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sábado, 7 de janeiro de 2012

a orquídea e o orvalho

Por: Dulce Cavalcante
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É tarde
O poema nasceu velho.
Filho temporão
Escapou da prisão,
Desviou-se das soleiras,
Preferindo escalar  janelas,
Chegou cansado.
Depois de ter percorrido
tantas luas,

Umedeceu os cabelos nas gotas de orvalho,
De tantas, que os embranqueceram.
No corrosivo líquido cristalino do tempo.


Os versos
não se deram conta
Do menino que os acompanhou
E envelheceu com eles.
Quando  menino não sabia:
dos ocasos
dos erros
das lendas
decifrar enigmas
desconhecia as
borboletas,
e os bem-te-vis

não entendia o pensar das madrugadas,
Não sabia da primavera numa única flor,
A orquídea, era só um mito inatingível.
E a vida, só,  uma forma imutável de viver


Extraído do blog: Linhas Tortas, da autora deste.


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História do Rio Grande do Norte

O Populismo no RN

A Precocidade de Aluízio Alves

Aluízio Alves nasceu na cidade de Angicos, no dia 11 de agosto de 1921. Foi um menino precoce, iniciando sua carreira de jornalista ainda criança. Fundou o jornal "O Clarim", que era datilografado e possuía apenas um exemplar, passando de casa em casa. O jornal, segundo Aluízio, era "por mim mesmo desenhado em vermelho, e por mim todo ele escrito: desde o editorial às notas de aniversários, notícias de festas, entrevistas etc., às vezes, jornalista e datilógrafo de dois dedos, levada o dia inteiro, até sem almoço, entrava pela noite, sob o protesto da minha mãe. Tudo era compensado pelas alegrias do domingo: o jornal ia passando de casa em casa, com os comentários dos vizinhos, leitores de toda a cidade".

Mais adiante, duas outras iniciativas, ambas no campo do jornalismo: o jornal "A Palavra" e a revista "Potiguarânia". Dirigiu também o jornal "O Estudante".

O Partido Popular, quando criou "A Razão", designou Aluízio para trabalhar como repórter. O jornal pertencia a Dinarte Mariz e seu diretor era Eloy de Souza.

Após a vitória do Partido Popular, que consegue eleger três deputados, e a situação apenas um, Aluízio Alves escreveu um artigo com o título "Três a Um", quando chamou o interventor Bertino Dutra de "apêndice podre da Marinha brasileira", Diante da ofensa, a Marinha mandou prender Aluízio. Foi criado, então, o impasse: o autor do artigo era menor, contava apenas 13 anos de idade... Como solução, o jornal foi fechado. Na administração de Mário Câmara, a publicação voltou a circular.

O jornalista-mirim enfrentou outro problema semelhante. O major Abelardo de Castro deu uma entrevista criticando a situação que havia no Rio Grande do Norte. Essa entrevista foi publicada no "Diário de Pernambuco". Como o jornal da oposição se encontrava fechado, a entrevista foi impressa em forma de boletim. Na noite seguinte, Aluízio, com outras pessoas, pregavam com grude os boletins nas paredes das casas, edifícios públicos etc. Quando Aluízio estava colando as folhas atrás da catedral velha, foi preso. Mas não podia ser preso por causa da idade. O chefe da Polícia, capitão da Marinha, Paulo Mário, chamou o pai do menino, aconselhou, ameaçou, porém o jovem rebelde foi colocado em liberdade.

Aluízio, repórter de "A Razão", junto à Assembléia Legislativa", viveu momentos difíceis nessa fase: "lá às seis horas da manhã para "A Razão", escrevia várias matérias. Quinze para as oito e eu ia para o colégio e ficava até onze horas. Às onze horas voltava para a "A Razão" para escrever e fazer a revisão da matéria. Uma hora da tarde voltava para o colégio, até aí sem comer, sem almoçar, ficava no colégio até três e meia da tarde. Quando saía às três e meia da tarde. Quando saía às três e meia da tarde, eu ia para o jornal, assistia ao final do jornal".

Aluízio Alves começou a se interessar por política no ano de 1932, com onze anos de idade, quando, após a derrubada do prefeito de Angicos, João Cavalcanti, seu pai, Manoel Alves, foi eleito prefeito.

Nesse ano, ocorria uma terrível seca e os flagelados da região procuraram seu "Nezinho", que convocou os comerciantes para colaborar: recebendo e distribuindo gêneros alimentícios, estava ali presente o menino Aluízio Alves.

Outro acontecimento vai marcar a carreira precoce do político Aluízio Alves: durante a revolução Constitucional de 32, ele se encontrava em Ceará Mirim. Nessa cidade só havia um rádio, na casa de Waldemar de Sá. O menino Alves ouvia os discursos dos líderes do movimento, repetindo para os presentes.
Aluízio, indo para o Ceará, estudou no Ginásio São Luiz. Ocorreu então o seguinte fato: um motorista de ambulância dirigia em alta velocidade para salvar um doente. A ambulância virou, o motorista morreu, porém, o doente sobreviveu. O acontecimento emocionou a cidade de Fortaleza. Aluízio foi escolhido para fazer a oração, durante uma homenagem prestada pelos estudantes aos familiares da vítima do acidente. Seu discurso emocionou a todos os presentes. A partir daquele momento passou a ser o orador oficial do ginásio!

Em 1940, em Angicos, a Paróquia organizou a festa de Cristo Rei. Estiveram presentes o governador Rafael Fernandes e Aldo Fernandes. Na oportunidade, Aluízio pronunciou uma conferência sobre a Paróquia de Angicos. Como resultado, o menino-conferencista foi convidado por Aldo Fernandes para trabalhar no jornal "A República", quando se tornou repórter e editor do referido órgão de imprensa, na época, dirigido por Edgar Barbosa.

Em 1942, uma grande seca. Natal foi invadida pelos flagelados. Aldo Fernandes chamou Aluízio, dizendo que queria fazer uma reunião com as principais autoridades da cidade. Aluízio, então, escreveu um artigo inti-tulado 'Convocação à família natalense", sendo designado para organizar o trabalho de assistência aos flagelados. Dentro de três dias. 8 mil pessoas estava abrigadas. Terminada a seca, Aluízio Alves organizou a volta dos retirantes, fazendo com que cada um levasse instrumento de trabalho, além de recursos para recomeçar a vida, inclusive, comida para um mês. Aconteceu que, no final, ficaram 60 menores de ambos os sexos. Aluízio Alves sugeriu, então, criar um Serviço de Assistência ao Menor. Aprovada a idéia, Aluízio Alves foi para Recife e, naquela cidade, entrou em contato com as autoridades que tratavam do problema.

Foi fundado o "Abrigo Melo Matos", com Orígenes Monte assumindo a direção.

Incansável, Aluízio Alves, com ajuda da Legião Brasileira de Assistência, criou o Instituto Padre João Maria e, com auxílio da prefeitura, organizou o Abrigo Juvino Barreto. Ambos foram inaugurados no dia 19 de abril de 1943.

Fonte:


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POR: TONNI LIMA

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"Se vamos morrer ou não, o mundo não vai parar por isso... 


Ninguém chorará por ti pois que o merecestes. Vês quão insignificante é nossa existência!

Tonni Lima

Fonte:

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Em 2011, Santuário Nacional de Aparecida registrou mais de 10 milhões de peregrinos


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O Santuário Nacional de Aparecida, que fica na cidade de Aparecida do Norte (SP), recebeu no ano de 2011 um total de 10.885.878 milhões de visitantes até o último sábado, dia 31 de dezembro. Nesse ano, o mês que registrou o maior número de visitantes foi outubro, quando atingiu a marca de 1.235.242 milhão de devotos.

No dia mais movimentado do ano, 13 de novembro, o Santuário acolheu quase 200 mil devotos. Este foi o fim de semana prolongado em que o Santuário Nacional acolheu jovens de todas as partes do Brasil para a terceira Romaria Nacional da Juventude, ocasião em que recebeu os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

No período de férias, os peregrinos também movimentaram o maior santuário dedicado a Maria do mundo. Em clima de fraternidade, mais de 1 milhão de pessoas passaram pelo Santuário no mês de julho.

Para o reitor do Santuário Nacional, padre Darci Nicioli, O santuário encerrou o ano com muitas bênçãos. “2011 foi um ano abençoado. Vimos a grande participação dos romeiros durante a semana, o que nos compele a repensar nossa estratégia de acolhimento. De qualquer forma, o santuário estará sempre preparado para receber os filhos e filhas da Mãe de Deus”, disse o padre Darci.

No 1º semestre, o Santuário recebeu mais de 4 milhões de visitantes. Já no 2º semestre foram registrados 6.616.756 milhões de visitas.

De acordo com relatório anual do departamento de Segurança Patrimonial, os meses de maior movimento deste de ano de 2011 foram: setembro com 1.141.731 visitantes, outubro com 1.235.242, novembro com 1.196.942 e dezembro com 1.140.371.

Ao todo, o ano de 2011 registrou um movimento de 505.705 devotos a mais que o ano de 2010.

Autor: CNBB – 3/1/2012 13:30:00

Fonte:
http://blog.pa7.com/ocatolico/em-2011-santuario-nacional-de-aparecida-registrou-mais-de-10-milhoes-de-peregrinos/

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Auto da Liberdade - A História por trás do Espetáculo - 18 de Setembro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento

A Cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, tem em sua história elementos ricos em heroísmo e pioneirismo. Heroísmo quando a população, mediante a eminência de ser atacada por um bando numeroso de cangaceiros e sem poder contar com a ajuda da polícia, cuja presença na cidade era insignificante, foi à luta, montando trincheiras, desafiando os bandidos, vencendo a batalha. Foi heroico o ato das mulheres mossoroenses ao defenderem a ideia de não aceitar o alistamento obrigatório de seus filhos para o exército, quando num passado recente milhares de jovens tinham perdido suas vidas na Guerra do Paraguai. E fizeram isso portando as armas que lhe eram peculiares, que eram panelas e outros utensílios domésticos. Claro que o movimento ocorrido numa pequena cidade do interior nordestino não afetou a decisão do Império, mas fizeram a sua parte, defenderam suas ideias, tornaram-se heroínas. 

Pioneirismo quando aboliram os seus escravos cinco anos antes da famosa Lei Áurea, seguindo o exemplo da nossa vizinha província do Ceará, onde o movimento havia começado. Ou quando deu a Professora Celina Guimarães o direito de votar, tornando-a a primeira eleitora da América Latina. Pioneirismo ainda de recontar esses feitos anualmente, através de grandes espetáculos. 

É desses espetáculos que vamos falar. Não do espetáculo em si, mas da história por trás do espetáculo. Eu conto da história; outros contarão do espetáculo. 
               
                 
               
No mês de setembro é encenado o Auto da Liberdade, espetáculo formado por quatro momentos da nossa história: A Revolta das Mulheres, episódio ocorrido em 30 de agosto de 1875, onde cerca de trezentas mulheres foram às ruas para protestar contra a obrigatoriedade do alistamento militar, rasgando os editais de convocação e enfrentando a polícia, tendo como armas apenas panelas e outros apetrechos domésticos; a Libertação dos Escravos de Mossoró, ocorrida em 30 de setembro de1883, que é o carro-chefe do espetáculo. Outro episódio que também faz parte do espetáculo é a defesa de Mossoró contra o bando de cangaceiros chefiados por Virgulino Ferreira da Silva, o temível Lampião, em 13 de junho de 1927 e finalmente a primeira concessão de voto a uma mulher, que foi dada a professora Celina Guimarães Viana, em 25 novembro de 1927. 

O Motim das Mulheres de Mossoró foi um movimento de protesto ocorrido em 30 de agosto de 1875, contra a obrigatoriedade do alistamento militar para os jovens. 

Corria o ano de 1875 e o país vivia uma fase de intensa vibração partidária. Vários movimentos populares estouravam no Brasil e o clima se agravou mais com a queda do Gabinete de 7 de março de 1871, presidido pelo Visconde do Rio Branco. Para substituir o Visconde, o Imperador convidou o Duque de Caxias para organizar o Ministério de 25 de junho. Ao assumir o Ministério, no entanto, Caxias deparou-se com uma medida extremamente impopular: o Decreto nº. 5.881 de 27 de janeiro de 1875, que aprovava o regulamento do recrutamento para o Exército e Armada. Mas o recrutamento, que no momento era indispensável e lógico, exasperou o povo e constituiu elemento poderoso de irritação coletiva. E em quase todo o país estalaram tumultos provocados pela aplicação da lei do recrutamento. 

No Rio Grande do Norte vários protestos populares surgiram contra a aplicação da tal lei. Em Mossoró, o movimento não passou em branco. Mais uma vez a fibra do povo mossoroense foi mostrada. Ninguém desejava que seus filhos fossem apanhados para o serviço militar, notadamente quando era sabido das intenções dos chefes políticos dominantes em darem preferência a filhos de adversários. Foi aí que um grupo de mulheres, inspiradas nos movimentos que estavam acontecendo no restante da Província, promoveram uma manifestação e consequente passeata pelas ruas da cidade, rasgando os editais afixados na Igreja de Santa Luzia como também livros e papeis relativos ao alistamento, encaminhando-se depois a redação do jornal O Mossoroense, onde destruíram cópias dos editais que ali estavam para serem publicados. Saindo dali, foram para a Praça da Liberdade, onde entraram em luta corporal com os soldados que haviam sido enviados para dominar a rebelião, tendo como resultado algumas mulheres feridas, só não assumindo consequências mais graves graças à interferência de outras pessoas que se encontravam no local.
               
Continua na próxima semana

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:
http://www.blogdogemaia.com/index.php?arq=09/2011

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Moreno e Durvinha no Museu de Piranhas

Por: João de Sousa Lima

João de Sousa Lima entrega ao Diretor de Cultura de Piranhas, Alagoas, roupas e objetos pertencentes aos cangaceiros Moreno e Durvinha.

As peças  permanecerão por 03 anos, em regime de comodato, a mostra no Museu do Sertão.
No momento da entrega dos objetos histórico estiveram presentes o professor Edson Barreto com a esposa Elaide e a filha Evelyn e ainda o irmão Érico Barreto com a esposa Rose e os filhos Erickson e Erick.
O Museu do Sertão contabilizou durante o ano de 2011, mais de  40.000 visitantes.


Jairo e João no momento da entrega do material para exposição.


As peças expostas.

Fonte:

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima

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O ouro branco potiguar (I)

Foto 01 - Empresa Alfredo Fernandes & Cia. 1946

Algodão e sal, o binômio que fêz o lastro da economia mossoroense no final do Século XIX e durante a primeira metade do Século XX. Propulsionou o nascer da industrialização naquela região, saindo do padrão das economias das áreas vizinhas: a agropastoril. Lentamente, foram saindo de cena as figuras do vaqueiro e do fazendeiro, e entravam às do industrial e do operário.
O advento da estrada de ferro, em 1915, alavancou este processo de industrialização e, consequentemente,  trouxe a expansão urbana para a parte oeste da cidade, incrementando a construção de armazéns e depósitos próximos à estação ferroviária, para o escoamento e estocagem dos produtos.
Em 1920, a economia já era pujante, conforme pode-se constatar pelas palavras do médico e escritor Raul Fernandes, que assim descreve  o contexto econômico da cidade, ao final da década de vinte, do século passado: "Nos idos de 1927 a cidade de Mossoró competia com a capital do Estado.... (  ). Possuía o maior parque salineiro do país. Três firmas descaroçavam e prensavam algodão. Centro comprador de peles, algodão e cera de carnaúba. Exportava pelo porto de Areia Branca. Longos comboios de mercadorias chegavam pelo interior da Paraíba e do Ceará. Voltavam levando sal e variados produtos. A energia elétrica alimentava várias indústrias nascentes. Havia repartições públicas federais e estaduais. A agência do Banco do Brasil era o único estabelecimento de crédito da região." Fonte: Blog de Honório de Medeiros.

Foto 02 - Empresa Alfredo Fernandes & Cia. 1946
A foto 01, mostra o conjunto de armazéns de propriedade da empresa Alfredo Fernandes & Cia, situado na Av. Alberto Maranhão, esquina com a Rua Felipe Camarão, localizada no Bairro Paraíba, cuja origem da denominação deste bairro teve como referência a região de procedência dos comerciantes que lá se fixaram, o Estado da Paraíba.  
Alfredo Fernandes, industrial e empresário local,  era o proprietário da Usina de Beneficiamento de Algodão, inaugurada em 12/08/1931, situada vizinha à Estação Ferroviária. A foto 02, mostra a mesma edificação da foto 01, apenas com a diferença que o fotógrafo a fêz em horário distinto - entardecer ou amanhecer-, mas usou o mesmo ponto-de-vista.

Foto 03 - Sócios proprietários da Cia. Alfredo Fernandes, 1946. Fotógrafo: desconhecido.

A foto 03, de 1946, que tem atmosfera hollywoodiana, mostra os sócios proprietários da Cia. Alfredo Fernandes: 1. Antonio Cristalino Fernandes, 2. Ezequiel Fernandes, 3. Alfredo Fernandes. Todos in memorian.
Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos, Télescope.
Fontes de referência: CASCUDO, Luís da Câmara. Notas e Documentos para a História de Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 4a. Edição, maio de 2001; ROSADO, Vingt-un. Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 2a. Edição, junho de 2006. Fotografias 01 e 02 de Manuelito Pereira (1910-1980). Fontes dos arquivos fotográficos P&B.

Fonte:
Blog: Memória Fotográfica 
http://telescope.zip.net/arch2010-03-01_2010-03-31.html

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João Maria Cavalcanti de Brito - Padre João Maria

Fonte: construindoahistoriahoje.blogspot.com

João Maria Cavalcanti de Brito, conhecido como Padre João Maria, (Jardim de Piranhas23 de junho de 1848 — 16 de outubro de 1905) foi um sacerdote católico brasileiro.
Nascido na antiga Fazenda Logradouro do Barro, hoje Fazenda Três Riachos, em Jardim de Piranhas no Rio Grande do Norte, foi o filho mais novo de Amaro Cavalcanti e Ana de Barros. Fez curso eclesiástico em um seminário de Olinda com ajuda de fazendeiros da região. Foi ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1871 no Ceará. Realizou a primeira missa em Caicóquando tinha apenas 23 anos. Foi vigário de Jardim de Piranhas, Flores, Acari, Papari, e Natal, assumindo a paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, antiga catedral da capital potiguar, em 1881.
Foi bastante conhecido por seus trabalhos em prol dos mais necessitados. Em 1878, em Flores, participou do combate à seca e da epidemia de varíola. Ajudou na luta contra a varíola, em 1905, em Natal, onde trabalhou pela libertação dos escravos, o que lhe rendeu o apelido de Pais dos Negros Forros. Criou em Natal o Escola São Vicente, para crianças pobres e fundou a imprensa católica, editando o jornal "Oito de Setembro". Batizou, entre milhares de outros natalenses, o historiador Luís da Câmara Cascudo, no dia 9 de maio de 1901.
No dia 16 de outubro de 1905, acabou falecendo, vítima da mesma doença que tanto combateu, a varíola. Sua morte abalou a cidade e, desde então, é considerado como o Santo de Natal. 

Fonte: nataldeontem.blogspot.com

Um busto, em sua homenagem, foi colocado na praça, que hoje recebe seu nome, localizada por trás da antiga catedral. O busto foi esculpido por Hostílo Dantas com pedestal em granito trabalhado por Miguel Micussi. Ainda hoje, fieis costumam fazer promessas, se benzem com água benta e agradecem ao "santo" com pequeno objetos que fazem alusão às graças obtidas.
Em 7 de Agosto de 1979 os restos mortais do Pe. João Maria foram transladados do Cemitério do Alecrim para a Igreja de Nossa Senhora de Loudes, no Alto do Juruá, localizado no bairro de Petrópolis, Zona Leste da capital.
Alcunhas: Com sua grande popularidade, por onde passava, Padre João Maria era carinhosamente chamado por apelidos como: "Benzinho do Seridó", "O Santo", "Pe. João de Deus", "O Apóstolo da Caridade", "O Anjo da Cidade", "O Santo do Seridó", "O Santo de Natal", entre outros.
Beatificação: Em 2002, o processo de beatificação do padre João Maria foi aberto, desde então todas as graças atribuídas a ele estão sendo registradas.
Biografia

- WANDERLEY, R. C. Romance da Vida e dos Milagres do Padre João Maria, Tip. Santa Teresinha, Natal, 1968. 
MELO, Veríssimo de. Patronos e Acadêmicos,vol.1, Pongetti Editora, Rio de Janeiro, 1974.
CASCUDO, L. da C. História do Rio Grande do Norte, pág. 505, MEC/ Serviço de Documentação, Rio de Janeiro, 1995.
COSTA, G. Padre João Maria - O Santo de Natal na Poesia Popular, Fundação Vingt-Un Rosado, Coleção Mossoroense, Série "C" - Vol. 1085. Mossoró, 1999.

Fonte: 

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Nas pegadas de Lampião no lombo de uma moto


Por: Valdir Julião  repórter
Fonte: http://ocomunicador10.blogspot.com/

Em lombo de cavalo, de jumento ou a pé, a incursão do bando do capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, pelo Rio Grande do Norte, na segunda década do século XX, durou apenas três dias: tempo suficiente para virar lenda e se perpetuar no imaginário popular dos potiguares, além de se converter no anti-herói de Mossoró, que era o principal alvo da cobiça dos cangaceiros por ser, como é ainda hoje, o município polo e mais rico da região Oeste.


A Gruta da Carrapateira, em Felipe Guerra, foi uma das três grutas que abrigaram os fugitivos do bando de Lampião, expulsos de Mossoró. Oito décadas depois e por conta da argúcia e curiosidade de dois espeleólogos (estudiosos das cavernas) esse percurso de Lampião foi refeito ao longo de 90 dias. Entre idas e vindas, o técnico em turismo 


Rostand  Medeiros e o advogado Sólon Almeida Netto revezaram-se em seguir uma trilha de 500 quilômetros entre o município de Luís Gomes, por onde o bando de cangaceiros entrou no Estado, e Mossoró, última cidade escolhida para encerrar a onda de saques em território potiguar.

"Nessa época, em junho de 1927, só existiam sete municípios na região", diz o pesquisador Rostand Medeiros, que ao invés de cavalos, usou o "lombo" de motos para refazer a cavalgada de Lampião pelo sertão do Rio Grande do Norte.

Rostand Medeiros explicou que a ideia de se percorrer os rastros de Lampião e seu bando, surgiu depois de descobrir e ouvir de algumas pessoas - "filhos e netos de moradores da região  que viveram naquela época" -, relatos sobres as escaramuças dos cangaceiros, como roubos, saques, pilhagem, raptos,  seqüestros e violência cometida contra as pessoas e fazendas que vinham encontrado pela frente.

Medeiros diz que, com seu companheiro Sólon Almeida Netto fizeram dois trabalhos, um que resultou numa pesquisa sobre 83 cavernas da região Oeste e o segundo, um relatório de 300 páginas, que chamou de "Nas pegadas de Lampião".

Nesse segundo trabalho, segundo Medeiros, existem relatos de pessoas, cujos ascendentes fugiram de suas casas e se esconderam em cavernas para escapar dos cangaceiros: "Nós percorremos quinze cavernas, mas descobrimos que só três cavernas serviram de esconderijo, duas em Felipe Guerra e uma em Baraúna, que na época pertencia a Mossoró".

O espeleologista Rostand Medeiros disse que, ele e seu amigo, tentaram percorrer, ao máximo, os mesmos trechos onde passaram Lampião e seu bando, contando com informações orais, principalmente, das pessoas mais velhas dos municípios originalmente percorridos pelos cangaceiros: Luís Gomes, Martins, Pau dos Ferros, Apodi, Caraúbas e Pau dos Ferros.
Com o tempo, explicou ele, houve desmembramento territorial e criação de outros municípios, por isso, a trilha de Lampião foi  percorrida em 18 municípios.

Por onde Rostand e Almeida Netto andavam, iam descobrindo coisas e vestígios sobre o período e a passagem de Lampião pela região Oeste. "Nossa proposta foi conhecer e percorrer o caminho o  mais próximo da realidade dos fatos que ocorreram", sintetizou o pesquisador, cujo trabalho e de seu companheiro, despertou o interesse em transformar o episódio numa forma de induzir e desenvolver negócios na área de turismo na região. "É o que estão chamando de culturalização da economia", completou.

Missa do Soldado é um dos marcos da passagem de Lampião pelo RN

Para refazer o mesmo roteiro da passagem de Lampião no Rio Grande do Norte, entre os dias 10 e 13 de junho de 1927, o pesquisador Rostand Medeiros  se baseou em pelo menos três livros publicados sobre o cangaço, de autoria dos escritores Raul Fernandes, Raimundo Nonato e Sérgio Dantas. "Cada um tem o seu foco, a sua importância", afirmou ele.

Mas Rostand Medeiros não dispensou "a oralidade" das pessoas que foi encontrando, nem os "casos e causos" que lhe foram contando. Ele disse que descobriu algumas coisas inéditas, como a realização da chamada "Missa do Soldado", que é celebrada em homenagem ao policial José Monteiro de Matos, morto em combate contra os cangaceiros de Lampião, no confronto que foi chamado pela população de "Fogo da Caiçara".

Segundo Rostand, as tropas da Polícia do Rio Grande do Norte enfrentaram os cangaceiros na localidade denominada Junco,  hoje situada a cinco quilômetros do município de Marcelino Vieira, no Alto Oeste. No decorrer do combate, às vésperas da invasão a Mossoró, segundo relatos, os soldados foram recuando, enquanto o soldado Monteiro ficou no local e teria dito o seguinte: "Morro, mas não corro".

Por conta disso, a "Missa do Soldado" é realizada, anualmente, a cada 13 de junho, na Dia de Santo Antonio, na capela homônima. "O povo mantém a tradição", disse Rostand. Próximo ao açude da Caiçara também foi construído um monumento em homenagem ao soldado morto em combate com os cangaceiros.

O pesquisador  conta que descobriu, no município de Luís Gomes (Alto Oeste), a casa que pertenceu ao pai do cangaceiro Massilon Leite,  que  foi o guia de Lampião para adentrar no RN, inclusive prestando informações sobre Mossoró, a qual Lampião decidiu atacar.
Deste município potiguar, que faz divisa com a Paraíba, o capitão Virgulino iniciou suas escaramuças pelo RN, que terminou com o ataque e sua retirada em Mossoró, em virtude da resistência comandada pelo então prefeito Rodolfo Fernandes. Aos 92 anos, dona Leonila fala de Lampião.

Entre os municípios de Felipe Guerra e Caraúbas está situada, na fazenda Santana, uma das duas grutas das redondezas que serviram de esconderijo para os fugitivos do bando do capitão Virgulino Ferreira da Silva.

Nessa gruta, denominada "Tapia de Zé Félix", escondeu-se em 12 de junho de 1927, dona Leonila Tomé de Souza Barra. Hoje, aos 92 anos, falou de suas lembranças aos pesquisadores Rostand Medeiros e Solón Almeida Netto.

Os pesquisadores localizaram dona Leonila Barra em 12 de setembro de 2009. Através de suas lembranças, pois ela tinha dez anos quando ocorreu a fuga da família comandada por sua mãe, souberam que a matriarca Tionila Nogueira Barra e os moradores  buscaram refúgio na fazenda Passagem Funda, a cerca de três quilômetros de sua propriedade, onde se abrigaram por quase 30 dias nessa gruta.

Segundo os pesquisadores, Leonila Barra recordou que em meio à notícia da aproximação do bando de Lampião e a todo o tumulto que tomou conta da região, estava com algumas de suas nove irmãs no casarão do Mato Verde debulhando vargens de feijão, quando um portador trouxe a notícia da aproximação do bando.

"Na sua ingenuidade infantil, ela não acreditou na história do mensageiro. Diante dos fatos, sua mãe parte para juntar tudo que pudessem carregar e se esconderem, mas devido à chegada da noite, decidem dormir na fazenda", historiou Medeiros.

"Quem atualmente visita o local, o encontra preservado tal como era naqueles estranhos dias de junho de 1927", diz o relatório dos dois espeleólogos.

Fonte:  Tribuna do Norte

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A Conspiração Contra A Nascente Burguesia Comercial

Por: Wladimir Oliveira de Morais 


Todos os desmandos políticos, sociais e e administrativos praticados até a metade da década de 30, passando principalmente pela década de 20, denota necessariamente a quase que supremacia da burguesia rural, que mostrava a dar sinais claros de fracasso ao seu feudal modelo sobre todos os sertanejos. As lutas desproporcionais forçadas pelo julgo desigual entre Coronéis Latinfundiários e o miserável homem do campo, criou um ambiente despropício para a própria vida.

Questões políticas eram simplesmente resolvidas na bala, não se admitia sobre hipótese alguma, que os Coronéis fossem desafiados e ou derrotados, sem que seus algozes e ou adversários políticos ficassem vivos para contarem história. Os Coronéis se aproveitaram largamente do próprio Cangaço para se livrarem dos seus desafetos, como também do uso indiscriminado de jagunços. No seio do alto sertão potiguar, este quadro não poderia sem sombra dúvida ser diferente também. Em anos distintos, tanto em 1927 com a invasão do Bando de Lampião às cidades de Apodi e Mossoró, como em 1934 com o bárbaro assassinato de Francisco Ferreira Pinto, os Coronéis mostraram descaradamente os míseros tentáculos encomendando as mortes de seus adversários políticos.

Os governadores destes dois anos bem singulares, em 1927 José Augusto Bezerra de Medeiros, em 1935 Mário Câmara, ambos foram mais do que coniventes com todas as atrocidades praticas e fizerem vistas grossas, e o pior de tudo, apagaram provas mais do que irrefutáveis contra os mesmos como foram as execuções descabidas pela Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte dos cangaceiros Jararaca; Mormaço e Bronzeado, até hoje as autoridades competens fazem questão de que continuem arquivados, pois, sem sombra de dúvidas revelariam as podridões políticas que se esconderam nestes dois períodos históricos.

Os ditos e atuais “estoriadores” e jamais Historiadores, fazem questão de sustentarem a tese, a de que as invasões às cidades de Apodi e Mossoró foram apenas por causa de dinheiro, isto é a mais desmedida mentira criada até os dias de hoje. No caso específico de Mossoró, se o Bando de Lampião como ainda alardeiam os “Estoriadores” Mossoroenses foi por causa de dinheiro, então como se explicar por que os canganceiros atacaram apenas à Casa do Prefeito Rodolfo Fernandes e nunca pensaram em atacar à sede do Banco do Brasil. Que com este alerta, e consecutivamente com a minha intensa pesquisa que já dura quase que 12 anos, eu possa tirar sem sombra de dúvidas e levar a juri simulado, todos os envolvidos por estes bárbaros crimes.


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O garoto Carlinhos - Sequestrado

Carlos Ramires da Costa

Quem tem mais de quarenta, guarda as lembranças do caso Carlos Ramires, o menino Carlinhos,  após o seu misterioso desaparecimento em 1973.

A recuperação de uma criança que permanece desaparecida por alguns anos esbarra em obstáculos de tal ordem, que na maioria dos casos torna esta tarefa exaustiva e, muitas vezes sem qualquer resultado. Além das naturais dificuldades oferecidas pelo labirinto de pistas, ou até mesmo na falta delas, soma-se ainda o grave problema provocado pelas alterações dos traços faciais decorrentes do crescimento e hábitos adotados pelo desaparecido. Apenas o olhar agudo de técnicas periciais pode, através da análise de fotos e outros elementos complementares, aproximar uma possível identificação entre imagens pertencentes a épocas distintas, lembrando que o exame de DNA estará presente nas comprovações de identidade somente após a fase preliminar de buscas.

João Mello da Costa - Pai do Carlinhos - Empresário de indústria farmacêutica 

As progressões da idade que projetam o crescimento facial, ajudam a fornecer um quadro mais atualizado de uma possível imagem facial como no caso de crianças desaparecidas. É um estudo multidisciplinar que necessita não só a utilização de ferramentas adequadas como também da criatividade do seu autor. 

Carlinhos com 42 anos

Trata-se de experimentos recentes surgidos a apenas duas décadas diante da necessidade de busca por pessoas desaparecidas e ou aquelas motivados pela curiosidade em projetar anos à frente os traços característicos de alguma pessoa jovem, com o intuito de configurá-la após anos de seu desenvolvimento. Tais trabalhos devem ser feitos por especialistas com conhecimento das transformações craniofaciais que ocorrem durante o desenvolvimento entre a infância, puberdade e assim por diante (Martuscelli, 2005).

 Maria da Conceição Ramires da Costa - Mãe do Carlinhos, dona de casa

Ainda segundo Martuscelli (2005), alguns casos insolúveis se tornaram clássicos em razão da ampla divulgação dada pela imprensa, à exemplo do possível seqüestro do menino Guilherme Tiburtius que desapareceu aos oito anos de idade, em frente a residência de seus pais em Curitiba-PR. Como estaria esse moço agora aos 23 anos de idade? A imagem que dele temos é a mesma estampada em cartazes de época. Outro caso que não quer cicatrizar é o que ora sou instado a opinar, o caso 'Carlinhos' seqüestrado nos idos 1973, retirado do seio de sua família que a época residia no Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Alice. Quem não se lembra do sorriso da criança bonita estampado em Jornal do Rio de Janeiro em manchetes por dias consecutivos? Como seria hoje o rosto provável desse senhor de 42 anos, Carlos Ramirez da Costa? Hoje, se ainda vivo, o modelo  retratado teria completos 42 anos de idade e, portanto, suas fotos quando desaparecido em nada contribuiriam para sua localização, pois já demonstraram com o tempo sua ineficácia (Martuscelli, 2005).

Fonte:

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ZABÉ CANGACEIRA (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

ZABÉ CANGACEIRA
                             
Ainda falta muito de tudo que já contaram, pois veja só que estripulia de estória é essa que me asseveraram ter acontecido lá pelas bandas do sertão mais distante. Mas vou contar como sei, como quero contar.

Verdade é que o cangaço sempre despertou interesse no sertanejo, seja pela intrepidez do bando de Lampião, seja pelas façanhas contadas de boca em boca, num irrealismo tamanho que parecia coisa do outro mundo. Daí ser também verdade que o sonho de muitos era ser cangaceiro, espalhar sangue e revolta pelos sertões, lutar pelo que nem sabiam.

Mas Zabé foi cangaceira, ganhou fama de justiceira do sertão, de mulher audaciosa e destemida, sem jamais ter colocado um pé nas entranhas da mata nem dormido por cima de espinho e debaixo do luarar. Depois seguiu a vida bandoleira, é verdade, mas primeiro teve que fazer sozinha sua fama de valentona e arrelienta.

Coisa de se estranhar, mas a verdade é que de repente a mulher, ainda jovem e graciosa igual a flor de mandacaru, e largada do marido por conta própria - por não suportar traição segundo ela - começou a ser chamada de Lampioa, cangaceira, bandoleira, muié home. Ela não gostava de nada disso, mas engolia a seco para manter uma postura ainda maior de propósitos.

E tudo começou quando ela descobriu que seu marido andava lhe traindo com uma e com outra, num descaramento de não acabar mais. O que acabou foi o casamento, pois ela juntou tudo do safado num saco e jogou na porta da rua. Ele quis reclamar, achar ruim, se defender, mas teve que sair com o rabinho entre as pernas e uma velha espingarda na sua mira.

A valentia da mulher despertou a atenção de outras mulheres, igualmente vítimas das safadezas e traições de seus maridos. E em romaria seguiam até a casa de Zabé para pedir ajuda sobre uma desfeita, uma danação do esposo ou coisa parecida. Então, a cada visita, Zabé perguntava a cada uma se tinha coragem de formar uma frente de batalha para expulsar do lugar todo homem galinha e toda mulher casada que abria as pernas pra outro cabra. Vixe Maria, a danação tava feita!

Com a geral aceitação, o grupo foi formado e a líder começou a planejar as ações, verdadeiras estratégias de guerrilha. Cataram trabuco, espingarda velha, garruncha, baleadeira, pedaço de pau, taca de couro cru e o escambau e se preparam para agir, para o enfrentamento. E o que se viu depois foi um deus-nos-acuda no lugarejo e sertão adentro, com cabra a correr de perder o chinelo, mulher safada desandar no mundo com pouca roupa, muitas vezes só a parte de baixo.

Uma zinha viu que não tinha jeito e se danou a correr, a gritar e a chorar, nuazinha como veio ao mundo. Mas que coisa mais feia, pois quanto mais corria mais aquela pelanquice parecia querer se desprender e se desfazer pelo ar. Já outra, vaidosa demais e faceira de fazer inveja, preferiu ser expulsa do lugar mansamente, parecendo que caminhava numa passarela, ainda que tomando lapada na bunda e varada nos quadris.

Não demorou e o bando de Zabé, agora chamada em bom som de Zabé Cangaceira se deu por satisfeito. Porém quando a valentona resolveu dar outro destino à vida tudo voltou ao normal, se não ficou ainda pior.

Muitas daquelas que expulsaram seus maridos a varadas deram pra quengar de tal forma que o lugar parecia um cabaré. Tentavam justificar a sem-vergonhice afirmando a falta de homem, vez que não deveriam ter expulsado seu safadinhos daquele jeito. E na falta deles só outros, ainda que casados.

Mas Zabé não estava mais por lá para fazer nada, mudar aquela situação vergonhosa, aquela putaria toda. A danada já fazia parte do bando de Lampião, convidada que havia sido pelo próprio Capitão. E o pior que lá se engraçou pelo líder e assim que Maria Bonita percebeu a chegança, deu-lhe uma surra de cansanção junto com garrancho de catingueira que até hoje a ex-valentona se coça no oco do mundo.


Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
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