Seguidores

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

REVENDO - Dois valentes cangaceiros

Por: Ângelo Osmiro

O ano é l935, o sertão nordestino mais uma vez, é assolado por uma terrível seca. No interior baiano os cangaceiros chegam a um lugar chamado Curaçá, ao encontrarem uma fazenda fazem pouso para aliviar a fome e a sede do grupo.

Comem, bebem e parecendo incansáveis começam uma dança embaixo de alguns juazeiros que ficavam na frente da casa grande e alpendrada da fazenda sertaneja.


No alpendre amplo da casa havia três potes cheios de água. Para evitar a poeira que vinha do baile improvisado, Lampião tratou de mandar cobrir as bocas dos potes com panos, tendo o cuidado de dizer para atar-lhes a boca para não voar, mas todas as vezes que algum cangaceiro vinha beber água não fechava como havia encontrado, fato este que irritou muito Lampião, que aos gritos começou a reclamar daquela atitude dos cangaceiros, inclusive de Ângelo Roque, o Labareda que estava deitado perto dos potes com sua mulher, a cangaceira Mariquinha, que a tudo ouvia.

Ângelo Roque - O cangaceiro Labareda

- Você num me respeita cabra?
- E esse peste?! O que tá fazendo aí, que não vê isso. Falou Lampião asperamente.

Labareda nada respondeu. Pouco tempo depois se levantou e sem ninguém esperar quebrou os três potes com o coice de seu mosquetão, e voltou a deitar com sua mulher como se nada tivesse acontecido.

Após alguns instantes chega o cangaceiro ZÉ BAIANO para beber água, e fica surpreso com os potes quebrados e pergunta quem foi.

Zé Baiano
 Ângelo Roque responde:

- Fui eu. Por quê?

Zé Baiano nada disse, simplesmente se retirou e foi à procura do chefe para contar o acontecido.

Lampião se dirigiu ao local, onde Labareda já o esperava de pé. Lampião zangado, perguntou:

- Quem quebrou os potes?

- Fui eu. Respondeu o cangaceiro Ângelo Roque.

A situação ficou tensa, os nervos à flor da pele, são dois valentes homens, prestes a medir suas forças.

O chefe voltou a perguntar:

- Você não me respeita mais não?

- O tanto que você me respeita. Respondeu ÂNGELO ROQUE, desafiando o chefe, dizendo de pronto que com seu mosquetão cheio de balas, não tinha medo de homem nenhum no mundo.

LAMPIÃO destemido como seu comandado, levantou a arma ao mesmo tempo LABAREDA a sua também ergue; os dois ficam por alguns instantes a se olharem, a morte rondou o local, todos os demais cangaceiros ficaram calados, esperando o pior.

Ficheiro:Virgínio Fortunato e bando NH.jpg
Vírgínio está no centro da foto

Neste momento, o cangaceiro VIRGINIO, cunhado de Lampião, interveio entre os dois, e grita que acabem com aquela briga, pois já não bastavam os macacos a lhes perseguir e brigar, agora eles companheiros das lutas cangaceiras, discutindo por motivos banais, prestes a se matarem.

Os dois homens valentes se olharam e deixando o dito pelo não dito, a coragem de ambos ficou comprovada, por pouco não acabando em tragédia para o bando aquele dia de 1935.

Lampião abaixo

Em 1938, Lampião foi morto na fazenda Angico, Estado de Sergipe. Após a morte do chefe, Labareda se entregou as autoridades, sendo depois anistiado pelo governo do Presidente Getúlio Vargas.

Reintegrou-se a sociedade através da ajuda do médico baiano Estácio de Lima, diretor da Casa de Detenção em Salvador, onde o cangaceiro esteve preso. Tornou-se Funcionário Público exemplar, jamais voltando a praticar qualquer tipo de delito. Faleceu já em idade avançada no Estado da Bahia.
             
ÂNGELO OSMIRO é Presidente da Soc. Brasileira de Estudos do cangaço -SBEC. Pesquisador e escritor do cangaço e Membro efetivo daALMECE.

OBS: AS FOTOS, ACIMA POSTADAS, FORAM POR MIM INSERIDAS, NO INTUITO DE ENRIQUECER A BRILHANTE MATÉRIA DO AMIGO "Dr. ANGELO OSMIRO ".

Um abraço a todos.

IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC

" Este texto pertence à página do Blog:
 "Lampião Aceso", do amigo Kiko Monteiro"
http://lampiaoaceso.blogspot.com

Os Cangaceiros de Verdade.


Esta pequena entrevista com o capitão Lampião não indica o autor, apenas a fonte:


Em outro número desse mesmo periódico datado de 28 de dezembro de 1928, encontramos sob a manchete “Lampeão fazendo um raid automobilístico – suas declarações em Tucano” uma raríssima entrevista com Virgulino Ferreira, o Lampeão, tratado como “capitão”, na qual ele tenta explicar e até justificar a causa de sua marginalidade. 

Acompanhemos alguns trechos.

– Que idade tem o capitão?
- Tenho 28 anos de idade.

- Há quantos anos vive em luta?
- Há 14 anos.

- Quais os motivos que levaram o capitão a abraçar essa vida acidentada e perigosa?
- Questões de família e sobretudo o assassinato de meu pai. Meu pai não sabia manejar uma arma.
Possuía um criatório regular e isso despertou a cobiça de um vizinho nosso que não nos olhava com bons olhos. De uma feita quando meu pai reunia o gado foi atacado traiçoeiramente por esse vizinho. Assassinado meu pai fui para a companhia de um tio, que abandonei quando atingi a idade de 14 anos" - (não está de acordo com a literatura lampiônica), para executar meu plano de vingança e de lá para cá não abandonei mais a vida do cangaço.”

Como ele mesmo nos informa, da direita para a esquerda estão
o cangaceiro Ezequiel e marcado com uma cruz Lampião.

Em outro trecho lhe é perguntado o porquê de haver se retirado de Pernambuco, ao que ele responde:

“- Eu lhe conto. Em Pernambuco até as folhas das árvores são minhas inimigas. Lá, quando eu dormia ou descansava embaixo de uma árvore, sempre trazia uma bala na agulha de minha carabina receando que caísse sobre mim alguma “folha inimiga”. (...) Eu sei que esta vida não é lá muito boa, mas se tenho sofrido, em compensação, tenho gozado bastante. E o que é a vida? Sofrer e gozar.”

O município de Tucano é vizinho ao de Serrinha, terra dos Carneiro Ribeiro e dos Nogueira, conhecidos por sua retidão, valentia e destemor. Talvez por essa razão a última pergunta feita pelo repórter ao capitão Virgulino.
    
“- O capitão não receia que uma força lhe ataque inesperadamente nesta vila?
- Qual nada, em Serrinha o destacamento conta 9 praças e eles não virão até cá.”

Por alguma razão Virgulino, mesmo com seu bando em maior número, evitou entrar em Serrinha. Dando por encerrada a entrevista resta ao jornalista observar a retirada do bando e seu líder acomodados na carroceria de um caminhão que haviam “requisitado rodando pelas ruas desta vila entoando canções despreocupados, felizes, inteiramente alheios aos comentários da população que assistia a esse quadro inétido, como se fora um sonho irrealizável.” Palavras no repórter.

Uma outra entrevista julho de 1928 no jornal “O Povo”, trazia a seguinte manchete e chamada de primeira página: “A palavra de Lampeão – O monarca selvagem dos sertões” e complementava com a frase do chamado “jaguar bravio do nordeste” 

 “- Não sou cangaceiro por maldade minha, mas pela maldade dos outros...” 

O Governo da Bahia na tentativa de conseguir conter Lampeão, chegou a publicar e distribuir anúncio de recompensa por sua captura, tal qual se fazia no velho oeste americano.

O Rio de Janeiro movido a carvão


Balão de carvão do século XIX: estrutura era administrada por até cinco pessoas e devia ser vigiada 24 horas por dia, para que a combustão não saísse de controle e a produção fosse transformada em cinzas.

Ignorados pela história oficial, carvoeiros geraram energia da cidade nos séculos XIX e XX.

Por quase um século, o Rio foi movido a carvão. Da indústria e das locomotivas à construção de casas e produção ferraduras de cavalos, boa parte da economia teve o carvão como matéria-prima. Foi um período crucial para o progresso da cidade - de meados do século XIX até a década de 1950 -, mas, ainda assim, quem impulsionou esse crescimento permanece no esquecimento. Pouco se sabe sobre os carvoeiros, em sua maioria escravos libertos, que viviam no Maciço da Pedra Branca, na Zona Oeste. Ocultos da população urbana, que ainda ignorava a região, eles desmataram a floresta e transformaram a lenha em insumo - como revela um trabalho da Pontifícia Universidade Católica (PUC), responsável por um inédito levantamento das carvoarias da região.

Apenas um escritor, Magalhães Corrêa, dedicou algumas palavras aos carvoeiros. São eles os protagonistas de um capítulo de seu livro "O sertão carioca", em que descreve a Barra da Tijuca e Jacarepaguá: "Os machadeiros são todos nacionais, boas pessoas, muito gentis; (...) são verdadeiros heróis, que não conhecem o medo e a preguiça nesse trabalho penosíssimo", exaltou.

A região do Maciço da Pedra Branca, conhecida como Planície dos Onze Engenhos no século XVII, era ocupada por grandes propriedades, que dependiam de lenha para a produção do açúcar. Os escravos, responsáveis pelo trabalho, adquiriram ali o conhecimento que, anos depois, usariam nas carvoarias.

Estas pequenas estruturas foram erigidas em platôs, áreas planas do maciço, no meio da floresta. Quatro ou cinco homens revezavam-se na administração do balão de carvão, um cone de lenha empilhada, revestido de barro, com cerca de 3,5 metros de altura. A queima da lenha era abafada em um processo que exigia atenção dia e noite, já que a ventilação deveria ser controlada com a abertura ou fechamento de "respiros". Caso contrário, toda a produção seria perdida, convertida em cinzas. Por exigir tanta dedicação, era comum que os trabalhadores vivessem ao lado dos balões. Escavações já encontraram algumas ruínas de casebres ao lado daquelas produções.

Os carvoeiros estavam à frente de um empreendimento delicado, mas barato - exigia apenas uma enxada, um machado e uma espécie de isqueiro. Não à toa tantos ex-trabalhadores da lavoura decidiram se aventurar na mata.

- Os engenhos da região começaram a alforriar seus escravos cerca de 20 anos antes da Lei Áurea - destaca Rogério Ribeiro de Oliveira, professor do Departamento de Geografia da PUC-Rio e pesquisador de História Ambiental da Mata Atlântica. - Alguns receberam pequenas propriedades, mas outros debandaram para a floresta. Por volta de 1850, a lenha, até então insumo básico do Brasil, perdeu espaço para o carvão. Afinal, ele gera três vezes mais energia, é leve e facilmente transportável, e poderia ser empregado na fabricação de vinho ou na metalurgia, algo impossível com a lenha.

Oliveira e Joana Stingel Fraga, pesquisadora de História Ambiental da PUC, buscaram vestígios das carvoarias numa área de 100 hectares do maciço, próximo à Taquara. Encontraram 157. Surpresos com o resultado da busca, estimam que a Pedra Branca, em seus 7 mil hectares, pode ter abrigado até 3 mil empreendimentos semelhantes.

Uma área equivalente a 80 campos de futebol foi desmatada para dar origem a estas carvoarias, dispersas por todo o local de pesquisa. Algumas foram instaladas a até 650 metros de altura, quase a mesma do morro do Corcovado (710 metros). No entanto, como estas estruturas foram abandonadas há muito tempo, praticamente todas foram engolidas pela vegetação. Apenas cinco das encontradas pelos pesquisadores estão atualmente em áreas abertas.

- Esperamos recuperar muitos desses sítios arqueológicos, que, além de uma história ambiental, também guardam um relato cultural sobre esses personagens sem rosto - explica Oliveira, que buscou descendentes de carvoeiros. - São completamente exíguas as fontes de informações, escritas ou orais, sobre as pessoas que forneciam energia ao Rio crescente. Sabe-se que em grande parte trabalhavam por conta própria, por empreitada ou, mais raramente, como assalariadas. Tanto uns como outros eram quase sempre explorados por intermediários que levavam o carvão para a cidade.

Da floresta para as favelas

Longe da mata, o carvão era levado para casas (onde eram usados em fogões e ferros de passar) ou indústrias. Uma das que mais usavam o produto era a construção civil - onde outros profissionais, mestres cantareiros e pedreiros, usavam-no para moldar paralelepípedos empregados em sobrados, das calçadas às fachadas, muitos ainda de pé no Centro Antigo e em diversos bairros da Zona Sul, como Catete, Laranjeiras e Cosme Velho.

As carvoarias viveram o seu apogeu entre 1880 e 1920. Trinta anos depois, quase todas haviam encerrado as atividades, quando o país mais uma vez trocou sua matriz energética - o carvão deu lugar ao petróleo. Devido à carência de fontes, é possível apenas especular sobre o destino dos antigos trabalhadores da Pedra Branca. Oliveira acredita que a maioria foi para o Centro, onde alguns conseguiram empregos na construção civil. Para morar próximo ao serviço, engrossaram o contingente das primeiras favelas.

O carvão gerou riqueza, mas os carvoeiros se beneficiaram muito pouco de seu próprio trabalho, ressalta o pesquisador. Primeiro, porque eram negros, em uma sociedade que havia acabado de abolir a escravidão. Segundo, porque mexiam com um material sujo. Terceiro, porque moravam numa área muito distante.

Renato Grandelle
Fonte: O Globo, 4 de fevereiro de 2012.

Trasladei do blog: Saiba História, 
do professor Adinalzir Pereira Lamego

O surgimento da primeira Coca-cola!


A primeira garrafa de Coca-Cola  foi vendida no dia 08 de maio de 1886, em Atlanta, EUA. Criada pelo farmacêutico John S. Pemberton, a bebida era inicialmente vendida como um xarope capaz de curar "todos os males da alma e do corpo" por apenas $5 cents. Por dificuldades financeiras, Pemberton vendeu a fórmula para o empresário Asa G. Candle em 1891, que criou a The Coca-Cola Company.

No Brasil, o refrigerante chegou informalmente em 1941, no Recife e foi produzida inicialmente pela Fábrica de Água Mineral Santa Clara, até que fossem instaladas minifábricas na capital 
pernambucana e em Natal, no Rio Grande do Norte. O local era conhecido como "Corredor da Vitória", parada obrigatória dos navios para a Europa em plena Segunda Guerra Mundial.

A primeira fábrica da Coca-cola foi instalada na então capital do Brasil, Rio de Janeiro. De onde, em 18 de abril de 1942, saíam do Rio as primeiras garrafinhas de 185 ml.

Fontes: 
JB Online 

10 primeiros países que estão acabando com o mundo


"Excelente para professor, mostrar aos alunos como esta poluição afeta o meio ambiente"

A poluição, principalmente aquela ligada à produção industrial, é um dos problemas mais preocupantes em relação ao meio ambiente e aoaquecimento global. As emissões são maiores nos países desenvolvidos, onde a indústria é a base da economia.

O principal gás poluente causador de problemas ambientais é o CO2. Hoje, otítulo de campeão nas emissões de gases estufa é dos Estados Unidos.

Veja abaixo a relação das 10 nações que mais poluem o mundo. Na frente dos nomes dos países você pode ver a quantidade de CO2 emitida expressa em toneladas.

1° Lugar - Estados Unidos - 5,762,050 t
2° Lugar - China - 3,473,600 t
3° Lugar - Rússia - 1,540,360 t
4° Lugar - Japão - 1,224,740 t
5° Lugar - Índia - 1,007,9 t
6° Lugar - Alemanha - 837,425 t
7° Lugar - Reino Unido - 558,225 t
8º. Canadá - 517,157,000 t
9º. Coréia do Sul - 446,190,000 t
10º. Itália - 433,018,000 t


Fonte:

Volta Seca - Um Cangaceiro (sergipano) de Lampeão

Por: Luiz Antonio Barreto

São desencontradas as informações sobre Volta Seca, cangaceiro sergipano e um dos mais conhecidos e destacados cabras do bando de Lampeão. Em 29 de abril de 1929, quando assistiu missa em Poço Redondo, com seus “rapazes,” o próprio Virgulino Ferreira da Silva entrega ao padre Artur Passos, então vigário de Porto da Folha, uma folha de papel pautado, escrita a lápis, com os nomes, os apelidos e as idades dos integrantes do seu grupo de dez cangaceiros.


No precioso papel, que é documento daquela que pode ser considerada a primeira entrada de Lampeão em Sergipe, o último a ser citado, com o nome de Antonio Alves de Souza, e a idade de 18 anos, com a observação “menino,”, e tem o apelido de Volta Seca.

Preso no início de 1932 e levado para a Casa de Detenção da Bahia, Volta Seca foi procurado por alguns sergipanos interessados em recolher informações sobre o cangaço no Nordeste e sua presença em Sergipe. Joel Macieira Aguiar, representando o Jornal de Notícias, acompanhado de Hernani Prata e de João Prado, estudantes de Direito na Bahia, encontrou Volta Seca tocando realejo, entrevistando-o, em começo de abril de 1932, fixando estes dados pessoais: sergipano, nascido no Saco Torto, povoado de Itabaiana, filho de Manoel Santos, que trabalhou no Engenho Contadouro, de propriedade de Antonio Franco, frequentou o Engenho Central, onde trabalhava Antonio de Engracia, conheceu Aracaju, e conheceu bem sua terra, Itabaiana, e Malhador. Volta Seca declarou, ainda, que entrou para o cangaço com 12 anos, a convite do próprio Lampeão, em Gisolo, no sertão da Bahia.


12 anos depois, em março de 1944, Joel Silveira, já um jornalista importante no Rio de Janeiro, viaja a Salvador, e na Penitenciária da Bahia entrevista Volta Seca e outros cangaceiros presos, como Ângelo Roque, Deus Te Guie, Caracol, Saracura, Cacheado. Joel Silveira anota o nascimento de Volta Seca em Itabaiana e diz que ele entrou no cangaço com 14 anos. Um documentário sonoro, feito na década de 1950, gravado em 1957, narrado por Paulo Roberto, locutor da Rádio Nacional, afirma que Volta Seca tinha o nome de batismo de Antonio dos Santos, e que entrara para o cangaço com apenas 11 anos.

A Todamérica grava o documentário comercialmente, apresentando Volta Seca como compositor e intérprete de diversas músicas que estão ligadas ao ciclo dos cangaceiros, como: Se eu soubesse; Sabino e Lampeão; Mulher Rendeira; Acorda Maria Bonita e outras. Há, portanto, divergência de nome, idade e data de entrada de Volta Seca no grupo de Lampeão. 

Considerado valente, tendo brigado com o próprio chefe, Volta Seca não mereceu elogios do padre Artur Passos, no encontro de Peço Redondo em 1929. O padre, que demonstrou simpatia com Moderno (Virgínio Fortunato, cunhado de Lampeão) e com o próprio Virgulino, não gostou de Volta Seca, e sobre eles diz: “Não têm, inclusive Lampeão, cara repelente, como imaginamos nos bandidos em geral, devendo frisar, porém, o olhar especial de um deles, o fedelho de 16 a 18 anos, que os acompanha.”

No contato com Joel Silveira, Volta Seca, sob o testemunho de antigos companheiros, reafirmou sua coragem, disposição, e narrou episódio de uma briga com o chefe, em 1931, por causa de um socorro dado a Bananeira, ferido em combate. Lampeão achava que o atraso poderia ocasionar problemas sérios, de confrontos com a polícia, enquanto Volta Seca agia solidariamente, sem querer deixar para trás o companheiro atingido por tiros. O ambiente ficou tenso, e por pouco os dois cangaceiros não se enfrentaram.

A fama de valentia, contudo, ampliou-se dentro e fora do grupo, apesar de Volta Seca ganhar, também, uma imagem lúdica, de compositor e de cantor, responsável por salvar parte do repertório dos grupos de cangaceiros. O disco da Todamérica é um bom exemplo, e foi reproduzido, em parte, décadas depois, por um álbum, long-play, dos Estúdios Eldorado, de São Paulo, com o título de A Música do Cangaço. Nele, além das canções atribuídas e cantadas por Volta Seca, já citadas, figuram artistas como Luiz Gonzaga, Sérgio Ricardo, Teca Calasans e Antonio Carlos Nóbrega.

Além de tocar realejo, compor e cantar, Volta Seca foi submetido, na prisão, ao trabalho forçado de fazer flores e outras artesanais, predominantemente feitas por mulheres. Ele não se abateu, casado, pai de um filho, ele esperava cumprir sua pena de 20 anos, para deixar a prisão e recomeçar a vida. E o fez pela música, ainda hoje uma referência, tomada por empréstimo por Luiz Gonzaga e por outros artistas nordestinos, que concorreram para fixar uma estética do cangaço, da qual Frederico Pernambucano de Mello é especialista.

Publicado no Portal Infonet em 27/02/2009.

*Adendo Lampião Aceso:

O povoado Saco do Torto hoje é situado no município de Malhador após a emancipação deste.

Carnaval e História do Carnaval


Festas carnavalescas, carnaval, escolas de samba, história do carnaval, origens, escolas de samba vencedoras dos últimos carnavais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foto do Desfile de Escola de Samba no Rio de Janeiro.

O que é? 

O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
História do Carnaval 

O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.

No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

Bonecos gigantes em Recife

Carnaval de Recife - Bonecos Gigantes

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.

Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.

Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

Escolas de Samba Vencedoras nos Últimos Carnavais no Rio de Janeiro:

1998 - Mangueira e Beija-Flor
1999 - Imperatriz Leopoldinese
2000 - Imperatriz Leopoldinese
2001 - Imperatriz Leopoldinese
2002 - Mangueira
2003 - Beija-Flor
2004 - Beija Flor
2005 - Beija-Flor
2006 - Unidos de Vila Isabel
2007 - Beija-Flor
2008 - Beija-Flor
2009 - Acadêmicos do Salgueiro
2010 - Unidos da Tijuca
2011 - Beija-Flor

Escolas de Samba Vencedoras nos Últimos Carnavais em São Paulo:

1998 - Vai-Vai 
1999 - Vai-Vai, Gaviões da Fiel 
2000 - Vai-Vai, X-9 Paulistana 
2001 - Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde 
2002 - Gaviões da Fiel 
2003 - Gaviões da Fiel 
2004 - Mocidade Alegre 
2005 - Império de Casa Verde 
2006 - Império de Casa Verde 
2007 - Mocidade Alegre
2008 - Vai-Vai
2009 - Mocidade Alegre
2010 - Rosas de Ouro
2011 - Vai-Vai

Conheça oito alimentos que podem aumentar o risco de câncer

Salsicha - foto: Getty Images
Bacon, refrigerante e até churrasco têm substâncias cancerígenas

Publicado em 3/2/2012 por Manuela Pagan

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 500 mil novos casos de câncer serão diagnosticados no Brasil em 2012. Maus hábitos alimentares estão diretamente relacionados com essa estatística. A vida moderna, cada vez mais agitada, dificultou o velho (e bom) hábito de preparar os próprios alimentos e deu lugar aos alimentos prontos para consumo ou de fácil preparo.

O nutricionista Fábio Gomes, do INCA, explica que muitos alimentos possuem fatores mutagênicos, ou seja, lesam as células humanas e alteram o material genético que existe dentro dela. "Esse processo leva a uma multiplicação celular muito maior do que o normal e, em consequência, pode aparecer um tumor". Muitos desses alimentos não apresentam qualquer benefício à saúde e podem ser facilmente riscados do cardápio. Veja quais são e modere no consumo dos alimentos que predispõem a doença. 

Carnes processadas 

Linguiça, salsicha, bacon e até o peito de peru contêm quantidades consideráveis de nitritos e nitratos. Essas substâncias, em contato com o estômago, viram nitrosaminas, substâncias consideradas mutagênicas, capazes de promover mutação do material genético. 

"A multiplicação celular passa a ser desordenada devido ao dano causado ao material genético da célula. Esse processo leva à formação de tumores, principalmente do trato gastrointestinal", explica Fábio Gomes. 

A recomendação do especialista é evitar esses alimentos, que não contribuem em nada com a saúde. 

Refrigerantes

Refrigerante - foto: Getty Images

A bebida gaseificada, além de conter muito sal em forma de sódio, possui adoçantes associados ao aparecimento de câncer. O ciclamato de sódio, por exemplo, é proibido nos Estados Unidos, mas ainda é utilizado no Brasil, principalmente em refrigerantes "zero". "Essa substância aumenta o risco de aparecimento de câncer no trato urinário", conta Fábio Gomes. 

Quanto aos adoçantes que podem ser adicionados à comida ou à bebida, o nutricionista diz que ainda não há comprovação científica. "O ideal é que o adoçante seja usado de forma equilibrada, pois é um produto destinado a pessoas com diabetes e não deve ser consumido em excesso pela população em geral", aponta. 

Veja também:


Enviado por: Roberto Evangelista

Carnaval em Mossoró - 16 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 1914 aparece um grupo de senhoras, “virtuosas esposas e mães dos proprietários do cine Politeama, promovendo festivo assalto de confetes, em intervalos de danças, durante a soirré.
               
Por volta de 1916 surge o Clube Carnavalesco Infantil, organizado pela Professora Municipal Perpétua Noronha.
               
Extraído do jornal O Mossoroense
               

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:

William Palha Dias

Por: Leandro Cardoso
Sousa Neto, Antônio Amaury e Dr. Leandro Cardoso Fernandes

Caro Severo, 

Manoel Severo e Rostand Medeiros

venho comunicar a toda a comunidade cangaceira o falecimento do 


Dr. William Palha Dias, aos 96 anos, ocorrido ontem às 18h, em Teresina, Piauí. Dr. William era sócio da SBEC e autor de duas obras sobre o cangaço: Alcorão Rubro (1994) e Papo Amarelo: Drástica Solução (2000), juiz aposentado e membro da Academia Piauiense de Letras.

Alcorão Rubro é um trabalho romanceado, embora baseado em fatos reais, sobre a guerra ocorrida no sul do Piauí, na época da exploração dos maniçobais, com grande aporte de cangaceiros das regiões limítrofes entre Piauí, Bahia e Goiás, havendo, inclusive, a tomada da cidade de Corrente pelos cangaceiros infrenes.

Papo Amarelo; Drástica Solução versa sobre a guerra entre o Coronel Claudionor Augusto Dias (genitor de William Palha Dias) e Ângelo Gomes Lima, o Ângelo da Jia, de Tacaratu (PE). Há ainda, no livro, fatos referentes à passagem de Sinhô Pereira por Caracol, gravados por Dr. William, que os recolhera do próprio genitor, que acompanhou e ciceroneou Sinhô Pereira durante sua passagem pela região.

Aqui rendo minha homenagens a Dr. William Palha Dias, cuja cultura e boas obras ajudam a eternizá-lo, apesar de não suplantar sua ausência.
Grande abraço a todos.

Leandro Cardoso Fernandes 
Médico, pesquisador, escritor
Sócio da SBEC

NOTA GECC- GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ

O GECC, se une ao sentimento de pesar pelo falecimento do Dr. William Palha Dias, hipotecando nossos pêsames a toda família e amigos.

ÂNGELO OSMIRO
PRESIDENTE

Cariri Cangaço

Caravana Cariri Cangaço-GECC : Desafio de Carnaval - As Cidades

Por: Manoel Severo
Manoel Severo e Danielle Esmeraldo

Uma das grandes dificuldades para definir o roteiro da Caravana Cariri Cangaço, foi estabelecer a ordem de prioridade para as cidades a serem visitadas; a partir do responsável pelo planejamento geográfico e deslocamento; 

Manoel Severo, Aderbal Nogueira, Paulo Gastão e Antonio Vilela

Aderbal Nogueira; se pensou em contemplar um pouco dos tempos áureos do começo da vida cangaceira de Virgulino Ferreira, em sua Pernambuco de origem e um pouco de seu apogeu do segundo reinado, em terras baianas, sergipanas e alagoanas, sem esquecer os momentos marcantes vividos no Cariri do Ceará e ainda abraçar um dos últimos remanescentes do ciclo; ex-cangaceiro Candeeiro, em sua Buíque.

Ex-cangaceiro Candeeiro, por Marcio Vasconcelos

Vamos a algumas cidades a serem visitadas: De Fortaleza, saindo na manhã de sábado, dia 18, direto a São José do Belmonte e um dos primeiros episódios de um Lampião já chefe de Bando, a morte de Gonzaga; dali até a inigualável e bela Triunfo, berço do lugar tenente, 


Luiz Pedro do Retiro, a Casa das Almas: Metade em Pernambuco, Triunfo e metade na Paraíba, Princesa, do grande Coronel Zé Pereira e de Marcolino Diniz. Ali será uma grande satisfação rever os amigos, Diana Lopes, André Vasconcelos e Assis Timóteo.

Casa das Almas, em Triunfo

Descendo a serra partiremos sem demora; passando em Custódia e depois Arco Verde; até a visita a Candeeiro em Buique; o primeiro dia está concluido. Na manhã do segundo dia, 19, domingo de carnaval, Paulo Afonso; não sem antes passar em Mata Grande, Pariconhas e Agua Branca. 

Aristéia e João de Sousa Lima

O ataque dos filhos de Zé Ferreira com os Porcino em Pariconhas e o ataque ao Casarão da Baronesa de Água Branca, serão com certeza visitas obrigatórias, antes de trazer para a Caravana Cariri Cangaço, nosso novo guia: João de Sousa Lima.

Casarão da Baronesa de Água Branca

Paulo Afonso será nossa base por três dias, de 20 a 22, segunda e terça de carnaval a folia será em plena caatinga: As terras da Malhada da Caiçara, berço de Maria Bonita; Casa de dona Generosa, Serra do Umbuzeiro, Lagoa do Mel; onde morreu Ezequiel, irmão do Rei do Cangaço, Casa de Lídia,  Serra do Peito de Moça, entre tantos outros cenários importantes do cangaço lampiônico.

De Paulo Afonso a Jeremoabo, emblemática sede de volantes e local onde ocorreram as famosas "entregas". Na terra onde morou o mais famoso caçador de cangaceiros: 


Zé Rufino, vamos encontrar o ex-volante Inácio Ferreira, um dos últimos remanescentes das tropas que combateram os cangaceiros; passaremos tembém por Cana Brava e Malhada Grande até retornar a Paulo Afonso para na manhã seguinte, dia 21, sob as ordens do 


Decano Alcino Alves Costa, Caipira de Poço Redondo; voltarmos ao estado de Alagoas e Sergipe e as terras entre Poço Redondo e Canindé do São Francisco, região que juntamente com Paulo Afonso destinou o maior número de membros às hostes cangaceiras. Não sem antes passarmos em Delmiro Gouveia, Olho d'Agua do Casado e a maravilhosa Piranhas. Lugares emblemáricos como Fazenda Patos, Maranduba, Monte Alegre, Lagoa da Serra, entre tantos outros estarão fazendo parte de nosso roteiro.

Fazenda Maranduba

Encerrada a saga por terras baianas, sergipanas e alagoanas, retornaremos dia 22, quarta de cinzas, por Floreta do Navio, Nazaré do Pico e Serra Talhada, berço de Virgulino Ferreira. A Fazenda Poço do Nego será parada obrigatória no famoso solo dos "encardidos nazarenos". Dali ao nosso Cariri, quando novamente teremos presença marcante nos municípios de Milagres; onde visitaremos o famoso Fogo do Coité, onde Padre Lacerda segurou fogo cerrado contra 

Sinhô Pereira - sentado e Luiz Padre

Sinhô Pereira, por falar em Sinhô Pereira, a fazenda do Major Zé Inácio do Barro també será parada obrigatória, como também as terras do Coxá, onde em Aurora se deu o Fogo do Taveira; ali sem dúvidas o comando será de 


Bosco André, 

Antonio Amaury e Sousa Neto

Sousa Neto e nosso Conselheiro Zé Cícero.

 

Esse é o roteiro da Caravana Cariri Cangaço-GECC , Desafio de Carnaval;  tudo sobre a Caravana Cariri Cangaço-GECC, você fica sabendo aqui no www.cariricangaco.com


Manoel Severo

Extraído do "Cariri Cangaço"
http://cariricangaco.blogspot.com







DAS IMPERFEIÇÕES (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

DAS IMPERFEIÇÕES

Toda perfeição é uma impressão psicológica momentânea daquele que vê ou sente. É simplesmente a primeira aparência favorável sobre tudo. Disso não tenho dúvida. E não o tenho porque não há nada perfeito na vida. Disse na vida e não envolvendo o esmero superior que em tudo habita.

Aquilo que se tem como perfeito muitas vezes não se sustenta como tal a partir de um segundo olhar. O próprio tempo é hábil em mostrar as imperfeições daquilo que é considerado perfeito. Não há nada, pois, que se mantenha na sua integralidade de apuro e beleza por toda a vida.

Por mais que o artista retoque sua obra, pincele ali e acolá, aumente ou diminua a luminosidade, ainda assim tencionará em fazer mudanças todas as vezes que estiver diante de sua criação. E diz a si mesmo que se pudesse pintaria tudo novamente, muito do que existe ali deixaria de ser.

Por mais que o indivíduo procure fazer tudo certinho na vida para amanhã não se encher de arrependimentos, e realmente faça tudo brilhantemente, com grande sucesso e prazer, mais tarde sempre dirá que se pudesse voltar no tempo faria de forma diferente muito daquilo que um dia foi visto com tanta perfeição.

Se voltasse o tempo de criança, diz a música; se um dia eu pudesse ter meu passado inteiro, diz a outra; e mais uma diz que tempo bom era aquele da molecada, da correria livre atrás de uma bola de meia, do fazer tudo sem se importar com nada. Mas se houvesse uma chance de voltar atrás, ainda assim tudo seria feito segundo as circunstâncias do tempo. E depois apenas a certeza de que tudo poderia ser feito de maneira diferente, melhor, mais bem feito.

Disso tudo se depreende que o ser humano vive em constante insatisfação, em permanente negação do presente. Toda vez que diz que hoje faria de outro modo o realizado ontem é porque mostra sua incapacidade de realizar plenamente, sua fragilidade nas realizações, seu amadorismo nas ações. E com isto, erroneamente, quer afirmar-se como capaz de não errar mais, errar menos, ou fazer tudo com perfeição.

O problema é que essa certeza de hoje, dessa destreza em fazer o melhor, será novamente negada amanhã. Verdade é que o esmero de hoje, a maravilha que se faça hoje, amanhã será refutado, colocada em xeque, já visto como algo que não saiu como deveria. Por exemplo, se for dada a chance de refazer o ontem com a sabedoria e o conhecimento de hoje, amanhã uma nova experiência no indivíduo irá mostrar que poderia ter feito bem melhor.

Mas tudo tem sua razão de ser. Logicamente que o amadurecimento do indivíduo traz à sua mente novas percepções de realidade. Essa possibilidade maior de realização que se passa a ter não vale, contudo, senão daquele momento para trás, regredindo ao passado. O indivíduo se espelha diante do ontem para sentir suas imperfeições, porém não pode dar um salto perceptivo e realizar agora para mais tarde não se arrepender.

Mais tarde, com o novo cabedal perceptivo adquirido, então virá a conscientização de que não adiante se achar o suprassumo, apto a realizar com perfeição, e simplesmente porque a perfeição nunca se completa e tudo na vida não passa de meras realizações que podem ser aprimoradas sempre. Pensar diferente seria o mesmo que dizer que se estivesse vivendo na idade da pedra lascada iria ter a ideia de colocar câmera de vigilância na entrada da toca.

Portanto, as imperfeições existem para que o ser humano procure se aproximar ao máximo da perfeição. Como nunca conseguirá, cada passo quer der para melhorar o já realizado será um grande avanço pessoal e para a humanidade. Quando não se alcança tal objetivo é porque as lições de ontem serviram de nada. E o mundo continuará tão imperfeito quanto o próprio homem.


Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com