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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Escola Estadual Amaro Cavalcanti ganhará cursinho gratuito para alunos carentes



Uma boa notícia para os alunos da Escola Estadual Amaro Cavalcanti: o Cursinho da AJAP estará em funcionamento a partir de março deste ano.

O cursinho, que é uma parceria da AJAP (Associação Amigos de Jardim de Piranhas) e Escola Amaro Cavalcanti, vem preencher uma lacuna,  no que diz respeito à preparação dos alunos carentes na difícil disputa por uma vaga na universidade.

A comissão organizadora  comunica que esse cursinho é exclusivo para o alunado carente, especialmente aquele matriculado no 3º ano daquela escola, e funcionará na sede da AJAP,  contando com professores já experimentados em cursinhos da cidade de Caicó.

Serão 60 vagas, que serão preenchidas por alunos dos turnos matutino e vespertino. Caso haja vagas ociosas, serão ocupadas por uma lista de espera formada por alunos que concluíram o nível médio em 2011 e anos anteriores.

Aos sábados, funcionará o INTENSIVÃO DA AJAP, apenas para os alunos que estudam à noite naquela escola. O intensivão será um curso eminentemente prático, destinado àqueles que precisam de uma atualização rápida sobre o que se tem exigido nos últimos vestibulares.

Mais informações, procurar a secretaria da Escola Estadual Amaro Cavalcanti.

Saiba História entre os 10 melhores blogs do Brasil na categoria História

Por: Adinalzir Pereira Lamego

infoenem, maior portal sobre o Enem na internet, iniciou em fevereiro uma série de publicações indicando aos seus leitores os melhores conteúdos do país. E o Saiba História foi classificado entre os 10 melhores blogs do Brasil na categoria História. Mas essa conquista não é só minha, é também dos meus leitores e amigos fiéis que sempre apoiaram esse singelo trabalho de divulgação histórica. Estou muito feliz com isso e agradeço a todos!

A lista dos vencedores e seus respectivos links, acabou de ser publicada. Confira aqui:

Basta clicar no link:


Extraído do blog: 
"Saiba História", do professor
Adinalzir Pereira Lamego

Romance Clássico do Sertão Baiano:

Por: Guilherme Machado
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Santo Antonio das Queimadas, 


relatos da prisão do Santo, sobre acusação de corrupção passiva.

 



Relato da invasão de Lampião à pequena Vila de Queimadas, no ano de 1929. 


Do Escritor Baiano Nonato Marques.


Extraído do blog: 
Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia.

Jardim de Piranhas - Rio Grande do Norte

Fonte: - pousadas-hoteis.com
Jardim de Piranhas, cidade do professor Francisco Borges, da Escola Estadual Amaro Cavalcanti 

A cidade Jardim de Piranhas é situado no Estado do Rio Grande do Norte, localizado na região do Seridó, na microrregião do Seridó Ocidental, mesorregião Central Potiguar. 31 km  a separa da cidade de Caicó,  também no Rio Grande do Norte, mais fazendo fronteira com a Paraíba. 

Fonte: naquibnoticias.blogspot.com

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2008, a sua população  é de 14.139 habitantes. 

Fonte: viewphotos.org

Área territorial do município de Jardim de Piranhas é 331 km², e o Rio Piranhas entra no Rio Grande do Norte por esse município.

Fonte: paraiba.com.br

Foi instalado em 1948, sendo a sede da Prefeitura o Palácio Amaro Cavalcanti, nome dado em homenagem ao maior jurista de sua época.

Fonte: marcondes gurgel.com

Características

Esta cidade tem a conhecida e  tradicional atividade de fabricação de redes 


e panos de prato, cujos habitantes vivem muito bem, através das vendas  que fazem  em diversas localidades do Brasil, sendo que as vendas são melhores no início do ano até julho. 

Além da produção desses artefatos, "Jardim", como é conhecida a cidade, destaca-se pela animação nos festejos do Carnaval, sendo o Clube Atlético Piranhas — CAP — o ponto de encontro dos foliões.

Fonte: robsonpiresxerife.com

A população da cidade de Jardim de Piranhas, é devota e tem como  padroeira  

Fonte: cmps25.wordpress.com

Nossa Senhora dos Aflitos, sendo sua festa comemorada durante o mês de setembro, onde é oferecida diversas atrações musicais e comida típica. O IDH é 0,675, índice considerado médio pela Organização das Nações Unida. 

A expectativa de vida, segundo índices oficiais, é de 75 anos, estando entre as 30 melhores cidades para se viver do Rio Grande do Norte, a despeito da elevada concentração de renda por parte dos empresários do ramo têxtil.

O Cardeal Dom João Braz de Avis

Carnaval em Mossoró - 18 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 30 de setembro de 1917 surge o Democrata Clube, em substituição a Candoleiros, sendo seu primeiro presidente o Sr. Lourival Brasil. Segundo Raimundo Nonato em Memórias de um retirante: O Democrata era freqüentado pelo que de melhor havia na cidade, pois gentinha barata, do meu tope, sem nome, sem dinheiro e posição, não arrastava nem os pés na calçada.
               
Do jornal O Mossoroense

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comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:

Maria Bonita é tema de documentário

Por: João de Sousa Lima

Maria Bonita é tema de um documentário que está sendo realizado pelos formandos em jornalismo  Louise Farias e Diego Antunes, com assessoria histórica de João de Sousa Lima e Gilmar Teixeira.
o vídeo intitulado "Nas terras de Maria" narra a passagem do cangaço na cidade de Paulo Afonso, dando um enfoque principal nas mulheres cangaceiras.
o professor Edson Barreto foi entrevistado ontem para o vídeo e estamos aguardando o lançamento para março. (Na foto: Gilmar Teixeira, Diego, João Lima e Edson).




Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

A MARCHA REVOLUCIONÁRIA DE CLETO CAMPELO PELO AGRESTE DE PERNAMBUCO

Por: Rostand Medeiros

Antecedentes

Durante os conturbados anos 20 do século passado, ocorreram inúmeras agitações políticas que abalaram o então agrário Brasil. Entre estes movimentos, o que ficou conhecido como Tenentismo marcou aquele período. Tendo se caracterizado pelas críticas destes jovens oficiais militares às instituições republicanas e às condições da sociedade brasileira da época. Os tenentes defendiam a modernização econômica do país e combatiam a corrupção política. Com o endurecimento do governo federal em relação ao tenentismo, remanescentes da malfadada Revolução de 1924 e dissidentes do Rio Grande do Sul, uniram-se e seguiram em uma coluna de combatentes para o interior do país, defendendo reformas políticas e sociais e lutando para depor o governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926).

O tenente Cleto Campelo - Fonte - Biblioteca Pública de Gravatá

Sempre conseguindo vitórias, a coluna revolucionária combateu forças regulares e milícias privadas de fazendeiros. A Coluna empregava táticas de guerrilha, possuía um número de combatentes que chegava em média a cerca de 1.200 homens, acompanhado de algumas mulheres e sendo chefiados por Miguel Costa, Siqueira Campos e Luís Carlos Prestes. Conforme a coluna avançava, muitos eram os insatisfeitos militares de baixa patente, que conspiravam pelo Brasil afora para se unir a Coluna, esperando levantar as populações rurais injustiçadas, se possível levando combatentes, armas e provisões para o grupo revoltoso. Um destes idealistas foi o recifense Cleto Campelo e esta é a sua esquecida saga.

O Revolucionário

Cleto da Costa Campelo Filho nasceu em 29 de dezembro de 1898, era filho de um contador e uma dona de casa, onde desde cedo demonstrou vocação pela carreira militar. Em 1913 ingressou no 4º batalhão de Infantaria, no Recife, de onde partiu para cursar a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1916. Ao sair da Academia veio servir como aspirante no 21º Batalhão de Caçadores, no Recife. Vale ressaltar que este batalhão seria anos depois transferido para Natal, onde dentro desta unidade militar, iria eclodir a Intentona Comunista de novembro de 1935 na capital potiguar.

Foto da oficialidade do 21º Batalhão de Caçadores, onde o tenente Cleto Campelo é o segundo oficial, em pé, posicionado da direita para a esquerda. Repare a sua face tranquila, confiante e como se coloca encarando a objetiva. Outro detalhe que chama a atenção, não sei se proposital, é como os outros oficiais se encontram afastados deste militar, posicionando-se a certa distância, como evitando uma possível ideia de associação por parte de algum observador - Fonte - Fotografia da “Revista de Pernambuco”, de 1924, coleção do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

Pernambuco, Recife particularmente, era um fervente caldeirão de exaltações partidárias. O então comando do exército brasileiro na região, a 6ª Região Militar, também não ficava alheia às lutas das facções. Cleto Campelo, então 2º tenente, sempre se interessou pela política de seu tempo, onde acabou entrando em choque contra pessoas ligadas ao grupo dominante da poderosa família Pessoa de Queiroz. Fora então transferido, em maio de 1922, para o 6º Batalhão de Caçadores, sediado em Goiás. Inconformado, na passagem pelo Rio, concede uma entrevista ao jornal “Correio da Manhã” e por isso ficou preso por 30 dias na Fortaleza de Santa Cruz.
Dois anos mais tarde, já promovido a 1º tenente, Cleto Campelo retornou a Recife e ao 21º batalhão de Caçadores, mas estava marcado como revolucionário. É deste período à foto que ilustra este trabalho. Nela vemos a oficialidade do 21º Batalhão de Caçadores, onde o tenente Cleto Campelo é o segundo oficial, em pé, posicionado da direita para a esquerda. Repare a sua face tranquila, confiante e como se coloca encarando a objetiva. Outro detalhe que chama a atenção, não sei se proposital, é como os outros oficiais se encontram afastados deste militar, posicionando-se a certa distância, como evitando uma possível ideia de associação por parte de algum observador.
Sempre solidário aos que lutava contra o governo, ele acompanhava os avanços da coluna revoltosa pelo interior do Brasil e procurou aliciar alguns camaradas nos quartéis da capital para se unir aos revoltosos.

Nada conseguiu e desertou. Preferiu destruir a carreira a sacrificar as aspirações. Partiu para a Argentina para se unir a militares brasileiros no exílio, receber ordens, montar planos, conseguir apoio e conspirar novamente em Pernambuco. Voltou clandestinamente no início de 1926, em aventurosa viagem, onde até foguista se tornou em navio costeiro. Tinha ordens de preparar o levante que apoiasse e servisse de suporte à coluna rebelada, quando esta cruzasse o sertão pernambucano.

A Descoberta do Plano e o Início da Revolta

Após ter atravessado o Rio Grande do Norte, invadindo as cidades de São Miguel e Luis Gomes e perpetrar um verdadeiro massacre na cidade de Piancó, na Paraíba, a Coluna chegava a Pernambuco, em 02 de fevereiro de 1926, entrando pelo Vale do Pajeú.


No Recife, entre os mais destacados participantes da rebelião de Cleto Campelo estava Anfilóquio Cavalcante. Este mantinha um arsenal na Rua Alecrim, nº 105, o que levou pânico a sua família, tendo o seu cunhado, o alfaiate José Pedro da Silva denunciado as autoridades à existência do armamento. Alguns conspiradores foram presos e o levante no Recife fracassou.
Avisado do fato, Cleto Campelo não desistiu do plano, conseguiu fugir para Jaboatão, onde às 4 da manhã do dia 17 de fevereiro, em pleno Carnaval, junto com 25 companheiros, deu início ao seu plano. O grupo tomou de assalto a cadeia pública, libertaram os prisioneiros, prenderam os policiais, cortaram as linhas telefônicas para o Recife> Após isso requisitaram o dinheiro das coletorias de rendas e dos correios, saquearam algumas casas comerciais e tomaram as oficinas da empresa ferroviária Great-Western. Nesta empresa apossaram-se da munição que existia na estação ferroviária, tomaram o trem de passageiros e descarrilaram os vagões que não precisavam utilizar. Alguns operários da Great-Western decidiram integrar o movimento.

O Caminho Para o Agreste

Seguiu viagem pela então Ferrovia Central, onde iniciaram a tentativa de alcançar o Rio São Francisco, na região da cidade de Floresta, ainda em Pernambuco, onde se encontrava uma parte da Coluna comandada pelo tenente João Alberto Lins de Barros.

Marcha de um trem em direção ao agreste pernambucano - Fonte - Biblioteca Pública de Gravatá

Durante o trajeto, os revoltosos realizaram paradas sucessivas em Moreno, Tapera, Vitória de Santo Antão e São José dos Pombos.
Em Vitória de Santo Antão, o grupo parou a composição na estação da fazenda Mufumbo, próximo à área urbana, para onde seguiram a pé. Nesta cidade tornaram a destruir o telégrafo, a soltarem os presos, a prenderem os policiais e tomar suas armas.  Almoçaram no Hotel Fortunato e seguiram em frente, procurando antes destruir a linha férrea na ponte sobre o Rio Tapacurá. O grupo então já passava de 80 homens, todos com lenços vermelhos ao pescoço.
Muito chamou a atenção das testemunhas o trato cordial do comandante com a atônita população, sempre passando “recibos revolucionários” de tudo que requisitava e que não fosse do governo. A sua liderança junto aos seus homens crescia a cada momento.


Ao chegarem próximos ao 1º túnel da encosta da Serra da Borborema, os revoltosos dinamitaram um pontilhão em uma curva e danificaram o túnel nº 7, cortando a linha férrea.

A Luta em Gravatá e a Morte de Cleto Campelo

Por volta das 16 horas se aproximaram de Gravatá, onde o comandante sabia que haveria resistência. Afinal, depois de 14 horas e meia do ataque a Jaboatão, o governo já tivera tempo de organizar uma tropa entrincheirada na estação ferroviária. Cleto Campelo ordenou ao maquinista Saturnino que diminuísse a marcha da máquina e entraram lentamente na cidade, que aparentava estar desabitada.  A composição seguia lenta entre as ruas e praças da cidade,  parou a trezentos metros da estação, próximo a cadeia pública e o tiroteio começou.

Antiga Cadeia Pública de Gravatá, atualmente uma biblioteca e museu - Foto - Rostand Medeiros

Segundo historiadores pernambucanos, Cleto Campelo arremeteu a frente do grupo contra o edifício da cadeia, cabeça erguida, de revólver na mão, acompanhado de perto do engraxate Ezequiel, neste local jogou uma dinamite, que produziu aterradora explosão. Ao sair do prédio, segundo alguns, inadvertidamente o foguista da composição, Artur Cipriano, abriu fogo contra Cleto Campelo e Ezequiel e ambos foram mortos.

Foto do cadáver de Cleto Campelo - Fonte - Arquivo Público do Estado de Pernambuco

Segundo outros foram tiros efetuados da trincheira legalista mataram os dois revoltosos. O certo é que esta derrota trouxe grande  desgosto para os revoltosos, o pânico tomou conta da tropa e começou a desistência de vários componentes. O agora comandante tenente Valdemar Paula de Lima dominou a situação e convenceu parte do grupo a voltar ao trem e seguir em frente. Valdemar Lima era pernambucano de Recife, fora sargento da marinha e era conhecido como “Tenente Limão”.

Uma das muitas fotos do cadáver do Tenente Cleto, publicada pelos jornais recifenses. Certamente que esta exposição macabra tinha por parte do governo federal a ideia de mostrar aos militares contestadores do sistema, que a mesma situação poderia vir a ocorrer com participantes de novas rebeliões militares - Fonte - Arquivo Público do Estado de Pernambuco

Três quilômetros depois de Gravatá, no quilometro 91, no lugar conhecido como “Curva da Caatinga Vermelha”, as margens do Rio Ipojuca, o militar revolucionário ordenou ao maquinista desligar a locomotiva da composição e deixasse a máquina seguir sozinha em direção a cidade de Bezerros. No povoado denominado Gonçalves Ferreira, as tropas do 20º Batalhão de Caçadores assistiram o descarrilamento desta maquina solitária.

Movimentação popular diante da Cadeia Pública de Gravatá, após os combates entre legalistas e a tropa rebelada de Cleto Campelo- Fonte - Biblioteca Pública de Gravatá

Após deixar o trem, aproveitando a noite que surgia, outros rebeldes fugiram, ficando Valdemar com apenas 30 companheiros. Sem condições de seguir adiante, o grupo desistiu da intenção de chegar ao Rio São Francisco, eles se apossam de cavalos e fogem rumo norte, mata adentro, para o município de Vertentes, de onde pretendiam fugir para o vizinho Estado da Paraíba. Valdemar sabia das dificuldades que enfrentava para sobreviver, pois estava cercado pela polícia com ordens para matar e na Paraíba pretendia dispensar a tropa.

Antiga estação ferroviária de Gravatá - Fonte - Biblioteca Pública de Gravatá

Segundo alguns historiadores, Valdemar tinha um contato junto ao fazendeiro Pessoa Monteiro, para onde seguiu em direção a fazenda deste. Lá chegando, ao amanhecer do dia 19 de fevereiro, o grupo teve abrigo e comida. Pessoa Monteiro ofereceu os serviços do seu morador, Manuel Botelho, para servir de guia até a Paraíba. Mais tranquilo Valdemar relaxou na segurança e colocou o grupo para descansar. Só seguiriam viagem na manhã do dia 22.

O Combate Final

O fim definitivo do grupo revoltoso de Cleto Campelo, segundo uma teoria existente, teria ocorrido porque o morador Manoel Botelho teria informado ao coronel Francisco Heráclio do Rego, chefe político da cidade pernambucana de Limoeiro, da presença dos revoltosos. Para não seguir com o grupo, Botelho teria alegado um problema de saúde e colocando outro morador, o senhor Amaro Jerônimo, conhecido como “Pai-ne”, como novo guia.
O chefe político avisa o sargento legalista José Joaquim, que acompanhado de um grupo de soldados, seguiu margeando o Rio Capibaribe, até o ponto de travessia da fazenda Pitombeira, bem perto do povoado de Topada, pertencente na época ao município de Vertentes e atualmente ao município de Frei Miguelinho. O sargento José Joaquim e seus comandados, estrategicamente montaram uma emboscada por trás de algumas pedras graníticas, ficando muito bem protegidos, com as armas à espera da tropa revoltosa.

Fim do grupo de Cleto Campelo, com a morte de Valdemar Lima - Fonte - Arquivo Público do Estado de Pernambuco

Os revoltosos, durante o trajeto para a Paraíba, estavam tranquilos e aparentemente não tomaram as precauções devidas. Na hora em que iam atravessando o Rio Capibaribe, receberam muitos tiros vindos dos esconderijos dos policiais. O tenente Valdemar Lima, sem ver seus inimigos, foi o primeiro que caiu do cavalo, morrendo imediatamente. Dois soldados também caíram sem vida, um outro soldado recebeu ferimentos leves e o senhor Amaro Jerônimo foi atingido, ficando esses dois últimos sem condições de correr. O resto da tropa, sem comando, desertou, fugindo pelo mato adentro.
O soldado ferido foi fuzilado, já o senhor Amaro Jerônimo, depois de provada a sua inocência, foi levado para Vertentes e se recuperou. Os quatro cadáveres foram expostos como troféus na calçada da capela de Topada e em seguida levados com desprezo para serem sepultados no cemitério de Vertentes, sendo os três soldados numa cova só e o tenente em outro lugar, junto à parede do cemitério.

Problemas entre os Legalistas

Após algumas horas da triste ocorrência, chegou a Topada o tenente da polícia pernambucana de nome Zumba, tendo sob seu comando quase 40 soldados e foram ao encontro do sargento José Joaquim e seus quase 20 subalternos. O tenente Zumba foi chegando e se arvorando de herói e o sargento José Joaquim não aceitou aquilo.

Mapa da região de Pernambuco nde se desenrolou o conflito

A discussão aumentou ainda mais quando o tenente Zumba exigiu do subordinado uma bolsa que continha o dinheiro das coletorias e dos correios. Homem valente e obediente, o sargento José Joaquim entregou a referida bolsa com um montante avaliado em 32 contos de réis, uma fortuna para época. O tenente Zumba duvidou que o valor total estava no bisaco e por muito pouco o tempo não fechou entre os policiais. Para maior irritação do sargento José Joaquim, o tenente tomou o revólver de Valdemar Lima que o sargento desejava guardar como troféu. Na troca de ofensas o sargento acusou o tenente de covarde, comentando que o mesmo, comandando quase 40 soldados acampados em Vertentes e tendo conhecimento da aproximação dos revoltosos, permitiu que o sargento chegasse primeiro para evitar o confronto com os revolucionários. Com o fim da altercação, os militares foram embora e seriam recebidos como heróis em Recife e os mortos foram considerados traidores.

Consequências

Os companheiros sobreviventes do grupo de Valdemar, ajudados por fazendeiros amigos de Pessoa Monteiro, foram ajudados ou obrigaram moradores da região a lhe socorrerem às escondidas. Muitos trocaram as fardas, coturnos, armas e munição do exército por roupas de camponeses, alpercatas e caíram “no oco do mundo”.
Quanto ao pessoal da Coluna revoltosa, que entraria para a história como a ”Coluna Prestes”, ao receberem a notícia do fracasso dos companheiros do Recife, atravessaram o Rio São Francisco com destino ao Sul.

Jornal recifense de 1930, mostrando a mudança em relação a figura de Cleto Campelo, então um herói da Revolução de 1930 - Fonte - Biblioteca Pública de Gravatá

Quatro anos depois, vitoriosa a revolução de 1930, o exército veio buscar os restos mortais de Valdemar Lima e dos três soldados no cemitério de Vertentes. Foram prestadas honras militares e foi mudando o nome do povoado de Topada para “Capitão Valdemar Lima”. Cleto Campelo e Valdemar Lima ainda seriam homenageados com seus nomes estampados em ruas e praças em Recife e outras cidades. Contudo, sua saga de idealismo e bravura, seria quase totalmente esquecida.
Este não foi o único combate histórico a ocorrer nas proximidades do antigo povoado de Topada. Ainda em 1914, na fazenda da Laje, próxima a povoação de Olho D’água da Onça, ocorreu o tiroteio entre a volante do então tenente Teófanes Ferraz e o bando de Antônio Silvino, em 27 de novembro de 1914, onde morreria neste combate o cangaceiro Joaquim Moura, conhecido como “Serra Branca” e o famoso chefe cangaceiro seria ferido e capturado, sendo libertado apenas em fevereiro de 1937.

Fontes bibliográfica;

- Aragão, José, in “História de Vitória de Santo Antão”, 2º Volume (1843 – 1982). Biblioteca Pernambucana de História Municipal – CEHM/FIDEM, Recife, 1982.
- Dantas, Sérgio Augusto de Souza, in “Antônio Silvino: o cangaceiro, o homem, o mito”. CARTGRAF. Natal, 2006.
- Ferraz Filho, Geraldo de Sá Torres, in “Pernambuco no tempo do cangaço (Antônio Silvino – Sinhô Pereira – Virgulino Ferreira ”Lampião”) Theophones Ferraz de Barros, um bravo militar, 1926 – 1933”. 2º Volume , Coleção Tempo Municipal, número 22, Centro de Estudos de História Municipal – CEHM/FIDEM, Recife, 2003.
- Joffily, José, in “Revolta e Revolução – Cinqüenta anos depois”. Editora Paz e terra, Rio de Janeiro, 1979.
- Lins, Alberto Frederico, in “História de Gravatá”. INOJOSA. Recife, 1993.
- Jornal “Vida Rural”, novembro de 2000, autor Severino de Moura.
- Jornal “A Republica”, várias edições de fevereiro e março de 1926. Coleção do APE-RN / Arquivo Público do Rio Grande do Norte.

Blog: Tok de História

O CORONÉ É BONZIM, DISSE O JAGUNÇO SANGRANDO (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

O CORONÉ É BONZIM, DISSE O JAGUNÇO SANGRANDO

Famoso por sua incontrolável maldade, o velho coronel de patente forjada na influência política mandonista, era temido pelos da mesma hierarquia tirânica e odiado por todos da região, principalmente aqueles que para sobreviver tinham de lamber da sua pedra de sal e beijar suas botas sempre sujas de esterco. Sem falar na espora pontiaguda na botina direita, acostumada a ferir lombo de animal e mais que costumeira no fazer sangrar pele de gente.

Coronel Nanô Quaderna era assim, gente ruim, bicho nojento e malvado, daqueles senhores dos sertões que se tornam poderosos desfazendo dos outros, roubando-lhes pedaço de terra e quintal, amedrontando e mandando açoitar para mostrar sua força. Dizem que até os de sua laia, também coronéis de terno branco e chapelão, charuto no canto da boca e mãos sempre sujas de sangue, achavam um tanto exageradas as atrocidades cometidas pelo rival.

Rival, inimigo. Inimigo sim, pois o homem era hostil a tudo mundo, talvez até a si mesmo. E quando se tratava de gente de sua mesma estirpe, senhores do autoritarismo, potestades de latifúndio e jagunçada, serviçais e escravos, de curral eleitoral e influência política, então era que a inimizade se avolumava e se acirravam ainda mais os ódios, os desejos de vingança e as ameaças de parte a parte.

E toda malcheirosa coronelada sabia que havia sido o perigoso Nanô Quaderna quem tinha mandado tocaiar e tirar as tripas do Coronel Ponciano. Sabia, mas não dizia nada com receio de hora pra outra estar envolvida numa guerra sangrenta que ninguém jamais imaginaria como seria o final. Contudo, se pareciam evitar um confronto aberto isto não significava que os também traiçoeiros coronéis não vivessem planejando a morte do desafeto.

De tocaia não adiantava. Ora, o homem não montava num lombo de cavalo sem ter ao seu lado uma verdadeira cavalhada de pistoleiro, gente da pior qualidade, matador sanguinolento, esvaziando o mosquetão até em humilde trabalhador. Mas tudo a mando, no pago pra fazer, serviço encomendado num bater de dedo. Mas também pelo medo que o coronel tão bem sabia incutir até mesmo nos mais terríveis jagunços.

Desse modo, no sentido de arranjar um jeito de dar fim ao velho desafeto sem ter de jogar o próprio nome no campo de batalha, numa cruel guerra nas terras áridas sertanejas do Mundaréu, foi que o Coronel Querêncio mandou convidar até seu casarão o não menos afamado Coronel Licurgo Badaró. Este de raiz coronelista já lá pras bandas cacaueiras dos ilhéus e itabunas, parentes daqueles senhores tão bem retratados por um escritor baiano muito amado.

A conversa foi curta e grossa e logo decidiram que só tinham um jeito a dar: insuflar a jagunçada do Coronel Nanô contra o seu próprio algoz, aquele arrogante impiedoso cujo maior prazer era mandar o cabra matador deixar a arma na porta de entrada e depois vim ficar de joelhos para ser esbofeteado, marcado com ferro em brasa, chutado nos fundilhos, marcado pela espora da botina direita do homem.

Com anuência e dinheiro de mais outros interessados, gente que quando menos tinha era dono de quatro latifúndios pela região, escolheram o jagunço mais antigo e experiente do Coronel Querêncio, um cabra com mais de trinta tocaias marcadas em buracos no couro da cartucheira. Jogaram dinheiro na sua mão e disseram o que tinha a fazer. E nada mais era do que convencer a jagunçada do outro a se rebelar e fazer o seu tirano de vítima.

Verdade é que jagunço de um coronel era forçado a não gostar de jagunço de outro coronel. Sendo pago e mantido para a ira e a inimizade, então seria mais fácil o grupo de um partir com tudo para cima do outro, se acaso as desavenças chamassem para o confronto na bala. Mas nem tudo era assim no meio do mato, nas tocaias, nos encontros às escondidas. Inimigos na boca dos chefes, mas companheiros de sofrimento e sina, amigos de conversa e peleja.

E eis que o jagunço escolhido para a missão logo procurou manter contato com o chefe da jagunçada do Coronel Nanô. O homem era cego de um olho, tinha o corpo todo varado de bala, mas não havia em toda a região um cabra da peste mais valente e de tiro certeiro. Por isso era a menina dos olhos do coronel, mas infelizmente também aquele escolhido para sofrer as agruras quando o seu dono simplesmente queria chicotear alguém. Nessa brincadeira sem graça um dia acabou vazando o olho do seu verdadeiro escravo.

Marcado o encontro no meio do mato, o jagunço enviado abriu a garrafa de pinga e logo ofereceu ao amigo o primeiro gole. Talagada boa, repetida seguidamente. E não demorou muito para ficar sabendo que o Coronel Nanô estava cada vez pior, mais arrogante e violento, agora cismado em mandar dar tiro no pé de quem lhe chegasse perto e não começasse a alisar o seu paletó encardido para tirar o pó. Depois tinha de beijar a bota.

Mas era isso mesmo que o jagunço queria ouvir. Certamente os homens estavam descontentes demais e então seria mais fácil de insuflar neles o ódio, a subversão, a ira contra o seu dono. Então foi logo botando um maço de notas na mão do outro e dizendo o que ele tinha a fazer para inflamar a revolta. Mas para seu espanto, o pistoleiro recuou, puxou a arma da cintura e com ela apontada disse:

“Mai nunca hei de aceitar nem de fazer isso com meu coroné de jeito manera. Ruim ou bom, vosmicê tem o seu e eu tenho o meu. Tô com uma perna ainda sangrando dum tiro de raspão que ele me deu, mai ele é bonzim. E num adianta acabar com um se os outro vão continuar. Vosmicê vai continuar ganhando do seu coroné, e eu vou ser jagunço de quem?”.

Verdade é que o Coronel Nanô Quaderna morreu de velhice, resmungando atrocidades. Os outros coronéis também. Só não morreram os jagunços. Estes mudaram de nome, de estratégias, mas continuam por lá. Continuam por aí... E provado está que a ignorância é mãe de toda incivilidade.



Rangel Alves da Costa*
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Assim será... (Poesia)


Assim será...

Rangel Alves da Costa


Vasto e belo mundo
de vida bela e vasta felicidade
ainda que digam que não
sei que existirá sempre
um mundo e uma vida assim
aqui mesmo nessa fronteira
aqui mesmo dentro de nós

e me vem essa doce manhã
me vem esse canto de pássaros
me vem o som das folhagens
me vem o segredo dos bichos
me vem a natureza cantante
me vem as alegres miragens
me vem a estrada aberta
me vem o destino de hora incerta
para encontrar com a realidade
e construir o desígnio de Deus
alicerçar a paz e a felicidade

ainda que digam não
ninguém quer a escuridão
ao abrir a porta e a janela
mas o vasto e belo mundo
de vasta felicidade e vida bela.



Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com
  

É Carnaval !!!


A Caravana Cariri Cangaço - GECC, se inicia. São exatamente 5 horas e 30 minutos,a partir de agora é pé na estrada e o rumo são as veredas de nosso imenso e amado sertão. Serão momentos inesquecíveis que guardaremos no coração; mas não poderíamos partir sem desejar aos queridos amigos da grande família Cariri Cangaço um carnaval de paz e harmonia. Que nosso Bom Deus cubra de bençãos o período momino, abraço e nos vemos por aí...

Manoel Severo

Cariri Cangaço
 http://cariricangaco.blogspot.com