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sábado, 11 de fevereiro de 2012

A GRANDE E RESPEITADA FAMÍLIA DE LAMPIÃO

Retrato da família Ferreira, tirado em Juazeiro, em 1926. 

Lampião está à direita, seu irmão Antonio, à esquerda. Em pé, no meio, João Ferreira, o único irmão Ferreira que não entrou para o cangaço. Ezequiel Ferreira, o irmão mais moço, está à direita de João. João está com a mão no ombro de sua mulher. As outras senhoras são irmãs dos rapazes. Os outros no grupo são primos. Foto liberada por João Ferreira. Propriá.

Virgulino Ferreira da Silva era o terceiro dos muitos filhos de José Ferreira da Silva e de Maria Lopes, ou Maria Sulena da Purificação. 

Virgulino nasceu em 1898, como consta em sua certidão de batismo, e não em 1897, como citado de várias obras.

A família Ferreira formou-se na seguinte sequência, por datas de nascimento:

1895 - Antonio Ferreira dos Santos
Foi morto por acidente
1896 - Livino Ferreira da Silva
Morreu em combate.
1898 - Virgulino Ferreira da Silva
Foi morto na Grota de Angico, no Estado de Sergipe.
???? - Virtuosa Ferreira
1902 - João Ferreira dos Santos
???? - Angélica Ferreira
1908 - Ezequiel Ferreira
Foi morto em combate
1910 - Maria Ferreira (conhecida como Mocinha)
Faleceu ontem (sexta-feira), dia 10 de fevereiro de 2012
1912 - Anália Ferreira

Todos os filhos do casal nasceram no sítio Passagem das Pedras, pedaço de terras desmembrado da fazenda Ingazeira, às margens do Riacho São Domingos, no município de Vila Bela, atualmente Serra Talhada, no Estado de Pernambuco.

Esse sítio ficava a uns 200 metros da casa de dona Jacosa Vieira do Nascimento e Manoel Pedro Lopes, avós maternos de Virgulino. Por causa dessa proximidade Virgulino residiu com eles durante grande parte de sua infância. Seus avós paternos eram Antonio Ferreira dos Santos Barros e Maria Francisca da Chaga, que residiam no sítio Baixa Verde, na região de Triunfo, em Pernambuco.

Fonte:

A Pistola Parabellum No Imaginário Popular...Um estudo pseudo-psicológico A Pistola Parabellum No Imaginário Popular...Um estudo pseudo-psicológico


Os diversos modelos da Luger puderam ser vistos em mãos de todo tipo de gente, popularizou-se entre policiais e cangaceiros, que depois de 1930 usavam os modelos 1906 e 1908 – sendo que a pistola que Lampião usava quando foi morto era uma Parabellum P-08 de 9 mm (mas antes disso ao que parece, usava uma em 7,65 mm, e exigia toda a munição desse tipo que encontrasse). Essa Parabelum 9 mm de 


Lampião segundo dizem, foi comprada pelo mesmo na cidade de Capela no estado de Sergipe, em 1929 na casa comercial de Jackson Alves de Carvalho, sendo aparentemente a mesma arma que foi encontrada com ele em seu fim trágico em Angico [aliás na famosa foto das cabeças cortadas pode-se contar nada mais nada menos do que 7 pistolas Parabellum, sendo bem visível uma do mod. 1906, as outras menos visíveis pois estão coldreadas].

Também na famosa foto posada do chefe de bando Chico Pereira (reproduzida ao lado), homem de posses e intelecto acima do bandoleiro comum, um tanto fidalgo até) está bem visível na cintura dele uma enorme pistola Parabellum do mod. de artilharia de 1917 (com cano de 20 cm de comprimento, contra os de 10 cm das mais habituais P-08, este tipo foi usado pelos serventes da artilharia do exército do Kaiser alemão na Primeira guerra mundial, daí seu nome), inusual por estas paragens, embora em entrevista há muitos anos com um ex-jagunço dizia ele que haviam muitas Lugers de cano longo pelo sul da Bahia.


Ainda sobre personagens que usaram as Parabellum, os Coronéis, seus jagunços e pistoleiros de aluguel também a apreciaram, tendo chegado ao meu conhecimento pelas divertidas estórias do meu finado Tio Zeca, que lá pelos anos 40 trabalhou na fazenda de um rico fazendeiro na fronteira da Bahia/Minas Gerais. Ele me contou que na casa da sede tinham caixas fechadas com dezenas de carabinas Winchester e 8 pistolas Parabellum, além de outras armas curtas! Para economizar tempo na hora de limpar eles simplesmente jogavam óleo por cima e fechavam a caixa, bem como a popular e hilária estória de um camarada que ao ir à casa de uma “mulher da vida” em Bom Jesus da Lapa (BA), guardou a pedido da desconfiada “moça” que o “atendia”, a sua Parabellum num Bocapiu (sacola de palha)... que não tinha fundo... Ao cair no chão a arma (que por certo como diz o povo estava com “bala na agulha”) começou a disparar sozinha até ficar sem munição (típico defeito de pistolas, numa peça chamada fiador), ambos ficaram agachados num canto do quartinho da “moça”, agarrados e muito assustados, já se isso foi verdade é outro caso...

Mas a realidade técnica longe do mito é bem outra. A bem dizer a Luger em parte não justificava a sua boa reputação (mundial, pois foi arma de coldre padrão de dezenas de nações, lutou nas duas guerras mundiais, e é uma das mais procuradas por colecionadores até os dias de hoje), sim, de fato é uma arma precisa, mas por causa de seu desenho peculiar era cara de se manufaturar, tolerava poucas variações nas cargas dos cartuchos, tinha muitas peças pequenas, era bastante sensível à poeira, gelo e lama encontráveis em quase todo teatro de operações, pois o mecanismo não é coberto por inteiro, o seu carregador tinha tendências a encravar no 2º cartucho por causa da inclinação da mesa elevadora e da mola fraca, e o 1º era muito duro de se introduzir manualmente, mesmo assim foi um tremendo sucesso de vendas.

Mas em nossas terras longe de tecnismos, a fama da lendária pistola corria de norte a sul, notadamente no Nordeste das primeiras décadas do século XX, onde entrou sorrateira no imaginário popular (o famoso Parabelo) como uma das estrelas principais de uma época tão difícil de medo e violência: O ciclo do Cangaço.

Debutou num ambiente onde a falta de esperança no futuro e na justiça transformava por vezes a apatia em revolta, em mote da vingança. Numa terra de homens e mulheres destruídos moralmente e materialmente pela pobreza e pela fome (há relatos de vendas de pessoas e até macabras histórias de canibalismo), onde a tragédia humana da seca diuturna, que fazia as caveiras dos animais branqueando no pasto inexistente, rir com suas mandíbulas desencaixadas, lembrando aos homens que os seus natimortos, os menores, e os seus mais velhos em breve os seguiriam na jornada da qual não se volta. A política e o poder asfixiante dos coronéis, a grilagem de terra, a imensidão das caatingas sem lei, a pretensa liberdade dos bandoleiros, e isso tudo num caldeirão social em ebulição, permeado por fanáticos. Creio modestamente que a junção destes fatores contribuiu para que o mito da Parabellum se perpetuasse como uma arma potente e bela, símbolo de status social, instrumento de morte precisa e de poder. Poder esse que era ao mesmo tempo opressor e transformador, pois se a Parabellum era a arma dos odiados volantes e coronéis, também era a do “Capitão” Virgulino Ferreira e dos cangaceiros.

Os projéteis das Parabellum, rápidos como o vôo do carcará, e mortais como a cascavel, percorreram os ambientes hostis (tanto o natural como o social) das caatingas, e suas histórias como arma coadjuvante nas mãos de homens que primaram pelo heroísmo, traição ou covardia, mantidas pela tradição oral, chegaram aos nossos dias fascinando os pesquisadores modernos, que evidentemente tem de peneirar o joio do trigo.

Na verdade, pistolas são armas semi-automáticas, esta incorreção se perpetua até hoje tanto no meio popular como na mídia pouco técnica.


Postado Por: Fábio Costa


Fonte:
http://vitrinedaarmaria.blogspot.com/2009/06/pistola-parabellum-no-imaginario.html

A História do Nosso Padim Padre Cicero, Envolvendo a Sociedade Eclésiastica, Cangaceiros, Governantes, Revoltosos, Beatos e Devoltos.

Por: Alfredo Bonessi e Guilherme Machado
Padre Cícero e Virgulino Ferreira da Silva (Lampião)

O jovem Cícero e sua única irmã D. Angélica.

A fotografia do Padre Cícero que foi retirada da Prefeitura por ordem do interventor nomeado após a vitória da Revolução de 1930.

Dr. Floro Bartolomeu,  médico, rábula e garimpeiro, baiano da cidade de Correntina.

Líder do Sitio da Baixa dos Dantas. Beato José Lourenço, Preso sob acusação de promover um boi a Santo Milagreiro.

Bando de jagunços organizados pelo Dr. Floro, exibem o canhão de bronze  na defesa do Juazeiro.

Revoltosos da Coluna Prestes liderados Pelo líder Luiz Carlos Prestes. Ver-se sentado ao centro de paletó branco e de barbas negra.

O batalhão das forças patrióticas desfilam em Praça de Juazeiro, no intuito de combaterem a Coluna Prestes.

Raríssima foto do Padre Cícero cego e muito doente ao lado do Doutor Mozart Cardoso de Aguiar.

No dia vinte de julho de 1934 o povo de Juazeiro dá adeus ao Padim Padre Cícero.

Padre Cícero e Lampião

Caro  Guilherme Machado - saúde.

Envio ao amigo um resumo elaborado de minha autoria sobre o relacionamento entre Padre Cicero e Lampião - tema que no momento se discute pelos Grupos de Estudos do Cangaço. Se o amigo quiser  realizar algum comentário no  fique a vontade. Recomendações - abraço - Alfredo Bonessi - SBEC - GECC -Fortaleza-CE.

 "Na oportunidade em que se fala nos Grupos de Estudos do Cangaço sobre  o Padre Cícero  de Juazeiro do Norte e Lampião, no relacionamento entre eles, depois de tudo que li sobre ambos e sobre a questão em foco, depois de  muitos estudos,  em várias obras,  resumo no seguinte:

1 - O Padre Cícero era um padre católico em ligação com padres jesuítas. Isso contrariou a Igreja Católica porque já  na época do Império tanto  a Igreja Católica como a Maçonaria eram inimigas dos Jesuítas, instigação essa que se originou na corte Portuguesa Pombalina Maçônica com a destruição das Missões jesuíticas Espanhola na América e a ocupação por Portugal desses territórios. O Padre Cícero estava  no meio de uma fogueira, de uma guerra. Lembro que o movimento jesuítico era de libertação de Portugal  e  Republicano, portanto contra a Monarquia. Daí se beneficiou da Maçonaria que inicialmente era Monarquista e depois se tornou Republicana.

2 - Porque Juazeiro não caiu ?

- Porque ficou ao lado do Governo Federal  e o ajudou no combate a Coluna Prestes e também no posicionamento quando da intervenção no governo do Ceará, senão teria sucumbido como sucumbiu  Canudos, Sitio Caldeirão, Pau de Colher e tantos outros movimentos religiosos nordestinos.

3 - Quem mandava no Juazeiro ?

Com a chegada a Juazeiro de Floro Bartolomeu, um medico Baiano fugitivo, esse aos poucos foi assumindo o controle político local, passando de Vereador a Prefeito, Deputado Estadual e depois Deputado Federal. Com idade avançada do Padre esse poder político local foi passado a Floro Bartolomeu, tendo o Padre Cícero se afastado de certas decisões, dizendo: “agora tudo é com o homem”.  O Padre Cícero foi denunciado na Câmara Federal e lá estava Floro Bartolomeu defendendo o Padre e a cidade de Juazeiro. Floro escreveu até um livro sobre esse fato, onde narra até como deu fim ao culto ao Boi Sagrado que acabou num churrasco, confirmando que o Padre e a cidade nada tinha a ver com esse culto religioso. Floro também afirmou que o Padre Cícero não era líder de fanáticos como havia sido denunciado na Câmara.  Foi Floro que convocou Lampião por carta, morrendo logo a seguir.

4 - Com a chegada de Lampião a Juazeiro  o Padre Cícero não ficou nada satisfeito e reclamou da presença dele no Juazeiro e tratou logo de despachar Lampião pedindo que  fosse embora logo da cidade. O delegado quis prender os Cangaceiros, mas o Padre respondeu  que logo eles iriam embora  e com isso não haveria retaliação nenhuma contra a cidade por parte dos cangaceiros. O que foi feito. “ não quero esse tipo de gente aqui” teria dito o Padre Cícero.
               
5 - Lampião se armou e foi de encontro a Coluna Prestes. Avistou a coluna e viu o seu efetivo de mais de 3500 homens, armados, soldados experientes, e ouvindo o conselho dos demais cangaceiros abriu no oco do mundo. Nem 10 bandos de Lampião poderia fazer frente a tão poderosa coluna.

6 - Com a chegada de cada vez mais romeiros a cidade o Padre Cícero começou a ter problemas de acomodação com aquela gente toda e daí se dispôs a comprar terras e mais terras para fazer as acomodações, de tal maneira que pudesse  deixar ocupadas aquela quantidade enorme de pessoas pobres e humildes. Daí ter a posse de várias fazendas. Nessas fazendas havia enorme quantidades de todos os tipos de pessoas: jagunços, capangas, pistoleiros, guarda-costas, foragidos da justiça, bandoleiros, e muita gente de oficio, honestas mesmo que se dedicavam a lavoura e ao gado – algumas  das fazendas se tornaram rentáveis.  O pessoal fugitivo de Canudos e alguns chefes de lá foram ter a Juazeiro e ficaram responsáveis pela defesa da cidade, cavando o fosso de proteção ao redor da mesma. Mas não se pode considerar que o Padre Cícero alimentava as suas fazendas com todo tipo de gente convocada por ele para se tornar um  poderoso homem de negócios, um chefe de bandidos como eram os demais coronéis da região. Toda vez que havia um questão na região o Padre sempre optava pelo lado pacifico de acalmar as coisas, aconselhando ambas partes litigantes a  resolver em paz as pendências. Daí escrevia carta para uns, respondia cartas para outros, fazia pedidos em nome desse e daquele de tal maneira que a região ficasse em harmonia social e política.  Ele mesmo não gostava de receber uma enorme quantidade de romeiros, porque esse pessoal largava suas terras e moradias e vinham para Juazeiro e por lá ficavam ociosas e sujeitas a toda sorte de vicissitudes. Daí que a chegada dos romeiros  a Juazeiro era vista como uma grande preocupação para o Padre Cícero e não como motivo de satisfação por parte dele.
  
7 - Os familiares de Lampião vão morar no Juazeiro. Não vimos em nenhum livro que foi a convite do Padre Cícero e muito menos que o Padre protegia esses familiares. Acontece que na terra do Padre Cícero ele mantinha a ordem e a justiça local e ninguém iria perseguir ninguém por lá, muito menos os familiares de Lampião que não tinha culpa nenhuma por ele ter entrado no Cangaço. Sabemos que um dos contatos de Lampião com os seus familiares em Juazeiro era feito via Antonio da Piçarra que alem de fazer as compras de armas e munições nesse local ainda levava dinheiro de Lampião aos  familiares desse.  Com a traição de Antonio da Piçarra, essa  via de contato se desfez e não vi escrito outra forma de contato para com esses familiares. Lampião ainda tem uma irmã viva em São Paulo, ela poderá contar essa história melhor do que temos visto em livros por aí.
  
8 - Não temos registros que Lampião se confessou com o Padre Cícero – se isso ocorreu ficou em segredo. Não temos registros se Lampião deu contribuição a Igreja do Padre, se deu o Padre não aceitaria porque era dinheiro  roubado – comprometeria a reputação do Padre.
  
9 - Tivemos acesso ao inventário deixado pelo Padre Cícero  - tudo natural e normal.

10 - Sabemos que o Padre, já  em avançada idade, teve uma morte muito dolorosa, sofrendo muitas dores até a chegada da morte.

11 - Sabemos também que o Padre Cícero  se espelhou na vida do Padre Ibiabina para cumprir o seu sacerdócio, mas isso já é outra História.

12 - No mais a sua vida íntima e cotidiana  não sabemos  como era, ficou esse segredo  com quem o acompanhou de perto  por longos anos  em convivência diária, tendo a oportunidade de escutar seus planos, projetos, suas queixas e atribulações porque passou nesse lugar onde recebeu a sua cruz e que foi palco de seu calvário místico –religioso – social.  Padre Cícero  - Um mártir   de Juazeiro".

Atenciosamente

Alfredo Bonessi  09/02/2012






Extraído do blog: 
"Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia", 
do amigo Guilherme Machado.





O TREM DA HISTÓRIA - FALA DE DELMIRO GOUVEIA

Delmiro Gouveia


TREM DA HISTÓRIA 
PARTE I


TREM DA HISTÓRIA 
PARTE II

Fonte: YouTube

UM BEIJO, APENAS... (E A VIDA... E A VIDA) (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

UM BEIJO, APENAS... (E A VIDA... E A VIDA)

O que será mesmo o beijo, hein? Por que esse toque de lábio a lábio tem o poder de entorpecer, de encantar, de tornar a vida numa junção de paz e felicidade? Os animais se tocam, se bicam, se buscam através de suas bocas e nunca foi registrado um grito de dor após um beijo de amor.

Tão sublime, suave e encantador é o sincero beijo, que nele se aperfeiçoa todo o amor sentido, todo o querer, todo o prazer, todo o mistério do afeto amoroso. Verdadeiramente não há quem não saía um pouco de si, que não viaje, não se solte, não se perca diante do sabor calorento, do toque macio, do arrepio que causa o lábio e sua culpa.

Doce é o percurso, o procedimento, o proceder. Um tão esperado e desejado encontro, um olhar de mar de gaivotas, um sorriso da melhor estação, uma carícia de pássaro e flor, um toque de leve onda, um abraço levemente apertado, a boca, a outra boca, o beijo...

Nenhuma ciência, nenhuma máxima sabedoria filosófica, nenhuma suposição ou hipótese tem o poder de alcançar a gênese conceitual do beijo. O que os livros dizem são fruto do pensamento e não do beijo em si, daí sua incompletude diante da força expressiva do beijar.

Os livros dizem que o beijo é o ato de chegar os lábios a alguém, tocando-os sentimentalmente; é a ação e resultado de aproximar os lábios, com leve sucção, em pessoa e em sinal de estima, amor, carinho, respeito etc. É o contato dos lábios perante outra pessoa, por amor ou afeto. Nos lábios de outra pessoa, o beijo é tido um símbolo de afeição romântica ou de desejo sexual.

Não se trata aqui de ósculo, que é o beijo dado para selar amizade ou compromisso, nem do denominado beijo de língua, lambido e sugado, que é aquele tomado de forte conotação erótica, não se contentando no toque dos lábios e praticamente adentrando na boca do outro. Não, pois o beijo aqui revelado é aquele indefinível pelo significado amoroso que possui.

Quantas vezes já nos deparamos com cenas ou imagens de alguém que de repente, numa atitude solitária e de sentimento indefinido, leva o dedo à boca, por cima do lábio, e singelamente toca-o como relembrando o sabor e o calor de outro lábio que ali esteve em inesquecível visita?

Quantas vezes, principalmente em dias de chuvas e de saudades, o lábio entristecido vai de encontro à vidraça embaçada e lá deixa o seu beijo talvez à espera do outro lábio do outro lado? E os beijos com batom na mesma vidraça em dias ensolarados? E quantas vezes o espelho do quarto foi abraçado e beijado, e não num beijo em si mesma, mas no imaginário lábio que se reflete além?

Todas estas situações são de grande importância para se buscar compreender o beijo, seu significado e alcance. Em cada situação observada houve um gesto sublime, de doçura, de encantamento. E assim é o beijo. Para quem ama, o beijo dado e correspondido, sentindo nele uma pacto de felicidade e contentamento, nada mais é do que o sorriso do coração.

Se a saudade dói, a ausência machuca, a distância remói por dentro, então resta trazer a boa recordação através daquilo que de tão sublime e forte tem o poder de fazer o outro presente. Presente no lábio, na lembrança do beijo, na doçura do beijo, no calor que sentiu, no extasiamento que ele passou, na vontade de ter o outro ali para o diálogo do lábio.

Lembrar do beijo, além de lembrar de alguém, é dançar a valsa de plumas, de brisa, de cor azul; é ouvir uma magistral sinfonia, tocar no violino do coração, seguir os passos da sonata em si maior. Beijo é poesia maior, é brilho nos versos, é rima cadenciada ao calor do toque que se corresponde. Se a boca descrever sobre o beijo, o lábio que inicia não se abre para citar o final.

Só mesmo beijando para sentir tudo isso. Mas somente amando para sentir tudo isso num beijo.


Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Noite, orvalho e flor (Poesia)

Noite, orvalho e flor


Noite
orvalho
e flor
o que
dizer mais
meu amor?

mas direi
que a noite
chamou o sonho
e o sonho
chamou você
e a tristeza
da ausência
fez madrugada
chorar
lágrima de amor
pensando na flor
fazendo orvalhar.


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com 

MORRE DONA MOCINHA IRMÃ DE LAMPIÃO REI DO CANGAÇO


Maria Ferreira Queiroz, conhecida como dona Mocinha, morreu na tarde desta sexta-feira (10), em São Paulo, aos 102 anos. Ela era a única irmã viva de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo a família, ela foi internada horas antes de falecer com problemas pulmonares, mas não resistiu.

O corpo será levado ao Velório Salete, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, e o sepultamento será feito no Cemitério Chora Menino, às 12h deste sábado (11).

A idade de dona Mocinha sempre foi motivo de discussão entre estudiosos do cangaço. O documento de identidade da irmã de Lampião indica que ela nasceu em 8 de janeiro de 1906, portanto, ela teria completado 106 anos, mas ela sempre se recusou a afirmar que tivesse essa idade, alegando que não era por vaidade. Ela tem outro documento que aponta a data de nascimento em 11 de janeiro de 1910. Era por este documento que dona Mocinha costumava se identificar, de acordo com o neto Marcos Antonio Tavares, 53 anos.

Antonio Amaury, Aderbal Nogueira e Sabino Bassetti

O pesquisador e historiador Antônio Amaury Correia, que mora perto de dona Mocinha, foi um dos responsáveis por descobrir a segunda data de nascimento da irmã de Lampião. "Ela tinha dois documentos. Até hoje não sabemos com certeza qual era a idade dela", disse ele ao G1.


"Foi uma grande perda. Apesar de ela não ter vivido a história do cangaço, já que era muito pequena quando Lampião estava atuando, ela sempre foi uma referência histórica", afirmou o historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.

Fonte: G1.com