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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lampião em Custódia

Por: Anildomá Willans de Sousa


            Quando esse fato ocorreu, Custódia ainda era uma vila pertencente a atual Sertânia, antiga Alagoa de Baixo. Lugar aconchegante e simpático, de uma gente bastante ordeira, dedicada ao comércio, a agricultura de subsistência e criação de bode.
            É uma das cidades sertanejas que mais têm se destacado como lugar de paz, mesmo quando o restante da região sofre com atormentadas encrencas de famílias, que levam muitos à morte. Em Custódia, mesmo com os problemas que lhe são pertinentes por ser uma cidade igual às outras em qualquer parte do Brasil, o sossego reina.


            O dia vinha amanhecendo – 11.02.1925 – como outro qualquer. Mas quem ia abrindo a janela ou a porta de casa ia tendo uma grande surpresa ao se deparar com um grupo de cangaceiros em plena praça. Uns sentados no chão, outros escorados nas árvores, na maior tranqüilidade que se possa imaginar. Quem vinha passando para ir ao açougue comprar carne ou verdura apressava o passo com receio que pudesse acontecer ao dar de cara com Lampião e seus quarentas cabras.
Nos arredores que dão acesso as estradas da vila encontravam-se pequenos grupos de três ou quatro cangaceiros para dar segurança aos que entraram na rua principal. Essa tranqüilidade dos cangaceiros devia-se a Lampião estar informado, misteriosamente, não se sabe como, que os praças do destacamento local haviam fugido logo antes do amanhecer, na chegada dos visitantes, avisados por alguém. Ficaram apenas dois, que naquela noite não estava dormindo no quartel, e sim em suas residências. Eram eles, João de Paula e Pedro Soares. Esse último era um negro apelidado de Capuxu.
            As autoridades do campo da política também haviam fugido sem tomar nenhuma medida. Eram os senhores Ernesto Queiroz e Dr. Tenório. As poucos pessoas foram se chegando e conversando com os cangaceiros, a meninada com toda sua curiosidade fazendo mil e umas perguntas e eles respondendo, contando histórias para impressionar os presentes que iam se aglomerando mais e mais a cada instante. Quando a cidade já estava totalmente acordada os cangaceiros se espalharam em turmas e foram para as bodegas fazer compras, beber cachaça, e tudo era pago corretamente.


            Lampião, acompanhado de seus irmãos Antônio e Livino, e de seus cabras:

Luiz Pedro,

Félix da Mata Redonda,

Fato de Cobra, Chá Petro,

Chumbinho e  Durvalina (ainda viva, com 92 anos, e residente em Belo Horizonte).
Chumbinho,

Sabino,

Sabiá, André e Jurema se dirigiram para os maiores comerciantes do lugar, Zé Moura e Zé Rouxinol, deixou claro que aquelas passagem por ali era apenas para aquisição de munição, mas casa não tivesse a munição aceitava o dinheiro para comprar posteriormente. Em toda casa ou pessoas que encontravam e pediam dinheiro, explicava o Rei do Cangaço:
            “-Arrepare não a gente ta pedindo assim. É porque o governo num dêxa nóis trabaiá”.
            Ao chegarem numa casa encontraram o soldado Capuxu e pediram a arma.
             “-Só eu indo buscar no quarté”.
             Respondeu, sem titubear, o milico.
             Lampião disse:“- Se tivesse mais macacos com você, era capaz de brigar com meus meninos?”
             Como se diz aqui no sertão, a resposta foi em cima da fivela.
             “- Sim. Cumpriria meu dever até a morte”.
             E acrescentou:
             “- Se estivesse num grupo de cangaceiros também faria a mesma coisa”.
           Lampião sorriu e mandou o soldado ir embora sem constrangimento. Assim que o militar retirou-se, o chefe dos cangaceiros virou-se para seus cabras e disse:
             “- Home desse tipo tem que ficar vivo para tirar raça de gente valente”.
            Enquanto Lampião circulava pela vila conversando com os comerciantes e pessoas influentes do lugar, o restante da cabroeira, pelas bodegas, no meio da praça ou onde estivessem, eram alvo de admiração de muita gente. Aqui e acolá alguém pedia para dançarem um pouco de xaxado, e dançavam com satisfação. Alguns rapazes e meninos procuravam imitá-los arrastando o pé no ritmo da “dança de cabra macho”.
             Ao atravessar a rua encontrou Valdevino Alfaiate abrindo sua alfaiataria. Cumprimentou e pediu para olhar o mostruário. Enquanto olhava os tecidos o mestre da tesoura perguntou:
              “- Lampião, é verdade que esses homens são muito valentes?”
              Rindo, respondeu:
              “- Home, qui us cabras são atrevidos, lá isso são. Mas comigo eles já sabem como são as comidas…I têm que comê sem inguiá”.
             Agradou-se de um certo brim e perguntou ao alfaiate se seria possível confeccionar um terno para entregar ainda naquele dia, puxando até a boca da noite. Respondeu que sim. Em tom de voz bastante calma e branda, Lampião teve o cuidado de dizer:
              “- Se você acha que fazendo esse trabalho pra mim, pode causar problemas pra sua vida, então não faça. Não tem problema nenhum”.
O profissional disse apenas que faria aquele terno com o maior prazer e iria, a partir daquele momento, mobilizar toda a sua equipe para entregar na hora desejada. Foram tiradas as medidas e puseram mãos a obra.
Saiu da alfaiataria e rumou com seu grupo para a mercearia de Jovino Costa Leão, onde estava outros cangaceiros bebericando e cantando, ritmando com palmas. Lampião dançou um dos passos de xaxado para umas moças que estavam olhando de longe.
              Agora se dirigia para a farmácia quando encontrou o coletor José Guilherme, que a partir desse momento andaram todo tempo juntos, fazendo as visitas.
             Na farmácia, pertencente ao farmacêutico Joaquim Pereira da Silva, comprou mercúrio, gases, comprimidos Bayer, pagou e pôs o pacote das comprar no bornal. Pediu ao mesmo que verificasse uns dois cangaceiros que já poucos dias foram feridos num tiroteio acontecido em Cachoeira dos Galdinos, contra volantes de Betânia e Nazaré. Os ferimentos não eram graves. Vinham tratando até ali com casca, raízes e folhas, mas se agora estavam numa farmácia, nada como um especialista. Joaquim justificou que para cuidar de ferimentos, seu amigo e também farmacêutico, era mais preparado, e assim, chamou o colega, que tinha o nome de Manoel Cristovão dos Santos. Este demonstrou muita habilidade no que fazia. Cuidou dos ferimentos dos cangaceiros com muita maestria.
Lampião, que a tudo assistia, ficou admirado com a presteza, atenção e, sobretudo, com a aptidão em tratamentos desta natureza que o jovem Manoel demonstrava, que de imediato convidou a ingressar no cangaço, para ser o médico oficial do seu grupo.
              A resposta foi negativa, mas mesmo assim, agradou mais uma vez ao Rei do Cangaço:
             “- Lampião, hoje tenho família pra cuidar. Mas toda vez que precisar de mim pode me procurar. Se for o caso, pode mandar um dos seus meninos me avisar que irei na hora”.
              Sempre acompanhado, Lampião chega agora à residência de um cidadão chamado Zé de Moura, cumprimentou toda sua família gentilmente, comeu uns doces e sentou-se numa espreguiçadeira na calçada. Disse bonachão:
             “- Ô Zé, tu vive dizendo que eu num entro em Custódia, qui si eu vim aqui, morro”.
             Antes do trêmulo pai de família dizer uma palavra, ouviu o complemento:
           “- Deixe de ser besta, Home. Agora tô eu aqui na tua espreguiçadeira, na tua calçada…”.
              Após uns quarentas minutos conversando a vizinhança e curiosos que vinham lhe visitar e prosear, viu passando uma pessoa que disseram ser o telegrafista. De fato, era o agente do telégrafo Kepler Lafaiete. Lampião chamou o rapaz e foram todos para o posto e enviaram uns telegramas para o Governador do Estado, Sérgio Loreto, com uma série desaforos, chamando o chefe do Estado de covarde e que mandasse o chefe do birô dando ordens, empurrando os soldados no fogo. Interessante, esse telegrama foi a única coisa que Lampião não pagou quando esteve em Custódia. Disse debochadamente ao telegrafista:
“- Não vou pagar esse telegrama porque o telégrafo é do governo. Além do mais estou enviando para o próprio governo. Se eu pagar estou roubando eu mesmo”.
             Todos que estavam ai riram da caçoada do Comandante das Caatingas.
              A noite vinha chegando e a maioria do bando, com Lampião à frente, chegaram na casa do comerciante Zé Rouxinol. Como fora combinado previamente, um farto jantar foi servido, com os cangaceiros se revezando na mesa com os que estavam montando guarda.
Já estava dando horas da noite quando Lampião chegou à alfaiataria e o Valdevino estava sentado em sua confortável cadeira aguardando seu famoso cliente. Este chegou, verificou a roupa, gostou. Não queria experimentar tirando o que estava vestindo. Abriu o bornal e tirou uma nota alta e pagou conforme combinado.
              “- Lampião, pra mim o trabalho só é completo quando o freguês testa”, disse o alfaiate.
              Lampião não contou conversa. Foi na camarinha, se desequipou todo e vestiu a roupa nova:
“- Está ótima!”.
Disse Lampião abrindo um sorriso. Foi motivo de alegria também para o mestre.
               Despediram-se.
            Em seguida o alfaiate fechou seu estabelecimento e foi apressadamente pra casa.
              Quando os cangaceiros foram beber nas bodegas e mercearias, bater pernas pelas calçadas, conversar com as pessoas, até a madrugada chegar.
              Quando Custódia dormiu, os cangaceiros desapareceram dentro das caatingas.

             Trecho retirado do livro LAMPIÃO nem herói nem bandido A História, de Anildomá Willians de Souza, lançado em 2007 pelo escritor que é membro da Academia Serra-talhadense de Letras e da União Brasileira de Escritores/PE.

Contato do autor:
Rua Virgolino Ferreira da Silva, 06 – Cohab
56.909-110
Serra Talhada-PE
Telefone: (87) 3831-2041
E-mail: cabrasdelampiao@bol.com.br

Noite Cariri Cangaço na Saraiva marca discussões sobre o papel das volantes

Aderbal Nogueira e Manoel Severo

            Aconteceu agora há pouco mais um encontro Cariri Cangaço / GECC na Saraiva do Shopping Iguatemi, em Fortaleza. O encontro teve como ponto alto a exibição do documentário de

Paulo Gil Soares,

"Memória do Cangaço", quando a partir do vídeo foi provocada uma Mesa de Debates tendo como tema "O papel das volantes no ciclo lampiônico" e dentro do contexto, a figura de um dos mais festejados comandantes de volantes e matador de cangaceiros, José Rufino; um dos protagonistas principais do documentário.


           O documentário traz importantes depoimentos de remanescentes da "época áurea" do cangaço; dentre esses os cangaceiros:

Ângelo Roque e

Saracura, Otília,

o Doutor Estácio de Lima e

o comandante de volantes Zé Rufino.

          Ao final da exibição tivemos a Mesa de Debates que foi conduzida pelo curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo e teve ainda como debatedores, Aderbal Nogueira, Alfredo Bonessi e Pedro Luiz.

Edilson Cláudio, Tomaz e Afrânio Cisne
 Leo Kaswiner
Dário Castro Alves

               Dentre as reflexões provocados pelos participantes estavam o papel das volantes na época do cangaço, a questão da autoridade, da justiça e da ausência da justiça, do poder político e suas ingerências e reflexos dentro do universo de causas do próprio fenômeno do cangaço.

Cel. Liberato de Carvalho e Lapa Carabajal 
 Aderbal Nogueira e Dr. Hamilton
Dr Pedro Luiz

"Quando Lampião via que estava brigando com Zé Rufino, sabia que era duro, Rufino ia até o fim, brigava quase em cima dos cangaceiros" 

Vinte e Cinco para Aderbal Nogueira


Vagner Ramos e Dra Maria Amélia
 Alfredo Bonessi
Dr Pedro Luiz, Comendador Mariano e Alfredo Bonessi
A pequena Camile ao lado do avô, Bonessi

         Outra grande discussão provocada a partir de algumas considerações do Comendador Mariano, estavam ligadas a questão da ausência do Estado e da justiça junto às sociedades rurais do início do século, ausência essa que pode ter sido determinante para a propagação do movimento armado do cangaço. 
           Já Aderbal Nogueira enfatizou o papel das forças volantes que apesar de algumas distorções e exageros, estava cumprindo o papel da lei e buscando de alguma forma eliminar o cangaço, quando despontavam personagens de valor como:

Odilon e
Manoel Flor, Manoel Neto,

Arlindo Rocha, Ten Gino, o próprio Zé Rufino,


João Gomes de Lira,

dentre muitos outros valorosos soldados de volantes.
             Ao final ficou marcado novo encontro para a primeira terça-feira de Agosto, com  a apresentação de outro Documentário seguido de Mesa de Debates.


Produção Cariri Cangaço


Trasladado do blog: "Cariri Cangaço".



Vídeo: A violencia oficializada no tempo do Cangaço (in versão compacta)


Documentário de Aderbal Nogueira,
Laser Vídeo/SBEC.

            O idealizador do vídeo tenta mostrar através de depoimentos autênticos a banalização da violência cometida por parte "oficial" nas décadas de 20 e 30 no Nordeste brasileiro, e que a prática se mantêm bem viva em pleno século XXI.




Raso da Catarina é tema de reportagem da TV BAHIA

Por: João de Sousa Lima


           A bela formação rochosa da Baixa do Chico, no Raso da Catarina é o tema principal de uma reportagem realizada pela TV BAHIA.


             O percurso realizado é um dos  roteiros de belezas naturais de Paulo Afonso, além de ser uma das rotas do cangaço na região, um dos maiores coitos de Lampião e seus grupos.

Bando de cangaceiros do rei Lampião

            O percurso realizado é um dos  roteiros de belezas naturais de Paulo Afonso, além de ser uma das rotas do cangaço na região, um dos maiores coitos de Lampião e seus grupos .
             Para quem gosta de turismo de aventura esse é um dos passeios que não pode faltar na agenda.
            Temos uma ótima estrutura com carros apropriados com tração 4x4 para realizar o trajeto.

contato 75-8807-4138


Trasladado do blog: "João de Sousa Lima", escritor deste artigo.



Maria dos Anjos

 Por: José Mendes Pereira

Uma mocinha de pouco mais de 16 anos. De moreno claro, de olhos negros, cabelos longos e  pretos como a asa da graúna. Era uma verdadeira "Iracema".  Ninguém resistia o seu olhar  atraente, já imaginava coisas imorais. Além do mais, tinha umas lindas coxas. Coisa de menina bonita.  Nem parecia ser filha de um homem feioso, magro, cabeça de coco, poucos dentes naturais, e alguns havia adquirido no protético prático do bairro.  Totalmente desajeitado como  era o seu pai, o Elesbão.
           
Certo dia chegara do Rio de Janeiro um militar, o João Prado, todo enfiado num uniforme do exército brasileiro. Era cearense da gema, mas desde menino que viera para Mossoró em companhia dos pais. Aqui cresceu, e daqui foi servir o exército no Rio de Janeiro. Ao ver a linda mocinha que não havia presenciado  a rápida mudança em seu corpo, a desejou de corpo e alma. 
            
Os pais do João Prado eram  vizinhos dos pais da Maria dos Anjos,  mas as amizades entre eles eram restritas, apenas algumas vezes faziam reuniões nas calçadas.
            
Nesse dia o João Prado chegou a prosear com a mãe da Maria dos Anjos, a Isabel, sobre a  beleza da sua filha, chegando a  mandar um recado para ela, que fosse se arrumando que iria levá-la para Copacabana. 
            
Nos anos setenta, uma das boates  mais falada em Mossoró era o Cassino "Copacabana", no bairro Bom Jardim, situado nas imediações do Alto do Louvor, lugar reservado para a prostituição de mulheres.
           
Assim que dona Isabel chegou em casa, participou a Elesbão da brincadeira que o João Prado dissera com sua filha, que fosse se arrumando que iria levá-la para "Copacabana", e lá, ambos, iriam viver um belo romance. 
            
Elesbão ao ouvir a  brincadeira do João Prado, ou talvez com intenções verdadeiras, não disse nada, ficou calado, apenas engolindo o ódio que atravessava em sua garganta, sobre o desrespeito do João Prado com a sua filha Maria dos Anjos. Ficou a imaginar que aquele sujeito metido a galã, estava pensando que iria passar a perna sobre sua filha. Ele estava totalmente enganado. Sim Senhor! Aquela filha era criada com carinho, filha única e nada lhe faltava. Era pobre, mas filha de um senhor honrado e trabalhador. Quantas vezes saíra ao clarear do dia para o seu sofrido emprego, lá na fábrica de óleo, do Aderaldo, só para dar a sua filha o que ele não tivera quando em companhia do seu velho pai. Aquele sujeito só porque estava de uniforme do exército brasileiro, agora se sentia como se fosse um galã de cinema, o Juliano Gema, o Antonio Sthefane, o Marcos Damon... Enganara-se por completo. Sua amada filha tinha um pai para protegê-la.
            
Ao anoitecer Elesbão foi até à quitanda do Valentim, também próxima ao Alto do Louvor; tomou umas quatro ou dez cachaças, não sei, e já meio tonto, foi  em casa. Pegou uma faca, mais um pedaço de mangueira grossa, enviou-os na cintura, e foi ao encontro do João Prado, que palestrava em uma das casas amigas. 
              
Ao chegar, perguntou ao dono da casa, o Tiago das Oiticicas, como era chamado no bairro: 
             
- João Prado está aí, seu Tiago?
- Está - respondeu Tiago das Oiticicas.
- Chame ele por favor.
- João Prado, Elesbão quer falar com você. - Gritou  seu Tiago lá pra dentro de casa.

E lá se veio inocentemente o João Prado.

- O que deseja, Seu Elesbão? - Perguntou-lhe João Prado.
- João Prado, eu vim aqui porque você mandou um recado pela Isabel, para minha filha Maria dos Anjos, que fosse se arrumando que iria levá-la para o Copacabana.  Como  ela não pode vim, então eu vim para ir junto com você ao Copacabana. 
             
E sem mais pensar, desenfiou o pedaço de mangueira da cintura, mais a faca e acunhou atrás do João Prado, descendo a ladeira do Alto do Louvor. E tome peia, e tome peia. Na carreira, as passadas do João Prado atingiam dois metros de distâncias, ultrapassando as do seu agressor. Mas à frente depararam-se com um muro de dois metros. Mas o agredido não contou conversa, saltando-o de uma vez só.  Nem precisou colocar as mãos sobre ele para se apoiar e facilitar o impulso sobre o muro. Foi aí que Elesbão resolveu não arriscar pular o alto muro.            
             
Enquanto o Elesbão corria atrás do João Prado, os amigos do Elesbão  corriam atrás dele, para que ele não realizasse o assassinato.
              
Todos que corriam atrás do Elesbão, gritavam:
- Não faça isso, Elesbão! Não faça isso..., pelo amor de Deus!!!
              
Dias depois o João Prado retornou às pressas para  o Rio de Janeiro, e nunca mais botou os pés em Mossoró. 
              
O Elesbão não sabia que Copacabana é uma praia no Rio de Janeiro. Ele pensava que o João Prado estava desconsiderando a sua filha, querendo levá-la para o meio da prostituição, no cassino de Mossoró, "O Copacabana".       

Minhas simples histórias

Clique neste link:


http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/10/na-decada-de-sessenta-conheci-dois.html   

Mariano, Pai Veio e Pavão

            
            Segundo o escritor, pesquisador e colecionador do cangaço, Doutor Ivanildo Alves da Silveira, Mariano nasceu no município de Afogados da Ingazeira, no Estado de Pernambuco, no ano de 1898. Seu nome completo era Mariano Laurindo Granja, sendo filho de fazendeiro, de algum conceito.

Kiko Monteiro e Dt. Ivanildo Alves da Silveira
           
             Entrou para o cangaço no ano de 1924. Era negro, muito forte, andando sempre com uma palmatória de baraúna dependurada na cintura, com a qual surrava suas vítimas. Acompanhou Lampião por muito tempo, sendo uns dos poucos que cruzaram o Rio São Francisco, em agosto de 1928 com destino à Bahia.

Segundo Dr. Ivanildo, os que chegaram a Bahia em 1928. Da esquerda para a direita: Lampião, Ezequiel, Virgínio, Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão e Alvoredo.

             Ele esteve com Lampião na visita a Juazeiro do Norte.


             Participou do massacre na cidade de Queimadas, onde foram mortos 07 soldados. Participou do massacre a Mirandela, distrito de Pombal/BA. Participou do ataque a Aquidabã, SE, em outubro de 1930. Depois, passou a chefiar o seu próprio grupo.
              Ainda segundo  Dr. Ivalnido Alves da Silveira, no Seminário Cariri Cangaço de 2010, a maioria dos pesquisadores presentes, analisando fatos posteriores concordaram que o que aparece da esquerda para direita é o cangaceiro PAVÃO, e não Zepellin, como identificado na legenda.
            Estes cangaceiros foram assassinados no dia 10 de outubro de 1936, em Porto da Folha, lugar chamado Cangalexo, no Estado de Sergipe.