Seguidores

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO



Por muitas vezes que  você tem acessado este blog,  que na verdade é de todos nós,  queremos dedicar-lhe  melhores votos de um Natal cheio de paz, esperança, prosperidade, amor, compreensão; amarmos os que nos amam e muito mais os que nos odeiam. Que nós, todos juntos,  possamos continuar de levar a Cultura e reconciliar sentimentos, de encurtar distâncias através das palavras que juntas formam mensagens.


Desejamos que neste Natal, a luz que guia o mundo possa também clarear os seus sonhos, os seus passos de ida e volta, sempre com Jesus presente e a virgem Maria. que os anjos acampem ao seu redor para sempre te proteger, amparar nessa longa caminhada da vida, para que o caminho seja repleto de flores e frutos. Não devemos desistir do caminho que parece ser longo, mas devemos acreditar que um superior sempre estar presente e nos acompanhando.


Estamos felizes com o nosso trabalho, pois a cada dia fazemos novos amigos; a cada dia aparecem mais pessoas encantadoras como você, que ainda confia que a Cultura é a formação de um povo. Povo sem cultura é como uma canoa sem remo, que o próprio vento a levará sem destino algum.
Vamos desejar felicidades para todos, sem escolher a quem, e com ele caminhar nesta longa estrada da vida, mesmo que tenha feito algo diferente, e perdoarmos os seus erros, pois perdoar é devolver ao outro o  direito de ser feliz.

Feliz Natal é o que todos nós desejamos uns aos outros: escritores, pesquisadores,  historiadores, estudantes do cangaço e sobre tudo, aos que ainda não se dedicaram a fazer parte desta legião de amigos. Cada um em sua casa, em seu bairro, em sua cidade, Estado, mas que participa desta corrente de amigos. 


FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

MULHER RENDEIRA



Dalinha e Rosário na Biblioteca Amadeu Amaral
Mulher Rendeira

Eu vi a mulher rendeira,
rendando no Ceará.
Foi o mais belo espetáculo,
que já pude admirar.

Eu ainda era menina,
morando nas Ipueiras.
Conheci dona Totonha,
a maior entre as rendeiras.

Debruçada na almofada,
sentadinha na cadeira,
tecendo com mãos de fada
entretinha-se a rendeira.

O que era fios de linha,
aos poucos se transformava
Nas mãos daquela rendeira,
que em seu ofício encantava.

Entre o canto e o bailado
dos bilros manipulados,
Espetava o alfinete
Num papel já desenhado.

E para o encanto dos olhos,
surgia com esplendor,
A renda, que parecia,
obra de Nosso Senhor.

Saúdo a mulher rendeira,
Que traz a magia na mão.
Dentro de nossa história,
Já é lenda e tradição.

Eu louvo a mulher rendeira
Artesã que me fascina
O bailado dos seus bilros
Conheci desde menina.

Texto e fotos de Dalinha Catunda
Visite:
www.cantinhodadalinha.blogspot.com

COMENTÁRIO

Por: José Mendes Pereira

Este é um comentário do escritor e pesquisador do cangaço,


Alcino Alves Costa, sobre o excelente trabalho do


escritor e pesquisador do cangaço Dr. Sérgio Dantas, "Um debate sobre Antropometria, à sombra dos Buritis".

Link para os estudantes do cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com/2011/12/um-debate-sobre-antropometria-sombra.html 

Comentário
do escritor.
Postagem maravilhosa essa de nosso querido amigo e mestre Dr. Sérgio Dantas, sobre o sósia de Lampião. Nós que formamos a equipe do Cariri Cangaço nos orgulhamos com a presença efetiva e afetiva de um historiador e pesquisador do quilate e grandeza do Dr. Sérgio.
Dr. Sérgio! Ficaria agradecido e feliz se o amigo fizesse o mesmo trabalho com a cabeça de
Lampião morto e a cabeça do velho de Buritis. Só assim nós poderíamos ver as gritantes diferenças entre uma cabeça e outra. E ainda, a mesma coisa com a cabeça de Maria Bonita morta com a cabeça de Maria Bonita viva.
Meu prezado, aceite o meu abraço, o meu carinho e a minha consideração.
Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo - SE
MEU HUMILDE COMENTÁRIO
É claro que eu não tenho conhecimento suficiente para comentar sobre o cangaço, ou fazer análises sobre as duas cabeças, e nunca sair para lugar nenhum em busca de pesquisas, coisa que eu muito gostaria, mas o cangaço não surgiu no Rio Grande do Norte, e por essa razão, o pouco que eu sei sobre o tema,  tenho aprendido com os cangaceirólogos que pesquisam e gentilmente enviam para diversos blogs. 
Analisar cabeças de mortos é preciso que tenha conhecimento sobre  perícia ou outra coisa parecida, coisa que  eu não tenho a mínima ideia. Mas como eu não pago mico para falar  sobre as duas cabeças, a do  fazendeiro Antonio Teixeira da Conceição, o Lampião de Buritis, e a outra de Virgulino Ferreira da Silva, o afamado Lampião, eu tento dar a minha opinião, numerando os itens.


 Minha análise:
http://images.orkut.com/orkut/photos/OgAAAFj9qiJyJ1nsqNMi8ZzqFP_G_rxWG4ovJrEx7dIH8TqJ_WXj_7Z5HGs4x_lyna6bZUXPhmwaUL44FsXvbtGd5q8Am1T1UND7Fse2_Gx8WzK0vMf7qzsk_92K.jpg

1 - O Lampião verdadeiro tem a pele e formato ainda jovem.
2 - O Lampião de Buritis, além da pele estragada, aparentemente tinha 80 anos, no mínimo, na época.
3 - A boca de Lampião verdadeiro é miúda.
4 - A boca de Lampião de Buritis é enorme.
5 - As orelhas de Lampião verdadeiro são pequenas, esta característica você confere em outras fotos de Lampião.
6 - As orelhas de Lampião de Buritis são enormes.
7 - Lampião verdadeiro não apresenta sinais que os cabelos caíram.
8 - Lampião de Buritis aparenta ser calvo.
9 - O nariz de Lampião verdadeiro, ver-se que era afilado.
10 - O nariz de Lampião de Buritis era meio grosso.
11 - Nunca vi fotos de Lampião verdadeiro com bigode. Se existem, não é do meu conhecimento.
12 - Lampião de Buritis tem bigode, mas mais parece com uma vassousa de piaçava.
13 - Lampião verdadeiro tem os cabelos pretos e são muitos.
14 - Lampião de Buritis os cabelos além de brancos, são poucos.

15 - Lampião verdadeiro até onde sei Lampião era cego de um olho.

16 - Lampião de Buritis tem os olhos normais.  
O queixo de Lampião verdadeiro tem certo formato do queixo de Lampião de Buritis, mas esta aparência é devido a cabeça de Lampião estar, não sei, sobre uma mesa, um colchão, ou outra coisa semelhante, e o seu próprio peso fez com que arriasse um pouco, dando um ligeiro formato do queixo de Lampião de Buritis.
Não quero contrariar, mas a cabeça do lado esquerdo, não há dúvida, é Lampião verdadeiro.
José Mendes Pereira 

José Gurjão, Mestre do Ensino

Por Misherlany Gouthier
Na literatura mossoroense muitos são os pseudo-historiadores que tentam engendrar descuidados textos superficiais como obra que valha mérito ou coisa do tipo, tecendo comentários já então por demais imprecisos e sem nenhum embasamento sólido que lhe permita destaque nas letras provincianas. Desnudos de técnicas, de impressões que traga à luz novidades inerentes à pesquisa, poucos sãos os que conseguem enxergar um palmo além do nariz, na tentativa de esboçar um texto enxuto e real, tornando-se fracassados escrevinhadores de folhetins.
A gravidade é tanta que os livros publicados nos últimos anos dão conta disso. Assim é que me esforço para resgatar da oralidade nomes que já estão soterrados pelas areias do esquecimento. A história dos grandes homens não é senão a sua própria história, disse Carlyle. Valho-me desta filosofia para fazer justiça a algumas figuras do passado que por ironia do destino ou por falta de iniciativa dos pesquisadores oficiais da província não tiveram o merecido reconhecimento.
José Fernandes Gurjão nasceu a 19 de fevereiro de 1896, na fazenda Três Lagoas, em Pau dos Ferros/RN. Foi batizado pelo Pe. Campos. Sendo seus padrinhos Hermógenes e Joana Fernandes. De crisma Raimundo Rubira da Luz.
Formou-se em Medicina a 22 de dezembro de 1920. Casou-se aos 09 de setembro de 1921 com Nila Xavier de Queiroz. Enviuvando em 1922. Faleceu aos 06 de dezembro de 1927, no Rio. Após o falecimento de Nila José Gurjão contraiu núpcias com Seize, cuja união não duraria muito…
Lente da Escola Normal de Mossoró, intelectual disseminador de uma cultura ímpar nos dias que se seguem; gente que está intimamente ligada ao passado como ao presente representados por alguns descendentes, cujo reconhecimento pelo desvelo ao trabalho realizado em prol da sociedade de outrora não tivesse valor algum. Eternizar a memória daqueles que nos antecederam é o mínimo que os estudiosos podem fazer…
José Gurjão Fernandes uma das figuras de proa da educação em Mossoró na década de 20-30 não teve um biógrafo que pudesse retratar-lhe a personalidade, a inteligência, o denodo ao ensino do magistério. Um homem que deixou as marcas de sua cultura; um ser de pensamento vivaz, inquiridor. Raimundo Nonato da Silva, seu contemporâneo, somente ele, escreveu uma página de recordação sobre o grande mestre do ensino de Mossoró. Antes, ninguém mais.
Filho do comerciante pauferrense Abílio Fernandes Gurjão e de dona Maria Urcicina Fernandes, era irmão dentre outros do ex-governador Rafael Fernandes Gurjão, nome emblemático na história política do Estado.
Jovem ainda, vindo de uma família tradicional – os Fernandes – era dotado de uma cultura universal. Foi um dos primeiros médicos a operar em Mossoró. Era um homem irreverente. Espírito alegre, irrequieto, dono de uma inteligência brilhante e vivaz.
Lia todos os clássicos. Montesquieu, Verlaine, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Hermes Fontes, Gonçalves Dias, Casemiro de Abreu e outros. “Homem culto, de idéias arejadas, não admitia preconceitos nem intolerância de convicções”. José Gurjão foi a inteligência mais fulgurante, mais extraordinária que Mossoró possuiu até hoje. Rápido no argumento, ferino na resposta, tinha uma enorme cultura, escreveu sobre ele certa vez o jornalista Rafael Negreiros, seu sobrinho.
José Gurjão soube tirar da leitura a essência para suas aulas no curso Normal da escola fundada por seus pares, dentre os quais destaco a professora Celina Guimarães — tão esquecida na história do magistério –, Eliseu Viana e Manoel Quintela Júnior, este último tendo publicado trabalhos versando sobre abolição dos escravos, além de ter sido crítico literário economicamente.
Dono se um senso crítico aguçadíssimo, não poupava quem o molestasse com “tiradas filosóficas”, dando demonstração eficaz de sua cultura vasta e do seu refinado estilo lingüístico, um dos marcos da educação de antanho quando a cultura pedagógica ganhava contornos de verdadeiras academias.
Elizabeth Fernandes de Negreiros, sobrinha do professor-mestre contou-me várias histórias a despeito da vida do professor Gurjão. Era uma inteligência fora do comum, disse. Ela guarda consigo bilhetes do então governador do estado Rafael Fernandes Gurjão, agradecendo ao pai da mesma – Solon Negreiros, a gentileza de atender tão bem as necessidades do prestimoso professor, seu cunhado.
Apesar de sublevada inteligência o Dr. José Gurjão não deixou obra que pudesse ser levada ao conhecimento de quantos teriam a oportunidade de provar do seu acurado saber literário. Volto à máxima “Nem tudo está perdido”, num átimo de justiça resgatando do olvido a figura incandescente que muito trouxe para as gerações que o seguiram.

Extraído do blog "o santo ofício"

Noite de autógrafos



Vai tá pras banda de Aracaju na próxima Terça-feira 13? A pois,  prestigie o lançamento oficial do mais novo livro de
Vera Ferreira
e Germana Araújo.  
19: hs no Museu da Gente Sergipana.

Mais um que vale apenas você adquiri-lo. Não deixe para depois.
Peça logo o seu. A autora é neta de Lampião e Maria Bonita. 


Não compre livros do cangaço de autor que não pesquisou, apenas sonhou e tenta iludir os estudantes do cangaço.

MORENO & DURVINHA

Autor: João de Sousa Lima


Valor: R$ 35,00

Um excelente trabalho

Se você está querendo comprar livros sobre o cangaço procura o Professor Pereira. Ele tem os melhores livros, sem mentiras e sem calúnias contra o rei e a rainha do cangaço.
São livros escritos pelos melhores escritores, pesquisadores e historiadores. Sem sonhos e sem ficção.
Você irá adquiri-los através do Professor Pereira

O pedido pode ser feito por E-mail franpelima@bol.com.br ou pelo tel. (83) 9911 8286 (TIM)- (83) 8706 2819 (OI)
Att. Professor Pereira -Cajazeiras/PB

O frete não está incluído no preço dos livros
Frete registrado fica numa média de R$ 5,00 por livro.
Para compras acima de R$ 200,00 ”o frete é grátis”.

Não compre livros sobre o cangaço
recheados de mentiras. Quem os publica
não lhe respeita, o que ele quer é dinheiro
e mais nada. Você estará jogando o seu
dinheiro no mato

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/

O BANDITISMO NO NORDESTE

Artigo (parte do todo), extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo Rostand Medeiros.
Photo
Se você quiser se aprofundar sobre esta história, clique no link abaixo, pois irá encontrar um excelente trabalho do historiógrafo. 
Lembrando ao leitor que o conteúdo abaixo foi escrito ainda com o português da época, não podendo ser corrigido.

Nota veiculada pelo Correio de Aracaju em 26 de Junho de 1937
O BANDITISMO
O órgão governista noticia, hoje, a morte de mais treis bandidos, aqui no interior do Estado, por uma volante da Bahia, sob o comando do sargento Odilon Flores. E atribui esse facto ao empenho como se acha o Dr. Eronildes de Carvalho em dar combate sem tréguas ao banditismo que infesta os sertões nordestinos.
Eronildes à direita - Acervo Rostand Medeiros
A nota escripta pelo methodo confuso confessa, todavia que o banditismo infesta a zona riquíssima do município de S. Paulo. É mais uma prova, partida dos camarins officiaes, que vem em abono do que há dias denunciara  da tribuna do Senado Federal o Senador Leandro Maciel.
Não negou, como se vê, o articolista officioal, que o banditismo age com desembaraço em Sergipe, mas procura, com um esforço titânico, descobrir o heroísmo do Sr. Governador em combate-lo  sem tréguas...
Vem citado o caso de José Baihano como obra da campanha do governo  de Sergipe, quando todos nós sabemos que o grupo de José Baihano tombou pelo braço  forte de
Antonio de Chiquinha e cinco destemidos companheiros á revelia da policia do Sr.  Eronildes de Carvalho. O caso agora no cartaz, a morte de
Segundo alguns escritores o cangaceiro Gorgulho não foi abatido neste combate. Foi baleado, fugiu e desistiu do cangaço
Manoel Moreno e três companheiros, devemos aos esforços da polícia baihana como se poderá verificar do telegrama que abaixo publicamos:
- “Gabinete do Governador – Aracaju – Communico-vos que ontem, ás 21 horas, fazenda Poço da Volta foi tirado fóra de combate três bandidos: Manoel Moreno, chefe grupo, caibra Gorgulho e uma mulher do chefe grupo, saindo mais dois bandidos gravemente feridos. Da minha força ficou em estado grave cabo meu auxiliar Luiz Manoel Menezes – saudações-(a) Sargento Odilon Flores, commandante coluna da Bahia.”
Quem  lê o despacho acima vê que na morte de Manoel Moreno e seus companheiros a acção do Sr. Governador foi tão somente de transmitir um recado de um sargento a um official da Polícia Baihana. Não resta duvida que essa posição subalterna do Sr. Governador representa um esforço ingente que merece citado.
MUNIÇÃO NO AGRESTE- Munição aos bandidos
Circulou, a semana passada, a notícia de que uma volante de Ribeironopolis, comandada por um filho de José Ceará, havia pegado um indivíduo que conduzia grande quantidade de munição para os bandidos que varejam aquela região. Pela gravidade do fato, a Polícia, segundo nos informaram tomou conhecimento e abriu inquérito a respeito.
Aguardamos os resultados.
Diário da Tarde, 3 de Outubro de 1937.
Leia este trabalho. É excelente
Clique no link: 

O CANGACEIRO NOVO TEMPO



Segundo o historiógrafo e pesquisador do cangaço,


Rostand Medeiros, o cangaceiro Novo Tempo morreu velhinho no Estado de Minas Gerais.

Link -  Clique para conferir.


Ana Floriano - 06 de Abril de 2009

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Geraldo Maia e Kidelmir Dantas

Em 30 de agosto de 1875, numa Segunda-feira, Mossoró viveu o mais esdrúxulo de seus movimentos libertatórios que foi O Motim das Mulheres. Naquela data, cerca de trezentas mulheres saíram pelas ruas em passeata, com o objetivo de protestar contra a obrigatoriedade do alistamento militar. 

Tudo começou quando o Gabinete do Visconde do Rio Branco aprovou o regulamento do recrutamento para o Exército e Armada. Esse regulamento teve repercussão desfavorável na Província do Rio Grande do Norte, onde várias comunidades se levantaram em sinal de protesto. Ninguém desejava que seus filhos fossem apanhados para o serviço militar, notadamente quando era sabido das intenções dos chefes políticos dominantes em darem sua preferência a filhos de adversários, como estava acontecendo em Mossoró. Desse modo, tomando conhecimento de levantes que estavam acontecendo em outros municípios, as mulheres mossoroenses promoveram uma manifestação e conseqüente passeata pelas ruas da cidade, rasgando os editais afixados na Igreja Matriz de Santa Luzia e dirigindo-se a casa do escrivão do Juiz de Paz de quem tomaram e rasgaram o livro e papéis relativos ao alistamento. Partiram depois para à redação do jornal O Mossoroense, onde destruíram cópias dos mesmos que ali estavam para serem publicadas. Concluída a tarefa da destruição dos editais, as revoltosas partiram para a Praça da Liberdade, onde entraram em choque corporal com um grupo de soldados da Força Pública que ali estavam para dominar a rebelião. Algumas saíram feridas, não se agravando mais o movimento, graças a interferência de pessoas neutras que foram ajudar a acabar com a confusão. 
Encabeçando o movimento estava Ana Floriano, uma mulher forte, de olhos azuis, cabelos louros e estatura considerada acima do normal para o seu sexo, juntamente com D. Maria Filgueira, esposa do Cap. Antônio Secundes Filgueira e D. Joaquina Maria de Góis, genitora do historiador Francisco Fausto de Souza. 
Logo após o movimento, o Juiz de Direito, Dr. João Antônio Rodrigues comunicou o fato ao Presidente da Província, Bacharel João Bernardo Galvão Alcanforado Júnior, que mandou instaurar inquérito contra a promotora do Motim das Mulheres, cuja peça processual desapareceu do arquivo do Departamento de Segurança Pública. 
Em seu depoimento, o Dr. João Antônio Rodrigues afirma que o movimento contou com um número de cinqüenta a cem mulheres e que as mesmas eram lideradas por D. Maria Filgueira, mulher do capitão Antônio Filgueira Secundes, 3º suplente de Juiz Municipal deste Termo, juntamente com D. Joaquina de Tal e D. Ana de Tal, que mal aconselhadas por seus maridos e parentes cometeram o criminoso ato. O referido Juiz não admitia que o movimento tivesse partido das mulheres e sim do capitão Antônio Filgueira Secundes, seu adversário político, que assim procedera para lhe prejudicar. Quanto ao número das revoltosas? “De cinqüenta a cem mulheres”, foi o que ele disse para diminuir a gravidade do movimento. E quanto a D. Ana de Tal, tratava-se de D. Ana Floriano, assim chamada por ser esposa de Floriano da Rocha Nogueira, pais do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, Diretor proprietário do jornal O Mossoroense. 
Francisco Romão Filgueira, procer abolicionista de 1883, falecido a 7 de setembro de 1958, deu depoimento ao historiador Vingt-un Rosado sobre o fato por ele presenciado. Segundo o mesmo, o movimento teria contado realmente com cerca de trezentas mulheres e que as mesmas eram chefiadas por D. Ana Floriano. 
O historiador Raimundo Nonato registra que “ao tempo, Romão Filgueira era um jovem impetuoso, rapaz de boa família, exaltado, que devia se encontrar no meio da rebelião, agarrado no cós de sua mãe, Dona Maria Filgueira, esposa do capitão Antônio Filgueira Secundes, figura de prestígio do município. O jovem Romão Filgueira corria pela casa dos 16 anos fogoso e turbulento”. 
Geraldo Maia do Nascimento
Todos os direitos reservados 
É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Sila: Uma noite inesquecível Cariri Cangaço-GECC

Cariri Cangaço - GECC , em noite de Sila na Saraiva MegaStore

Uma só noite certamente não foi suficiente. O encontro Cariri Cangaço-GECC, deste mês de Dezembro, que aconteceu na noite desta terça-feira, dia 06, no Espaço Raquel de Queiroz, da Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi e que contou com grande número de confrades; apaixonados pela temática do Cangaço; possibilitou um amplo e rico debate sobre a trajetória da cangaceira Sila, no universo do fenômeno mais discutido do nordeste.
O encontro iniciou com a apresentação da noite, pelo Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, seguido pelos informes da Presidência do GECC, com o escritor Ângelo Osmiro, que ressaltou o lançamento de obras literárias, como a segunda edição de "O Caldeirão" do professor Régis Lopes, do novo livro da jornalista Vera Ferreira e do documentário da TV Assembléia, sobre "Fideralina" uma das maiores "coronéis de saia" do Ceará, como também ressaltou o sucesso do II Congresso Nacional do Cangaço, uma promoção da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, em Cajazeiras, Paraíba.

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, abriu os trabalhos da noite
O Presidente do GECC, Ângelo Osmiro e os informes da noite
Assessor de imprensa e marketing do Cariri Cangaço, jornalista Heldemar Garcia, tudo pronto para o início do debate...

O debate sobre "Sila, uma cangaceira de Lampião" , inciou com a apresentação da personagem pelo autor da propositura, documentarista Aderbal Nogueira. Aderbal Nogueira iniciou ressaltando sua proximidade com Sila, durante os muitos meses em que a mesma esteve hospedada em sua residência e nas várias incursões realizadas ao lado da ex-cangaceira, por ocasião da produção de alguns de seus documentários. Aderbal num tom provocativo e instigante, pontuou: "não estou aqui para defender Sila, nem tão pouco atacar, mas para aprofundar a discussão e resgatar uma injustiça feita a ela, com a "pecha" a partir de muitos escritores e pesquisadores, que dizem que Sila só mentiu..."Aderbal Nogueira disponibilizou o microfone para os demais confrades, que um a um, colocaram suas impressões e reflexões a cerca da figura emblemática e polêmica da ex-cangaceira mulher de Zé Sereno. Alguns dos confrades apresentaram um conjunto substancioso de contradições nas muitas afirmações feitas por Sila nos diversos livros escritos sobre o tema, com destaque para a pesquisa de Ângelo Osmiro, e as reflexões de Alfredo Bonessi e Juliana Ischiara.

Aderbal Nogueira, autor da propositura da noite e Tomaz Cisne
Alfredo Bonessi, "afilhado macaco" da ex-cangaceira, um dos principais debatedores da noite, ao lado de Wilton Dedê
Juliana Ischiara, o contra-ponto forte e rigoroso, enriquecendo sobremaneira o debate da noite.
Ângelo Osmiro, toruxe para a noite um criterioso e rico trabalho de pesquisa ressaltando as muitas e recorrentes polêmicas das afirmações da ex-cangaceira Sila

A noite parecia correr e o tempo foi nosso maior inimigo, as horas esvairam por entre nossas mãos, fazendo com que todos ficassem com um "gostinho de quero mais". Para o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "o que temos que ressaltar é o sucesso absoluto da noite de hoje promovida pelo GECC - Cariri Cangaço. A qualidade do debate, o contraditório observado com zêlo e respeito por todos, as ricas informações, a lucidez e o respeito entre os contrários e acima de tudo o cuidado com a personagem e ser humano Sila, foram o ponto alto, sem dúvidas uma noite memorável para o estudo do cangaço." Para o Presidente do GECC, escritor Ângelo Osmiro a noite "mostrou o atual estágio em que se encontra o estudo e pesquisa da temática, reuniões de trabalho como dessa noite nos fazem ver o quando é gratificante buscar o entendimento a partir dos fragmentos da verdade histórica, hoje marcamos um grande tento com esse debate memorável".

Noite de Gala, Cariri Cangaço-GECC em Fortaleza
Lívio Ferraz, Manoel Severo e Juliana Ischiara
Maristela Mafuz e Alfredo Bonessi
Família Cariri Cangaço-GECC; na noite de Sila na Saraiva Megastore

Sem dúvidas ainda teremos muitas postagens sobre essa noite inesquecível, todo o encontro foi gravado e já se está em fase de edição, "sem cortes" pela Laser Vídeo e em breve teremos na íntegra, vários capítulos do debate "Sila uma cangaceira de lampião" na noite Cariri Cangaço-GECC no Espaço Raquel de Queiroz da Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi, em Fortaleza. O encontro contou com a participação de 31 confrades e com a presença honrosa e marcante da memória de Sila; cangaceira, mulher, mãe, companheira, guerreira, vencedora...polêmica.

Heldemar Garcia
Assessor de Imprensa e Marketing Cariri Cangaço
Fortaleza-CE
Extraído do blog Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Todos os Personagens da Noite...

 
Ângelo Osmiro..."não fui eu que disse isso não, foi Sila, tá lá no livro que leva sua assinatura..."
Aderbal Nogueira..."Sila nem sabia o que escreviam naqueles livros, nem revisava...Sila foi uma injustiçada"
Juliana Ischiara..."não conheço um só fato importante ou relevante que Sila tenha participado..."
Morgana Osório..."conhecer Sila foi uma grande honra para todos nós..."
Edilson Cláudio..."Sila não tinha condições de criar tudo aquilo..."
Coronel Gutemberg..."vou sair daqui com um cordel feito sobre a polêmica de Sila..."
Jornalista Nicole..."e a produção de um documentário sobre a mulheres no cangaço..."
Alfredo Bonessi..."todos procuraram enfeitar a história do pouco que se lembraram..."
Aldo Anísio..."Isso aqui é uma universidade para mim..."
Wilton Dedê..."a quem interessava as mentiras?..."
Lívio Ferraz..."Eles não diziam tudo que sabiam porque tinham medo..."
Roberto Osório..."sou um iniciante na pesquisa, mas guardo boas recordações de Sila..."
Afrânio..."estou aprendendo como nunca..."
Pitonho, do Cariri..."todos acabavam tendo algo a esconder..."
Heldemar Garcia..."imaginem uma pessoa que teve a vida de Sila, de repente ser guindada a condição de celebridade..."
 
Extraído do blog cariri cangaço: