa de familiares, já que Português contratara outros cangaceiros para matá-la. Neste sentido, não restava dúvidas: o adultério feminino não era tolerado nos bandos do Nordeste.

Lampião e seus comparsas resistiram quase vinte anos, brigando com civis que os perseguiam e com as volantes de vários Estados. Durante esse tempo, os cangaceiros assaltaram propriedades, atacaram povoados, vilas e cidades, roubaram, pilharam, torturaram e mataram seus adversários, e tiveram que conviver com intensos tiroteios e emboscadas para fugir da polícia. Nesse contexto, um acontecimento importante veio mudar, para sempre, a história docangaço.

Era a madrugada de 28 de julho de 1938, e os cangaceiros dormiam em suas barracas. Eles estavam acampados na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe. De repente, os soldados da volante surgiram, portando metralhadoras portáteis. Chegaram bem de mansinho e atacaram o bando. Foi um verdadeiro massacre! Das trinta e quatro pessoas presentes, onze foram degoladas ali mesmo (Lampião e Maria Bonita, estavam entre elas). Os demais sobreviventes, ou fugiram, ou se entregaram à polícia. Durante a chacina, Corisco e Dadá se encontravam bem longe dali, na fazenda Emendada, localizada em Alagoas.

Cinco dias após o ocorrido, Corisco invadiu a casa do coiteiro José Ventura Domingos (fazendeiro que se tornara amigo dos cangaceiros) e, pensando estar vingando o culpado, pois foi induzido por João Almeida Santos (vulgo Joça Bernardo), o verdadeiro traidor, seguiu a Lei do Talião "olho por olho, dente por dente": assassinou o dono da casa, sua esposa e filhos. Dessa forma, certo de estar vingando o bando de Lampião, que fora completamente dizimado, ele matou o dono da casa, a esposa dele e os filhos. À pedido de Dadá, o Diabo Louro deixou vivos uma mulher que amamentava um bebê, e seus três filhos pequenos, justificando: alguém tem que viver para contar a história. Após a chacina, degolou os cadáveres, colocou suas respectivas cabeças dentro de um saco de estopa e, com as seguintes palavras, enviou-as ao tenente João Bezerra:

Faça com essas cabeças uma fritada. Matei duas mulheres para vingar a morte de duas que foram assassinadas em Angico.

Em outubro de 1939, durante um duro combate contra três volantes, na fazenda Lagoa da Serra, em Sergipe, Corisco foi ferido e nunca mais se recuperou: ficou com a mão direita ficou paralisada e o braço esquerdo atrofiado. A partir desse dia, Dadá se tornou a primeira (e única) mulher no cangaço a utilizar um fuzil.

Em relação ao Diabo Louro, um aspecto importante precisa ser ressaltado: o que lhe sobrava, em termos de beleza, lhe faltava em diplomacia e habilidade para comandar. Ele era cruel, possuía modos bruscos e os coronéis - dentre os quais se encontravam os grandes fornecedores de armas para Lampião - não o viam com bons olhos e, tampouco, confiavam nele. Tudo isso também contribuiu para o enfraquecimento do banditismo. Como continuar a luta sem o apoio bélico dos coronéis? Diante do contexto, o cangaço só conseguiu resistir mais dois anos.

Em maio de 1940, Corisco dissolveu o bando. Apenas na companhia de Dadá, de Rio Branco e da mulher dele partiu para o sul da Bahia, à procura de um refúgio seguro. Iniciou, então, uma longa jornada pelo sertão. Para evitar ser reconhecido, vestiu-se de vaqueiro, cortou os longos cabelos loiros, aboliu o chapéu e as roupas do cangaço e, com todo o ouro que juntara durante todos aqueles anos, planejou ter uma vida diferente.

Enquanto isso, a Justiça oferecia uma atenuante de pena àqueles bandidos que, de forma espontânea, se rendessem. Se tal medida representava, para uns, a chance de abandonarem, definitivamente, a vida do crime, para outros (Corisco, por exemplo), era algo inadmissível.

No dia 5 de maio de 1940, por fim, na região de Brotas de Macaúbas, na Bahia, uma volante cercou o que restou do grupo e Corisco foi atingido na barriga por uma rajada de metralhadora. Ficando com os intestinos à mostra, conseguiu sobreviver, apenas, durante dez horas. Naquele mesmo conflito, Dadá foi atingida na perna e, não obstante ter passado por várias intervenções cirúrgicas, precisou amputar o pé direito. Em relação ao confronto final, ela declarou que os policiais vieram decididos a roubá-los e a matá-los, que seu companheiro era deficiente físico e não teve chance alguma de se defender.

Corisco foi enterrado em Jeremoabo, na Bahia. Dias depois, violaram a sepultura, exumaram o corpo, e deceparam sua cabeça e seu braço direito. Qual a razão de tal barbárie? Na ocasião, alegou-se que os cientistas necessitavam estudar os restos mortais do cangaceiro. Neste sentido, estes foram medidos, pesados, estudados, mas nenhuma deformidade física ou mental foi descoberta. Daí, os restos ficaram expostos à visitação pública por mais de trinta anos, no Museu Nina Rodrigues, na Bahia, ao lado das cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros componentes do bando.

Vale
registrar que, mesmo com uma perna amputada, Dadá se casou com um pintor de casas de Jeremoabo e, com ele, viveu mais de meio século. Veio a falecer em fevereiro de 1994.

Durante anos a fio, o economista Silvio Bulhões - filho de Corisco e Dadá - se empenhou bastante junto às autoridades governamentais, solicitando que a macabra exibição pública fosse interrompida, e que as partes expostas do seu pai (bem como as dos outros membros do bando) pudessem ter um enterro digno. Um passo importante surgiu com o Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965, estabelecendo um ponto final para aquela exposição. Mas, apesar da existência do Projeto, o enterro ainda demorou vários anos para ser concretizado, vindo a ocorrer no dia 6 de fevereiro de 1969.

Cabe deixar registrado que, um ano antes do surgimento daquele Projeto de Lei, o diretor e cineasta Glauber Rocha concorreria à Palma de Ouro, em Cannes, no Festival Internacional do Filme, com a película Deus e o diabo na terra do sol (e trilha sonora de Sérgio Ricardo). Era o mês de maio de 1964. Durante a projeção do filme, a platéia pôde assistir a um duelo inesquecível, travado entre Corisco (que fazia o papel do próprio diabo) e a figura sinistra de Antônio das Mortes, o matador profissional encarregado de eliminá-lo. Em uma das cenas antológicas, a da perseguição final, a platéia ouvia Antônio das Mortes gritar: Se entrega, Corisco! E, lutando com todas as forças, o cangaceiro respondendo que se entregaria, somente, em outra vida. Ainda na película, perseguidor e perseguido se enfrentam cantando a seguinte música:

Antônio das Mortes: Se entrega, Corisco!

Corisco: Eu não me entrego, não,
Eu não sou passarinho,
Prá viver lá na prisão,

Antônio das Mortes: Se entrega, Corisco!

Corisco: Eu não me entrego, não,
Não me entrego ao tenente,
Não me entrego ao capitão,
Eu me entrego só na morte,
De parabelo na mão!

Perante o público, Glauber Rocha conseguiu sedimentar o mito de Corisco como um homem extremamente indomável e de imensa determinação. Quem conhece os fatos históricos, porém, sabe que, no derradeiro conflito, ao ser atingido mortalmente pelos projéteis, o Diabo Louro - que há tempos era inválido e não podia agredir ninguém - gritou, apenas:

Maior são os poderes de Deus!

Autora: Semira Adler Vainsencher, Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco. pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Corisco. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2010

(Texto atualizado em 20 de novembro de 2007).
FONTES CONSULTADAS:
CARVALHO, Rodrigues de. Lampião e a sociologia do cangaço. Rio de Janeiro: Gráfica Editora do Livro, 1977.
CHANDLER, Billy Jaynes. Lapião, o rei dos cangaceiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
CHIAVENATO, Júlio J. Cangaço: a força do coronel. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990.
Em co-edição com o Programa Nacional do Centenário da República e Bicentenário da Inconfidência Mineira.
FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos: gênese e lutas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1963.
HORTA, Carlos F. de Melo Marques (Org.). O grande livro do folclore. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000.
LIMA, Valdemar de Souza. O cangaceiro lampião e o IV mandamento. Maceió: Serviços Gráficos de Alagoas, 1979.
LUNA, Luiz. Lampião e seus cabras. Rio de Janeiro: Leitura, 1963.
MACHADO, Maria Christina Russi da Matta. Aspectos do fenômeno do cangaço no Nordeste brasileiro. São Paulo: [s. n.], 1974. (Coleção da Revista de História). Sob a direção do Professor Eurípedes Simões de Paulo.
MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião, seu tempo e seu reinado. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.
MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa, 2004.
MELLO, Frederico Pernambucano de. Quem foi Lampião. Recife;Zurich: Stahli, 1993.
OLIVEIRA, Aglae Lima de. Lampião, cangaço e Nordeste. Recife: Edições O Cruzeiro, 1970.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Os cangaceiros - Les bandits d´honneur brésiliens. Paris: Julliard, 1968.
SCHUMAHER, Schuma; BRAZIL, Érico Vital (Org.). Dicionário das mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
SILVA, Manuel Bezerra e. Lampeão e suas façanhas. Recife: Companhia Editora Nacional, [1966].

Revendo - Virgulino Ferreira, o Perfil -Olho no Olho...

Por Alfredo Bonessi
Alto, magro, moreno escuro, quase pardo, esguio, meio corcunda, ágil, saudável, resistente a fadigas, manco do pé direito por causa de bala - segundo quem lhe conheceu - por causa de calos no pé segundo declarações dele mesmo, em estado espiritual, a um programa de televisão, com belida no olho direito, um leucoma, assim era o corpo de Virgulino Ferreira, vulgo Lampião. De personalidade alegre, disposto, temperamento inconstante, sujeito a crises de fúria e descontrole, místico, religioso, rezador, intuição apurada, perspicaz, agudeza de raciocínio, inteligente, líder nato, exímio atirador de armas curtas e longas, fazendeiro, domador de animais de montaria, vaqueiro campeão, amante de bebidas finas, cigarros, charutos e mulheres, excelente trabalhador em couro e tecidos, narcisista, impiedoso, cruel, vingativo, justiceiro - falso moralista, abusou sexualmente de algumas mulheres, embora, hoje, não sabemos se eram esposas ou filhas de inimigos, mesmo assim são fatos lamentáveis e inaceitáveis para qualquer época de uma geração.  Desconfiado, prudente, calculista, infiel mas respeitador das opiniões da companheira, maleável até certo ponto, principalmente em algumas decisões a ponto de alterar as ordens dadas por interferências dela, respeitado, temido, considerado, perigoso, astuto, inquisidor, julgador, musico, dançarino, corajoso, amigo, leal, acreditava nas pessoas, perfeccionista , gostava de tudo o que era bom, rico, comerciante, artífice, laborioso, habilidoso e estrategista.
Lampião em Pombal
Lampião foi um homem notável para o seu século. Não existiu até o presente momento ninguém mais do que ele, igual a ele, em mesmas circunstâncias, fazer o que ele fez em um ambiente hostil, carente de meios e desprovido de tudo, por tanto tempo assim – mais de vinte anos - acossado por centenas de volantes policiais. A impressão que se tem pela fotografia, é que em 1928 – na visita a Pombal, possuía um relógio de pulso no braço esquerdo. Não sabemos até hoje como conseguiu gravar o seu nome e o de sua mulher no interior das alianças que ambos portavam e que simbolizavam a paixão que um nutria pelo outro.
Gostava de tudo que brilhava, que reluzia. Quem o avistasse pela primeira vez ficava impressionado com aquele homem impecavelmente trajado de azul, ou brim caqui, apetrechos ricamente ornamentados de variadas cores e matizes, armas luzidias nas mãos prontas para o uso, tez da cor de cuia, olhar firme, voz rouca, sons profundos que calavam fundo na mente de quem o ouvia – de repente a pessoa, em seu intimo, sentia um arrepio, um frio, um medo, um temor – sentia a impressão que estava correndo um grande perigo, e aguardava, apavorada, a qualquer momento o bote daquela fera perigosa, de punhal em riste, e com a ponta do aço duro cutucar a veia jugular na tabua do pescoço, sangrando a vítima em questão de segundos.
O pavor que os nordestinos sentiram quando estiveram frente a frente com Lampião, sentiram também os homens que outrora conviveram com pessoas diferentes e superdotadas, como por exemplo quem esteve nas presenças de
Alexandre, O Grande...
Julio César, Nero e Napoleão Bonaparte – personagens da história, grandes personalidades em suas diferentes épocas, alguns líderes excepcionais, guerreiros, vencedores, que sucumbiram pela vontade do destino, dono absoluto da vida das pessoas importantes. Quem os visse, a princípio, sentiam-se admiradas diante de tanta beleza, depois de contemplá-los por alguns instantes sentiam um respeito profundo pelo que viram, depois eram possuídas por um temor inexplicável que lhe arrebatavam a alma e que lhes causavam calafrios, palidez nas face, suor frio e tremor nas pernas.
Alexandre "O Grande"
Quem visita o lugar onde Lampião nasceu sente a alma envolta por um romantismo inexplicável, o ar circundante é adocicado pelo aroma das flores silvestres. Ainda pode se escutar o gorgeio livre da passarada ao amanhecer e ao entardecer; pode-se sentir o cheiro natural que brota da terra estrumada; pode-se ouvir o guizo da cobra oculta; pode-se escutar ao longe o mugido do gado na invernada; pode-se imaginar o fogo aceso, panelas ferventes, chiando nas trempes, o prato de bolinhos feitos pela Dona Jacosa, sua avó, o café fumegando na caneca, e as suas mãos ágeis enfeitando o couro dos arreios, o seu semblante concentrado mas feliz pela alegria que sentia de viver e de trabalhar, o prazer de tudo e por tudo, o gosto pelo que é bom. 
Toda essa vida boa, doce, tranqüila, prazeirosa, o destino ingrato retirou dos caminhos de Lampião, menos a fé em Deus e o amor puro que nutria pelos seus familiares. Mesmo nas horas mais difíceis de sua vida atribulada a paixão pela Virgem Santíssima nunca se arrefeceu de seus pensamentos ardorosos, forjado por uma fé inquebrantável – sentia um amor infinito e incompreensível por ela, a ponto de sempre rezar em sua homenagem, ao deitar, ao levantar, ao meio dia e as seis horas da tarde.
Lampião queria viver bem e feliz. Queria ser o melhor em tudo e por tudo, de acordo com o que Deus lhe dera. Por ser portador de qualidades inerentes a poucos seres humanos, foi invejado, odiado, perseguido, traído e levado a morte, embora tenha feito de tudo para que isso não acontecesse, pois era um amigo leal e de confiança, era muito bom para quem fosse bom para com ele – Lampião era um homem de palavra e não se apossava das coisas alheias por ser ladrão vulgar, salteador de beira de estrada, fazia o saque por necessidade de manter o bando de cangaceiros e por esse fato pedia sempre dinheiro as pessoas mais abastadas, por carta, bilhetes ou mensageiros, ou simplesmente tomava delas.
Lampião a frente de seus homens mantinha uma rede de informantes pagos a peso de ouro. Aliciava policiais e pessoas influentes, e quando não conseguia demover o perseguidor por bons modos, difamava-os, inventava historias cômicas sobre eles, dava apelidos depreciativos, contava piadas que fazia brotar risos na turma acampada e aos redores das fogueiras, sobre esse e aquele oficial. Era temerário, mas não poderia ter negligenciado a capacidade combativa de Bezerra - o oficial que o matou- segundo Lampião, dito por ele mesmo, não tinha medo de boi brabo, quanto mais de bezerra.........o descuido, esse erro de avaliação foi-lhe fatal e custou-lhe a cabeça naquela manhã de 28 de julho de 38.
Criou para si e para seu bando sinais, códigos e gírias que significavam algo entre eles, que conheciam a chave para decodificação, como por exemplo o L formado pelo indicador e o polegar da mão direita que devia ser mostrado quando se aproximavam das sentinelas do grupo. A três pancadas nos troncos das arvores - mas não eram pancadas comuns, elas tinham intensidade, ritmos e freqüência que só os do bando sabiam executa-las.
Lampião, o Mito.
A manutenção dos esconderijos, o depósito escondido no interior dos troncos das arvores, de dinheiro, munição e armamento; a ocultação do cadáver do seus comandados, o sumiço dos rastros, a camuflagem, a dissimulação, a finda, o drible, a manobra audaciosa, o descarte dos dejetos do acampamento, a busca pela água e pelos alimentos, - o lampejo na mente iluminada pela escolha da decisão mais acertada, na hora certa e diante de grande perigo - fizeram o bando sobreviver por longos anos, diante de volumoso número de perseguidores, graças ao tirocínio de seu comandante, de sua visão combativa, de seu planejamento bélico, do seu sentido de direção, de seus objetivos previamente ajustados e na maioria das vezes bem sucedidos, e por esse fato granjeava a admiração e o respeito dos seus seguidores, a ponto de sempre confiarem nele e o considerarem invencível. Seu bando nunca andava a ermo, sem um roteiro estabelecido, se um objetivo, sem uma missão a cumprir. Seus deslocamentos sempre tiveram início, meio e fim.
Lampião morreu no tempo certo e na hora certa. Morreu no apogeu da vida e da saúde. Morreu em combate. Após o mortífero impacto da bala que lhe pos por terra, enquanto pode, enquanto tinha uma pouco de energia, tentou ficar de pé, não conseguiu, se contorceu até que o tiro final esgotou todas as possibilidades de vida. Um espírito muito forte retornava a sua morada divina. 
Lampião pode ter sido o que seja, mas um dia voltará para cumprir a sua missão terrena em uma nova chance dada pelo criador. Esperamos que tenha mais sorte desta vez. Analisando a vida de grandes malfeitores podemos dizer que Lampião não teve as mesmas chances e as oportunidades de fazer o bem que tiveram Reis, Rainhas, Religiosos e Políticos da Nova Era. – pelo contrário – foram até muito pior do que ele. As centenas de pessoas que caíram pelo aço de seu punhal ou pelas balas de suas armas nem de longe se comparam aos milhões de mortes causadas na inquisição religiosa e nos porões das masmorras ideológicas. Talvez seja por isso que Lampião mereça uma nova chance nesse mundo de pecado.
Não se pode desejar que lampião nasça em outro lugar, em outro país, em classes mais abastadas. Lampião nasceu e se criou no lugar exato em que todo o homem valente deseja nascer e ser criado - uma terra de homens corajosos, valorosos que não tem medo de nada e de ninguém. Homens acostumados a vida dura, difícil, onde só o destemido, o persistente, o audacioso, os corajosos sobrevivem, prosperam em cima do solo duro, pedregoso, domando o gado hostil - animais bravios - em meios a serpentes venenosas, como a cascavel e rodeado de mata espinhenta por todos os lados.
Alfredo Bonessi
Estudante e Pesquisador - Membro do GECC e SBEC

NOVO LIVRO SOBRE O CORONEL DELMIRO GOUVEIA

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LAMPEÃO DE "A" A " Z"

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Balé sobre Clara Camarão poderá ser exibido durante a Copa de 2014


O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, vai promover uma reunião entre organizadores e patrocinadores da Copa do Mundo e a Companhia de Dança Cisne Negro para viabilizar a apresentação de um balé, durante a Copa, contando a história da índia potiguar Clara Camarão, precursora do feminismo brasileiro. Rebelo confessou ser entusiasta da figura de Clara Camarão quando ouviu do ministro da Previdência,

Garibaldi Alves Filho, e do presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras, Diógenes da Cunha Lima, a proposta do balé em homenagem à esposa de Felipe Camarão.

“Precisamos fazer um grande esforço para assumir e incorporar o índio na história da nossa formação”, opinou o ministro Aldo Rebelo.


O ministro do Esporte lembrou que Felipe Camarão – ao lado de Henrique Dias e André Vidal de Negreiros – foi um dos fundadores do Exército Brasileiro. A Batalha de Guararapes, ocorrida em 19 de abril de 1648, marca o início da organização do Exército como força nacional.

Durante a reunião realizada no início da tarde dessa terça-feira (13), Diógenes da Cunha Lima entregou ao ministro Aldo Rebelo um libreto de sua autoria que deverá ser utilizado na montagem do espetáculo. Ele também informou que encomendou ao pianista

blogclaudioandrade.blogspot.com
Arthur Moreira Lima a trilha sonora do balé em homenagem a Clara Camarão.

Quem somos nós?

Por: José Mendes Pereira
Para Deus, valemos muito, e muito, mas para nós mesmo, nada valemos. Vivemos ambiciosamente em prol das coisas materiais. Somos uns verdadeiros acumuladores de riquezas, e não nos lembramos dos que vivem miseravelmente mendigando, pelo menos um resto de comida.


midiaindependente.org
Nada levamos em nossa viagem, viagem que apenas imaginamos para onde, mas não temos certeza se esta ida tem uma parada, alguma coisa que nos fará parar, um lugar para ficarmos, se é que é eternamente.
O fim de cada um de nós é semelhante ao fim de todos nós. Vivemos mastigando a vida, vivemos em pé, vivemos caminhando, mas um dia, cada um de nós deitará em qualquer lugar para morrer,

robsonpiresxerife.com
e é nessa deitada que não se levantará nunca mais; irá para um quadrado que nenhum de nós deseja ser proprietário ou tê-lo como bem material. É uma das propriedades que jamais será invadida por quem quer que seja. Ninguém se arriscará em dizer: “Esta é minha propriedade  e ninguém toma”

Vivemos em prol do luxo, enfiados em lindas vestes, carros dos mais lindos modelos, mas ninguém os levará para lugar nenhum.

carros-rebaixados.com
Divertimo-nos com tudo e com todos, mas na viagem, apenas o seu velho e cansado espírito caminhará sozinho pelas trilhas do universo. Casarões, aviões, navios, metrôs,

diariodacptm.blogspot.com
tudo quanto lhe pertencia, ficou para dar continuidade a outros que também almejam desfrutar do que o mundo oferece.
E o seu velho corpo e bem moldado pela natureza, onde ficou? Depois que a gente passa desta, nosso corpo perde suas defesas e começa a ser atacado por  bactérias, animais e até substâncias produzidas por nós mesmos, dão início ao fim, e cada um deles, mais faminto do que  outro.

Naquela cova, que lá dentro o corpo será consumido por um batalhão de bactérias e animais, acontece um corre, corre deles, entre as carnes se decompondo, e os que já estão se alimentando, apressam a refeição, tem que ser logo, o mais rápido possível, que mais e mais bactérias e animais chegarão famintos.

As bactérias nascem, crescem e vivem debaixo do chão a espera de quem morreu ou está para morrer. Cada um que chega lá, elas fazem uma grande festa, um banquete, e não saberão quando será realizada uma nova festa.
O homem é ambicioso mesmo, acumula bens, e por eles é capaz de matar, de roubar, de odiar, e amor, muito pouco, mas nada levará em sua partida. Todos nós, um dia teremos que pegarmos esta estrada, aliás, a estrada de cada um, talvez, quem sabe,  poderá ser diferente, mas o caminho será sempre o mesmo.
Que bom que cada um de nós olhasse com amor o seu semelhante.

José Mendes Pereira

Minhas simples histórias

CONVITE MISSA


Local : Patronato Alfredo Fernandes

CULTURA PAU-FERRENSE

Comunicado SBEC

Por: Lemuel Rodrigues
Paulo Gastão, Manoel Severo, Lemuel Rodrigues e Aderbal Nogueira

Caros amigos e sócios da SBEC,


 estamos preparando o XIV Fórum do Cangaço no periodo de 11 a 14 de junho próximo.Em breve estaremos divulgando programação oficial. Lembramos também que na ocasião do fórum estaremos elegendo a nova diretoria para o biênio 2012-2014. Em breve estaremos passando informações sobre o processo eleitoral.
Comunicamos também que o I Encontro Nordeste do Cangaço que estava programado para a cidade de Garanhuns/Pe em outubro próximo foi cancelado.
Abraços cordiais.

Lemuel Rodrigues da Silva
PRESIDENTE DA SBEC

Cariri Cangaço

ESPERANDO A CHUVA (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa


ESPERANDO A CHUVA
Quando completa um ano sem chover todo o sertão começa a desesperar; se passa de dois então tudo já se transforma em dor, sofrimento e agonia; mais que isso é ver os retirantes pelas estradas empoeiradas, as taperas com suas portas batendo, as ossadas dos animais espalhadas palmo a palmo.
A seca é assim, maltrata demais, deixa o sertanejo sem saber o que fazer. Olha adiante e só enxerga a terra ressequida, quente igual braseiro; o ar toma uma feição de fornalha ardente; os restos de folhagens são levados pelas ventanias, os troncos vão se juntando por todo lugar. E pelo que a barra no horizonte mostra, tão cedo a chuva não chegará.
Os mais velhos se reúnem em conferência matuta para discutir sobre a situação, para saber se aqueles que são profetas da chuva podem dar alguma esperança. Um diz que não viu a folhagem dançando a dança da chuva, outro diz que colocou um pedaço de vento dentro de uma garrafa e nada dela escurecer, e ainda outro diz que andou pelos matos e não encontrou nenhum cágado saindo de sua toca. E se cágado não sai da sua toca então é porque não vem trovoada mesmo.
Após a conferência dos sábios sertanejos, cuja deliberação foi a mais entristecedora possível, pois chegaram à dolorosa conclusão de que realmente não há qualquer previsão de chuvas, tal entendimento logo é espalhado pelas esquinas, embaixo dos pés de paus, calçadas, portas adentro. Todo mundo fica sabendo que a coisa vai ficar bem pior do que já está.
E o incrível, o mais que inesperado, começa a acontecer. Eis que mesmo sabendo de notícia tão triste, ainda assim o povo passa a redobrar os preparativos para esperar a chuva, como se toda a previsão de repente não tivesse nenhuma valia e que sem ninguém esperar a barra vai escurecer, as nuvens vão chegar gordas, mijonas, e o sertão ficará em festa novamente.
E os preparativos para esperar as chuvas envolvem muitos procedimentos. Logicamente que as rezas, as preces, as orações e promessas nunca deixam de existir, mas também são ainda mais repetidas e com mais devoção. O São José, que é o padroeiro das chuvas sertanejas, se torna ainda mais exigido, mais devotado, aclamado. Aumentam os terços, as ladainhas, as procissões, os pedidos de toda ordem e a todos os santos.
Os homens tiram dos escondidos de debaixo da terra as garrafas com grãos de milho e feijão, também de capim de vez em quando. Sobem nos telhados para ajeitar as telhas que estão quebradas; trocam os capins e as folhagens que servem de cobertura às moradias; limpam de foice, pá e enxada a mataria que se formou no leito seco do riachinho. Compram uma garrafa de pinga e deixam nos cantos para a comemoração da chegada da chuva.
Juntamente com os filhos, seguem em direção ao roçado esquecido e começam a derrubar o mato que começa a tomar conta de tudo. As ervas daninhas são destruídas, as cercas são ajeitadas, os arames remendados, os fios presos novamente; levanta-se uma estaca, equilibra-se um mourão, tentam reconstruir do que sobrou do cercadinho que servia como curral. Quem sabe não compra uma vaquinha mais tarde, assim que a chuva chegar?
Numa ida e vinda até a malhada da casinha para olhar o horizonte pela vigésima vez no dia, o matuto ajeita o cabo da enxada, amola o facão e a foice, prepara um novo cantil de cabaça para encher de água. Começa a separar as sementes de melancia e de abóbora, planeja na mente em qual lugar do terreninho vão ser espalhadas. Muitas delas podem ser plantadas no mesmo espaço, mas outras precisam de lugar próprio para vingar e frutificar. E pensa, e planeja, tudo com agonia boa por dentro, uma persistente certeza que não vai passar de amanhã e o tempo começará a mudar.
Ainda não foi nesse dia que o horizonte ficou um pouquinho mais escurecido, mas quem sabe no dia seguinte. E deita sem conseguir dormir direito, pensando nas trovoadas, nos trovões, nos relâmpagos, na natureza barulhando, na terra levantando aquele bafo de vida e as chuvas caindo fortes por todo lugar. E adormece um pouquinho sonhando com tudo isso.
Às quatro da manhã levanta assustado. Ouviu um barulho estranho, muito parecido com um trovejar, mas a alegria é tão grande que não pode acreditar. Levanta apressado, sai correndo barraco afora, e ao abrir a porta e olhar adiante nem acredita no que vê. Apenas se benze e diz: “Grande é o Deus do sertão e do sertanejo”.

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Terral (Poesia)

Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

Terral

Sei bem o que é terral
mas não sei por que
ele é assim e sopra assim
vento misterioso e noturno
que sopra da terra para o mar
também chamado de brisa
uma brisa murmurante
com cheiro molhado de onda

ah, terral, terral
viagem perfumada que faz
alcançando o mar aberto
e voltando na onda
enchendo de aroma o cais
onde o silêncio da noite
aporta os meus tantos ais
que o meu amor venha agora
numa concha, na espuma
levando a saudade em bruma
me fazendo feliz novamente
porque sei que como o mar
na onda ela irá voltar.


Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

ARGEMIRO DE FIGUEIREDO

Por: José Ozildo dos Santos
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Advogado e político paraibano dos mais ilustres, nasceu a 9 de março de 1901, em Campina Grande, sendo filho do casal Salvino Gonçalves de Figueiredo e Luiza Viana de Figueiredo. Em Campina Grande, fez seus estudos básicos. Transferindo-se para a capital do Estado, cursou o secundário no antigo ‘Liceu Paraibano’ e ingressando na tradicional Faculdade de Direito do Recife, diplomou-se na turma de 1924.
Volvendo à Paraíba, iniciou sua vida profissional como advogado em sua terra natal. Divergindo da orientação política de seu pai, fundou em Campina Grande o Partido Democrático. E, por essa legenda, em eleição complementar realizada em maio de 1930, elegeu-se deputado à Assembléia Legislativa, passando a ocupar naquela Casa uma das vagas surgidas durante a legislatura de 1928 a 1931.
 Argemiro de Figueiredo

No entanto, teve seu mandato parlamentar prejudicado com a dissolução da Assembléia, após a Revolução eclodida a 4 de outubro de 1930. Em 1934, a
convite de José Américo de Almeida, filiou-se às hostes do Partido Progressista, do qual. No governo do Interventor Federal Gratuliano de Brito, tornou-se titular da Secretaria do Interior e Justiça (1932-1935).
Nessa condição, assumiu interinamente o Governo da Paraíba, após a renúncia daquele Interventor. Eleito governador, por via indireta (1935), tornou-se o primeiro dirigente do Estado escolhido de forma constitucional, após 1930. Seu governo foi caracterizado pela tranqüilidade política e por realizações voltadas para o campo da indústria, educação, agricultura e da saúde pública. No exercício de suas funções, adotou uma postura de estadista, primando pela austeridade e pela competência.
Em novembro de 1937, com a implantação do Estado Novo, foi confirmado no governo da Paraíba, pelo presidente Getúlio Vargas e na condição de interventor, administrou seu Estado até meados de 1940. Em 1945, com a redemocratização do País, filiou-se aos quadros da UDN - União Democrática Nacional, elegendo-se deputado à Assembléia Nacional Constituinte. No Parlamento Nacional, foi membro da Comissão dos 21, responsável pela elaboração do projeto de constituição.
Em 1950, num pleito bastante tumultuado, disputou sem êxito o governo do Estado, perdendo-o para José Américo. Após sofrer nova derrota na disputa pela Prefeitura de Campina Grande, contrariando todas as previsões políticas, em 1954, ressurgiu no cenário político paraibano, eleito, ao mesmo tempo, para Senado e para a Câmara dos Deputados, pela UDN, beneficiando-se da legislação eleitoral vigente. E, optou pelo Senado.
Na Alta Câmara, teve uma participação destacada e pertenceu a várias Comissões: Parlamentares. Em 1961, tornou-se Terceiro Secretário da Mesa Diretora do Senado Federal, ascendo à Primeira Secretaria no ano seguinte. Em 1958, pelo PTB, conquistou nas urnas seu segundo mandato como senador, em 1962.  Instituído o bipartidarismo, passou a integrar o MDB - Movimento Democrático Brasileiro (1966). Argemiro de Figueiredo faleceu a 14 de dezembro de 1982, em Campina Grande. Casado com a senhora Alzira Ramos de Figueiredo, teve prole ilustre. Orador dos mais talentosos, publicou ‘Imunidades Parlamentares’ (1965).

Extraído do blog:
"Construindo a História", do pesquisador José Ozildo dos Santos