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sábado, 22 de outubro de 2011

Baleia fica encalhada na costa marítima de Areia Branca - Rn

 A Baleia foi salva!

Era 9h da manhã quando moradores de Areia Branca perceberam a presença de uma baleia da espécie Jubarte encalhada num banco de areia a poucos metros da praia de Upanema. A própria população acionou os órgãos ambientais para tentar salvar o animal. A polícia ambiental, Ibama, a capitania dos portos e biólogos do Projeto de Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) participaram da operação de salvamento.


Durante todo dia várias tentativas de desencalhar o mamífero marinho foram realizadas. De acordo com o comandante do batalhão de polícia de Areia Branca, Capitão Andrelino, empresário do ramo pesqueiro cederam embarcações e cordas para serem utilizados no trabalho. Várias pessoas se revezavam ainda como voluntárias jogando água no animal para evitar o processo de desidratação.


A Polícia teve trabalho para afastar os curiosos que a todo tempo tentavam invadir a água para ver a baleia mais de perto. “Essa foi a primeira vez que um animal dessa espécie encalhou nessa praia”, explicou a bióloga Bernadete Fragoso. Ainda de acordo com ela essa espécie vive geralmente na região dos pólos e durante o inverno procuram as águas tropicais, sobretudo para a reprodução. “Essa espécie de baleia não é incomum na nossa costa, mas comum principalmente na Bahia”, ressalta.


O animal que encalhou na praia, segundo os próprios biólogos deve pesar cerca de 20 toneladas com 10 metros de comprimento. “É ainda um animal jovem, porém não conseguimos identificar o sexo do animal, porque a parte onde podemos identificar o aparelho reprodutor estava virada para baixo” explicou a especialista.

As equipes continuaram no local tentando levar a baleia de volta ao alto mar até as 18h. Mesmo quando a maré subiu os profissionais envolvidos no resgate não conseguiram empurrar a baleia de volta. Os biólogos decidiram então suspender a operação e continuar a partir das 9h dessa sexta-feira. “Segundo os biólogos, se a baleia fosse desencalhada hoje, ela teria 90% de chances de sobreviver. Amanhã essas chances caem para 50%. Mas vamos fazer de tudo para salvar esse animal”, disse o capitão Andrelino.

Fonte: http://www.ocamera.com.br/site/

AÇÃO PODE PENHORAR 5 BILHÕES DE REAIS DA PETROBRAS




Está marcado para segunda-feira um julgamento que poderá levar à penhora de mais de cinco bilhões de reais da Petrobras.

A 16ª Vara Federal do Rio de Janeiro vai decidir o valor de uma dívida já reconhecida em uma ação popular transitada em julgado no STF. O processo refere-se ao delirante consórcio

Paulipetro formado durante o governo de Paulo Maluf para encontrar petróleo em São Paulo.
Em agosto, a Petrobras depositou judicialmente 2,4 milhões de reais, valor que considera correto para a dívida por ter participado apenas da venda de dados sísmicos.

Já o MPF e os autores da ação popular afirmam que dezessete contratos com a Petrobras elevam a dívida para a quantia bilionária.

CELEBRE LIVRO DO ESCRITOR PAULISTA DOUTOR ANTÔNIO AMAURY CORRÊIA DE ARAÚJO " GENTE DE LAMPIÃO" SILA E ZÉ SERENO.

 
 
Livro do Dr. Antonio Amaury Corrêa de Araújo sobre o casal de cangaceiros, Ilda Ribeiro de Souza "Sila" e José Ribeiro Santos, o "Zé Sereno".

O livro de Gilmar Teixeira no Jornal do Commercio, PE

Por: Wagner Sarmento


Nova luz sobre Delmiro Gouveia

Quase um século após o misterioso crime, pesquisador apresenta em livro versão inédita para a morte do homem que revolucionou a indústria no Nordeste


Delmiro lendo jornal em sua cadeira, tal qual quando foi morto

A pergunta atravessou décadas sem resposta. Entre silêncios e murmúrios, um crime sem solução, mais um, retrato de um país onde a injustiça é, muitas vezes, o único elemento indubitável. Mas o manto do mistério pode ter sido desvelado 94 anos depois. É o que garante o historiador baiano Gilmar Teixeira Santos, que mergulhou no intrigante crime e lançou à luz fatos ocultados pelas biografias anteriores. A investigação feita pelo pesquisador revela que o homicídio foi uma grande trama arquitetada por falsos amigos e rivais do homem que anteviu o Nordeste do futuro.


Os operários Róseo Morais do Nascimento e José Inácio Pia, conhecido como Jacaré, haviam sido demitidos de uma das fábricas de Delmiro duas semanas antes do crime. Pobres, foram presos e acabaram condenados pelo homicídio à pena máxima de 30 anos. Jacaré fugiu duas vezes da cadeia e foi morto em 1924 pelo coronel José Lucena, mesmo homem que matou o pai de Lampião. Róseo cumpriu 15 anos de pena, foi solto por bom comportamento e morreu de velhice em 1979. Em vida, nunca conseguiu se desfazer da pecha de assassino. Uma revisão processual, porém, inocentou a dupla mais de meio século depois, em 1983, após acreditar um álibi desprezado na época e segundo o qual ambos estavam em Sergipe no dia em que Delmiro foi eliminado. Enterrava-se ali, naquela absolvição póstuma, a principal versão sobre o crime.Outra hipótese difundida alardeava que o assassinato teria sido demandado pela Machine Cotton, empresa escocesa que havia perdido mercado com a ascensão da Companhia Agro-Fabril Mercantil, criada em 1914 por Delmiro Gouveia, a primeira na América do Sul a fabricar linhas para costura e fios para malharia. O que reforçou a possibilidade foi o fato de a Machine ter comprado a fábrica do empresário após sua morte e atirado todo o seu maquinário de um penhasco no Rio São Francisco.

“Todos os biógrafos compraram essas ideias ventiladas logo após o assassinato e ficaram repetindo isso. Ignoraram inclusive a revisão penal que inocentou antigos culpados. Na verdade, essas falsas versões foram difundidas pelos verdadeiros culpados para desviar o foco”, explica Teixeira, em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio.

 Róseo Morais e José Inácio Pia, o "Jacaré"
Arquivo do autor não inclusa na matéria original 

O pesquisador começou a se debruçar sobre o crime sem resposta em 2008, quando realizava um documentário sobre a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, na margem alagoana da cachoeira de Paulo Afonso, na Bahia, inaugurada por Delmiro em 1913 e que servia para fornecer energia elétrica à fábrica de linha do industrial e à vila erguida por ele na Pedra (AL), município hoje denominado Delmiro Gouveia, em homenagem ao cearense. O trabalho fora encomendado pela Fundação Delmiro Gouveia, que administra o sítio histórico.

Ao cascavilhar o acervo histórico sobre o personagem, Gilmar Teixeira encontrou informações até então ignoradas pela historiografia de Delmiro. Fotos, vídeos, cartas, inquéritos, livros, documentos, pertences e reportagens antigas de quatro revistas e 14 jornais, incluindo o Jornal do Commercio, com cerca de 30 matérias sobre o assunto. A pesquisa resultou no livro Quem matou Delmiro Gouveia?, Obra que leva o leitor de volta à cena do crime e ao jogo de interesses que levou à morte do pioneiro nordestino. Em 153 páginas, o autor garante ter descascado uma dúvida secular.

O mentor do homicídio seria o italiano Lionello Iona, sócio e administrador das empresas de Delmiro. Pouco antes de sua morte, o cearense fez um testamento que colocava Iona como tutor da herança de seus três filhos, até que eles completassem a maioridade. O europeu, que teria redigido o documento, estava enfurecido com a recusa de Delmiro à proposta de compra da fábrica de linhas feita pela Machine Cotton e estaria cansado das humilhações impostas pelo sócio. “Delmiro era um homem à frente do seu tempo, muito inteligente, mas não lia um documento. A família dele fez um escândalo na época, pois não aceitava que Iona ficasse como tutor. Noé, o filho mais velho de Delmiro, só conseguiu retomar o dinheiro aos 21 anos. Iona, então, voltou para a Itália rico. Foi tanto recurso desviado que o contador do italiano abriu um banco logo depois”, diz o historiador.

Lionello Iona, o sócio
A gana pela vantagem financeira, segundo ele, colocou o sócio como autor intelectual de um complô que envolveu cerca de dez pessoas, entre personagens influentes e cangaceiros. Teixeira cita como partícipe a influente família Torres, liderada pela baronesa Joana Vieira Sandes de Siqueira Torres, que se via ameaçada pelo poder econômico e crescente influência política de Delmiro. “Inclusive o juiz do caso era membro desta família e facilitou para que Róseo e Jacaré levassem a culpa em vez dos verdadeiros responsáveis”, afirma.

O político José Gomes de Sá teria entrado na trama pelo fato de o empresário apoiar seu maior inimigo, o coronel Aureliano Lero, que ganharia a eleição para prefeito de Jatobá de Tacaratu, atual Petrolândia. “Além disso, Zé Gomes trabalhava como fiscal de renda e foi delatado por Delmiro às autoridades por receber suborno”, observa Teixeira. Outro cúmplice seria o coronel José Rodrigues, de Piranhas (AL), latifundiário que se sentia desconfortável com a presença de Delmiro, o qual atuava também na pecuária e vendia produtos agrícolas a preços mais baixos que os convencionais.

Até Firmino Pereira, compadre de longa data de Delmiro Gouveia, é listado pelo biógrafo Gilmar Teixeira como um dos envolvidos no crime. A filha de capitão Firmino, como era conhecido na região, estaria difamada após ser seduzida por Delmiro em uma viagem ao Recife? Seu genro lhe dizia que só se casaria com a moça se o industrial fosse morto, e assim fez. De acordo com a versão do pesquisador, é Firmino, cunhado de Zé Gomes, quem contrata os cangaceiros que matarão seu amigo: Luís Padre e Sinhô Pereira, que foi o precursor de Lampião no cangaço.

Sinhô Pereira e o primo Luis Padre 

Dois outros homens teriam dado cobertura à dupla no dia do homicídio a mando de capitão Firmino. Seriam eles o fazendeiro Herculano Soares, que havia jurado vingança depois de apanhar do empresário no meio da rua, e seu cunhado Luiz dos Anjos. “Juntei as peças do quebra-cabeça. Delmiro tinha muitos inimigos. O sucesso dele incomodava muita gente. Havia um barril de pólvora pronto para explodir. Lionello Iona, seu sócio, só atiçou as outras pessoas. Foi ele quem arquitetou o plano. Existiam muitos interesses em jogo. Fizeram reuniões para definir como tudo seria”, explana o historiador.

Na noite de 10 de outubro de 1917, Delmiro Gouveia fez o que costumava fazer. Sentou-se no alpendre de seu chalé em Água Branca (AL) para ler jornal. Foi acertado por dois tiros: um no braço e o outro certeiro, no peito, varando o coração. Um terceiro disparo deixou na parede a marca da violência. Róseo e Jacaré haviam sido mandados pelos próprios mandantes do assassinato para Sergipe, sob a alegação de que fariam um serviço para o coronel Neco de Propriá. Ao chegar lá, o trabalho foi suspenso. Quando voltaram, ambos foram acusados do crime.

Chalé onde o industrial foi assassinado a tiros, em 10 de outubro de 1917 

Entre as mais de cem fotos pesquisadas por Teixeira, está uma de Luís Padre e Sinhô Pereira, tirada em 1917, na Vila da Pedra. “O que eles estavam fazendo lá?”, indaga. Numa entrevista em 1951, detalhada no livro, Róseo revelou a história de que foi chamado à mansão da família Torres poucos dias antes da morte de Delmiro e lá viu dois homens, chamados “Luís Pedro e Sebastião Pereira”, recebendo ordens. “Basta ligar os fatos para chegar aos nomes de Luís Padre e Sinhô Pereira como os executores de Delmiro”, assinala Teixeira, que diz não ser dono da verdade. Frisa que seu livro é, antes de tudo, uma interrogação a mais. Talvez um ponto final.
Edição de Segunda-Feira 17 de Outubro de 2011


Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?

Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.Contato para aquisiçãogilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00


VISOR: Jeremoabo, o cangaço e Zé Rufino

Escrito por:  Pedro Pereira Silva Filho
 

JEREMOABO, O Cangaço e Zé Rufino

Em 28 de Julho de 1938, morreu Lampião, este lendário personagem histórico, fonte de estudos dos mais diversos, cantado em verso e prosa e ainda hoje dividindo opiniões mais extremas que ora o coloca como herói e outras como bandido. Jeremoabo está intrinsecamente ligado a este movimento, sendo fonte fornecedora de muitos cangaceiros e de muitos soldados da volante, mas, principalmente, porque aqui nasceu Maria Bonita.


Exatamente em nosso município, na localidade Malhada de Caiçara, no município de Santa Brígida, em 1911, nesta época pertencente ao município de Jeremoabo.

 A saga do cangaço perdurou entre os anos 1920 e 1930 quando nosso município era o centro mais importante de toda esta região Nordeste da Bahia e, porisso, aqui se concentravam as volantes, contingente de cidadãos recrutados para o combate ao cangaço, dando um dinamismo sócio-econômico importante a Jeremoabo, embora, por outro lado, atraísse a violência e o medo para nossa população, marcados com a atuação cruel dos perseguidores e perseguidos.


Segundo o pesquisador Antonio Amaury Correa de Araujo, as cidades mais importantes para o Cangaço foram Vila Bela, atual Serra Talhada (PE), Jeremoabo (BA), Uauá (BA), Floresta (PE), Piranhas (AL), Delmiro Gouveia (AL), Poço Redondo (SE), Porto da Folha (SE) e Glória (BA). "Foram locais onde funcionaram as sedes das volantes ou de passagens de Lampião", afirmou Corrêa.

Neste contexto, temos que destacar a figura de Zé Rufino, o implacável caçador de cangaceiros, que aqui residiu, fez família e se tornou, por opção, cidadão jeremoabense. O matador de Corisco, página mais lida de sua história, começa a ter sua biografia destacada.

O cangaceiro Corisco

Nascido José Osório de Farias, sanfoneiro afamado em seu estado natal, Pernambuco, Zé Rufino foi convidado por Lampião para integrar o bando, que sonhava com sua sanfona alegrando o bando, recusando, e entrando na volante para fugir da vingança do rei do cangaço, que não aceitava uma negativa.

O cangaceiro Lampião

Meses depois José Osório engajou-se à polícia chegando a receber graduação de tenente, e a partir daí surgiu o Tenente Zé Rufino. Chegou rapidamente a oficial, alcançando a posição de coronel da Policia Militar da Bahia. Participando de inúmeros combates, Zé Rufino matou muitos cangaceiros, tendo se tornado um dos mais respeitados chefes militares na perseguição ao cangaço, tendo dado fim aos cangaceiros Pai Véi, Mariano, Barra Nova, Zepellin, Canjica, Zabelê, etc., mas Corisco, sem dúvida, foi o que mais lhe deu fama.

Mas o fato que terminou pegando Lampião de surpresa, numa emboscada que ocasionou sua morte, tem também algo a ver com Zé Rufino. Cansado de ver o estrago que o comandante fazia no cangaço, Lampião manda uma mensagem a Corisco que dizia: "Vamos dar uma lição em Zé Rufino, que está querendo passar de pato a ganso." E acertaram um encontro exatamente na Grota do Angico para acertar uma emboscada contra o então tenente José Osório de Farias, conhecido como Zé Rufino. Para Lampião, o tenente andava 'atrapalhando' e era hora de tomar providências.  Surpreendido pela volante (do João Bezerra), não houve tempo para colocar em prática a emboscada contra Zé Rufino.


Passados os anos turbulentos das perseguições aos cangaceiros, Zé Rufino comprou fazendas na região de Jeremoabo, e aqui viveu até seu derradeiro suspiro. Lembro-me, pequeno, de vê-lo, tranquilo e calmamente, andando pelas ruas de nossa cidade, ou sentado nas barbearias contando um pouco de suas aventuras. Ano passado, sua vida e história foi tema da Conferência de Abertura do Cariri Cangaço 2010, realizado dia 17 de agosto na cidade de Barbalha-CE, com o pesquisador Antônio Amaury Correia de Araujo.

Pedro Pereira da Silva Filho, Administrador de Empresas, MBA USP/FIA. Pós-graduado Administração de Cidades. Especialista em Docência e Metodologia. Secretário municipal Educação Jeremoabo (BA)

Obs.: publicado também nos sites:
www,favascontadas.com.br



CAMPEÕES DO MUNDO

Por: José Mendes Pereira

Três milhões de cariocas foram as ruas ovacionar os "Campeões do Mundo"

No dia 3 de julho de 1958, o jornal "Tribuna do Norte", ano IX, número 85, publicou o seguinte:

Chegada triunfal, às 17,15 horas, no aeroporto Galeão.

Foto extraída do blog de Luciano Nunes Fitness
Em Pé: Djalma Santos. Zito. Belini. Nilton Santos. Orlando e Gilmar.
Agachados: Garrincha. Didi. Pelé. Vává. Zagalo e Mario Americo (massagista).

Escolta de 16 aviões a jato, povo corta cordão policial, no aeroporto. O desfile pelas ruas até o Catete recepção de Juscelino e entrega de medalhas de ouro.
Às 17,15 horas, precisamente, baixava no aeroporto do Galeão, o DC7-C, que conduzia do Recife o selecionado brasileiro, campeão do mundo 1958.
Na capital pernambucanos já fora elels alvos de grande manifestação popular, que se alastrava pelas principais ruas e no Clube Português.

Histórico do Município de Jeremoabo

Vista Aérea da Cidade  “Praça da Matriz”

Partindo a primeiro de fevereiro de 1549, a expedição de Tomé de Souza com três navios:


Conceição, Salvador e Ajuda, acompanhados de duas caravelas que deveriam voltar carregados de pau-brasil chegava na Bahia em 29 de março do mesmo ano, com ordem expressa do rei de Portugal


D. João III para fundar a cidade de Salvador, a primeira capital do Brasil e ser seu primeiro Governador Geral.

Os colonos em número de mil pessoas, muitos deles condenado, cristãos novos e pessoas expulsas de Portugal vieram acompanhados de seis Jesuítas, quatro padres e dois irmãos e de toda a máquina administrativa; provedor-mor (finanças), ouvidor-mor (justiça), capitão-mor (guerra), médicos, arquitetos, etc.

Garcia D'Ávila era o almoxarife-mor, rico, temperamento forte de bandeirante, exerceu notável influência no desbravamento do nordeste baiano, capturando índios e fundando currais para a criação de gado bovino. Do rei D. João III recebeu grande sesmaria, calculada em sessenta léguas quadradas, que abrangia as terras que percorrera com suas bandeiras.

Garcia D'Ávila e seus descendentes construíram uma verdadeira fortaleza nas mediações da hoje grande Salvador, onde está Dias Ávila, com uma enorme torre para melhor vislumbrar o inimigo à distância. Daí então recebeu o nome de "Casa da Torre".

Garcia D'Ávila e seus descendentes mais próximos atingiam com ingentes sacrifícios e de certo modo por etapas o Rio São Francisco, deixando em cada ponto que se prestava para a pecuária, um casal de índios com algumas matrizes e um reprodutor de bovinos, com uma choupana, um curral de pau-a-pique, às vezes até um casal de eqüinos.

Durante quatro gerações os Ávilas estenderam seus domínios por quase todos os estados do Nordeste. Grandes divergências surgiram entre Garcia D'Ávila e os missionários, que se opunham à escravidão dos índios, por aquela praticada, e busca de braços para os trabalhos agrícolas, pois ainda não satisfaziam às necessidades do campo e o escasso número de pretos importados da África. Em represália aos missionários, o Senhor da Casa da Torre, Francisco Dias D'Ávila em março de 1669 incendiou as Igrejas de Jeremoabo e Itapicuru e as dos Kaimbés, reconstruindo-a depois em face da intervenção do papa ou do próprio Governo Colonial.

No primeiro quartel do século XVII, há notícias de que uma religiosa fundou aldeamento em derredor da ermida de Nossa Senhora de Brotas, que se encontrava, às margens do Rio Vermelho, antigo Rio Jeremoabo, (atrás do hospital) ainda se encontram os alicerces da velha capela da missão jesuítica seiscentista. A região de Jeremoabo, palavra indígena que significa "plantação de abóbora", foi povoada primitivamente pelos aborígenes muongorus e cariacás, ramo dos tupinambás. Os padres João de Barros e Jacob Roland promoveram a catequese dos índios de Jeremoabo e da região vizinha. Encontra-se na igreja matriz da atual cidade uma cruz paroquial de prata portuguesa, com a inscrição: "Igreja de Nossa Senhora de Brotas".

Em 1688, foi expedida a patente do primeiro capitão-mor da aldeia dos Muongorus de Jeremoabo, em favor de Sebastião Dias e com referência ao cabo Domingos Rodrigues de Carvalho, que dominara pelas armas a ferocidade dos indígenas. No mesmo ano, outra patente de "capitão" desses índios foi expedida em favor de Inácio Dias. A catequese dos índios foi mantida pelos missionários franciscanos, em 1702, que "disciplinaram aqueles lugares, tornando-se mais eficazes que as ameaças do Governo". Jeremoabo aparece já em 1698 com a categoria de "julgado". Segundo comenta Euclides da Cunha, era aquela localidade "incomparavelmente mais animada do que hoje" (1897); o humilde lugarejo desviara para si, não raro, a atenção de João Lancastro, Governador Geral do Brasil, principalmente quando se exarcebavam as rivalidades dos chefes dos índios munidos com patentes, perfeitamente legais de "capitães".

Em 1778, por iniciativa do citado 32.º Governador Geral do Brasil, criou-se a freguesia, na qualidade de termo Itapicuru. O alvará de criação da paróquia foi assinada por D. João V. Sob o regime de povoado a jurisdiçao civil possuía os mesmos limites paroquiais. Segundo informações à Côrte pelo Padre Januário de Sousa Pereira, Vigário freguesia de São João Batista de Jeremoabo do Sertão de Cima, havia na sede 32 casas e 252 habitantes sendo cinco brancos e os demais negros. De Jeremoabo desmembraram-se outras povoações, antigas aldeias de índios, para construírem outras freguesias e, depois, transformaram-se em municípios, como seja: Monte Santos, em 1790; Cícero Dantas, em 1817; Tucano, em 1837; Ribeira do Pombal, em 1837; Santo Antônio da Glória, em 1840 e outras. Ve-se assim que Jeremoabo foi o centro colonizador mais importante do nordeste baiano; do se amplo território de então, nasceram vários dos atuais municípios. Freguesia até 1831, foi, pelo Decreto de 25 de outubro daquele ano, elevada à categoria de vila e, depois à cidade pelo Decreto n.º 1775, de 6 de junho de 1925, por força da Lei n.º 628, de 30 de dezembro de 1953, sua composição administrativa passou a ser de seis distritos: sede (Jeremoabo), Canché, Iguaba, Santa Brígida, Sítio do Quinto e Voturuna.

Partindo da Paróquia de Itapicuru de Cima, criada por D. Sebastião Monteiro da Vide foi criada a Paróquia de Jeremoabo que por sua vez gerou Santo Antônio da Glória, antigo Curral dos Boi, que também por sua vez gerou a Paróquia de Paulo Afonso da qual nasceu de Diocese Nossa Senhora de Fátima. Para satisfação nossa, Jeremoabo foi beneficiada por ser a Paróquia Mãe de toda a Diocese de Paulo Afonso, partindo do quinto vigário desta Paróquia, com algumas interrupções, temos a maioria dos Vigários de Jeremoabo entre 7 de abril de 1718 até o atual, Mons. Francisco José de Oliveira. Que em ordem crescente temos:

Pe. João Coelho de Bessa - 1738 a 1748
Pe. Januário José de Souza Pereira - 1748 a 1759
Pe Monoel Muniz - 28.04.1769
Pe Antonio Pires de Carvalho - 30.04.1777
Pe Antonio Correa Dantas - 18.08.1780
Pe Antonio Pires de Carvalho - 03.07.1784
Pe Francisco Sá Pimentel - 31.10.1792
Pe Antonio Correa Passos - 27.11.1794
Pe Francisco Pires da Fonseca - 29.01.1803
Pe Vicente José dos Passos - 1850
Pe Joaquim Inácio Vasconcelos - 1866
Pe José Dias da Fonseca - 1896
Pe José Mendonça - 1899
Pe Vicente Dantas Martins - 1900
Con. Eutímio José de Carvalho - 1904 a 1928
Pe Ricardo Fonseca Paranhos - 1925 a 1926
Frei Domingos de Loro Pecino - 1927 a 1928
Mons. José Magalhães e Souza - 1928 a 1959
Mons. Francisco josé de Oliveira - 1959
como também os padres auxiliares Manoel Antonio de
Moura e Padre Eliomar Gomes da Silva.

Dados obtidos através da Revista:

"Jeremoabo, breve resumo da história de uma terra e seu povo"