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quinta-feira, 17 de março de 2011

Maria Bonita era mulher honrada

Por: José Mendes Pereira

              Maria Gomes de Oliveira era o seu nome de batismo, mas entre os familiares e vizinhança era conhecida como Maria Déia. E no cangaço recebeu duas alcunhas, levando-a para a fama mundial: “Maria Bonita ou Rainha do cangaço”, foi uma mulher honesta, e em nenhum momento denegriu a imagem do seu homem.
             O escritor Roberto Vila Nova fala em um dos seus textos: “Caçador de cangaceiros revela segredos do cangaço”, publicado no dia 11 de outubro de 2005, no site www.alagoas24horas.com.br, que o ex-soldado Josias Valão dos Santos, que era comandado do sargento Aniceto, conta um fato que aconteceu envolvendo Maria Bonita.
 
 Foto de: Heitor e Silvia Reali
A última parada: Josias Valão do Santos (já falecido), responsável por colocar as cabeças dos cangaceiros na escadaria da prefeitura. 
Josias Valão dos Santos
           
            Diz o escritor: "... outro episódio que chamou a atenção de Josias foi a rebeldia do cangaceiro apelidado de “Diferente”, que era viciado em baralho e, quando estava perdendo, falava palavrões. Numa partida em que se encontravam Lampião, Luiz Pedro, Maria Bonita e Sabonete, o cangaceiro soltou palavrões e foi recriminado por Luiz Pedro, que o chamou a atenção para a presença de Maria Bonita na mesa.
 
O cangaceiro Luiz Pedro
 
            E o cangaceiro desbocado reagiu, dizendo que Maria Bonita não era nenhuma santa. “Você ...come ela...”, relatou Josias, dizendo que essa passagem foi contada ao sargento Aniceto por um coiteiro. “A surpresa é que Lampião fez que não ouviu nada”.
            O outro episódio foi publicado no jornal "A Tarde" pelo o  jornalista Juarez Conrado Dantas, cedido pelo coiteiro Mané Félix, um dos mais confiado coiteiros de Lampião.
O coiteiro Mané Félix
 
              Disse o depoente ao jornalista: "Nessa tarde, por sinal, depois de "caçoar" com Luiz Pedro, deixando de fazê-lo somente no momento em que se dirigia para o riacho, o bandoleiro, que estava sentado sobre uma pedra, deu-lhe uma palmada mais ou menos forte nas nádegas, fazendo-a correr na direção do pequeno córrego, enquanto "LAMPIÃO", que a tudo assistia, sorriu como se nada tivesse acontecido".
Jornalista Juarez Conrado Dantas
 
          O que o policial informou a Roberto Vila Nova, foi através do “DISSE ME DISSE”, pois a história já vinha de um coiteiro que contou ao sargento Aniceto e o Josias repassou para o jornalista  Roberto Vila Nova. O outro episódio foi contado pelo coiteiro Mané Félix ao jornalista Juarez Conrado. 
            Eu não me refiro A Roberto Vila Nova, e nem tão pouco ao jornalista Juarez Conrado Dantas, já que eles  apenas registraram o que Josias e Mané Féliz lhes disseram. Mas eu acho muito difícil que isso tenha acontecido com Maria Bonita, pois ela detestava traições de cangaceiras.
            No momento eu não tenho o nome do escritor que escreveu o que segue. “Certa vez, uma posição tomada por Corisco em relação à honra masculina, foi do caso amoroso entre Cristina e Português. Ela havia o traído com Jitirana, do bando de Corisco.


O cangaceiro Corisco

             Português contratou Catingueira para limpar sua honra. Quando Catingueira chegou ao coito de Corisco, chamou Jitirana para terem uma conversa particular. Nesse momento Maria Bonita e Lampião que estavam no coito de Corisco, aproximaram-se do local.
            Maria Bonita opinou que Cristina era a culpada, e deveria ser eliminada por Catingueira.
            Foi quando Corisco lhe respondeu:
            - Ela deu o que era dela! “Ninguém tem nada com isso!
            Não satisfeita com a resposta, Maria Bonita disse-lhe:
            - Mas quem vai ficar desmoralizado é  Português.
            Corisco deu um basta à discussão, exclamando:
            - Ele que cuide da mulher dele! De Jitirana cuido eu!.
            O repórter do jornal "O Pasquim", Jaguar, entrevistou o cangaceiro Volta Seca no ano de 1973, nº. 221, referente aos meses, setembro e outubro, e fez-lhe a seguinte pergunta:
           Jaguar - E não houve tentativa de ninguém no bando dar uma cantada nela, não?
            Volta Seca - Cê tá maluco, rapaz? Dava uma cantada e já era.
 
            Eu acredito na honestidade de Maria Bonita, e acho que quando ela tomou a decisão de acompanhar o bando de cangaceiros, não foi para servir de mulher para um e para outro, e sim, ser a amada do homem que ela achava que era a sua  alma gêmea. Mesmo sofrendo nos cerrados, nas caatingas enfrentando combates, mas a sua alegria, o seu amor era por e para Lampião.
           O problema é que mulher é discriminada, não podendo dizer uma simples brincadeira com um colega, amigo, e a partir daí, ela cai na boca venenosa do mundo, deixando desmoralizada para o resto da vida.
             
           Lembrando ao leitor que eu não duvido das palavras dos jornalistas Roberto Vila Nova e nem tão pouco do que escreveu o jornalista Juarez Conrado Dantas, mas de certas  histórias distorcidas, principalmente da conversas   contada através de um, passando para outro, tornando-se  "o disse me isse". 

Leia esta história no Blog: alagoas 24 horas.

Antonio Francisco - Um poeta mossoroense

 Por: José Mendes Pereira
       

             Antônio Francisco Teixeira de Melo nasceu no dia  21 de outubro de 1949 em Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte. Filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo.

            É graduado em História pela Universidade Estadual  do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta, cordelista, xilógrafo, compositor, e ainda trabalha  confecciona placas para automóveis.

             Aos 46 anos deu início à  literária de cordel, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades.

           Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem.

             Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

             O leitor que gosta de literatura de cordel, deve procurar ler os seus versos, pois são claros, interessantes e excelentes rimas.

              Para comprar os seus versos, procure-o na Rua Frei Miguelinho no bairro Doze Anos.  Você vai se sentir realizado, pois é um grande poeta mossoroense.