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domingo, 15 de maio de 2011

Fortaleza recebe reunião extraordinária da SBEC

Quem participa do estudo "CANGAÇO" tem que publicar tudo

Lemuel Rodrigues da Silva

            Aconteceu na manhã deste sábado, dia 14, no Auditório Murilo Aguiar, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, a reunião extraordinária da SBEC. Com a presença de 32 sócios e 21 amigos, o encontro uniu 53 participantes para uma Pauta que envolvia principalmente a aprovação do novos estatutos da Sociedade.
Aderbal Nogueira, Manoel Severo e Prof. Pereira

 Ângelo Osmiro, Haroldo Felinto e Sousa Neto

Lívio Ferraz, Paulo Gastão e Barros Alves

 Comendador Mariano

Afrânio, Prof.Pereira e Tomaz

            Em sua fala, o anfitrião da manhã, representando os sócios de Fortaleza, Manoel Severo, agradeceu à Assembleia Legislativa, através de seu Presidente, dep. Roberto Cláudio e através do dep. Júlio César Filho, a gentileza da cessão do espaço privilegiado da Casa Legislativa cearense para a reunião da SBEC, em seguida foi formada a Mesa com as presenças do presidente da SBEC, Lemuel Rodrigues da Silva e ainda dos sócios, Ângelo Osmiro e Ivanildo Silveira.
 Leo Kawisner, Paulo Gastão e Dario Castro Alves
 Renato Cassimiro e Benedito Vasconcelos
 Tomaz Cisne, Vicente Alencar, Múcio Procópio e Ivanildo Silveira
Júlio César, Juliana Ischiara e Sousa Neto

cap Kelderlan Souza, Manoel Severo e Barros Alves

 Antônio Tomaz, Vicente Alencar, Múcio Procópio e Ivanildo Silveira

Antônio Júnior
(Suponho - Equívoco)

José Cícero e Sousa Neto

           Depois das palavras do Presidente Lemuel Rodrigues, que especificou a pauta da reunião, resumindo-se em Aprovação dos Novos Estatutos e Informes, foi convidada a sócia Juliana Ischiara para auxiliar como relatora dos trabalhos de análise e redação final do Estatuto. A reunião que teve seu início às 9:30h se estendeu até as 14:30h, se configurando também como uma rara oportunidade de congraçamento entre os vários sócios e amigos  da SBEC, espalhados pelo Brasil. Tivemos presenças dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e ainda forte representação de vários municípios do Ceará.
 
Este conteúdo foi extraído do blog: Cariri Cangaço",
do amigo Manoel Severo

O Baú de Dona Baló

Por: João de Sousa Lima
 
 
            O povoado Salgadinho, em Paulo Afonso, Bahia, situado nas margens da exuberante Serra do Padre, rendeu-se aos encantos sublimes da mais deslumbrante flor germinada em seus campos: a belíssima Lídia Pereira de Souza. Uma formosa morena de traços perfeitos e sedutores e curvas delineadamente sensuais.
             Lídia Pereira de Souza viria um dia a se tornar a bela cangaceira Lídia de Zé Baiano. Lídia era filha do modesto casal Luís Pereira de Souza e Maria Rosa Figueiredo, conhecida pela alcunha de Dona Baló, uma exímia rendeira e costureira.
             O Salgadinho por ser um dos lugares bastante percorridos pelo Rei do Cangaço e seus seguidores, na época em que a andança do capitão Virgolino atingiu seu apogeu em terras baianas, me foi bastante informativo enquanto eu realizava pesquisas para o livro “Lampião em Paulo Afonso”.
 
O Rei Lampião
 
            Por dezenas de vezes estive naquela localidade, registrando as histórias contadas pelos velhos remanescentes da luta cangaceira e fotografando os lugares que serviram de esconderijos aos cangaceiros. Neste período, uma das coisas que mais despertou minha atenção foi conhecer a casa onde nasceu a bela cangaceira Lídia, de Zé Baiano. Contra todas as possibilidades e intempéries geradas pelo tempo, a casa teimava em continuar erguida, mesmo estando assombrosamente carcomida pelos cupins, resistia imponente e enigmática.

O cangaceiro Zé Baiano

            Muitos estudiosos do tema cangaço estiveram comigo visitando a velha moradia da mais linda das cangaceiras. Em uma das minhas últimas visitas estive lá sozinho, sem pressa e pude apreciar cada canto, cada forma e cada fresta do velho casebre. Em um dos quartos, por uma das rachaduras da parede, divisei, entre centenas de casas de marimbondos, um antigo baú e dividindo o frestal com os morcegos, estava uma velha lamparina. Como é que tinha passado despercebido, aos meus olhos garimpeiros, por tantas vezes, estes velhos objetos? Enquanto no meu silêncio apreciava aquelas relíquias, senti a presença de alguém que se aproximava e despertei com a voz de uma senhora que me trazia a realidade: era dona Nilda, sobrinha da cangaceira Lídia. Nilda é a guardiã da velha casa. Conversamos por alguns minutos e com o consentimento de dona Nilda, acertamos de resgatar todo o material existente naquele cubículo, onde me caberia algumas peças, tarefa não tão fácil, pela dificuldade de transpor a barreira de centenas de vespas com seus ardentes e venenosos ferrões.
             Voltei para Paulo Afonso e me preparei adquirindo equipamentos de proteção para usar, que pudessem me proteger no resgate do tesouro deixado por dona Baló. No dia 15 de maio de 2005, uma fria manhã de domingo, de nuvens negras e ameaçadoras, embarquei com o estimado amigo Ivan Caetano, um aposentado mecânico de aeronaves e que durante muito tempo dedicou sua especialíssima mão-de-obra ao setor de aviação da CHESF. Seguimos viagem, eu, Ivan e sua esposa Leonídia, na boleia da antiga e inseparável "TRUBANA", uma F-1000, vermelha, que Ivan possui há muito tempo.
             No percurso, de aproximadamente 12 quilômetros, sendo a maior parte em estrada de chão, pudemos observar os estragos feitos pela chuva que há dias castigava aquele pedaço de chão. Aos solavancos e pelas mãos firmes do velho amigo, atravessamos uma estrada molhada e escorregadia até chegarmos no povoado Salgadinho. Descemos entre poças de lamas e riachos de águas correntes, bem na frente da casa da cangaceira Lídia e lateral às casas de dona Nilda e Sinhozinho, único irmão vivo da cangaceira Lídia. O verdadeiro nome de Sinhozinho é José Luís Pereira.
 
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Sinhozinho, irmão da cangaceira Lídia. Contam que Dulce era a mais linda das mulheres do Cangaço. Sinhozinho está encostado na casinha onde viveu sua irmã antes de ir para o Cangaço.

             Por alguns minutos conversamos com dona Nilda e depois seguimos na direção da casa de Sinhozinho, onde pudemos saborear uma docíssima melancia, sob a fresca aragem de um frondoso umbuzeiro. Depois da melancia, nos preparamos para a árdua tarefa de resgatar o baú de dona Baló. Coloquei macacão, botas, luvas e um chapéu com uma rede de nylon.
              Seguimos, eu e o Ivan até a parte traseira da casa, local que dava um melhor acesso para entrarmos no quarto, onde se encontrava o baú e a lamparina. Enquanto Ivan se encarregava de ir enchendo dois vasilhames com querosene, eu saía alvejando o mortífero líquido nas casas das ariscas vespas, que aos montes atacavam tentando ferroar-me, sem sucesso.
 

             Enquanto centenas de maribondos voavam desnorteados, eu vasculhava os recantos semi-escuros daquele pavimento. Na verdade, lá dentro, existiam três baús. Um deles, o mais bonito de todos, mesmo sendo recoberto por couro, desintegrou-se quando eu o toquei, tentando arrastá-lo para fora e, de dentro do baú, saíram centenas de abelhas pretas que em vão tentavam picar-me, buscando protegerem uma já esfarelada colméia. Peguei o baú que se encontrava em perfeito estado e dentro encontrei algumas velhas e carcomidas peças de roupa, carretéis de linhas, velhas notas de dinheiro, valendo um, dois, dez, vinte e cinquenta cruzeiros. Deixei o perfeito baú aos cuidados do amigo Ivan e retornei para vasculhar a velha armação de um desintegrado caixote.
No meio das tábuas mofadas e da areia úmida e batida, encontrei coisas mais interessantes, tais como:
 
 
"duas grandes moedas do tempo do Império, datadas de 1831 e que trazem estampadas o numeral 40, dois tinteiros de nanquim, dois punhais, sendo um de 35 centímetros e um menor e mais belo, medindo 23 centímetros trazendo na folha de aço o nome, FAVORITA KOCK e C° KOLM, ST e C, uma mecha de cabelos presa por uma trabalhada peça de ouro, um chicote de couro, um canivete, dois vidros antigos de perfume, duas esporas, uma casca de bala com as iniciais FEAG e datada de 1921, vários botões de tamanhos variados, um dedal, 04 chaves de portas, várias fivelas, um pequeno recipiente de alumínio feito para guardar agulhas, vários carretéis de madeira (escrito em alguns: LINHA BISPO, GLACÊ E ÔLHO), uma almotolia para lubrificar máquina, dois fusos, um vazador de fabricação artesanal, uma moeda de 100 réis, datada de 1928". 
             Das paredes de taipa resgatei a velha lamparina e algumas imagens de santos (estas acabaram ficando com Sinhozinho). Esse era o tesouro de dona Baló, mãe da cangaceira Lídia. Dentro de três velhos baús, peças da época do cangaço se misturavam com outras coisas mais recentes e acabaram despertando o meu lado garimpeiro das coisas do passado.
            Nos despedimos dos amigos já com o horário do almoço ultrapassado e sem que antes saboreássemos uma outra melancia, oferecida desta vez, pelas mãos de dona Nilda.
Saímos do povoado Salgadinho observando no horizonte negras nuvens que caminhavam cercando o antigo povoado. Retomamos o caminho de volta, dando uma parada no povoado Açude, mais precisamente no bar do Bilinho, onde degustamos uma deliciosa galinha de capoeira e o tradicional bode assado.
             Aquele dia, por ser um dia daqueles que dificilmente conseguimos esquecer, havia me proporcionado uma grande felicidade.O verdadeiro tesouro que encontrei naquela nublada manhã de domingo, estava no doce sabor da melancia, na fresca aragem do frondoso umbuzeiro, nas pisadas nos riachos de águas turvas e correntes, nos esporádicos pingos de chuva que nos encharcavam e na alegria do sorriso do meu querido casal de amigos.
 
 
Escritor e Historiador, Membro do Instituto Histórico e Geográfico
de Paulo Afonso. Sócio da SBEC.
 
Extraído do blog: "Lentes Cangaceiras" 
 
 
                 
     

Lampião em Juazeiro do Norte

Por: Aderbal Nogueira

            O Sr. Waldemar Caracas ex-funcionário da RVC (Rede Viação Cearense) é a personagem deste vídeo produzido por Aderbal Nogueira/Laser Vídeo que primordialmente é sobre a história da estrada de ferro no Ceará.

Bando de Lampião no Juazeiro
 
             No meio da conversa ele surpreende nosso amigo relatando um fato histórico "A entrada de Lampião em Juazeiro".


Obs. O Sr. Waldemar foi amigo do Cel. Izaías Arruda.
 
Coronel Isaías Arruda
 
             Ele e o avô paterno de Aderbal Nogueira, trabalhavam nas estações de Aurora e Missão Velha, na época do acontecido, mas isso será apresentado em uma outra postagem. 
 
Adendo de Messier Aderbal

             Quem tiver interesse em conhecer um pouco da história ferroviária no Estado do Coroné Severo, acesse o link para o nosso documentário disponibilizado no youTube: O último apito - A história do trem de ferro no Ceará.

Grande abraço a todos.
Aderbal Nogueira

Este conteúdo foi extraído do blog:
"Lampião Aceso",
do amigo Kiko Monteiro.
Não foi feito nenhuma modificação no conteúdo,
apenas inseri as fotos de Aderbal Nogueira,
do bando de Lampião e do coronel Isaías Arruda.