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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Gramática - Regência - Por: Linhares

                 Vamos relembrar regência utilizando um termo antigo: Brasil e Uruguai jogam hoje pelas eliminatórias para a Copa de 2010. O Brasil vem de um empate com o Peru, o que aumenta a expectativa para o desempenho da seleção. "Se empatar ou perder do Uruguai, o time do técnico Dunga vai ter o pior início de torneio desde o novo formato, inaugurado na edição que assegurava vaga na Copa de 1998. O problema do trecho é de regência. A regra é clara e diz que o assunto diz que verbos de regências diferentes não podem compartilhar o mesmo complemento. Ex:. "Eu gosto e estudo língua portuguesa"- "Gostar" é transitivo indireto (gosto de algo ou alguém) e "estudar", transitivo direto (estudo algo).  Como possuem regências distintas, não poderiam compartilhar o trecho "língua portuguesa". Uma possível solução seria: "Eu gosto de língua portuguesa e a estudo - Vale o mesmo raciocínio para o trecho da reportagem sobre a seleção brasileira. Eu empato com alguém (com a preposição "com") e perco de alguém (preposição "de"). Uma forma de reescrita seria: "Se empatar com o Uruguai ou perder dele, o time do técnico Dunga vai ter o pior início de torneio desde o novo formato, inaugurado na edição que assegurava vaga na Copa de 1998".
PLURALIZANDO
               O plural de algumas palavras provoca dor de cabeça em muita gente, por isso hoje vamos enumerar  alguns:
              1. A costa OU as costas? A COSTA é a zona litorânea: "É linda e extensa a costa brasileira"; AS COSTAS é o dorso, a região posterior do corpo ou de um objeto: as costas do sofá e "Estou com dor nas costas".
              2. O óculos OU os óculos? A palavra ÓCULOS deve ser usada somente no plural: "Os óculos escuros caíram no chão".
               3. Cidadãos OU cidadões? O plural de cidadão é CIDADÃOS.
               4. Afegãos OU afegães? Tanto faz. Há várias palavras terminadas em "ão" que aceitam dois plurais: AFEGÃOS e AFEGÃES, cirurgiães e cirurgiões, guardiães e guardiões, corrimãos e corrimões.
               5. "Colocou os pingos nos ii OU nos is"? Tanto faz. Podemos fazer o plural dos nomes das letras das duas maneiras: "Escreveu com todos os FF e RR" ou "com todos os EFES e ERRES".
               6. Preposições e advérbios têm plural? Não. Palavras invariáveis só fazem plural quando substantivadas: "Não gostei dos seus OLHARES"; "Recebeu muitos NÃOS"; "Houve mais PRÓS do que CONTRAS".
              7. Qual é o plural de JOÃO? Nomes próprios de pessoas fazem plural normalmente: os Josés, os Paulos, as Marias, as Joanas e os JOÕES.
               9. Os CD ou CD's ou CDs? Siglas e abreviações fazem plural com o acréscimo de um "s" (minúsculo) e sem apóstrofo: CDs, IPVAs, IPTUs, Ufirs, Detrans, Apaes.
             10. Pãozinhos OU pãezinhos? Palavra que faz diminutivo com o sufixo "-zinho" deve seguir a seguinte regra: plural da palavra primitiva (sem "s") + sufixo (zinho ou zinha) + desinência "s": papei zinho s, animai zinho s, balõe zinho s, PÃEZINHO S.
RAPIDINHAS
             * Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente.
             * A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, "Sentimos muito dó daquela moça".
             * Os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i.  Exemplo: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.
              * Continuando o item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não -e. Exemplo: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.
             *Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. Então, para evitar palavra desagradável, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.
             Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.
              * Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a ideia de oposição. Exemplo: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).