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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jack de Witte, o francês mais nordestino do planeta.

Bosco André, Jack, Severo e Zé Cícero , em uma de nossas últimas visitas ao Ten João Gomes de Lira em Nazaré

Jack de Witte me foi apresentado pela amiga Luitgard de Oliveira Barros, junto com a apresentação, veio a recomendação: "Severo o homem é espetacular e um apaixonado pelas coisas do nordeste". Sem dúvidas as credenciais apontadas por nossa estimada Luit, se confirmaram sobre maneira. Jack um "brasilianista" que descobriu sua paixão pela caatinga e pelo cangaço, pesquisador atento e escritor, nos deu o prazer de estar ao nosso lado durante quase 10 dias, quando pudemos compartilhar o nosso Cariri, como também visitar alguns dos principais cenários de nossa história cangaceira. 

Jack de Witte, Manoel Severo, Bosco André e Vilson; neto de Antônio da Piçarra
Jack de Witte, Zé Cícero, Anildomá e Bosco André
Rumo a Fazenda São Miguel e Passagem das Pedras

Em principio uma passagem obrigatória; pelas terras de Antônio da Piçarra. Piçarra cenário mais do que vital para entendermos as relações de Virgulino Ferreira com a sociedade rural daquela época. Seu Tôim da Piçarra, coiteiro de confiança que pelas contigências do destino foi obrigado a entregar seu amigo Lampião. Ali nas terras da Piçarra, Lampião foi cercado pelas volantes de Arlindo Rocha e Manoel Neto e ali tombou morto Sabino. "Meu avô disse que entregou Lampião com lágrimas nos olhos", confessa Vilson, neto de seu Tôim da Piçarra e nosso anfitrião.

Serra Talhada e sua lendária "Passagem das Pedras" foi nossa segunda parada, sem deixar de abraçar o confrade Anildoma Willians e nossa querida Cléo da Fundação Cabras de Lampião. Da capital do Xaxado em Pernambuco, partimos para a Bahia não sem antes pisarmos o solo da Estrada Zé Saturnino e as fazendas Passagem das Pedras, onde nasceu Virgulino e São Miguel, berço da família de Seu Luiz de Cazuza.

Nazaré do Pico, a Carqueja, a Vila encardida no meio da caatinga brava, entre Serra Talhada e Floresta, terra de homens valentes e destemidos, ali Virgulino conheceu seus mais ferrenhos inimigos e perseguidores: Os nazarenos. Ali tivemos a oportunidade do último abraço em nosso querido Tenente João Gomes de Lira.

Pedro Luiz, Jack e Alcino Alves Costa na casa de Dona Generosa
Pedro Luiz, Julio Ischiara, Zé Cícero, Jack, Manoel Severo e Bosco André e ainda com Juliana Ischiara, Dra Francisquinha, Sousa Neto, Alcino Costa... na casa de Maria Bonita
 
Paulo Gastão e Jack de Witte, navegando no São Francisco rumo a Angico
Manoel Severo, Megale e Jack, rumo a Angico
Jack, Lili, Zé Cícero e Bosco André na Grota mais famosa do nordeste

Passando por Pernambuco, Alagoas e desaguando no norte da Bahia para encontrar os confrades que ciceroniadosm por João de Sousa Lima promoviam o Seminário Internacional do Centenário de Maria Bonita. As visitas à Vila de Dona Generosa no sopé da serra do Umbuzeiro, a emblemática Malhada da Caiçara e a Casa de Maria Bonita com direito a abraçar seu irmão, Ozéas Gomes, foi para Jack um  momento único em nossa viagem pelas paragens baianas. Em Delmiro Gouveia a visita a ex-cangaceira Aristéa e ao Museu da Fundação Delmiro Gouveia.

Dali à bela Piranhas, e à Grota de Angico, anfitrionados pelos amigos Jairo Luis e Cacau, fez de nosso encontro um momento único onde Jack, pela segunda vez em Angico, pudesse ter o contato com várias correntes de pensamentos e pesquisa na direção de desvendar as Mentiras e Mistérios de Angico. 

Padre Cícero, Padre Bosco e o irmão do Papa...
Em Barbalha com os Conselheiros Cariri Cangaço, Hugo Rodrigues e Rodrigo Sampaio
Cenário: Casa de Izaias Arruda, em Missão Velha
O descanso merecido ao lado de Bosco André na Usina da família Linard

Por fim o nosso amado Cariri...Crato, Juazeiro, Barbalha e Missão Velha fizeram o roteiro do Francês mais nordestino do planeta. Jack de Witte, mais um estimado membro da família Cariri Cangaço !

Manoel Severo
 
Extraído do Cariri Cangaço
 

1922 – AS COMEMORAÇÕES EM NATAL PARA A PRIMEIRA TRAVESSIA AÉREA DO ATLÂNTICO SUL

By: Rostand Medeiros
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Amigos leitores deste simples blog que busca divulgar um pouco de história, vamos puxar um pouco pela imaginação para contar uma incrível façanha.
Imagine se você fosse convidado a ir para Portugal para participar de uma aventura aérea.
Sacadura Cabral e Gago Coutinho em seu hidroavião - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
Aparentemente parece um interessante convite. Mas imagine que quem lhe chamou para esta empreitada lhe informa que a viagem aérea será em direção ao Brasil, atravessando o Oceano Atlântico em um hidroavião monomotor, onde além de você seguiria apenas mais uma pessoa.
A aeronave em questão seria construída principalmente de madeira e coberta com lona. Vocês iriam viajar sem GPS, sem radiocomunicação e sistemas de navegação modernos.
Hidroavião monomotor FAIREY F III-D MKII - Fonte - Coleção do autor
Para não se perderem na imensidão do mar, o principal instrumento seriam réguas de navegação, que são utilizadas pelos homens do mar desde sei lá quando. Afora isso o instrumento mais sofisticado seria um sextante de navegação adaptado para ser usado em um avião.
Para ajudar haveria apenas a certeza que no meio de um dos maiores e mais poderosos oceanos da Terra, haveria três navios ao longo do caminho para dar uma força.
Detalhe, a máquina alada desenvolveria uma velocidade de cruzeiro de “estonteantes” 115 quilômetros por hora (Meu carro 1.0 faz mais do que isso brincando, sem forçar o motor).
E aí, você toparia esta parada?
Eu acho que não!
Mas em 1922, dois portugueses de fibra e coragem toparam encarar o desafio e conseguiram vencer esta dura empreitada.
Sacadura Cabral - Fonte - Coleção do autor
Em 30 de Março de 1922, o hidroavião monomotor FAIREY F III-D MKII, com Artur de Sacadura Freire Cabral como piloto e Carlos Viegas Gago Coutinho nas funções de navegador, decolou do Rio Tejo, em Lisboa, com destino ao Rio de Janeiro.
Foi uma empreitada duramente planejada. Gago Coutinho inclusive havia criado, e empregaria durante a viagem, um instrumento chamado horizonte artificial, que era utilizado em conjunto com um sextante de navegação, para determinar o ângulo ou a inclinação de um corpo em relação ao horizonte. Com isto era estabelecido com uma linha, ou plano paralelo, a altura dos astros. Era uma invenção que revolucionou a navegação aérea à época.
Gago Coutinho - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
Cinco dias antes (a 25 de Março) zarparam da capital portuguesa os navios de guerra “República”, “Cinco de Outubro” e “Bengo”, que iriam prestar assistência ao voo.
A travessia realizou-se em várias fases, no intervalo das quais os hidroaviões eram assistidos. Contudo, consideram-se quatro etapas na viagem, devido a problemas mecânicos, condições naturais adversas e foram utilizados três hidroaviões.
Manchete do "Diário de Pernambuco, edição de 31 de março de 1922, informando sobre a decolagem do avião de Cabral e Coutinho - Fonte - Coleção do autor
A primeira etapa da viagem decorreu sem maiores percalços, durando 8 horas e 17 minutos de Lisboa até Las Palmas da Grã-Canária, embora tenha sido notado pelos tripulantes um excessivo consumo de combustível. Das Canárias os dois aeronautas portugueses  voaram para Guando, a fim de conseguirem melhores condições de descolagem. Todavia o traçado do percurso teve ainda de ser revisto porque a quantidade de combustível não seria suficiente para um voo sem escala de Cabo Verde a Fernando Noronha.
A segunda etapa teve início na madrugada de 5 de Abril, da ilha de Guando, alcançando São Vicente de Cabo Verde após 10 horas e 43 minutos, amerissando em mar calmo e sem dificuldades. Apesar do sucesso destas duas primeiras fases de voo do avião batizado como “Lusitânia”, perceberam os tripulantes ser praticamente impossível um voo direto entre São Vicente e o Arquipélago de Fernando de Noronha, devido aos elevados consumos de combustível. Perante a vontade de continuar a viagem e provar a precisão do voo aéreo, bem como a cientificidade dos instrumentos utilizados, Gago Coutinho e Sacadura Cabral decidiram fazer escala nos Penedos de São Pedro e São Paulo, onde o “República”, cruzador da marinha portuguesa, lhes prestaria assistência.
Na terceira etapa da viagem, cuja partida ocorreu em 18 de Abril, persistiam as dificuldades a nível do combustível e o vento não ajudava numa decolagem mais rápida do avião. Apesar disto, o voo ocorreu sem maiores problemas e a precisão dos cálculos de Gago Coutinho permitiu que o avião iniciasse a sua descida até aos penedos quando apenas restavam dois a três litros no tanque.
Acidente nos Penedos de São Pedro e São Paulo - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
Foi realizado um pouso forçado sobre um mar com muitas ondas e um dos flutuadores foi arrancado no choque. Na sequência o hidroavião se inclinou para bombordo e começou a afundar. Os tripulantes do cruzador “República” socorreram os aviadores, salvando também livros, o sextante, o cronómetro e outros instrumentos. Em seguida Gago Coutinho e Sacadura Cabral foram levados para Fernando Noronha.
Para perpetuar o ocorrido, os aviadores deixaram nos Penedos de São Pedro e São Paulo uma placa de chapa de ferro, onde está cravado a letras de latão: “Hidroavião Lusitânia – Cruzador República”.
Como foi retratado por uma revista o que ocorreu nos Penedos - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
A Nação portuguesa entrou em delírio e o clima emocional levou o Governo a enviar outro avião, oferecido pelo Ministério da Marinha.
Durante estes contratempos, os dois heróis ficaram ancorados em Fernando de Noronha, a bordo do “República”, onde decidiram que a nova etapa não devia iniciar naquela ilha, sendo preciso voltar atrás e sobrevoar os Penedos de São Pedro e São Paulo e depois seguir o rumo ao Brasil.
Cruzador português "República" - Fonte - Coleção do autor
O novo Fairey, levantou voo da ilha de Fernando Noronha, na manhã de 11 de Maio.
O voo prosseguiu sem maiores problemas, mas, após sobrevoar os Penedos e já em direção ao Brasil, o motor parou. Eles então realizaram uma amerissagem de emergência.
Cargueiro inglês "Paris-City" - Fonte - http://www.photoship.co.uk/
Embora esta tenha sido perfeita e em mar calmo, a longa espera por auxílio teve como consequência uma situação mis complicada, na qual entrou bastante água em um dos flutuadores, fazendo o aparelho afundar lentamente O comandante do “República” solicita que o cargueiro britânico “Paris-City”, da empresa Reardon Smith Line e comandado pelo capitão Albert Edward Tamlyn, em rota de Cardiff, Escócia, para o Rio de Janeiro, que socorra os aviadores.
Mais uma vez os pilotos foram resgatados e, consequentemente, louvados na sua pátria. Diante da situação, o Governo Português foi novamente procurado para enviar outro avião e não teve como negar, pois os dois aviadores haviam se tornado heróis nacionais.
Homenagem prestada ao capitão Albert Edward Tamlyn, do "Paris-City - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
A quarta e última etapa teve início com o envio do Fairey batizado na sua esquadrilha com o número 17, o único de que dispunha a Aviação Naval Portuguesa. Era uma aeronave com uma autonomia mais reduzida do que os outros, mas considerado suficiente para que a viagem prosseguisse até ao Rio de Janeiro.
No dia 5 de Junho, Sacadura Cabral e Gago Coutinho levantaram voo de Fernando de Noronha e iniciaram o final desta histórica e gloriosa viagem, já sem quaisquer problemas ou incidentes mecânicos. Logo os aviadores chegariam a Recife.
Voo dos portugueses sobre os Penedos de São Pedro e São Paulo - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
Enquanto os heróis lusitanos seguiam em sua viagem épica, a pequenina Natal, capital potiguar que a época não tinha sequer 35.000 habitantes, acalentava o sonho de ser pela primeira vez sobrevoada por uma máquina “mais pesada do que o ar”, como eram descritos os aviões no começo do século XX.
Mas Natal não teve este privilégio. Entretanto a sua população não deixou de comemorar.
Edição de sexta feira, 9 de junho de 1922, do jornal recifense “Diário de Pernambuco”, sobre as comemorações em Natal - Fonte - Coleção do autor
Segundo a edição de sexta feira, 9 de junho de 1922, do jornal recifense “Diário de Pernambuco”, segundo informações transmitidas pelo seu “Correspondente Especial”, comentou que após a cidade saber que os portugueses haviam chegado ao Recife por volta do meio dia de 5 de junho, os escoteiros do bairro do Alecrim, sob o comando do professor Luís Soares, sairam as ruas da cidade para convidar a população para uma “Passeata Cívica” a ser realizada naquela noite.
Na hora acertada os escoteiros, acompanhados dos alunos da Escola de Aprendizes de Marinheiros e estudantes de outas escolas locais saíram as ruas em direção ao bairro da Ribeira, mais precisamente até a estátua do aeronauta potiguar Augusto Severo, onde houve grande concentração popular. No local ocorreram vários discursos e representando a colônia portuguesa falou o advogado, futuro deputado federal e senador Kerginaldo Cavalcanti.
Quartel do Exército Brasileiro em Natal nas primeiras décadas do século XX - Fonte - http://mediocridade-plural.blogspot.com/
Após a parte dita oficial, os escoteiros, os aprendizes de marinheiro, estudantes e o povo em geral saíram pelas ruas da cidade acompanhados das bandas da Polícia Militar e do 29º Batalhão de Caçadores, a unidade do Exército Brasileiro que existia em Natal naquela época.  Um carro foi conseguido, sendo totalmente enfeitado. Duas jovens natalenses desfilaram no automóvel representando Portugal e o Brasil.
Mesmo sendo o dia 5 de junho uma segunda-feira, que tinha tudo para ser normalmente modorrenta, a chegada dos aviadores lusos a Recife fez a capital potiguar se agitar como não seria normal para aquele dia. O cortejo seguiu até a casa do representante diplomático de Portugal em Natal, o Sr. Antônio Martins e depois foram se concentrar na Praça 7 de Setembro, defronte ao Palácio do Governo. Consta que a festa se prolongou até tarde da noite.
No dia 18 de junho, o jornal natalense “A Republica” estampava na sua primeira página, um belo poema intitulado “Aviador”, produzido por uma das mais importantes poetisas que o Rio Grande do Norte já conheceu, Palmyra Wanderley.

Poema de Palmyra Wanderley aos aviadores lusos –Fonte – Coleção do autor
Depois do descanso na capital pernambucana, Sacadura Cabral e Gago Coutinho seguiram para Salvador, Porto Seguro, Vitória, e, finalmente, Rio de Janeiro, onde o Fairey, batizado de “Santa Cruz”, desce no começo da tarde de 17 de Junho na Baía da Guanabara, levando os portugueses e brasileiros a bater palmas alvoroçadamente e em uníssono.
Trajeto do épico voo de 1922 - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/
CARACTERISTICAS DO HIDROAVIÃO FAIREY F III-D MKII
- Material: madeira, revestida em tela
- Comprimento: 10,92 metros
- Envergadura: 14,05 metros
- Altura: 3,70 metros
- Peso vazio: 1800 quilogramas
- Peso equipado: 2500 quilogramas
- Velocidade de cruzeiro: 115 quilômetros/hora
Homenagem do presidente de Portugal a Gago Coutinho e Sacadura Cabral - Fonte - http://gagocoutinho.wordpress.com/

Quadro do artista plástico Igor de Loyola, em exposição no Museu do Ar, em Alverca, Portugal - Fonte - http://www.igordeloyola.com/
Total: 4527 milhas náuticas, em 62h26m, com velocidade média de 72,5 milhas náuticas por hora
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Extraído do blog: "Tok de História

HISTÓRIA - História de Piranhas, o Cangaço e a culinária

Fonte: painelnoticias.com.br

Localizada no sertão alagoano, distante 280 Km da capital Maceió, Piranhas - que antes era chamada de Tapera, surgiu no século XVIII e foi emancipada em 03 de junho de 1887. Conta-se que, num riacho da Tapera, um caboclo pescou uma grande piranha e quando chegou em casa, lembrou que tinha deixado a faca e falou para o filho: "vá ao porto da piranha e traga o meu cutelo".
Fatos marcantes fazem de Piranhas uma das cidades mais importantes do Baixo São Francisco. Em 1859 foi visitada pelo Imperador
Fonte: newsrondonia.com.br
D. Pedro II, e ganhou impulso comercial com a navegação a vapor pelo Rio São Francisco e, posteriormente, com a chegada da estrada de ferro construída pelos ingleses, no século XIX. A força policial que exterminou o grupo e o rei do cangaço Virgolino Ferreira da Silva - O Lampião, saiu de Piranhas.
Fonte: acarifotosefatos.blogspot.com
A exposição das cabeças de Lampião, Maria Bonita e de nove cangaceiros na escadaria da prefeitura, marcou o fim do maior fenômeno brasileiro: o cangaço. A cidade serviu de inspiração para o saudoso seresteiro
Altemar Dutra, bem como serviu de locação para filmes famosos como Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, e Baile Perfumado, de Lírio Ferreira.
O Cangaço
Palco de grandiosas histórias ligadas ao cangaço, Piranhas foi o ponto de partida da famosa volante comandada pelo
Ten. João Bezerra, que emboscou e matou Lampião e seu bando na Grota de Angicos em 28 de julho de 1938. O bando teve suas cabeças cortadas e exibidas nas escadarias do antigo Palácio Provincial de Piranhas, onde hoje se encontra a Prefeitura Municipal. A cidade ainda foi vítima do terror causado pela invasão de Corisco e Gato, comparsas de Lampião. Liderando seu bando, Gato veio em busca de sua mulher que, equivocadamente, havia sido dada como morta. A população reagiu e o cangaceiro tombou com um tiro certeiro em 27 de outubro de 1936.  
Culinária
Por sua localização privilegiada, às margens do Rio São Francisco, Piranhas oferece uma grande variedade de pratos à base de peixes, pitus e a tradicional feijoada de canoeiro. A culinária também apresenta pratos de inspiração sertaneja, como a galinha caipira, a carne de bode e o singular doce de coroa-de-frade, feito a partir de um cacto nativo.

Fonte:

Hoje na História - 31 de Outubro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 31 de outubro de 1931 falecia André Cursino de Medeiros, nascido em Mossoró, prático mor da barra do rio Mossoró desde 1888 e um dos abolicionistas integrantes da Sociedade Trabalhadores do Mar, fundada em 1883, em Areia Branca. 
André Cursino de Medeiros teve dois matrimônios, sendo suas esposas Alzira Francisca de Moura e Ana Soares de Medeiros, esta genitora do historiador Luiz Fausto de Medeiros. Pertenceu à Loja Maçônica “24 de junho”, estando ligado à campanha libertadora de Mossoró. 

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Geraldo Maia do Nascimento


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Mensagem - 31 de Dezembro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento


  \"Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.\"
               
               (Carlos Drummond de Andrade)
               
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Geraldo Maia do Nascimento



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A INVENÇÃO DO SERTÃO

By: Rostand Medeiros
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“O que é o tempo? Se não me perguntam, eu sei; se me perguntam, desconheço”. A frase de Santo Agostinho, que me chegou através do escritor argentino Jorge Luis Borges, mais parece um aforismo de Guimarães Rosa: O que é o sertão? Se não me perguntam, eu sei; se me perguntam desconheço. Segundo o dicionário Houaiss, o sertão é uma região agreste, afastada dos núcleos urbanos e das terras cultivadas, em especial a zona mais seca que a caatinga, ligada ao ciclo do gado, e onde permanecem tradições e costumes antigos. Para Câmara Cascudo o sertão é o interior, como o definiram os cronistas Fernão Mendes Pinto, o Padre Antonio Vieira e o escrivão Pero Vaz de Caminha.
O sertão dos bandeirantes paulistas situava-se na Serra do Mar ou além dela, em floresta atlântica, onde grilavam índios, procuravam ouro, pedras preciosas e caçavam animais de peles comerciáveis. Capistrano de Abreu lamentava que a história brasileira tivesse ficado apenas no litoral, não adentrasse os interiores. Os primeiros mapas desenham um Brasil costeiro. Só mais tarde, com o avanço da colonização e o trabalho dos exploradores, seguindo os cursos dos rios, chega-se ao outro Brasil.
Os ingleses traduzem sertão como backlands – terras de trás. Olhando o mar e o litoral, tudo o que está às costas seria sertão. Esse primeiro significado valia para as terras gerais do Brasil. A palavra sertão ainda não fora reinventada pelos escritores, poetas, pintores e cineastas. Ainda não ganhara os limites geográficos que hoje a situa em zonas mais áridas, sobretudo nordestinas. Cascudo escreveu que “o nome fixou-se no Nordeste e no Norte, muito mais do que no Sul. O interior do Rio Grande do Sul não é sertão, mas poder-se-ia dizer que sertão era o interior de Goiás e de Mato Grosso”. Para Guimarães Rosa, ele se situa nos gerais de Minas.
Vaqueiro nordestino vestindo seu traje de trabalho - Foto - Geyson Magno - Fonte - http://saovicentenews.blogspot.com
Há algo que sentimos como sertão. Talvez ele nos transmita um apelo, o mesmo que Rudyard Kipling ouviu em relação ao Oriente. – “Se ouvires o apelo do Oriente, já não ouvirás outra coisa”. Se ouvires as vozes sertanejas, já não escutarás outras vozes. Nem enxergarás outras perspectivas, como um cearense a quem subiram num prédio alto de São Paulo e pediram que dissesse o que avistava e ele respondeu: o Crato. O sertão habita em nós, mesmo quando já não o habitamos. O sertão é como Deus definido por Hermes de Trimegisto: uma circunferência cujo centro está em toda parte e a periferia em nenhuma. O sertão é a essência, o miolo, o cerne. É marca de ferro que nos queima e nunca se desfaz. O sertão é o silêncio das pedras, as ausências. O sertão não existe, é pura invenção dos poetas.
O sertão é anterior ao descobrimento. Ele já se fundara em Creta, na Grécia Antiga, o berço da civilização ocidental, no culto ao touro, na arte de domar a rês. E em Israel com o legado da Escritura Sagrada. O Oriente e o Ocidente se juntaram no sertão, no sedimento da cultura moura e judaica transportada da Península Ibérica.
Mas é através dos artistas que o sertão se inventa. Cada um cria o próprio ferro de marca, o sertão pessoal que vira patrimônio de todos: José de Alencar, Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Glauber Rocha.
O cinema do ciclo do cangaço fixa os estereótipos de um regionalismo que a televisão irá explorar de forma grosseira e vulgar. Surgem caricaturas de trajes e falas, os coronéis, as sinhás, os vaqueiros que não são cowboys. Retrata a miséria, os mandacarus e chique-chiques, os despotismos, a sanha dos cangaceiros. O sertão por essas lentes é um mundo sem épica, de tragédias sem sentido trágico. Não possui a dignidade de um faroeste americano, do cinema de John Ford, John Huston ou Roberto Leone.
À margem do poderoso mundo da comunicação, os poetas, violeiros, cordelistas, aboiadores, contadores de história, xilogravadores, ferreiros, artesãos do couro, bordadeiras, romeiros e brincantes dos autos populares continuaram produzindo uma arte que se filia à tradição universal. Através deles, se realizou o milagre de síntese de várias culturas milenares.
Sertão do Jaguaribe, Ceará, 2009 - Foto - Rostand Medeiros
No sertão, origens e tempos se misturam. O aboio, que chama para o curral o gado de semente indiana, lembra o canto de um muezim muçulmano. O sertanejo habita uma casa de arquitetura portuguesa. Come o pão em que o trigo foi substituído pelo milho de lavra indígena. Acende um cigarro de fumo da terra, e põe na cabeça um chapéu de palha com trançado africano. Dentro de casa, a esposa vê televisão, e o filho pequeno brinca num vídeo game. E o homem nem imagina que nele deságuam civilizações e saberes. Repara na tarde “que tem qualquer coisa de sinistro como as vozes dos profetas anunciadores de desgraça”, e num vaqueirinho que testa o aparelho celular, buscando sintonia com o mundo.
RONALDO CORREIA DE BRITO é autor de Faca, O livro dos homens, Galiléia e Retratos Imorais.
2011/07/09/noticiavidaeartejornal,2265127/a-invencao-do-sertao.shtml

Extraído do blog: Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros

O TEMPO DAS BOTIJAS

By Rostand Medeiros
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O povo nordestino tem certas peculiaridades que o distinguem dos de outras regiões brasileiras. São tradições e costumes que o pintam de maneira singular.
Quando criança, comecei a ouvir lá no meu interior, histórias de descobridores de botijas, era o tempo das botijas que creio eu ainda não findou-se.
Contavam os mais velhos que nos séculos XVIII, XIX e ainda quase metade do século XX. O povo do interior costumava guardar suas moedas de ouro, prata e cobre escondidos em latas de metal onde podiam ser conservadas ou em baús revestidos de chapa de metal e enterrados. O lugar era marcado por pedras, acidentes geográficos ou embaixo de grandes e velhas árvores.
As latas eram colocadas nas paredes grossas das casas e os baús, longe, como já dito fora delas.
O costume se fazia pela falta de bancos, pelo medo do roubo e por não ter com que gastar o muito lucrado. Sertanejos faziam quase tudo, e se às vezes tinham o que comprar, guardavam uma minguada economia que sobrava sempre e assim se mantinham.
Em Ipueiras, foram encontradas várias botijas no correr de sua história, a mais recente na década de 1970. O descobridor derrubando as paredes de uma antiga casa encontrou socado numa grossa parede de canto uma lata, cheia de moedas de prata e ouro, não se sabe o valor, o certo é que silenciosamente em pouco tempo mudou-se com a família para uma capital do sudeste e só depois por parentes se soube do fato.
Contornando o morro do Cristo, em Ipueiras , se via no caminho serpenteado, covas quadradas na medida de um grande ou médio baú, quase a beira da estrada carroçal.
Não havia dúvida, e isso era fato corrente daquela região, muitas botijas foram certamente achadas.
Dizem os mais velhos que às vezes o felizardo sonhava com o lugar, ou por pura sorte cavando encontrava. Para completar o quadro,era corrente a história de que ao cavar o astuto e ambicioso tinha visões macabras, como fogo queimando o corpo, cobras se enroscando nas penas e espíritos penados a mandar que parasse a escavação. O certo era que das histórias que ouvi muitos fugiram e se desequilibraram mentalmente, outros mais corajosos iam até o fim, e bastava abrir o baú de madeira carcomida, tudo sumia com um gemido medonho.
O que levava estas botijas a serem esquecidas era ou a morte repentina do dono, e só ele sabia onde estava, ou pela idade o esquecimento que lhe fazia procurar e não mais achar o lugar correto.
Outro fato era o sonho do lugar da botija, dizia-se que o espírito não teria paz enquanto não revelasse o segredo, o dinheiro que em vida não usufruiu, que o ouro e a prata o prendiam no lugar.
Verdadeiro ou falso, muitos descobriram esses tesouros, e formou-se lenda no sertão, dinheiro não gasto traz a perdição do falecido.
O tempo das botijas passou. Mas quem pode afirmar quantas ainda estão a esperar o seu descobridor. Com modernos aparelhos a detectar metais, um corajoso aventureiro não há de voltar de mãos vazias, ficando rico da noite para o dia e finalmente libertando o espírito de quem a enterrou.
Bergson Frota – Cronista - bergsonfrotta@ig.com.br
app/opovo/jornaldoleitor/2011/08/20/noticiajornaldoleitorjornal,2280957/o-tempo-das-botijas.shtml
Extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo Rostand Medeiros

Filha dos cangaceiros Moreno e Durvalina



MÃE E FILHA
Jovina Maria da Conceição Souto,
à esquerda, ex-cangaceira do bando de Lampião. Ex-companheira do cangaceiro Vírgínio. Com a morte de Virgínio, Durvalina passou a conviver com o cangaceiro Moreno, que antes era comandado de Virgínio.
Nely Maria da Conceição,
à direita, filha dos cangaceiros Moreno e Durvalina.   Ela nasceu no dia 2 de Setembro de 1950, em Augusto de Lima, no Estado de  Minas Gerais.  É a segunda dos 5 filhos do casal de ex-cangaceiros Moreno e Durvinha.
Durvinha faleceu no ano de 2008 e Moreno no ano de 2010.