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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Caraibeiras de Paulo Afonso.

Por: João de Sousa Lima

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Nos meses de outubro, novembro e dezembro
as ruas de Paulo Afonso ganham um tapete amarelo formado
 pelas belas flores das caraibeiras.


A cidade transforma-se em um lindo cartão postal onde vemos várias pessoas fotografando e apreciando a folhagem amarelada que embelezam suas ruas.


Além do centro da cidade a zona rural também é repleta de caraibeiras que deixam o  horizonte com um colorido bonito de se ver.






João de Sousa Lima é escritor, Pesquisador, autor de 09 livros.
Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da
SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço.

        Telefones para contato:

75-8807-4138 9101-2501


Alcino Alves Costa

Por: Cicinato Neto
 
Todos nós, pesquisadores e entusiastas da temática Cangaço e Nordeste, estamos torcendo pela recuperação total do nosso confrade Alcino Alves Costa, relevante autor sergipano, autor de "Lampião em Sergipe" e "Lampião Além da Versão". O "Caipira de Poço Redondo", com certeza, estará brevemente de volta às pesquisas e aos debates.
 
http://www.cicinato.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/ 

CRACKUDO: de VACILÃO a MORTO-VIVO.

Por: Archimedes Marques

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco." (Edmund Burke).

Antes de adentrarmos no mérito da questão do presente texto, quero pedir permissão à língua portuguesa, aos grandes estudiosos e intelectuais e ao povo em geral para usar as palavras chaves do tema, que na verdade são inexistentes oficialmente no nosso dicionário, quais sejam: crackudo e vacilão.

Antes, porém, de logo faço o preâmbulo explicativo do significado popular de tais palavras: Crackudo é originário do termo crack que é uma droga sintética. A palavra foi recentemente criada pelo povo para identificar o indivíduo que é usuário e viciado dessa droga, ou seja, crackudo nada mais é do que o consumidor do crack, aquele cidadão que adquire o produto para uso próprio. Quanto a vacilão, tal palavra é originada do verbo vacilar que significa, dentre outros: Não estar firme, cambalear, enfraquecer, oscilar, tremer, hesitar, estar irresoluto, incerto... Vacilão na linguagem popular nada mais é do que o indivíduo que não mede as conseqüências dos seus atos e sempre ingressa em algo que não é bom para si e que só lhe traz malefícios ou aborrecimentos. E, em assim sendo, o crackudo é um vacilão!...

Complementando a explicação, já com o termo existente, morto-vivo relaciona-se ao indivíduo com aspecto de moribundo, semi-morto, apático, sem ânimo ou capacidade de reação...

Em mais de 24 anos de atuação Policial pensava eu já ter visto de tudo relacionado às drogas. Ledo engano!... Com a chegada e disseminação do crack constatei que as outras drogas são bem menos trágicas que essa que tem um verdadeiro teor devastador e aniquilador em todos os seus sentidos.

O crack trás a morte em vida do seu usuário, do crackudo... O crack arruína a vida dos familiares do crackudo... O crack aumenta a criminalidade aonde chega... O crack degrada e mata mais do que todas as outras drogas juntas.

Crítica é a situação em que se acha o crackudo. Crítica também é a situação em que se vive os seus entes queridos que nada fizeram para merecer tal castigo.

A violenta crise situacional e emocional do crackudo parece fugir-lhe toda a perspectiva de dias melhores. As ocorrências no terreno familiar e social vão caminhando sempre em largas vertentes para o mal e para dias piores. A vida vivida pelo crackudo parece esvair-se entre os dedos das suas próprias mãos.

Lançando um olhar no passado, o crackudo, vê o rumo errado que tomou. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba. O seu presente é só o crack... O crack como o senhor do seu viver... O crack como seu dominador... O crack como seu real transformador do bem para o mal... O crack como destruidor da sua família... O crack como aniquilador da sua vida... O crack como o seu transporte para a morte!...

Neste sentido acolho as sábias palavras do Advogado e Presidente da OAB-RS, CLAUDIO LAMACHIA, quando de um artigo pertinente: "De poder avassalador, "a pedra" pode viciar o usuário já na sua primeira experiência e o que vem depois é a tragédia certa. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. Relatos de suas vítimas, de especialistas e de familiares de usuários sobre os efeitos da droga podem ser resumidos em três palavras tão básicas quanto contundentes: sofrimento, degradação e morte."

Estamos, sem sombras de dúvidas, em aguda e profunda crise urbana e social relacionada a essa droga avassaladora. A população mostra-se atônita, indefesa e impotente. Por sua vez, ainda falta vontade política governamentalpara debelar tal problemática.

Até parece que apesar de todas as alertas feitas constantemente na mídia, as Autoridades constituídas ainda não atentaram para esse gravíssimo problema que gera tantos outros na área social e segurança pública no país.

No mesmo ritmo em que cresce o número de crackudos, cresce o número de mortos, debilitados ou aniquilados dessa comunidade, aumenta a criminalidade nos Estados, ao passo que, as chamadas "crackolândias" continuam proliferando-se em alta escala pelos quatro cantos do país. Uma epidemia de crack que supera todas as outras drogas juntas.

A composição química do crack é simplesmente horripilante e estarrecedora. A partir da pasta base das folhas da coca acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: Ácido sulfúrico, querosene, gasolina ou solvente e a cal virgem, que ao serem processados e misturados se transforma numa pasta endurecida homogênea de cor branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja, meio à meio cocaína com os outros produtos citados. A droga é fumada pura, misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha.

O homem é o único animal racional existente na face da Terra, mas age, sem sombras de dúvidas de maneira irracional e gananciosa quando conscientemente fabrica o mal para o seu semelhante. Dentre todos os malefícios criados pelo homem para o homem, o crack está entre os primeiros colocados.

A fumaça altamente tóxica do crack é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando euforia e aumento de energia ao usuário, com isso advém, a diminuição do sono e do apetite com a conseqüente perda de peso bastante expressiva.

O crack causa destruição de neurônios e provoca ao crackudo a degeneração dos músculos do seu corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo, ou seja, ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.

O crackudo pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio físico é devastador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.

Recentemente os jornalistas cariocas, ROBERTA TRINDADE e SEGADAS VIANA, escreveram para os seus Jornais impressos e virtuais, sobre a questão de traficantes do Rio de Janeiro estar fazendo campanha contra o crack e menosprezando o crackudo vacilão. Tal campanha só vem a comprovar que a vida do crackudo é curta e por isso o tráfico próprio ou das outras drogas, apesar dos novos adeptos arregimentados diariamente, vem perdendo terreno.

O crack é tão perigoso quanto degradante e mortal que até o próprio traficante dele não faz uso. Dificilmente um traficante usa essa droga, o que não ocorre com as dos outros tipos em que muitos deles também as utilizam em consumo próprio.

A disseminação do crack é constante e prende os menos avisados assim como uma teia de aranha para as suas presas, transformando suas vítimas em crackudos e em conseqüência, em mortos-vivos.

Urge providencias nesta seara por parte de toda a sociedade, e em especial por parte dos Poderes públicos constituídos. Assim sendo, faço minha as palavras do anteriormente citado Advogado, CLAUDIO LAMACHIA: "É preciso que as políticas públicas neste campo recebam investimentos e considerem os vários aspectos que envolvem a narcodependência, como a realidade socioeconômica do país, a conscientização da população e, em especial, das famílias, o drama pessoal vivido pelos usuários e aqueles que o cercam, as dificuldades de bem vigiar todas as fronteiras por onde passam as drogas e/ou seus componentes, as carências das entidades assistenciais e de saúde, a necessidade de recursos para os aparatos policiais, a urgência das melhorias nos sistemas prisionais e a agilização da justiça, dentre outros fatores igualmente importantes."

É desejo de todo o ser humano viver intensamente por muito tempo, aproveitar os prazeres da vida com alegria e disposição, conviver amistosamente com seus familiares e amigos, ir para onde quiser com liberdade e autonomia, e, acima de tudo, ser saudável física e mentalmente, por isso, é preciso que a presente ação apelativa seja compreendida e acatada por todos, principalmente pelo próprio crackudo vacilão para que ele se conscientize, busque ajuda com seus familiares e com as clínicas especializadas ou entidades responsáveis pelo tratamento médico, psiquiatra ou psicológico e saia da sua morte em vida para uma vida plena.


Delegado de Polícia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela UFS)

Referências bibliográficas e sites pesquisados:
AMORIM, Carlos. CV e PCC: A irmandade do crime. Rio de Janeiro: Record, 2003.

MAGALHÃES, Mário. O narcotráfico. São Paulo: Publifolha, 2000.
BALBACH, Alfons. "Um Novo Mundo". Edição Vida Plena. Itaquaquecetuba, São Paulo, 2006.

GUISELINI, Mauro. Energia, Saúde & Qualidade de Vida. Editora Dedona. São Paulo, 2007.

Dicionário Aurélio Buarque de Holanda/
Wikipédia, a Enciclopédia livre/

PT.wikipedia.org.br/
robertatrindade.worpress.com/
www.jornalpovo.com/

“UM VÍNCULO CHAMADO AMIZADE”

Autora: Kátia Regina Corrêa Santos
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Escrito em: 08.02.2000

Lembro-me de uma vez que estava sofrendo muito, mais só o fato de lembrar de uma pessoa amiga, fez com que brotasse no meu interior forças para superar aquela dificuldade, então enxuguei as lágrimas e escrevi este pensamento:

Obs: Imagem extraída do site: divinamisericordiago.blogspot.com

UM VÍNCULO CHAMADO AMIZADE”

“É bom termos amigos,
pois nas horas das dificuldades,
a lembrança deles,
faz bem ao nosso coração.
E esta lembrança nos dá
forças para enfrentar
as adversidades da vida,
faz com que não nos
sintamos só, mas unidos
num vínculo forte
que se chama: amizade.”

A amizade é uma experiência maravilhosa! ...realmente: “...quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro” ( Eclesiástico 6,14). E considerar o amigo um tesouro, é dizer o quanto a amizade verdadeira é um bem valioso, uma riqueza preciosa... e como diz o autor Exupery, no seu livro “O pequeno príncipe”: “ Amigo é coisa que não se vende em lojas, que não se pode comprar...” ,pois: A amizade se conquista aos poucos, se cativa, é algo que é fruto de uma “Comunhão de Vida” entre as pessoas.

E esta “Comunhão de Vida” provoca um verdadeiro milagre, traz o próprio Jesus a está entre aqueles que estão unidos pelo vínculo do amor, pois: “... onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou nomeio deles” (Mateus 18,20).





O CANGACEIRO MORENO



Antônio Ignácio da Silva nasceu em Tacaratu, no dia 1 de novembro de 1909, e faleceu em  Belo Horizonte no dia  6 de setembro de 2010. Era conhecido no mundo do cangaço por Moreno. Foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita.


Após a morte de Lampião, Moreno fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais.

Moreno era Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus. Antônio perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo.

Virgínio é o número "2"

Na década de 1930, após a morte de Virgínio,  casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha.

Durvinha é a segunda da esquerda

O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.

Moreno e Durvalina foram os penúltimos  a deixar a vida que levavam nas caatingas, fugindo para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada.

Encontrados pelo pesquisador do cangaço 


João de Sousa Lima, o casal resolveu abrir a pághina do seu passado. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço.

Logo que Durvalina faleceu, Moreno ficou deprimido e passou a ficar cada vez mais debilitado. Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade.

Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.

Fonte:

FAÇA UMA VISITINHA

Por: José Mendes Pereira

Amigo leitor:

Dê uma passadinha nestes blogs:

"TOK DE HISTÓRIA"

Photo

Do historiógrafo Rostand Medeiros


"CANGAÇO EM FOCO"

Do delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe,


Dr. Archimedes Marques.


"BLOG DO NETO"

Do petroleiro


Antonio Ferreira da Silva Neto - o Neto Silva 


"BLOG DO DR. LIMA"

Do engenheiro agrônomo

[DSCF1302.JPG]

Dr. Lima.

Link: http://blogdodrlima.blogspot.com

Todos têm excelentes histórias sobre "Cangaço",
mais outros assuntos do seu interesse.

COMENTÁRIOS

Por: José Mendes Pereira

Este é um comentário feito pelo cinesta e pesquisador do cangaço,


Aderbal Nogueira, sobre o artigo de Paulo Britto,


com o título: "Citações sobre João Bezerra Parte I", publicado no blog Cariri Cangaço, no dia 29 de outubro de 2011.

Amigo Paulo Brito, filho do LENDÁRIO João Bezerra, minhas saudações e admiração.

Caro amigo, é muito difícil falar desse assunto em qualquer situação para qualquer pesquisador. Portanto, imagino o quão difícil é para o nobre amigo. Porém, Paulo, tenha em mente que o amigo vai estar sempre em uma situação complicada e deverá ter, como sempre teve, um posicionamento sereno e voltado tão somente para as ideias e nunca, jamais, para a pessoa que as tem.

Sei que o amigo vem fazendo isso, parabéns! Isso prova o seu caráter.

Amigo, apenas um comentário que queria que o amigo analisasse.


Ao mesmo tempo que Durval fez o comentário que você publicou, fez também um para mim, dizendo que dias antes levou sacos de bala para Lampião a mando de João Bezerra.


O que o amigo me diz?

Grande abraço do amigo e admirador.Aderbal Nogueira

O que respondeu o nobre Paulo Britto ao cineasta Aderbal Nogueira, no mesmo dia e no mesmo blog "Cariri Cangaço".

Prezado amigo Aderbal,
A admiração é recíproca.

A citação sobre Durval foi retirada de um texto longo, que, ao meu entender, seria difícil ser inventado, caso este não tivesse presenciado. Além de demonstrar detalhadamente a personalidade de João Bezerra.

Quanto ao comentário - sobre as balas - que ele fez à você e outros, mostra-se totalmente incompatível, principalmente para aqueles que conheceram e conviveram com o acusado João Bezerra, sendo mais fácil de ter sido criada.

O que busco mostrar sempre é a personalidade, o caráter e a sagacidade estratégica do militar vocacionado. Permitindo, a qualquer momento e diante de qualquer argumento, que as pessoas saibam discernir de imediato o que é verdade e o que é mentira, conhecendo melhor a pessoa que ele foi.

Um abraço do amigo que aqui fica à sua disposição.
Paulo Britto


LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO EM 1936 COM O EXEMPLAR DO JORNAL O GLOBO, LAMPIÃO E SUA INTELECTUALIDADE E MORDOMIAS NO SERTÃO NORDESTINO.

Por: Guilherme Machado
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Virgulino Ferreira da Silva – capitão Lampião, o dito rei do cangaço. Reinou, mandou e governou o sertão nordestino do início de 1920 a 1938. Quase que 20 anos de guerra, fugas e glórias sertão adentro.
Alguns pesquisadores provaram com documentos da época que o rei do cangaço vivia com certas regalias por conta de favores prestados aos coronéis das regiões diversas do nordeste brasileiro, onde Lampião recebia presentes de valores elevados, a exemplos de fuzis e pistolas importadas, de origens européias e outras, iguais a exemplos de bebidas finas.: Como vinhos franceses, Whisky cavalo branco envelhecido em barris de Carvalho, legítimo da Escócia, e até mesmo jóias para a rainha do cangaço. Maria Bonita.
O rei do cangaço lia frequentemente jornais, livros, bíblia, etc. Ver-se na fotografia o capitão com um exemplar do jornal “O Globo”, datado do dia, mês e ano.
O jornal “O Globo” foi fundado em 29 de julho de 1925, no Estado da Guanabara, República Federativa do Brasil.
É muito luxo e prestígio para um bandido como era qualificado por uma sociedade “Digna e honesta”, da época de ouro da moralidade.
ADENDO

A foto acima  mostra Lampião posando diante da câmera fotográfica; talvez, não sei, depois de ter lido algo sobre si, isto é, sobre suas façanhas nas caatingas nordestinas.

Com pose de Juliano Gema, uma mão segurando o jornal, a outra em posição de ataque, como se estivesse segurando o seu maldito revólver. E na boca, um enorme cigarro  sertanejo. A foto mostra que Lampião ainda gozava de grande saúde; forte, e com disposto para enfrentar as volantes que viviam no seu rastro. Lampião morreu, mas nunca se rendeu aos poderosos.

José Mendes Pereira

O JORNALISMO-URUBÚ E A DOENÇA DE LULA

Por: Maria Inês Nassif

Guia de boas maneiras na política. E no jornalismo

A cultura de tentar ganhar no grito tem prevalecido sobre a boa educação e o senso de humanidade na política brasileira. E o alvo preferencial do “vale-tudo” é, em disparada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por algo mais do que uma mera coincidência, nunca antes na história desse país um senador havia ameaçado bater no presidente da República, na tribuna do Legislativo. Nunca se tratou tão desrespeitosamente um chefe de governo. Nunca questionou-se tanto o merecimento de um presidente – e Lula, além de eleito duas vezes pelo voto direto e secreto, foi o único a terminar o mandato com popularidade maior do que quando o iniciou.
A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos adversários políticos de Lula, para que ele se trate no Sistema Único de Saúde (SUS), é de um mau gosto atroz. A jornalista que o culpou, no ar, pelo câncer que o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance de ficar calada.
Até na política as regras de boas maneiras devem prevalecer. Numa democracia, o opositor é chamado de adversário, não de inimigo (para quem não tem idade para se lembrar, na nossa ditadura militar os opositores eram “inimigos da pátria”). Essa forma de qualificar quem não pensa como você traz, implicitamente, a ideia de que a divergência e o embate político devem se limitar ao campo das ideias. Esta é a regra número um de etiqueta na política.
A segunda regra é o respeito. Uma autoridade, principalmente se se tornou autoridade pelo voto, não é simplesmente uma pessoa física. Ela é representante da maioria dos eleitores de um país, e se deve respeito à maioria. Simples assim. Lula, mesmo sem mandato, também o merece. Desrespeitar um líder tão popular é zombar do discernimento dos cidadãos que o apoiam e o seguem. Discordar pode, sempre.
A terceira regra de boas maneiras é tratar um homem público como homem público. Ele não é seu amigo nem o cara com quem se bate boca na mesa de um bar. Essa regra vale em dobro para os jornalistas: as fontes não são amigas, nem inimigas. São pessoas que estão cumprindo a sua parte num processo histórico e devem ser julgadas como tal. Não se pode fazer a cobertura política, ou uma análise política, como se fosse por uma questão pessoal. Jornalismo não deve ser uma questão pessoal. Jornalistas têm inclusive o compromisso com o relato da história para as gerações futuras. Quando se faz jornalismo com o fígado, o relato da história fica prejudicado.
A quarta regra é a civilidade. As pessoas educadas não costumam atacar sequer um inimigo numa situação tão delicada de saúde. Isso depõe contra quem ataca. E é uma péssima lição para a sociedade. Sentimentos de humanidade e solidariedade devem ser a argamassa da construção de uma sólida democracia. Os formadores de opinião tem a obrigação de disseminar esses valores.
A quinta regra é não se deixar contaminar por sentimentos menores que estão entranhados na sociedade, como o preconceito. O julgamento sobre Lula, tanto de seus opositores políticos como da imprensa tradicional, sempre foi eivado de preconceito. É inconcebível para esses setores que um operário, sem curso universitário e criado na miséria, tenha ascendido a uma posição até então apenas ocupada pelas elites. A reação de alguns jornalistas brasileiros que cobriram, no dia 27 de setembro, a solenidade em que Lula recebeu o título “honoris causa” pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, é uma prova tão evidente disso que se torna desnecessário outro exemplo.
No caso do jornalismo, existe uma sexta regra, que é a elegância. Faltou elegância para alguns dos meus colegas.
(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo

Citações sobre João Bezerra.

 Por: Paulo Britto

Att Paulo Britto
"Filho de João Bezerra"


O artigo a seguir é uma breve compilação de algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, respeitados pesquisadores e escritores, autoridades militares, renomados chefes de volantes de outros Estados, etc.

Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...

Boletim Regimental número 179, de 12/08/1938 (Grafia original)

Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de Julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.

 João Bezerra "Foto inédita em livros". 
Arquivo do Jornal Diário de Pernambuco
Acervo Lampião Aceso

... O Exmº Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel. José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...

Coronel Lucena

Louvor do Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia original)


“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo.

Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.
Jornal de Alagoas

O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.

- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...

Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, uma Espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”

Durval Rosa

Colocações de Durval Rodrigues Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.

Durval Rosa

... João Bezerra disse que tava certo e dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma ordem severa.
- Vou passar uma ordem pra todo mundo. Não se dá um tiro sem se vê em quem . Só se atira em cangaceiro. Soldado não briga deitado, o qui eu encontrá deitado, ou outro qualquer encontrar deitado, atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim também.
Quando eu gritar, avança, aí eu quero Lampião pegado hoje de qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!


Nisso Antonio Jacó chegou perto dele, tirou o chapéu, botou no chão, pisou em cima e disse assim.
- Mi solte logo “Seu” tenente, que eu quero saber se Lampião é mais homem que eu.
Ficou doido, doido, doido.

O tenente falou:

- Espere aí, i tenha calma!” ...


Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.

Antônio Jacó

Antonio Jacó e Paulo Brito

Colocações de Antônio Jacó no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo, página 117, Edição 1982.

João Bezerra armou uma rede, botou os bornaes pendurados num galho e disse assim:
- Mané Véio, deita aqui debaxo da minha rede:
Eu respondi:
- Voce tá pensando qui eu sou mulher? Prá seiscentos diabos!
Mas deitei no chão, que eu obedecia a ele. ...
Quando estive com Antônio Jacó na cidade de Pires do Rio em Goiás, ele bastante emocionado, sem acreditar que estaria ao lado do filho de Ten. João Bezerra, em longa entrevista me disse:

- O seu pai, eu considerava como meu pai.

Elias Marques

Sargento Elias e o autor

Em conversa com Elias Marques, soldado da volante do meu pai, que residia em Olho D`Água do Casado, onde lá estive por diversas vezes. A foto ao lado é registro de uma destas ocasiões.

Perguntei a ele:
– Elias e essas conversas que meu pai se encontrava com Lampião, etc?
Ele respondeu:
– Paulo você vai acreditar nisso, seu pai não se afastava pra lugar nenhum que não levasse um de nós e nós nunca vimos falar nisso. O Tenente não era de brincadeira”. ...
Estas colocações são para demonstrar a confiança e o respeito de Antônio Jacó e Elias Marques pelo então Tenente João Bezerra, demonstrando que pessoas como estas jamais se insubordinariam ao seu comando, a consideração e a confiança do comandante por eles.

Ferreira de Melo

O coronel Francisco Ferreira de Melo no livro do Dr. Estácio de Lima “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, páginas 285, 286 e 287:


O veterano Ferreira

- Lastimamos a perda de meu excelente soldado Adrião ou Adriano Pedro de Souza. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça que teve o braço partido.

-De qualquer forma, Lampião foi liquidado pela tropa sob o comando geral de Bezerra.

- As precauções e as providências. Bezerra nunca se mostrava egoísta, ou vaidoso. Gostava de ouvir a opinião dos comandados.

Manoel Neto

Comentário de Manoel de Souza Neto em um Jornal do Nordeste


O capitão Manoel Netto reconstitue, para esta folha, a luta em que se empenhou durante 12 anos.

Pertencente à Brigada Militar do Estado, tem a sua carreira ligada ao combate sistemático e constante ao cangaceirismo no nordeste.

Por fim, o capitão Manoel Neto allude a antigos companheiros de jornada, destacando os nomes do Tenente Coronel Hygino, do Tenente Arlindo Rocha, Luiz Mariano, Capitão Optato Gueiros, Major José de Alencar, concluindo refere-se ao Tenente João Bezerra dizendo:

- O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia alagoana e dos Estados vizinhos.


Coronel José Rufino

Trecho de uma Carta do Cel José Osório de Farias; Jeremoabo, datada de 1 de abril de 1964.

Zé Rufino

Amigo Cel João Bezerra,

... Aqui fica o teu velho amigo que muito te estima.
Olha João, eu ainda hoje sonho com aqueles tempos daqueles em que nós vivíamos naquela mardita campanha.

Manoel Flor

Carta do Coronel Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)

Manoel Flor

João Bezerra, Recebi sua carta, ontem, 19 de agosto de 1961, quando me preparava para um ligeiro passeio pela cidade. Seria faltar a primorosa verdade se lhe afirmasse ter sido um momento de alegria ao recebê-la. Foi meu caro amigo muito mais do que uma satisfação passageira. Ela veio me transportar a terreno mais profundo, o qual ficou no passado, mas de meandro crateroso, contemplado por mim com tantas emoções.

Emoção pelo desaparecimento de velhos companheiros, cujas cinzas veneramos com admiração e respeito, pela bravura e respeito; Emoção pelo verdadeiro espírito fraternal que sempre existiu entre as tropas pernambucanas e alagoanas. A confiança fazia com que considerássemos Pernambuco, um pedaço de Alagoas e Alagoas, um pedaço de Pernambuco; Emoção dos dias cruentos que enfrentamos, apesar da dureza da campanha, ocasionada pela fadiga, apreensão e responsabilidade, os nossos encontros efetivados na maior cordialidade, ou melhor festivos. ...

Do amigo e companheiro Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)

Floresta, 20/9/1961

Frederico Pernambucano de Melo

Frederico em foto de Fred Jordão

Outro comentário de Frederico no Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 55 e 56, 3ª edição:
... Fico à vontade, portanto, para reconhecer em Bezerra o homem que não tremeu no momento em que o destino o aceitou como seu agente e ponta de lança, dando-lhe a chance de virar uma das páginas mais expressivas da história do Nordeste rural. ...

... No cenário de Angico, Bezerra não foi outra coisa. Sujeito e objeto da história, soube fazer-se templo da síntese magnífica. Como um Ahab original, mil vezes afortunado, cuidou em atropelar tudo o que se levantou entre ele e o cangaceiro. E ao lhe tomar no último instante a porta, quem sabe não o terá desenganado de um possível brilho derradeiro das estrelas de seu chapéu, sentenciando como o capitão da perna de marfim:

Louco! Sou o lugar-tenente do destino. Apenas cumpro ordens ...

Billy Jaynes Chandler

Repúdio ao Professor Billy Jaynes Chandler, no Livro da escritora Marilourdes Ferraz “O Canto do Acauã”, 3ª Edição – 2011, página 476:- Pág. 252: “Estas histórias são repetidas pelos pernambucanos, principalmente por aqueles que, como os da família Flor e outros nazarenos, se sentem ludibriados porque, segundo eles, Lampião foi morto por um oficial de Alagoas, corrupto e covarde, indigno de tal honra. Esta honra, de direito, deveria ter sido deles. Bezerra infame, como era, só pode ter...“ Estas referências aéticas lançadas contra o Coronel João Bezerra não podem ser atribuídas a quem não as deu, no caso os Flor de Nazaré que nem ao menos foram entrevistados pelo professor. E, além de tudo, não concordam com esse tratamento contra o colega de outro Estado.

(Marilourdes Ferraz é filha do Coronel Manoel de Souza Ferraz – Manoel Flor).

Belarmino Neto

Carta do Major da Polícia Pernambucana, Belarmino de Souza Neto, dirigida à escritora Marilourdes Ferraz e publicada em seu livro “O Canto do Acauã” – 3ª Edição – 2011, páginas 486 e 487.

Há anos li uma obra de Rodrigues de Carvalho, sobre Lampião tratando do tema, aquele autor não tem dúvida: Afirma que a morte foi mesmo por veneno, obscurecendo o trabalho de João Bezerra a quem não poupa ofensas e cobre de ridículo.

Lendo aquela obra, comentei à margem: “Lampião foi um bandido, sem nobreza, sem ética, sem piedade. Seria um injustificável exagero que se fosse exigir, para a sua destruição, o emprego de princípios, de lealdade cavalheiresca que ele nunca usara para com suas vítimas. Teria sido ele envenenado? Para mim o assunto é irrelevante e não conduz a nada.

O Coronel João Bezerra continuará a ser o homem que livrou o nordeste brasileiro daquela praga de vândalos. Que o tenha feito a bala, pelo arsênico, pela surpresa ou através de qualquer artifício, isso não vem ao caso, negar seu mérito pelo extermínio de Lampião, é como negar a Colombo o mérito pelo descobrimento da América. E no entanto, depois de vinte anos de escaramuças através do nordeste, entre o bandido e as forças policiais de 7 Estados, foi o Coronel João Bezerra o único que conseguiu quebrar a calota do ovo e colocá-lo de pé sobre a mesa. ...

Antonio Amaury

Correspondência enviada a mim em 6 de Julho de 2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:

Amaury em foto do coroné Severo

... Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, ... Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.

... Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, ... ... seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita.... Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história...

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico.

Gazeta de Alagoas

06.12.1970 – 1º Caderno, página 3. "Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares"

...O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas. ... “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele grangeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçon grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados.

Sempre estive e continuo disponível aos amigos, para poder contribuir com o modesto conhecimento que tenho.

Att Paulo Britto 

ADENDOS

(*) A data correta do nascimento do Coronel João Bezerra é 24 de junho de 1898.

(*) Frederico Pernambucano, durante sessão de fotos no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em Maceió em agosto de 2009 para ilustrar o livro Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço.