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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O surgimento de Mossoró

Por: José Mendes Pereira


Palácio da Resistência

         No século XIII, muitos pequenos fazendeiros deram início às suas fazendas às margens do rio Mossoró. E a maioria dessas fazendas, foi instalada por proprietários de outros Estados, dentre elas a fazenda das "Barrocas", de um senhor chamado Domingos Francisco Pinto; mais ainda a fazenda de Santa Luzia e Barra de Mossoró, pertencente ao Sargento Mor Antônio de Souza Machado.
           A população dessas fazendas era pequena, possivelmente formada por vaqueiros, criadores e procuradores das fazendas, isto é, nos tempos de hoje, “Gerente”, já que os proprietários geralmente residiam nas suas cidades de origem.
          Afirmam os historiadores que as primeiras famílias a se localizarem na atual Mossoró foram: Gamboa, Guilherme e Ausentes, que se instalaram definitivamente nas suas fazendas, às margens do rio Mossoró. E essas famílias aos poucos foram se espalhando, chegando a Apodi.
         O maior interesse dessas famílias se deslocarem para outras regiões, graças às condições do local que ficava entre o rio e um lago de água potável. 
        Sendo  de origem portuguesa, o Sargento Mor Antônio de Souza Machado; interessado pelas terras, veio para cá, e se localizou com toda sua família, pois era um dos seus maiores desejos dar início a uma nova e maior comunidade.
         E logo mandou construir uma capela, sendo esta batizada por Santa Luzia, recebendo o mesmo nome da fazenda, tendo sido esta fundada no dia 05 de Agosto de 1772, a qual viria a ser o marco inicial da construção da nossa cidade. 
         Em 1862, finalmente a pequena igreja recebeu uma nova estrutura, e passando de capela para Matriz. Esta ainda foi reformada em 1878, 1879, 1880.
        Após a morte do Sargento Antônio de Souza Machado, vendo as necessidades de muitos que queriam construir as suas residências, a viúva cedeu parte de suas terras para a continuação do povoamento da região.
         A partir dali estava criado o povoado de Mossoró. E no dia 09 de Novembro de 1870, foi elevada a cidade de Mossoró. Nesse período surgiram novas edificações e casas de comerciantes importantes da cidade, e ainda foi construída uma das maiores instituições de ensino, O Colégio Diocesano Santa Luzia e a casa do Mercado. 


Colégio Diocesano de Mossoró

         O aniversário de Mossoró, como cidade, é no dia 09 de Novembro, e não no dia 30 de Setembro, como muitos mossoroenses pensam que é.
       Atualmente Mossoró é uma das principais cidades do interior nordestino, e vive um intenso crescimento econômico e de infraestrutura, considerada uma das cidades de médio porte brasileiras mais atraente para investimentos no país.
            O município é o maior produtor em terra,  de petróleo no país, como também de sal marinho. A fruticultura irrigada, voltada em grande parte para a exportação, também possui relevância na economia do Estado, tendo um dos maiores PIB per capita da região.
        As festividades realizadas na cidade anualmente, atraem uma enorme quantidade de turistas. Destaque para o Mossoró Cidade Junina, uma das maiores festas de São João do país, e o Auto da Liberdade, o maior espetáculo brasileiro em palco ao ar livre.
         O município marca o primeiro voto feminino do país, e por ter libertado seus escravos cinco anos antes da Lei Áurea. E também é a única cidade do Rio Grande do Norte que teve a coragem de escorraçar Lampião.  
          O município foi desmembrado de Assú em 1852 e tinha o nome de Vila de Santa Luzia de Mossoró. Hoje, conhecida como a Capital do Oeste Potiguar, por ter se destacado das demais na região Oeste. Destaca-se também pelo turismo de negócios.

A criança e o poeta

Extraído do Blog Farias Brito
 
ENCONTRO DE RIOS...
 
Por: Francis Gomes
 
Há! Se o tempo parasse de repente,
E voltasse a ser como era antigamente
Para eu reviver velhas alegrias.
E eu voltasse ser criança novamente,
E se possível, ser criança eternamente...
Envelhecer na meninice dos meus dias.

Como eu queria ser criança a vida inteira!
Cabelo duro todo sujo de poeira,
Chegar em casa e ouvir, mamãe falar:
-O que tu fez com a tua cabeleira?
-Por ventura faltou água a cachoeira
-Vem cá menino deixa que eu vou te banhar”.

-Traz o sabugo e rapa de juá,
-Este cascão hoje vai ter que limpar.
-Mamãe já sou homem macho.
-Vem logo se não quiser apanhar.
E eu saía, pula pra lá e pra cá,
Até chegar a beirada do riacho.
 
Chegando lá, mamãe dizia: - entra no rio.
Eu brincava até ficar roxo de frio,
Só saia quando mamãe me chamava.
-Vem cá menino, me deixaeu ver o teu ouvido,
-Limpou direito? Coisa que eu duvido.
E com um pano velho me secava.

-Dá a mão filho vamos embora.
E nós saia caminhando estrada afora,
Até chegar a nossa casinha de sapé.
Enquanto mamãe fazia o jantar,
Eu brincava esperando papai chegar
De repente escutava bater o pé.

-Mamãe, mamãe, papai chegou,                                                                                  
-Ele vai pro rio eu também vou.
-Posso ir papai, com o senhor?
-Não filho, papai volta já,
-Fique com a mamãe preparando o jantar,
-Você já banhou.

-Mamãe, mamãe, quero jantar.
-Calma filho, espera o papai chegar,
-Ele já esta vindo.
E de repente ela corria e me abraçava,
Me mordia, me apertava, me beijava,
Eu nem sei, se chorando ou se sorrindo.   

Uma aurora bronzeada sobre a terra!
Era o sol se escondendo atrás da serra,
E os pássaros procurando onde pousar.
Enquanto isso eu olhava da janela,
Vendo papai que abria a cancela,
E eu corria para mesa de jantar.

Papai e mamãe sentavam,
E eu subia na cadeira enquanto oravam.
Mamãe fazia nosso prato, depois o dela.
Depois sentávamos na beira da calçada,
Olhando o céu, observando a passarada,
Eu cochilava e dormia no colo dela.

Quando o poeta, nem pensava em ser poeta,
Era apenas uma criança discreta,
Protegido pelo o rei e a rainha,
Hoje, sou mais um entre os corações contritos,
Um poeta que ninguém ler seus escritos,
Revoada de uma única andorinha.

E a criança que pulava alegremente,
Com o pai e a mãe sempre presente,
De saudades hoje o seu coração ferve.
Com os seus pais tão distantes e tão ausentes,
O poeta é um homem tão carente,
Que se torna uma criança quando escreve.

Se eu pudesse pedir algo ao altíssimo,
E minha voz chegasse ao Senhor justíssimo,
Neste  dia eu pediria um só presente:
Humildemente em nome de Jesus Cristo,
Este poeta que ninguém ler seus escritos,
Só deseja se criança novamente.                                                                                                                            
Que saudade, sinto da minha infância,
Do meu tempo de criança,
Eu, papai, mamãe, nós três.
Há! Se o tempo parasse de repente...
Voltasse a ser como era antigamente,
E eu pudesse ser criança outra vez. 
  
                                                   
Francis Gomes

Sílvio Bulhões revela, por Aderbal Nogueira

Extraído do Blog Cariri Cangaço - Manoel Severo.

        Escritores do Cangaço: Paulo Gastão e Aderbal Nogueira        
                   
                    Amigos do Cariri Cangaço,

               Segue trecho da entrevista feita com o amigo Sílvio Bulhões, Filho de Dadá e Corisco, entrevista essa que dentre as várias revelações, nos fala sobre o massacre da Fazenda Patos; narrando os fatos de acordo com o que Dadá contou para ele. Acredito eu que ele contou a verdade que ouviu de sua mãe; já se o que ela contou é verdade, cabe aos pesquisadores tirarem suas conclusões. Neste mesmo vídeo temos a participação especial do Caipira de Poço Redondo, nosso amigo Alcino Alves Costa.
 
"Corisco! se vocês quiserem matar os meninos matem, mas primeiro eu parto você em dois com esse meu parabelum , depois façam o quiser de mim e dos meninos"...

Corisco e Dadá, pais de Sílvio Bulhões

               O amigo Sílvio é de uma gentileza sem tamanho, extremamente educado e amável, não procura esconder nada, é bastante realista e sabe perfeitamente qual foi a realidade das coisas, não procura tapar o sol com uma peneira. E apesar da realidade cruel e cruenta em que seus pais viveram é de uma devoção sem tamanho à memória deles, o que eu respeito e admiro, porém, como já disse, ele sabe perfeitamente a realidade nua e crua do que aconteceu. 

                  Aderbal Nogueira
                  Laser Vídeo
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