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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

OS MACEDOS

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Dr. Octacílio Macedo - Brigadiero e Melito
Todos muito inteligentes, dotados de um humor irônico, sarcástico.O Melito contava suas piadas ou fazia suas presepadas extremamente sério. Não ria de forma nenhuma. Só interiormente! Costumava fazer ponto na Praça Siqueira Campos pela manhã. Era produtor, dono de engenho.O Brigadeiro era reformado da Aeronáutica, tendo sido o primeiro comandante da Base Aérea de Fortaleza. 
Participou da Revolução de 32, como legalista, combatendo as forças paulistas com ataques aéreos. Em 1934 comandou uma tropa de 54 homens que tentou prender o famoso Lampião.

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Chegou a travar tiroteio, sendo atingido no tornozelo, deixando-o com uma sequela. Lembro-me, bem menino, tê-lo visto fazendo rasantes no Crato, dando “loops” e “parafusos”. Voava quase na vertical, parava o motor e o avião vinha caindo em parafuso. Era a chamada “folha seca”. 
Tudo isso em teco-teco! Aliás, o primeiro pouso de avião no Crato foi na década de trinta, pilotado pelo Brigadeiro. O avião ainda estava taxando, quando populares correram para junto do avião. Um deles, parente do Brigadeiro, foi degolado pelo avião. Outra façanha do Brigadeiro foi estabelecer as bases para a implantação do Correio Aéreo Nacional, juntamente com o

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Marechal Casimiro Montenegro Filho. 

Enquanto o, então, tenente Montenegro vinha estabelecendo as bases do Sul para o Ceará, o Brigadeiro fazia o percurso contrário. Também era produtor, no Crato, dono de engenho.
 
O Dr. Otacílio era médico, excelente orador e jogador profissional de baralho. Mas a sua grande vocação mesmo era o jornalismo. Patrono da cadeira nº 13 do Instituto Cultural do Cariri. Ficou famosa a entrevista que ele conseguiu com o Lampião, quando esteve em Juazeiro do Norte. Foi a melhor entrevista concedida pelo famoso cangaceiro. Os irmãos Macedo tinham mesmo uma tendência a envolver-se com o Lampião...
 
O interessante é que não se falavam entre si, mas não deixavam de participar das conversas, na praça. Com um detalhe: para se dirigirem um ao outro, precisavam de um “intérprete”. Caso o Brigadeiro quisesse dizer alguma coisa para o Melito, falava para o “intérprete”. Este repetia tudo, mesmo estando a uma distância de menos de meio metro um do outro. Em seguida o Melito respondia, e o “intérprete” repassava para o Brigadeiro...O Luís conviveu muito de perto com todos eles. Recorda-se com muito carinho das estórias dos Macedo.
 
O Brigadeiro José Macedo fez muita história no Crato. Era uma figura polêmica e não fazia questão de contemporizar. Não gostava nem um pouco do

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Padre Cícero. 

Por isso diziam que ele havia bombardeado o acampamento do Caldeirão, do Beato 

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José Lourenço, apadrinhado do Padre Cícero.

Nas conversas, na Praça Siqueira Campos, quando questionado, dizia irritado:- “Que nada! Eu lá joguei bomba naqueles fanáticos! O que eu fiz foi dar uns voos rasantes, dizer muitos desaforos e jogar uns panfletos. 
Naquele tempo os aviões nem carregavam bombas. Além do mais a topografia do local não permitia voos para bombardeamentos”.


Fonte: BLOG SÓ NO CRATO  
http://sonocrato.blogspot.com/
Mas trasladei do blog: "Lampião Aceso" 

cangaceira Aristeia Soares no Capiá da Igrejinha.


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Fotos: Cortesia do escritor João de Sousa Lima

A fazenda Lajeiro do Boi, em Canapí, no Estado de Alagoas, era sempre visitada tanto por cangaceiros quanto por policiais. Os proprietários desta fazenda era o casal José soares e Maria dos Santos Lima. Eles tiveram os seguintes filhos: ELEONORA , Benedita, Dasdôres, Valdemira, Luiza, Maria, ARISTÉIA e Antenor. Todos nascidos no Capiá da igrejinha, local onde fica a fazenda Lajeiro do Boi.

Das filhas do casal José Soares e Maria Santos Lima, duas engrossaram as fileiras do cangaceirismo. Uma indo por prazer, outra sendo forçada. A primeira entrar no bando foi Eleonora. Ela seguiu o cangaceiro Serra Branca.

Aristéia Soares de Lima nasceu em 23 de junho de 1916 (portanto, no próximo dia 23, e lembra-se bem da passagem dos cangaceiros:

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Corisco,

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Virgínio, segundo da esquerda para a direita, sentado.

Virgínio

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e Luiz Pedro 

em sua casa, sendo que por diversas vezes, outros cruzaram o terreiro da fazenda Lajeiro do Boi.

Tendo seu nome envolvido como coitera de cangaceiros, e temendo a ação vingativa dos policiais, Aristeia fugiu para fazenda Alto Vermelho, entre lajinha e campo, próximo a Santana do Ipanema, indo refugiar-se na casa das tias Mariinha, zifina, Santa e Maria grande. Por essa época, Eleonora, sua irmã, já se cobria com a mescla azul e os bornais enfeitados com os desenhos de flores coloridas.

Cícero garrincha já tinha certa queda por Aristéia e assim que abraçou a nova vida do cangaço, começou a rondar a fazenda da família da moça. Em uma dessas passagens, ele foi avisado pela amiga Celina, da localização de Aristéia. Cicero seguiu para fazenda Alto Vermelho, e depois de conversar com a escolhida, sem usar a força, conseguiu que ela mesmo contra sua vontade, acompanhasse o cangaceiro.

O novo casal seguiu ao encontro do grupo de moreno que os aguardava no coito conhecido por pilão das pêia junta, próximo á casa de Aristéia.

No esconderijo, Aristéia foi festivamente recebida.

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Durvalina e João de Sousa Lima

manejou a velha máquina de costura, e fez um vestido para nova amiga, completando o figurino com bornais floridos e um chapéu de feltro.

Logo após a entrada de
Aristéia, suas primas

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 Da esquerda para a direita: 
Sebastiana, Boa Vista, Moita Brava e Laura, 
do arquivo do escritor João de Sousa Lima

Sebastiana e Quitéria seguiram os cangaceiros:  Moita Brava e Pedra Roxa.

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Da esquerda para a direita:
Português, Quitéria, Velocidade, Pedra Roxa e Barra de Aço

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Estes três cangaceiros: Serra Branca, Eleonora Ameaça, foram chacinados no dia  20 de fevereiro de 1938, cinco meses antes do extermínio total do bando de Lampião, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico no Estado de Sergipe.


Fonte: 
http://www.orkut.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Tufão deixa mortos e desaparecidos na Coreia do Sul

Ao menos quatro morreram e dois continuam desaparecidos; na China, passagem do Muifa deixou mais de 800 mil desabrigados. 
Ao menos quatro pessoas morreram e duas estão desaparecidas pelas chuvas torrenciais e fortes ventos provocados no oeste da Coreia do Sul pelo tufão Muifa. 

 

 

Em Sinan, na Coreia do Sul, barreira de concreto em litoral foi destruída com passagem do tufão Muifa De acordo com a agência sul-coreana de notícias Yonhap, a passagem do Muifa pela China deixou 870 mil desabrigados. O centro do tufão, com ventos superiores a 90 km/h, segue em direção ao norte da China pelo Mar Amarelo, após causar grandes ondas e obrigar o cancelamento de mais de voos no principal aeroporto da Coreia do Sul, o de Incheon.



No domingo, o nono tufão da temporada provocou a morte de três pessoas na província de Jeolla do Sul, entre elas um idoso de 75 anos na Ilha de Wando, quando tentava amarrar seu navio no meio do temporal. Uma quarta pessoa morreu em uma localidade ao sul. Outras duas continuam desaparecidas, depois de terem sido arrastadas por grandes ondas na faixa litorânea.
As autoridades pediram para reforçar as medidas de precaução na capital Seul que já sofreu neste verão com inundações e cujo principal rio, o Han, atravessa a cidade bem acima do seu leito normal.
O Muifa causou neste fim de semana inúmeros danos materiais na Ilha de Jeju, na Coreia do Sul. Centenas de voos foram cancelados e dezenas de conexões via mar tiveram de ser suspensas. Na localidade litorânea de Yeosu, onde ocorrerá a Expo 2012, ao menos 220 pessoas tiveram suas casas inundadas, enquanto 150 mil residências ficaram sem energia elétrica.
Além do tufão, que agora segue agora para a Coreia do Norte, a Coreia do Sul enfrenta um verão com fortes chuvas que já deixaram 60 mortos e inúmeros prejuízos.


Fonte: "Último Segundo"

CANGACEIRO MORENO ANTES NO CANGAÇO E DEPOIS COM RG. DE CIVIL

  Moreno - No cangaço


Moreno sendo já um cidadão de bem, com identidade


Segundo informações do escritor e  pesquisador do cangaço,
Divulgação
João de Sousa Lima, no dia 01 de novembro de 1909, nasceu Antônio Ignácio da Silva, em Tacaratú, Pernambuco. Era filho de Manuel Ignácio da Silva e Maria Joaquina de Jesus.
Antônio foi batizado em Mata Grande, Alagoas, no dia 06 de março de 1910, portanto quatro meses e cinco dias depois de nascido.
Os padrinhos de batismo foram Martinho Affonso Leite e Joaquina Maria da Conceição. Quem realizou o batismo foi o vigário Manoel Firmino Pinheiro.
Manuel Ignácio e sua esposa tiveram dez filhos, sendo quatro homens e seis mulheres:
Floro Ignácio da Silva, Otaviano Ignácio da Silva, Justo Ignácio da Silva, José (Jacaré) Ignácio da Silva, Firmina (Minô) Maria da Conceição, Maria São Pedro, Minervina Maria da Conceição, Técula (Santa) Maria da Conceição e Maria José da Conceição.
Manuel teve que mudar-se de Tacaratú, por ter praticado um crime, levando toda sua família, estando Antônio Ignácio com poucos anos de nascido. O destino escolhido por Manuel Ignácio
Em Brejo Santo, a família ficou por muitos anos. Antonio Ignácio aprendeu a ler com o professor Manuel da Paz. Maria José casou-se com Manuel Basil, tendo com ele, duas filhas: Edite e Alexandrina.
Maria José viria a separar-se depois e voltaria a morar em Tacaratú, onde se casou novamente, desta vez com Manoel Miguel.
Manuel Ignácio tinha inclinações musicais e dele veio o incentivo que motivou os filhos a tocarem alguns instrumentos.
Maria José tocava violão e cantava.
Otaviano dedilhava com perfeição, as cordas de um cavaquinho e também tinha uma excelente voz.
José tocava rabeca e fazia versos rimados.
Antônio tocava pé de cabra, um tipo de sanfona pequena muito utilizada no nordeste, principalmente nas décadas de vinte e trinta.

As fotos do cangaceiro Moreno, adquiri no blog: "Portal do Cangaço-Serrinha", mas elas pertencem  ao acervo do escritor João de Sousa Lima
O conteúdo acima é do escritor João de Sousa Lima, e o adquiri no blog: "Revista Folha Sertaneja - Online", sendo uma parte do todo.

MÁQUINA SINGER CORPORATION-USA ANO 1907- NELA COSTURAVA A CANGACEIRA DADÁ


Máquina Singer de fabricação americana, ano: 1907. Doada a um senhor de nome Aluisio Ferreira da Silva da cidade de Pedras, município de Flecheiras, no Estado de Pernambuco.


Esta máquina de costura, uma família ganhou do bando de Lampião em 1925, quando ela recepcionou com uma buchada de bode.


A máquina foi entregue por uma cangaceira alta, morena, e andava acompanhada de um homem loiro, alto, de olhos azuis. A cangaceira reclamava do peso dela e temia que a máquina atrapalhasse num possível ataque das volantes.

Possivelmente a máquina foi entregue pelos
cangaceiros Corisco e Dadá

Também fizeram uma pequena oferta em dinheiro, pelo almoço servido ao bando.
O dinheiro que fora recebido dos cangaceiros, nunca foi gasto pela família, tendo sido conservado na gaveta da própria máquina, num total de cinquenta contos de réis, do ano de 1910 a 1922, em moedas de níquel e prata com algumas de cobre.
Repare que dentro do cofre da máquinas está a quantia do dinheiro ofertada pelos cangaceiros.


Resumi da página do blog:
"Portal do cangaço - Serrinha"

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/

RARÍSSIMA FOTO DO FACÍNORA ESCRAVO LUCAS EVANGELISTA, LUCAS DA FEIRA.OU SIPLESMENTE NEGRO LÚ ?


Lucas Evangelista ou Lucas da Feira ou simplesmente Nego Lú, como era conhecido, nasceu em 18 de Outubro de 1807, na Fazenda Saco do Limão, entre Belém e Capoeiro sul, município de São Félix, perto de Cachoeira, de propriedade do Padre José Alves Franco.


O negro Lú era escravo da  propriedade do Padre José Alves Franco. Logo que o sacerdote veio a falecer, o Negro Lú passou a trabalhar com o pai do Padre, o senhor Álvares José Alves Franco. Afirmam que era um rico de natureza dura, motivo para o lavrador e carpinteiro Lucas da Feira se rebelar e virar malfeitor.  O Negro Lú e seu bando aterrorizavam as feiras livres, vilas e fazendas da região de Feira de Santana, e arredores. Entre furtos, estupros e arrombamentos, Lucas da Feira e seu bando cometeram para mais de 150 crimes.

O bandido escravo conseguiu formar uma quadrilha de malfeitores de 8 facínora, onde ele era o chefe maior.    

Nomes dos bandidos do bando:

Flaviano, Nicolau, Bernardino, Januário,José e Joaquim. Os outros não foram identificados, por serem todos escravos fugidos das senzalas.

Lucas da Feira foi preso em 28 de Janeiro de 1848, e foi julgado e condenado a morte em forma de enforcamento em 26 de Setembro de 1849, no Campo do Gado, em Feira de Santana, no Estado da Bahia. Segundo o meu avô, o senhor Guilherme Pereira, que nasceu no Caquende de Belém, município de Cachoeira, que também foi escravo, afirma que o Negro Lú não era gente, e sim, um espírito do além. O Negro se envultava na fúria de um porco ou um cachorro, ou até mesmo num toco de árvore.  Segundo meu avô, a mãe de Lú era a maior orixá pomba gíria de Cachoeira, pois ela viera no navio amarrada no porão do vapor Negreiros da Costa do Marfim da África.
 
Portal do Cangaço - Serrinha

CERTIDÃO DE ÓBITO DO CANGACEIRO CORISCO


Esta certidão de óbito, do cangaceiro


Corisco, já havia sido postada neste blog,
adquirida no acervo


do Dr. Ivanildo Alves da Silveira. Mas como esta xerox está mais nítida, resolvi postá-la novamente.


Ela foi lavrada em Miguel Calmon, no Estado da Bahia, Comarca de Jacobina, no dia 27 de maio de 1940. 
Adquirida no blog: "Portal do Cangaço" - Serrinha 

CANGACEIRO TEMPESTADE - MILITANTE DO BANDO DE MORENO


O cangaceiro Tempestade, militou no bando do cangaceiro Moreno, até o ano de 1937.


Tempestade nasceu em Dois Riachos, no Estado de Alagoas, no ano de 1901. Morreu em Pedro Alexandre, no Estado da Bahia, no ano de 1984, aos 83 anos de idade. 


Blog: "Portal do Cangaço" - Serrinha

AINDA O GONZAGÃO

Antes de usar chapéu de couro e gibão, Luiz Gonzaga, por
imposição da Rádio Nacional, era obrigado a se apresentar de smoking

O ENCONTRO DO POETA PEDRO PAULO PAULINO COM O ETERNO REI DO BAIÃO

Por: Pedro Paulo Paulino
(http://www.vilacamposonline.blogspot.com/)

Sempre fui ouvinte de rádio, de preferência AM. O rádio sempre esteve presente no meu dia a dia. Mesmo com a profusão de músicas disponíveis hoje na internet, meu prazer é maior quando ouço no rádio uma música de minha preferência, principalmente Luiz Gonzaga. Parece exagero, mas devia ser obrigatório toda emissora do Nordeste tocar pelo menos uma vez ao dia qualquer coisa do Gonzagão. Embora sem essa obrigatoriedade, felizmente ainda se escuta muito o Rei do Baião no rádio.


Este comentário vem a propósito da data de hoje, quando completa 22 anos da morte de Luiz Gonzaga. Naquele dois de agosto de 1989, a música popular brasileira vestia-se de um luto profundo pela perca do maior talento representativo do Nordeste. E já se passaram 22 anos! Arievaldo, que, pelo menos pessoalmente, é o maior discófilo e pesquisador de Luiz Gonzaga que eu conheço, lembra que 22 anos também foi uma etapa importante na vida de Luiz Gonzaga. Com essa idade, ele estava em São João Del Rey, no Exércico Brasileiro. E por esse período também recebia aulas de acordeon.
Tudo já se disse de Luiz Gonzaga. O repertório de metáforas e comparações em torno do seu nome parece ter-se exaurido até a última gota.
Não estou aqui para criar nenhum novo epíteto para designá-lo, até porque estou certo que seu título mais justo é mesmo o de “Rei do Baião”. Entretanto, aliada ao talento, sempre vi na coragem outro dos dons natos do velho “Lua”. Imagine um sanfoneiro nordestino no Rio de Janeiro dos anos 40, onde a música predominante tinha toda uma influência europeia. As vozes que se ouviam eram as dos já consagrados Orlando Silva, Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Francisco Alves e outros. Gonzagão cavou seu espaço e, corajosamente, impôs seu ritmo e, aos poucos, a sua voz. Dos cabarés da lapa, migrou para os salões requintados e tornou-se astro na RCA, a maior gravadora daquela época. Em nada ele negou sua origem nordestina, dos sertões de Pernambuco: no modo de falar, notadamente. O detalhe, porém, mais fantástico de Luiz Gonzaga foi o seu característico chapéu de couro, complementado pelo gibão, à moda de um vaqueiro bravio nos meios mais chiques do Sudeste, ou mesmo um cangaceiro que trocara o rifle pela sanfona.


Luiz Gonzaga foi um monstro, um mestre no rastro do qual uma legião de artistas conseguiu brilhar e galgar fama. Eu guardo na memória uma imagem da minha meninice, como se guarda um joia preciosa a quatro chaves. Esta cena está gravada na minha mente, como um quadro adorado fixadado na parede do cômodo mais nobre e íntimo da casa. Foi num dia qualquer do começo dos anos 80. Eu estava na bodeguinha do meu pai, à beira da estrada na Vila Campos, quando em frente estacionou um automóvel e dele desceram dois homens. O primeiro adentrou o pequeno salão e, ao dar bom dia, logo um cidadão que estava sentado indagou:

- Que mal pergunte, o sr. é o Luiz Gonzaga? Ele respondeu:
- Seu criado.
Pronto, ali estava, em carne e osso, o “Rei do Baião”, na sua suprema simplicidade, tomando café e comendo bolo junto ao balcão do meu pai. Num átimo, uma vistosa roda de pessoas achegou-se para vê-lo. A meninada de um colégio próximo abandonou a sala de aula e correu para ver de perto o Gonzagão, descaracterizado sem a sua indumentária de vaqueiro. Ele abraçou a todos, conversou com roceiros, indagou do inverno, perguntou sobre o lugar e qual o santo do nosso povo… Meu pai, com quem aprendi a gostar mais do Gonzagão, parecia não acretidar que ali, no seu estabelecimento, estava o dono daquela voz que ele tanto escutava no rádio. De mim, parecia que sonhava. Luiz Gonzaga admirou um velho banco de aroeira que havia no salão, já polido pelo uso. E, ao pedir um palito de dente, meu pai, para provocá-lo, partiu o palito em dois e deu uma ponta ao motorista e a outra ao Luiz Gonzaga. Ele pegou o pedaço de palito e exclamou, com riso irônico: “Cearense, sempre fazendo economia…” Em compensação, meu pai não aceitou o pagamento da despesa. A parte detrás do seu carro estava pendurada de peso: era o porta-malas cheio de LPs. Depois de uma meia-hora de prosa, Gonzagão despediu-se e partiu rumo aos Inhamuns.
Foi assim, por obra do acaso, que vi na minha frente o grande astro que sempre adorei desde criança. E por conta disso, passei a me sentir um dos cristãos mais privilegiados deste mundo. E com razão.


Segundo Pedro Paulo, esse era o disco que Luiz Gonzaga estava divulgando por ocasião do encontro. Trata-se do excelente LP "A festa", onde se encontra a belíssima canção 'Ranchinho de Páia"



Extraído do blog: "Acorda Cordel"
Cancão de Fogo




Uma história (Poesia)

Rangel Alves da Costa

Rangel Alves da Costa 

SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.

Uma história (Poesia)

Uma história



Tudo começou pelo fim
o passo na curva da estrada
e o olhar que não mais avistou
reconheceu enfim tanto amor

prometeu amar
e não amou
estava presente
e sempre distante
beijou e abraçou
feito congelador
dizia não
quando era sim
dizia sem dizer
e esquecia o silêncio
que diria até mais
fazia de conta
de conta fazia de tudo
e o coração reclamando
o coração exigindo
o coração não suportando
até que não voltou
quando ia falar em amor

e o outro foi embora
e então o amor reclamou
o amor quis amar
mas começou pelo fim
o passo na curva da estrada
e o olhar que não mais avistou
reconheceu enfim tanto amor.


Rangel Alves da Costa