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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Existia amor no Cangaço?

Por: Pedro Luis

Acredito que o cangaço significava uma fuga, para os homens vários motivos foram expostos, mas basicamente restringiam-se a dois: vingança e ganância; da mesma forma representava uma alternativa à vida que se apresentava. Os cangaceiros eram admirados e temidos, não há como negar o imenso atrativo desta “progressão social” quase que imediata, passava-se do sertanejo preso ao patrão (ou condição de vida), ao conhecido e principalmente livre, homem “respeitado”. 


São palavras de Virgulino após a morte de seu pai: “minha casa agora será debaixo de meu chapéu”. Para as mulheres abria-se um novo mundo, uma saída diferente para o resto de seus dias, experiências novas, estariam livres da sina sertaneja de suas antepassadas (procriar, cuidar da cozinha e dos filhos), viveriam aventuras nunca imaginadas, amorosas inclusive. 

São experiências de vida, que só permitem uma avaliação após sua ocorrência. Todos viveram e pagaram sua conta, cada qual de uma forma, daí, em alguns casos poderia surgir o remorso na hora de prestar contas com as consequências de seus atos: o afastamento da terra natal, da família, dos laços afetivos/comunitários (que o digam Moreno e Durvinha), florescendo profundo sentimento de amargura e rancor em relação ao passado. 

cangaceiro_Moreno

Na minha opinião coexistiam: amor, ódio, medo, ganância, soberba, vingança, coragem, desprendimento, crueldade, alegria, tristeza, amargura, decepção, arrependimento, afinal, eram seres humanos...

Pedro Luís - Crato, CE

Diretor do GECC
Conselheiro Cariri Cangaço
Fonte: 

Raríssima fotografia do irmão não cangaceiro de Lampião

Por: Guilherme Machado
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João Ferreira dos Santos



A foto foi feita em 1968, em Propiá -SE. 


Seu João Ferreira recebeu a notícia da morte do seu irmão Virgulino dias após  o triste passamento. A princípio  não acreditou nos boatos que corria. O mesmo aguardava Virgulino para uma reunião de família. Assim que o mesmo voltasse de Alagoas. 


Quantas vezes corriam o boato da morte do rei do cangaço. ”Lampião foi morto em tal e qual lugar” tinha gente que jurava que viu o cangaceiro morto. Tempos depois aparecia Lampião brigando espancando ou fugindo.  

Uma  tarde de sol em Propiá, atracou no porto uma barca e saltaram em terra dois oficiais: um Major e o Capitão João Bezerra.  (Subira de posto pela façanha de Angico)  procuravam a casa do irmão de Lampião. Queriam ter uma conversa com o irmão do assassinado  cangaceiro. 


O Capitão Bezerra foi logo ao assunto. Disse que não admitia que o pobre lavrador não falasse em vingança senão!  E  qualquer  alusão nesse sentido o irmão teria o mesmo fim de Lampião.     

Trasladado do blog: 
"Portal do Cangaço de Serrinha" - Bahia, do amigo Machado.

Visita ao Dr. Paulo Gastão

Por: José Mendes Pereira

Ontem à noite, às 7;30 h, Mendes Filho e eu, fizemos uma visita  ao Professor e fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do cangaço, em Mossoró, Paulo Medeiros Gastão, e nos recebeu muito bem.  


Fomos assistidos por uma excelente aula  sobre o tema cangaço,  quando o mestre falou sobre os cangaceiros que sobraram da saga de Lampião, dos que ele conheceu, de amigos do rei, de coiteiros, de pessoas que com ele viajaram em busca de informações, enfrentando dificuldades em companhia do cineasta

Danielle Esmeraldo e Aderbal. Nogueira

Aderbal Nogueira, na intenção de deixar registrado tudo que viu e ouviu, para as futuras gerações. 

Informo aos leitores, aos escritores e pesquisadores do cangaço que o livro do Dr. Paulo Medeiros Gastão:

 "Lampeão de A a Z", 

já se encontra à venda, e que amanhã postarei nesta página, a foto da capa e o preço  do exemplar, não passando  de 

20,00 Reais.

Já estou com uma porção de exemplares em minha residência, mas amanhã eu comunicarei como conseguir este trabalho do Dr. Paulo Medeiros Gastão.  

José Mendes Pereira
Administrador deste blog

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Juiz Aposentado, do Estado de Sergipe. Escreve Obra Prima, do Cangaço

Por Guilherme Machado
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Cangaceiros, Coiteiros e Volantes. Autor: Doutor José Anderson Nascimento, Ano 1998.


José Anderson Nascimento é jurista, historiador, acadêmico, sociólogo, orador e conferencista. Nasceu em Aracaju-SE. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Sergipe em 1969.

 
Teve militância na política estudantil. Colaborou nos jornais Gazeta de Sergipe, Sergipe Jornal e Diário de Aracaju. Dedica-se à advocacia desde os tempos acadêmicos, bem assim ao magistério, tendo inicialmente lecionado as disciplinas: Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira, nos colégios estaduais Presidente Castelo Branco e Costa e Silva e no Instituto de Educação Rui Barbosa. 

Foi secretário particular do Prefeito de Aracaju, Godofredo Diniz Gonçalves, no ano de 1963. Casou-se em 1966, com a advogada Luzia Maria da Costa Nascimento, hoje Defensora Pública de Aracaju e pós-graduada em Direito Público.

É um livro que relata a epopeia  do ciclo do cangaceirismo do Nordeste até o seu drámatico desfecho  com os assassinatos de 


Vírgulino Ferreira da Silva, o legendário "Lampião" e do seu vingador, Cristino Gomes, o temido "Corisco".


José Anderson do Nascimento oferece ao leitor uma visão rica e detalhada sobre essa fase da vida nordestinas, descrevendo,  com neutralidade, os acontecimentos que marcaram aquele turbulento espaço da história do Brasil.

Extraído do blog: 
Portal do Cangaço" do amigo Guilherme Machado

O RIO GRANDE DO NORTE NA CRÔNICA POLICIAL DO SÉCULO XIX - I

Por: José Ozildo dos Santos
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O ASSASSINATO DO VIGÁRIO DA VILA
DE PAPARI (21-11-1835)

Norte-riograndense, o padre Antônio Gomes de Leiros fez seus estudos eclesiásticos no Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça, em Olinda, Província de Pernambuco, onde ordenou-se em finais de 1833. Retornando ao Rio Grande do Norte, assumiu a recém-criada Freguesia de Nossa Senhora do Ó, sediada na antiga vila de Papari (atual cidade de Nísia Floresta), tornando-se o primeiro vigário daquela sede paroquial.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, na atual cidade de Nísia Floresta

Jovem e com grande disposição para o trabalho, o padre Leiros - como ficou conhecido - logo tornou-se estimado por seus paroquianos. No entanto, esquecendo os ensinamentos e os dogmas da Igreja e movido pelo espírito da ganância, ambicionou o ‘Sítio Bica’, pequena propriedade agrícola, pertencente ao agricultor Tomás Marinho, que com muitos esforços, havia transformado seu sítio no mais produtivo da região.

Alegando que o referido imóvel rural ficava dentro das terras, que formavam o patrimônio de sua freguesia, o referido sacerdote contratou os serviços do rábula Manuel Gabriel de Carvalho e usou das prerrogativas do cargo que ocupava para conseguir seus objetivos.

No final, num processo jurídico que durou poucos meses, conseguiu uma sentença que lhe foi favorável. Por outro lado, o agricultor Tomás Marinho, que passou a ser objeto de gozação em Papari, decepcionado com a justiça, jurou vingança. Adquiriu uma pistola e munições, na cidade do Natal e de maneira proposital, numa certa tarde, encontrou-se com seu arquiminigo, no centro da vila de Papari.

O padre Leiros, vendo-o, dirigiu-se ao seu encontro e num tom de zombação, disse:

- Tomás, perdeste a questão e a terra!
O agricultor, sacando de sua pistola, bruscamente investiu-se contra o sacerdote, dizendo:    
- E o senhor, padre, a vida!

Assim, efetuou um disparo, que mortalmente atingiu o referido sacerdote.
Ferido, o padre Leiros caiu agonizando. Minutos depois, Tomás Marinho foi preso e posteriormente, transferido para a cadeia do Natal. Na prisão, o assassino foi ajudado por alguém, que lhe forneceu uma lima e quinhentos mil réis, quantia que foi usada “para fazer o soldado, encarregado da sentinela, dormir estando acordado”.

Assim, serrando as grades de sua cela, evadiu-se numa noite chuvosa, antes de ser levado a julgamento. E, apesar de todas as diligências policiais, seu paradeiro não foi descoberto.

Quanto ao padre Leiros, assassinado publicamente, no centro de Papari, às 2 horas da tarde, do dia 21 de novembro de 1835, foi sepultado no interior da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó. Entretanto, em princípios de outubro de 1839, “o tenente José Antônio de Souza Caldas, comandante do destacamento do Corpo de Polícia na Vila Nova da Princesa, atual cidade de Assú, fora informado que um homem misterioso residia nos arredores da sede. Procurou verificar a veracidade da denúncia e encontrou Tomás Marinho já morto, por um colapso, horas antes da diligência policial”.

Conduzido para a sede daquela vila, Tomás Marinho foi sepultado no interior da Matriz de São João Batista. No dia 15 daquele mesmo mês, chegou ao Assú, em visita pastoral, dom João da Purificação Marques Perdigão, bispo de Olinda, a cuja diocese era subordinado o território potiguar. Informado que o assassino do padre Leiros, havia sido sepultado no interior da Matriz local, aquele prelado determinou que o referido cadáver fosse dali retirado e sepultado distante do solo sagrado, no anonimato, para que fosse esquecido com o tempo.

Posteriormente, visitando a vila de Papari, no período de 3 a 5 de novembro daquele mesmo ano de 1839, o referido diocesano registrou a seguinte versão para os fatos:

“Foi nesta povoação, que assassinaram o pároco antecessor do atual pela 1 hora da tarde, cuja morte mui sensível foi para a maior parte dos habitantes. Esse assassino, morrendo na freguesia do Assu, poucos dias antes de eu visitar aquela freguesia, foi sepultado na igreja, depois que aquele pároco encomendou seu corpo, ignorando ser o assassino do dito padre. Logo porém, depois que este corpo foi entregue à sepultura, foi desta tirado e enterrado em lugar não sagrado, em conseqüência da certeza que o pároco teve de ser homem o assassino daquele pároco”.

Na própria Papari - hoje cidade de Nísia Floresta - o nome do padre Leiros é completamente esquecido, numa visível demonstração de que não existe lugar na história para aqueles que esquecem seu ofício e desvirtuam os exemplos da fé.

Extraído do blog: 
"Construindo a História"

Eternidade (Poesia)


Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Eternidade
  

Desde ontem
e sempre
e agora
o presente
e o futuro
simplesmente
sumiram
do espelho
e do olhar
que só vê
e caminho
no passo
do passado
para encontrar
de novo
a mesma face
sem mentira
sem disfarce
desaparecendo
atrás da porta
por motivo
mais que banal
eu disse sim
ela disse não
aceitei o não
ela quis o sim
e assim
por nada
fechou a porta
e sumiu
desde muito
desde ontem
uma eternidade.


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

E SE... (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

E SE...

E se... Porque nada na vida já se aperfeiçoou completamente, porque tudo poderia mudar ou ser diferente, porque o que aparenta ser possui outra essência íntima, e porque há sempre lugar para o novo acontecer, tudo pode ser reticências.

Daí que nessas tardes de incertezas, de ventania trazendo sempre folhas secas com novas feições, será necessário interromper o raciocínio, hesitar, procurar perceber que tudo poderia ser de outra forma e então suportar a possibilidade, por exemplo, de nem ser quem pensa que é. Pois...

E se a pétala fosse espinho, e este presenteado em buquê, após uma mordida no lugar do beijo?

E se o vento soprasse em outra direção, ao entardecer da manhã, levando todas as boas recordações atadas aos troncos das árvores que se espalhariam pelo ar no lugar das folhas secas?

E se a porta da frente fosse a porta de trás, da cozinha, perto do quintal, e quando a pessoa fosse sair para a rua se despedisse de galinhas, gatos e cachorros, pois na porta de trás, aquela defronte a rua, só há temores e desconhecidos?

E se a carta falasse, toda raiva ferisse, toda saudade chorasse, todo amor se entregasse e toda vontade de chegar logo batesse à porta, em qual papel seria enviada a resposta?

E se todo livro, todo romance ou de poesia, viesse apenas com o título e o leitor se tornasse escritor daquilo que quisesse ler?

E se a história, escrita com H de História, esta mesma que é permeada por guerras, sangue e explorações, de repente se tornasse simplesmente estória, relato descompromissado com dolorosas verdades, não seria mais sublime, mais humana e graciosa?

E se em noites de lua cheia os lobos solitários descessem de suas colinas em direção aos bares e boates, aos cabarés e esquinas de prostitutas, e para seu lugar seguissem os homens que precisam uivar para serem reconhecidos?

E se os pecados dos seres humanos fossem pontuados e a partir de um certo limite cada um pagasse aqui na terra mesmo, e aos olhos de todos, sua cota de sacrifícios, será que continuaria na deslavada reincidência?

E se as águas dos mares, rios e oceanos fossem para caminhar e suas margens e litoral adentro fossem para navegar, para singrar em direção ao desconhecido, será que os náufragos seriam salvos pela selvageria dos humanos que encontrassem?

E se não houvesse silêncio como o pensamento poderia gritar de saudade?
E se existe o beija-flor passarinho para beijar a flor, por que não existe um beija-flor humano para beijar a flor que vive triste na sua janela porque nunca foi beijada?
E se o tempo não fosse tão martirizante, mortificante, cruel demais, decidindo tudo num só instante, ao invés de matar aos poucos com suas doses de anos, meses, semanas, dias, horas, estações, minutos, segundos?

E se o prazer do sexo se tornasse amargo para quem não ama, será que as pessoas continuariam experimentando o intragável somente pelo prazer da gula?

E se os mistérios da vida pudessem ser desvendados e num instante o medo deixar de existir, qual importância da vida sem a misteriosa presença do desconhecido?

E se quem partiu porque quis, sem motivo algum, nunca mais encontrasse a porta aberta, será que feriria tão gratuitamente quem tanto lhe ama?

E se de repente as pessoas fossem forçadas a continuar fazendo somente aquilo que fez e faz de errado, existiria remorso ou pedido de perdão, ou procurariam fazer o certo porque sabem que está errado?

E se todo belo poema já nascesse com uma flor perfumada, sua cama ficaria em qual lugar do jardim?

E se eu não te amasse tanto assim, o que seria de mim, o que restaria de mim?

Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

A Revolução de 1930 em Mossoró – 2ª Parte - 06 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Com a eclosão da chamada Revolução de 30, movimento armado que depôs o presidente da república Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e levou Getúlio Vargas a assumiu o destino da Nação, iniciou-se em todo o Brasil uma nova era de renovação dos costumes políticos-administrativos, implantada com o programa renovador da Revolução, contra os métodos do regime descaído da chamada República Velha.

No Rio Grande do Norte uma Junta Governativa Militar assumiu o poder a 6 de outubro e por ordens desta, na mesma data, José Octávio Pereira, na mesma data, assumiu o cargo como Prefeito Revolucionário Provisório de Mossoró. Manteve-se no cargo até o dia 17 do mesmo mês e ano, tendo sido o prefeito que menos tempo permaneceu no exercício.
               
Em tão pouco tempo a frente da administração municipal, não teve tempo pra nada. Apenas limitou-se a manter a paz pública naqueles instantes de exaltação e a tomar algumas providências de rotina na vida administrativa local.
               
Na noite do dia 06 de outubro uma coluna de revolucionários do interior da Paraíba, chefiada por Sá Cavalcanti e Janduí Carneiro, após penetrar no Rio Grande do Norte, chega a Mossoró, sendo recebida com aplausos pelo povo, já com laços vermelhos na lapela e lenço no pescoço. A coluna ficou alojada no então Colégio Santa Luzia, de onde foi retirada por ordem do Tenente Jonathas Luciano, comandante de uma corporação do Exército, vinda de Natal, sob o argumento de que os paraibanos, chamada “coluna pente fino”, haviam cometido saques no comércio de Patu, muito em desacordo com o que pregavam os autênticos revolucionários.
               
Durante o tempo em que a coluna permaneceu em Mossoró, o comércio manteve fechadas suas portas, inclusive a agência do Banco do Brasil. Havia o receio de saque e depredação. Havia ainda o receio de que os comandantes da coluna fossem “requisitar” dinheiro no Banco como tentaram fazer com a casa comercial M. F. do Monte & Cia. cujo gerente, Sr. José Soares de Góis teve que se esconder, guardando as devidas reservas, para evitar um desfalque para a firma. O povo de Mossoró só voltou a tranquilidade com a chegada da tropa federal que assumiu o controle militar de toda cidade.
              
No dia 12 de outubro assumiu o governo do Estado o interventor Irineu Jôfile, que logo nos primeiros dias nomeou o Cônego Amâncio Ramalho para o cargo de Prefeito de Mossoró a quem José Octávio transmitiu o cargo a 16 do mesmo mês de outubro, encerrando assim a sua gestão administrativa.
               
O Cônego Amâncio Ramalho, que era sacerdote e educador, à época dirigia o Colégio Diocesano Santa Luzia.
               
Raimundo Soares de Brito, em seu livro “Legislativo e Executivo de Mossoró”, diz que a nomeação do Cônego Amâncio não foi bem recebida no seio da ala revolucionária local e em consequência a sua administração não conseguiu satisfazer plenamente as aspirações desse grupo, muito embora soubessem os seus componentes da atividade do sacerdote na luta dos paraibanos, dirigida pelo Presidente João Pessoa contra o Catete, francamente partidário daquele, levando armas e munição para ajudar o governante da Paraíba na luta contra Princesa. Foi mais um que não teve tempo para qualquer realização. O limitado tempo de sua gestão não foi suficiente para desenvolver qualquer ação administrativa de vulto. Ateve-se a rotina administrativa e conseguiu manter a tranqüilidade pública, ainda sob efeitos da exaltação dos partidários da Aliança Liberal, como informa Raimundo Soares de Brito. Permaneceu no cargo até 8 de dezembro de 1930, quando foi substituído por Amâncio Leite, numa sucessão de administradores relâmpagos que durou por anos.
               
Os efeitos da Revolução demoram a aparecer. A nova Constituição só foi aprovada em 1934, chamada Constituição de 1934, depois de forte pressão social, como a Revolução Constitucionalista de 1932. Mas a estrutura do Estado brasileiro modificou-se profundamente depois de 1930, tornando-se mais ajustada às necessidades econômicas e sociais do país.

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

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